17 agosto 2008

Heróis da Fé - Isaque

Introdução

Hoje vamos continuar nossas reflexões sobre os heróis da fé e comentar alguns fatos sobre a vida de Isaque. Não sei se você passou por aquela situação em que é chamado a falar algo sobre alguém e as coisas que lhe vêem à mente não vão ajudar muito a pessoa?

Vamos fazer um exercício aqui. Se você já leu a história dos patriarcas hebreus, pense agora o que você se lembra a respeito das realizações de Isaque? Quais são as situações memoráveis das quais ele participou? Alguma grande batalha, algum ato de bravura, alguma decisão importante? O que você se lembra a respeito das afirmações poderosas que ele fez? Você lembra algum título que ele tenha recebido?

Se os patriarcas da fé (Abraão, Isaque e Jacó) fossem uma família, Isaque seria o filho do meio que não encontrou sua identidade. Não há grandes afirmações sobre ele. Isaque era uma pessoa de aparência comum que passava pelas situações comuns da vida. Ele era um sujeito que poderia ser confundido com qualquer outro de seu tempo, mas foi colocado na galeria lado a lado com os baluartes da fé. Ele era uma espécie de anti-herói da fé.

Isaque não ganhou nenhuma batalha...
...Não construiu nenhuma cidade ou monumento;
...Não desenvolveu nenhuma tecnologia;
...Não foi um grande negociador;
...Não foi alguém muito sábio ou inteligente.

Se isaque foi considerado como um herói da fé (ele foi listado pelo escritor de Hebreu – capítulo 11- no famoso “pela fé fulano fez isso e aquilo), então isso quer dizer que há uma esperança para mim e para você.

Fatos na vida do Herói da fé

Vamos conhecer um pouco mais da vida desse herói da fé que é gente comum como você e eu. Para isso, vamos ver juntos algumas das histórias que a bíblia narra a respeito dele.

A infância

1-2 Portanto o Senhor fez conforme tinha prometido. Sara ainda que fosse já uma mulher idosa ficou grávida e deu um filho a Abraão, na altura que o Senhor lhes tinha indicado. 3 Abraão pôs-lhe o nome de Isaque . 4 Oito dias após o nascimento circuncidou-o, segundo o que Deus tinha ordenado. 5 Tinha então Abraão 100 anos de idade.

6-7 E Sara declarou: Deus fez com que eu me risse! E todos os que souberem o que me aconteceu hão-de alegrar-se comigo! Porque, quem havia de sonhar sequer que eu podia vir a ter um menino? E a verdade é que acabo de dar um filho a Abraão, já em plena velhice!

8-10 O tempo foi passando, o bebê ia crescendo, e foi desmamado. Abraão deu, nessa altura, uma grande festa com banquete para comemorar o acontecimento. No entanto Sara reparou que Ismael, o filho de Abraão e da sua criada Agar, se divertia com aquilo tudo, e fazia troça. Então disse a Abraão: Manda embora essa criada, mais o seu filho; porque este de maneira nenhuma poderá vir a herdar o que temos juntamente com o nosso menino! (Gênesis 21:1-10)

Isaque era o filho prometido. Imaginem só a situação: o “vovô” Abraão e a vovó Sara depois de muitas tentativas e mesmo depois de desistirem ficam grávidos de um garoto, que nasce com saúde.

Abraão era um homem muito rico e com certeza cercou o filhote de muito conforto e proteção. Não é difícil imaginar que o “isaquinho” era tratado como uma taça fina de cristal. A promessa de Deus dependia daquele menino. A mãe-vó Sara não podia ver qualquer ameaça ao menino que já partia em defesa dele. É arriscado dizer, mas talvez isaque tenha sido daqueles garotos que não podem ser contrariados.

Há muitos pais que pensam que a melhor forma de expressar amor aos seus filhos é jamais contrariá-los, mas isso não é verdade. Amar também é colocar limites.

Ainda bebê, isaque foi circuncidado conforme o pacto que Deus tinha feito com Abraão, portanto ele estava sendo criado pelos pais para ser um modelo. Afinal de contas, o pequeno Isaque era o cumprimento da promessa de Deus e precisava fazer tudo certinho.

Por volta dos três anos de idade, isaque foi desmamado e Abraão fez uma festa para comemorar esse momento. No meio da festa, Ismael começa “isaquear” Isaque. Os gracejos de Ismael não passam despercebidos, principalmente porque o texto indica que as piadas de Ismael em relação a Isaque tinham a ver com quem era o filho mais velho de Abraão, e portanto herdeiro da riqueza do pai. Ismael foi mandado embora.

Isaque cresceu sabendo sobre o encontro de Deus com seu pai e que ele era o cumprimento vivo da promessa de Deus. Essas histórias falavam da vida de seu pai, não da vida dele. Não é um exagero dizer que Isaque levava em sua alma o peso das expectativas de toda sua família.

É assim com você? Seus passos parecem mais difíceis, mais lentos, por causa do peso daquilo que esperam de você? Você é aquele que foi paparicado na infância e que agora carrega a responsabilidade de realizar o sonho dos outros, porque na verdade não tem o seus sonhos? Como é grande a carga extra sobre os ombros daqueles que não têm história própria.

Não se entristeça por causa disso. Se Deus fez de Isaque um herói da fé, há esperança para todos aqueles que têm suas histórias desbotadas pelo brilho daqueles que vieram antes. Deus tem um futuro significativo para você. O Senhor fará de você um herói da fé; ainda que você não se sinta, assim, com cara de herói.

A adolescência e juventude

Talvez por volta dos 20 anos, isaque vive uma história dramática, cheia de suspense e com um final surpreendente. Cedo pela manhã, ele é acordado por seu pai e chamado para fazer uma viagem. O caminho era longo, por isso eles prepararam provisões. O motivo era sacrificar ao Senhor, por isso eles levaram o que era necessário para o seu propósito.

1 Mais tarde, Deus quis provar a fé e a obediência de Abraão. Abraão!, chamou Deus. Dize, Senhor; o que é? 2 Pega no teu filho, Isaque, o teu único filho, a quem tanto amas, vai à terra de Moriá e oferece-o lá em sacrifício, num dos montes que te hei-de indicar.

3-5 No dia seguinte, de manhã cedo, preparou o seu jumento para a viagem, assim como a lenha necessária para o sacrifício, e, na companhia do seu filho Isaque e de mais dois moços, seus criados, partiu para onde Deus lhe tinha dito. Ao terceiro dia de viagem Abraão viu de longe o lugar para onde se dirigia; e disse aos moços que iam com ele: Fiquem aqui com o animal, porque eu, mais o meu rapaz, vamos até ali para adorar, e logo regressaremos. 6 Abraão pôs a lenha do sacrifício às costas de Isaque, pegou no sílex para o fogo e no cutelo e prosseguiram juntos.

7 Pai, disse Isaque. Temos lenha, temos lume para o fogo, mas onde está o cordeiro para o sacrifício? 8 Deus já escolheu um cordeiro, meu filho. E continuaram juntos o caminho.

9-11 Quando chegaram ao local designado pelo Senhor, Abraão construiu um altar, pôs a lenha em ordem pronta a arder, amarrou Isaque, deitou-o no altar em cima da lenha, e pegou no cutelo a fim de sacrificar o seu filho. Mas nesse preciso momento o anjo do Senhor gritou-lhe, desde o céu: Abraão! Abraão! Que é Senhor!

12 Baixa a tua mão, não lhe faças mal algum. Porque já sei agora que respeitas Deus, a ponto de não me recusares nem sequer o teu único e querido filho!

13 Logo a seguir Abraão reparou num carneiro que estava por detrás deles, preso pelas hastes a um arbusto. Pegou então no animal e sacrificou-o sobre o altar, em lugar do filho. (Gênesis 22:1-13)

Como terão sido aqueles dias de viagem de Isaque com seu pai? Mudos e fúnebres ou um passeio alegre e barulhento? Qual foi o impacto de tudo aquilo em sua vida?

Ora, no meio do caminho ele percebeu que algo estava errado: onde estava o cordeiro para o sacrifício? Ele estava familiarizado com essa forma de expressar louvor a Deus. A pergunta dele era sincera, porque não havia qualquer motivo que o levasse a desconfiar do que estava prestes a acontecer.

Mas, quando seu pai começou a amontoar as pedras e fazer um altar, imagino que aquele moço a ficar preocupado. Quando, então, seu velho seu pai, talvez com lágrimas nos olhos, sem dizer qualquer palavra, começa a amarrar suas mãos e seus pés, o coração de Isaque começou a bater forte e o instinto de auto-proteção lhe dizia para fazer algo rápido.

Por que Isaque não reagiu à aparente loucura do pai idoso? Por que Ele se deixou amarrar sobre um monte de pedras toscas e permitiu que o pai caísse sobre ele com um cutelo?

Porque seu pai, que o amava tanto, faria isso? O que ele tinha feito de errado? Onde ele tinha perdido o amor do pai? Ou será que era o próprio Deus que não gostava dele. Porque seu pai o estava usando no lugar do cordeiro?

Talvez seu passado tenham deixado muitas marcas. Talvez as memórias que vez por outra lhe assediam a alma sejam uma mistura de lembranças alegres de lindas viagens (como aquela que Isaque fez com seu pai), e outras lembranças incompreensíveis de dores sem motivos, de perdas que não eram para acontecer, como foi com Isaque.

Isaque foi profundamente marcado por aquele momento. Talvez as marcas que ele sofreu não sejam todas boas, mas, uma delas com certeza é: ele aprendeu de forma prática que a obediência a Deus é o resultado de um coração que confia completamente no Senhor.

Se sua alma foi partida, se você se sentiu traído por aqueles a quem ama, se você se sentiu usado como um objeto... nem tudo está perdido! Há uma esperança: mesmo que você esteja no meio do sofrimento entregue-se ao Senhor. Sua dor e suas dúvidas serão transformadas em bem para sua alma, se você aprender a confiar completamente no Senhor, ao obedecê-lo acima de tudo e qualquer um.

O Senhor tem o poder torná-lo um herói da fé, assim como Ele fez com Isaque.

A Herança

Sara, mãe de Isaque, fez de tudo para preserva a herança do seu filho, e pressionou Abraão para que ele expulsasse o filho da escrava Agar. No entanto, há uma herança que não precisamos fazer muito esforço para receber: a herança da convivência com nossos pais.

Quem ainda não se pegou falando, agindo ou pensando exatamente como o pai ou a mãe faziam?!

6 Assim ficou Isaque em Gerar. E quando os homens dali lhe perguntavam quem era Rebeca, respondia: É a minha irmã! Porque tinha receio pela sua própria vida se dissesse que era a sua mulher. Temia que o matassem por causa dela, visto que era muito atraente.

7-8 Mas algum tempo mais tarde, Abimeleque, rei dos filisteus, aproximando-se de uma janela do seu palácio, viu que Isaque acariciava a Rebeca, sua mulher.

9 Então mandou chamar Isaque e exclamou: Mas afinal ela é a tua mulher! Porque é que disseste que era a tua irmã? Porque tinha medo que me matassem para ficarem com ela!

10-11 Como é que foste capaz de nos tratar desta maneira? Podia muito bem ter acontecido que alguém tentasse violá-la, e todos nos teríamos tornado culpados de um grave delito por tua causa. Assim Abimeleque mandou publicar um comunicado em que dizia: Seja quem for que tocar neste homem ou na sua mulher morrerá. (Gênesis 26:6-11)

Isaque era realmente um cidadão comum. Ele carregava consigo as influências do comportamento e dos valores de seu pai. Por essa herança ele não precisou brigar. Para ele a mentira não era uma coisa desconhecida, mas fazia parte de sua história familiar.

É assim também com você? Talvez não seja a mentira, mas seja a arrogância, ou a omissão, ou o desrespeito, ou a insatisfação, ou talvez a agressão. Talvez a tristeza pela vida, ou a euforia sem razão. Quando você menos espera... Lá está você repetindo outra vez.

Não desanime! Se Deus fez de Isaque um herói da fé, Ele também pode fazer isso com você.

Nenhum de nós é riscado do caderninho de Deus por causa de nossas limitações. Esse é um aprendizado difícil para quem vivem na base do mérito, mas é necessário se desejamos nos relacionar como o Deus da Maravilhosa Graça.

Nossas heranças familiares não são empecilhos para a ação transformadora de Deus, ao contrário. O apóstolo Paulo recebeu a seguinte palavra do Senhor “o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”. Deus toma em suas mãos os fracos, sem ânimo e derrotados e transforma essa gente em heróis da fé. Está disposto?

Pensando aquém

A palavra aquém não é muito usada, mas ela quer dizer abaixo, inferiormente, menos. Parece que o mimo excessivo e a superproteção que Isaque sofreu na infância e adolescência foram golpes poderosos na imagem que ele tinha de si mesmo. Isaque pensava sobre ele mesmo aquém do que era verdade.

16 Disse também Abimeleque a Isaque: Aparta-te de nós; porque muito mais poderoso te tens feito do que nós. 17 Então Isaque partiu dali e fez o seu acampamento no vale de Gerar, e habitou lá. (...)

26 E Abimeleque veio a ele de Gerar, com Auzate seu amigo, e Ficol, príncipe do seu exército.27 E disse-lhes Isaque: Por que viestes a mim, pois que vós me odiais e me repelistes de vós?28 E eles disseram: Havemos visto, na verdade, que o SENHOR é contigo, por isso dissemos: Haja agora juramento entre nós, entre nós e ti; e façamos aliança contigo.29 Que não nos faças mal, como nós te não temos tocado, e como te fizemos somente bem, e te deixamos ir em paz. Agora tu és o bendito do SENHOR. 30 Então lhes fez um banquete, e comeram e beberam; (Gen 26:16-30)

Abimeleque, percebeu que Isaque tinha prosperado grandemente e que tinha se tornado mais poderosos do que todos os moradores da terra. Sua primeira providência foi mandar Isaque para outro lugar. Depois de um tempo, Abimeleque pensa melhor e resolve fazer uma aliança de paz com Isaque.

No entanto, as primeiras palavras de Isaque revelam que conseguia enxergar-se como alguém com quem outras pessoas desejassem desenvolver um relacionamento de paz. Ele não tinha segurança sobre si mesmo e sua principal reclamação era o fato de se sentir odiado e rejeitado por aquelas pessoas.

27 E disse-lhes Isaque: Por que viestes a mim, pois que vós me odiais e me repelistes de vós? (Gen 26:27)

Você já passou por isso? Ou isso é uma constante em sua vida? Talvez seja hora de você olhar para si com o olhos de Deus. Veja o que ele disse para Isac no meio dessa situação:

24 E apareceu-lhe o SENHOR naquela mesma noite, e disse: Eu sou o Deus de Abraão teu pai; não temas, porque eu sou contigo, e abençoar-te-ei, (Gen 26:24)

Não tema por causa de suas fraquezas, não tema porque causa de suas carência, não tema por causa de sua humanidade pecadora e falha, O SENHOR É COM VOCÊ. E fará de você um herói da fé.

10 agosto 2008

Heróis da Fé – Abraão

Introdução

• Abrão era um semita, isto é, descendente de Sem;
• Filho de Tera, Abraão era natural da cidade de Ur dos Caldeus;
• Ur foi uma próspera cidade da Mesopotâmia localizada a cerca de 160 Km da grande Babilônia, junto ao rio Eufrates, habitada na antiguidade pelos caldeus;
• Abraão foi casado com Sara, que era sua irmã por parte de pai. Sara era uma mulher belíssima.
• Abraão se tornou um homem muito rico. Ele era dono de rebanhos, servos e servas, ouro e prata; Ele tinha vida nômade. Sua vida foi vivida debaixo de tendas.
• Abraão é considerado por muitos estudiosos como o pai do monoteísmo. Ele é o ponto comum entre as três maiores religiões monoteístas de nosso tempo: Judaísmo, Cristianismo e Islamismo;
• Em meio a uma cultura politeísta, ele respondeu com fé ao chamado do Deus único.
• Hoje, dia de homenagem aos pais, vamos refletir sobre a vida de Abraão, não só um herói da fé, mas o pai da fé.

Fatos na vida do Herói da fé

Para conhecer um pouco mais sobre Abraão, vamos ver juntos algumas das histórias que a bíblia narra a respeito desse homem:

O Chamado
1-2 O Senhor disse a Abrão: Deixa a tua terra e a tua família, o teu povo, e vai para a terra onde eu te levar. Farei que sejas pai de uma grande nação. Abençoar-te-ei e tornarei o teu nome famoso. E tu próprio serás uma bênção para muitos outros. 3 Abençoarei todos os que te fizerem bem; mas amaldiçoarei os que te fizerem mal. E por teu intermédio serão abençoados todos os povos da Terra.

4-6 E assim foi que Abrão partiu, como o Senhor lhe tinha mandado. E Ló foi também com ele. Tinha então Abrão 75 anos. E na companhia da sua mulher Sarai e de Ló, seu sobrinho, com tudo o que tinham, gado e criados que obtiveram em Harã, chegaram a Canaã. Lá vieram até um lugar perto de Siquem, e acamparam junto dum carvalho em Moré. Eram os cananeus quem habitava aquela área. (Gênesis 12:1-6)

O que você faria se Deus lhe fizesse um chamado parecido com esse? Qual seria sua resposta?

• Não, Senhor, minha vida já está toda organizada aqui mesmo;
• Senhor, é só minha opinião, mas eu acho que não precisa sair aqui de Ur para abençoar as pessoas;
• Senhor, eu realmente não sou muito exigente, então vamos deixar as coisas como estão... Eu já tenho o suficiente;
• Senhor, eu até que gosto de se chamado de teu servo, mas agora eu acho que o Senhor está se metendo demais...;

Não era muito lógico. Não fazia muito sentido sair de Ur (uma boa e próspera cidade), e levantar acampamento com família, animais, servos e servas em direção a uma terra que ele nem sabia onde era. Abraão simplesmente cumpriu aquilo que Deus tinha mandado que ele fazer. Os heróis da fé são assim, eles obedecem.

• O que você faz quando Deus fala com você? O que você faz quando a Palavra alcança o seu coração? Você arranja um desculpa sem graça e sai de fininho ou você obedece?

• O que você faz quando Deus fala que você deve perdoar a ofensa gratuita que tem consumido sua alma?

• O que você faz quando Deus lhe diz que você precisa ser paciente com as pessoas que trabalham lado a lado com você?

• O que você faz quando O Espírito de Deus fala que você deve quebrar seu orgulho e pedir perdão ao seu irmão?

• O que você faz quando o Senhor diz que você precisa ser justo com aqueles que prestam serviço para você em casa ou na empresa?

Os heróis da fé decidem obedecer, ainda que não seja fácil, ainda que não saibam exatamente como fazer, ainda que não se sintam capacitados para obedecer, ele decidem que é melhor obedecer ao Senhor.

A Mentira
10-13 Por essa altura havia uma fome terrível naquela zona; então Abrão desceu ao Egito. Ao aproximar-se dessa nova terra, pediu a Sarai, a sua mulher, que dissesse às pessoas que era sua irmã. Tu és muito bonita, disse-lhe, e quando os egípcios te virem, calculando que és a minha mulher, matar-me-ão para te ter a ti. Mas se disseres que és a minha irmã, tratar-me-ão bem por interesse por ti, e a minha vida será poupada. 14 Com efeito, quando chegaram ao Egito, toda a gente começou a falar na beleza dela.

15-16 As pessoas da corte do rei - do Faraó - foram gabá-la diante dele, e o Faraó mandou instalá-la no seu palácio. Ao mesmo tempo, por amor dela, fez muito bem a Abrão, dando-lhe presentes ricos como gado, animais de carga, e homens e mulheres como criados.

17-19 No entanto o Senhor mandou umas pragas terríveis que caíram sobre Faraó e os que viviam com ele por causa de Sarai estar ali a viver. Foi então que Faraó mandou chamar Abrão e o acusou severamente : Que é isto que me fizeste? Porque não me disseste logo que era tua mulher? Porque é que me ias deixar casar com ela dizendo que era a tua irmã? Pega nela e vai-te daqui! 20 E mandou-o embora do país, sob escolta de soldados que os acompanharam, a ele, a Sarai, e a todos e tudo quanto tinham. (Gênesis 12:10-20)

Os heróis da fé são humanos e têm suas falhas como qualquer outra pessoa. Abraão, o pai da fé, teve seus momentos de medo e insegurança. Abraão não sentiu necessidade de evocar a proteção de Deus. Ele achou que poderia resolver ele mesmo o problema que se avizinhava.

Abraão, então, bolou um plano que envolvia uma meia verdade. Sara realmente era sua meia-irmã, mas também era sua esposa. Toda meia-verdade é um mentira inteira e a mentira de Abraão era a expressão da sua falta de confiança no Senhor.

A princípio, a mentira de Abraão trouxe bons resultados. Ele foi bem tratado por Faraó, ganhou presentes caros e o status de irmão da mais bela mulher que havia aparecido por aquelas bandas nos últimos tempos.

Mas o Senhor não deixou a mentira de Abraão fosse em frente, porque havia outras conseqüências, e essas seriam trágicas para a vida tanto de Abraão quanto de Sara: eles passariam a confiar suas próprias estratégias e não aprenderiam a confiar no Senhor.

O que você faz quando a vida coloca problemas e dificuldades diante de você?

• Talvez você seja tentado a fazer como Abraão e tente resolver tudo por conta própria;
• Talvez você improvise uma meia verdade como a melhor saída;
• Talvez você até fique alegre com os primeiros resultados de sua decisão, aparentemente positivos.

O Senhor corrigiu Abraão revelando sua mentira. Deus muitas vezes faz assim com aqueles que ele deseja transformar em heróis da fé: Ele não permite que o erro prospere, Ele não deixa que os “bons resultados” encubram a atitude enganosa do coração.

Por isso, quando o Senhor revelar seus erros e suas falhas, não fique irritado, não permita que a indignação tome conta de sua alma. Seja sensível à correção do Senhor, ainda que essa correção venha da boca de alguém por quem você não tem muita simpatia, como foi o caso de Abraão.

Os heróis da fé não devem mover-se por conta própria, sem consultar o Senhor. Quando estão diante dos problemas, não devem encontrar soluções incompatíveis com sua fé, com fez Abraão, mesmo que essas decisões aparentemente pareçam dar bons resultados.

Quero encorajá-lo a aprender a esperar no Senhor Deus. Busque-o em oração. Coloque diante dele os seus medos. Certamente Ele vai cuidar de você como um pai cuida de seus filhos.

O conflito
1-2 E assim deixaram o Egito e dirigiram-se para o norte, em direção a uma região ao sul de Canaã, o Negueve. Ia com Abrão a sua mulher, Ló e tudo o que possuíam. Porque Abrão tinha-se tornado muito rico, não só em gado como em prata e ouro.

3-4 E continuou sempre para o norte em direção a Betel, até ao lugar onde tinha acampado primeiramente, entre Betel e Ai. Lá prestou novamente culto ao Senhor.

5-7 Ló também tinha enriquecido muito na companhia de Abrão, possuindo igualmente gado em abundância e muitos criados, de tal forma que aquele sítio se tornava muito acanhado para viverem juntos; porque era muito o que ambos tinham. E havia disputas entre os pastores de um e de outro. Os cananeus e os perizeus viviam por ali perto.

8-9 Então Abrão decidiu conversar seriamente com Ló sobre o assunto: Estas querelas entre a nossa gente têm que acabar. Porque a verdade é que somos parentes chegados! Ora é certo que não falta aí terra com espaço bastante para ser ocupada. O melhor portanto é separarmo-nos. Escolhe tu; eu saio daqui se quiseres ficar. Caso contrário fico eu e sais tu.

10 Ló observou então com atenção a bela e fértil planície do Jordão, bem regada como era, antes do Senhor ter destruído Sodoma e Gomorra. Toda aquela região era tão fértil que parecia o próprio jardim do Éden, ou a bela zona de Zoar, quando se entra no Egito!

11 Por isso Ló escolheu para si toda aquela planície do Jordão, que se encontrava a oriente deles. E assim deixou Abrão e foi para lá com tudo o que tinha, passando a viver no meio daquelas cidades da campina, estabelecendo-se perto de Sodoma. 12 Enquanto que Abrão continuou a viver onde estava, na terra de Canaã. (Gênesis 13:1-12)

Como é que você lida com os conflitos? Qual é sua maneira de solucionar os impasses? Que atitude você tem vontade de tomar quando está envolvido em situações desconfortáveis que precisam de uma solução?

• Talvez você seja tentado a fazer de conta que o conflito não está ocorrendo. Você simplesmente ignora a situação como se ela não existisse;
• Talvez você fique remoendo a questão e sua mente fica divagando sobre os detalhes dos problemas. Você ensaia falar, antecipa as falas do outro, pensa na resposta que vai dar, mas desiste de tudo porque “ainda não chegou a hora”;
• Talvez você sinta vontade de partir para cima da questão (e dos envolvidos) e fazer valer sua força, sua habilidade, sua superioridade e forçar a decisão em seu favor;
• Talvez você seja um negociador habilidoso e procure achar uma solução do tipo ganha-ganha onde o seu ganho seja um pouco maior do o ganho do outro.

Abraão decidiu conversar com Ló. Isso pode parecer algo muito simples, mas muitas vezes temos dificuldade de fazer. Abrão não ignorou o problema, não foi reclamar para terceiros, não ficou remoendo a questão, ele decidiu conversar com Ló.
Perceba que Abraão não procurou Ló para resolver quais eram os pastores de ovelha que tinham razão, se os dele ou se os de Ló. Ele não queria provar quem estava certo.

Por isso, Abraão foi para o âmago da questão: não fazia sentido que ele e Ló estivessem em um mesmo lugar quando havia tanta terra disponível para os dois ocuparem. Abraão queria solucionar o conflito, não apenas demonstrar que estava certo. É assim com você?

Mas Abraão era também um homem prático. Ele tinha uma solução para o conflito. Ele sugeriu que os dois se separassem. Essa proposta de Abraão não era uma estratégia de negociação com Ló. Abraão explica para Ló que está disposto a deixar que ele decida para onde quer ir. Se Ló for para um lado ele vai para outro.

• Os heróis da fé são capazes de ter prejuízos financeiros e materiais para não perder a ligação com as pessoas, porque eles entendem que a vida é mais importante que as coisas;
• Os heróis da fé são capazes de deixar o outro escolher a melhor parte, porque eles preferem os relacionamentos.
• Os heróis da fé estão dispostos a sofrer um dano pessoal em prol da solução de conflitos;

Os heróis da fé fazem assim porque confiam que independente das circunstâncias da vida o Senhor vai cuidar deles. Veja o que o Senhor disse para Abraão depois que essa questão foi solucionada:

14-17 O Senhor dirigiu-se a Abrão, depois que Lot se separou dele: Olha tão longe quanto puderes em todas as direções. Porque toda essa terra te hei-de dar a ti e aos teus descendentes. E estes virão a ser tão numerosos que, tal como acontece com os grãos de pó da terra, será impossível contá-los. Então, começa a percorrer toda a terra, em todas as direções; explora-a porque virá a ser tua.

Eu quero encorajá-lo a rever os seus conflitos nessa noite e a colocá-los diante do Senhor sob essa nova perspectiva: o Senhor cuidará de você. Por isso, preserve os relacionamentos.

A Devolução
13-16 Um dos fugitivos, que conseguira escapar, veio contar tudo a Abrão que vivia nos carvalhais que pertenciam a Mamre, o amorreu, irmão de Escol e de Aner, ambos aliados de Abrão. Quando Abrão soube que Ló tinha sido capturado, juntou todos os homens que tinham nascido ao seu serviço, ao todo trezentos e dezoito, e perseguiu as tropas vencedoras mesmo até Dan. E durante a noite atacou-as e derrotou-as, obrigando-as a fugirem, e perseguiu-as até Hoba, ao norte de Damasco, recuperando tudo que os outros tinham pilhado: as riquezas, e em particular Ló, o seu parente, e os que viviam com ele, incluindo as mulheres e o povo.

17-20 Quando Abrão regressava desta vitória contra Quedorlaomer e os reis que lhe estavam associados, no vale de Savé (hoje chamado o vale do Rei), o rei de Sodoma veio encontrar-se com ele. Melquisedeque, rei de Salém (Jerusalém), que era sacerdote do Deus altíssimo, ofereceu-lhe pão e vinho; e abençoou Abrão dizendo assim: Que a bênção do Deus supremo, Criador da Terra e de todo o universo, te seja dada, Abrão! E que seja honrado Deus que te livrou dos teus inimigos! Então Abrão deu a Melquisedeque o dízimo de tudo o que trouxera.

21 O rei de Sodoma disse-lhe: Dá-me a mim o meu povo, que foi capturado, e fica tu com tudo o que eles me roubaram da cidade. 22-24 Contudo Abrão replicou-lhe: Prometi solenemente a Deus supremo, Criador do universo e da Terra, que não ficarei com coisa nenhuma do que é teu, nem um fio sequer ou uma simples correia de sapato, para que não venhas a dizer: 'Abrão enriqueceu com o que eu lhe deixei

Há duas questões principais que precisam ser destacadas nesse texto. Elas estão ligadas à compreensão que tinha Abraão sobre a posse dos bens e da riqueza que estava em suas mãos.

Devolvendo a Deus

Voltando da batalha com os despojos da guerra, Abraão encontra-se com Melquisedeque, reis de Salém e sacerdote do Deus altíssimo. O sacerdote abençoa Abraão e glorifica a Deus pela vitória alcançada. Abraão então, entrega ao sacerdote de Deus o dízimo dos despojos de guerra.

Ainda não havia lei. Deus ainda não havia instituído os dízimos, as ofertas pacíficas, as ofertas alçadas e todas as outras formas de contribuição, mas Abraão entregou a Melquisedeque o dízimo de tudo. Abraão devolveu o que não lhe pertencia como uma expressão de confiança e gratidão ao Deus altíssimo, representado ali por aquele sacerdote.

Como anda você em relação a isso? Você se sente grato a Deus pelo que tem obtido em sua vida? Você acredita que os bens e recursos vêm às suas mãos são recebidos das mãos do Senhor como um presente dos céus? Você tem retido o que não é seu ou sente prazer e alegria em devolver ao Senhor como uma expressão de gratidão e confiança?

Quero encorajá-lo a entregar de volta ao Senhor em forma de dízimos e ofertas tudo aquilo que o Senhor lhe pedir. Não retenha o que o Senhor lhe pedir. Confie nele. Ele não só suprirá suas necessidades mas o abençoará para que você seja uma bênção, como Ele fez com Abraão.

Devolvendo às pessoas

Depois de encontra-se com Melquisedeque, Abraão encontrou com o rei de Sodoma, que havia perdido a batalha. Aquele rei, humilhado pela derrota, queria apenas que Abraão entregasse as pessoas que ele tinha resgatado. O rei de Sodoma estava pronto para abrir mão dos bens que lhe pertenciam, mas Abraão recusou-se a se aproveitar daquela situação.

22-24 Contudo Abrão replicou-lhe: Prometi solenemente a Deus supremo, Criador do universo e da Terra, que não ficarei com coisa nenhuma do que é teu, nem um fio sequer ou uma simples correia de sapato, para que não venhas a dizer: 'Abrão enriqueceu com o que eu lhe deixei’.

Qual é sua reação quando você se depara com os que foram vencidos na batalha? Como você trata aqueles que se sentem humilhados e pequenos?

• Os heróis da fé não avançam à custa das perdas daqueles que estão fragilizados e sem defesa.
• Os heróis da fé não se aproveitam daqueles que estão desesperados para vender, mas procuram pagar um preço justo pelo que compram.
• Os heróis da fé não se aproveitam da dor emocional das pessoas para extrair delas benefícios em proveito próprio, mas se dispõem a socorrer os fracos e humilhados.

Quero lhe encorajar a explorar aqueles que se sentem inferiores, mas a devolver a dignidade que eles perderam em algum lugar. Não ficarei com coisa alguma do que é teu, disse Abraão.

Conclusão

• Heróis da fé respondem em obediência quando o Senhor fala como eles.
• Heróis da fé confiam nas soluções do Senhor para os problemas da vida.
• Heróis da fé procuram resolver seus conflitos preservando os relacionamentos.
• Heróis da fé devolvem o que não lhes pertencem, tanto à Deus quanto às pessoas que os cercam.

O Senhor quer fazer de você um herói da fé.

04 agosto 2008

Instruções Finais aos Tessalonicenses

Introdução

O Apóstolo Paulo era um missionário itinerante. Ele viajou pregando o evangelho de Jesus, plantando igrejas e treinando lideranças.

Dos 27 livros do NT, 8 são cartas que Paulo escreveu às igrejas. Algumas às igrejas que ele mesmo estabeleceu, outras a igrejas que ele visitou e algumas a igrejas que ele nem mesmo conhecia pessoalmente.
Duas dessas cartas foram escritas à igreja de Tessalônica. As palavras de Paulo àqueles irmãos parecem revelar que aquela igreja tinha um lugar especial no coração do apóstolo. Tudo indica que os tessalonicenses eram como aqueles alunos estudiosos a quem os professores admiram e elogiam.

(2) Vocês todos são para nós um motivo de constante gratidão a Deus, e sempre vos nomeamos nas nossas orações; (3) nunca nos esquecemos da atividade que a fé vos inspira, de todo o vosso trabalho feito por amor cristão, da vossa persistência na esperança no nosso Senhor Jesus Cristo. (4) Nós sabemos, queridos irmãos, que foi Deus quem vos escolheu. (5) E o evangelho que vos anunciamos não vos foi comunicado apenas por meio de simples palavras, mas com poder e pelo Espírito Santo, produzindo uma grande certeza no vosso espírito. Vocês sabem como é que as nossas vidas foram no vosso meio, e por amor de vocês. (6) Conseqüentemente tornaram-se nossos imitadores, seguindo o modelo de vida que o Senhor vos comunicou. Foi no meio de muitas tribulações que vocês receberam a palavra, e com a alegria do Espírito Santo, (7) de tal forma que vocês mesmos se tornaram num exemplo para todos os crentes da Macedônia e da Acaia. (8) Na verdade por vosso intermédio a palavra do Senhor se espalhou por essas duas regiões, como também em muitos outros sítios a vossa fé em Deus se tornou conhecida. Até nem precisamos falar dela às pessoas, (9) pois elas próprias testemunham de como fomos recebidos por vocês e como se converteram a Deus e abandonaram os ídolos para servirem o Deus vivo e verdadeiro. 10 E elas falam da vossa esperança no regresso dos céus do Filho de Deus - Jesus, a quem o Pai ressuscitou da morte. Foi ele quem nos livrou do julgamento futuro. (I Tes 1:2-10 OL)

Instruções Finais

É interessante que ainda assim, ainda que Paulo tivesse um apreço especial por aqueles irmãos, ele escreveu para eles com o propósito de dar orientações e instruções sobre como deve ser a vida daqueles que entregaram o controle de suas vidas nas mãos do Deus eterno: nós.

Nós somos aqueles que passaram a confiar na eficácia da morte de Cristo para nos fazer parte da família de Deus. Nós somos aqueles que pararam de tentar alcançar os céus ficando de ponta-de-pé e que agora encontram o céu através da presença de Cristo em suas vidas. Nós somos aqueles que foram livrados da culpa do pecado, que estamos libertos do domínio do pecado e que seremos livres da presença do pecado.
Ainda assim, precisamos de orientação do Senhor para viver essa nova vida em Cristo. Por isso apóstolo escreveu para aqueles irmãos e agora nós também podemos ouvir a voz do Espírito de Deus.

12 Agora lhes pedimos, irmãos, que tenham consideração para com os que se esforçam no trabalho entre vocês, que os lideram no Senhor e os aconselham. 13 Tenham-nos na mais alta estima, com amor, por causa do trabalho deles. Vivam em paz uns com os outros.

Consideração e estima. Não é muito o que a palavra de Deus pede. Consideração para com aqueles que servem liderando e aconselhando a igreja. Estima por aqueles a quem o Senhor incumbiu de pastorear o rebanho. Infelizmente nem sempre isso acontece.
Líderes de ministério merecem nossa consideração e estima. Professores e mestres da Palavra devem ser tratados com consideração e estima. Também os pastores devem ser considerados na mais alta estima. Sabe por quê? Por causa do trabalho que fazem.
Como é difícil liderar aqueles que não querem ser liderados, que rejeitam a autoridade e não se dispões a cooperar! Como é difícil ensinar aqueles que pensam já saber tudo e perderam a postura de aprendiz que Jesus tanto ensinou. Como é difícil pastorear ovelhas que não desejam ser pastoreadas e pensam não precisar do cuidado de ninguém.

Tratar com consideração e estima é submeter-se em amor àqueles que lideram e aconselham a igreja compreendendo que eles estão cumprindo um chamado do Senhor; Essas são pessoas que o Espírito usa para aperfeiçoar nossas vidas.
Tratar com consideração e estima e estar atento às necessidades daqueles que trabalham entre nós liderando e aconselhando. Que péssimo testemunho dá a igreja que é desatenta ao justo sustento de seus líderes.

Tratar com consideração é compreender que essas pessoas são presentes que Deus deu à igreja, mas que são pessoas como todos nós somos. Não são supercrentes, não tem poderes especiais, cometem erros e falhas, precisam ser perdoados e amados.
Tratar com consideração é sustentar em oração aqueles que lideram e aconselham em nossos meio. Como precisam de oração aqueles que dia após dia ouvem o choro e a dor dos outros! Como precisam de oração aqueles que são convidados a participar da vida dos outros. Essas pessoas precisam ser sustentadas por oração constantes. Isso também é ter consideração e estima.

Paulo ensina que agindo assim estamos provendo paz no meio do povo de Deus.

14 Exortamos vocês, irmãos, a que advirtam os ociososa, confortem os desanimados, auxiliem os fracos, sejam pacientes para com todos.

Não confunda as coisas, se não pode da tudo errado. Imagine só confortar os ociosos, auxiliar os desanimados e advertir os fracos. Cada necessidade dos membros do corpo de Cristo e das pessoas em nossa volta deve ser atendida de forma adequada.
Advirtam os ociosos

Os irmãos de Tessalônica viviam a expectativa da volta imediata de Cristo. Eles estavam tão desejos de estar com Cristo que começaram a relaxar quanto às responsabilidades diárias que cada um tinha. Alguns deles deixaram seus empregos e passaram a esperar a volta de Cristo. Essas pessoas passaram então a depender da ajuda dos outros irmãos que continuavam a trabalhar.

Hoje, esse tipo de motivação não é muito comum para a ociosidade, mas existem outros motivos e outras situações que também precisam de advertência.

Ausência de tarefas domésticas - Papai e mamãe, vocês precisam ensinar os pequeninos, desde muito cedo que eles têm obrigações que precisam ser cumpridas: (1) brinquedos não voltam sozinhos para o lugar de onde foram tirados; (2) chinelos e sapatos não são peças de decoração; (3) camas não se arrumam sozinhas. Além disso, a casa tem rotinas que precisam ser compartilhadas. Esse ensino precisa acontecer desde muito cedo, porque depois é grande sofrimento consertar a ociosidade do adolescente que acostumou-se a nada fazer em casa.

Universitários dependentes – Há alguns cursos universitários que não permitem um trabalho regular por causa dos turnos em que acontecem, mas na maioria dos casos é perfeitamente possível conciliar um curso universitário com alguma atividade prática de trabalho, ainda que seja um estágio. No entanto alguns pais “protegem” seus filhos do trabalho abrindo espaço para uma ociosidade que depois vai cobrar um preço alto.

Recém casados dependentes – É cada dia mais comum que jovens se casem e passem a morar na casa dos pais de um deles. Essa é uma fórmula falida. É como dá um tiro no próprio pé. O ditado popular diz que quem casa quer casa e a bíblia diz “deixará ... pai e mãe”. O ociosidade é fruto que se colhe quando uma jovem família se acomoda na casa dos pais.

Adultos dependentes – Hoje muitos adultos que não constituíram família optam por permanecer da casa dos pais. Portanto é comum ver, principalmente homens, de 40 anos ou mais, sendo servido por mães e pais que deveriam estar em outra fase da vida. Além disso, há aqueles que mesmo casados e com família constituída sentem-se no direito de ser sustentados por parentes e amigos, sem nunca assumirem de forma plena suas responsabilidades.

Há outras expressões de ociosidade. Em nosso país é fácil ouvir alguém expressar o desejo de ganhar na loteria e parar de trabalhar. Sombra e água fresca.
Entre nós o trabalho é tratado como uma punição, um fardo do qual todo mundo que se livrar. Trabalho é sinônimo de careta e nariz torcido. É certo que o pecado transformou o trabalho em algo difícil, principalmente em uma sociedade que se especializou na exploração uns dos outros, mas aqueles que entregaram suas vidas a Jesus não devem, sob nenhuma hipótese, ceder à tentação da ociosidade.
Na segunda carta que escreveu àqueles irmãos, o Espírito de Deus foi ainda mais claro e específico sobre como aqueles que nasceram de novo devem lidar com a ociosidade.

6 Irmãos, em nome do nosso Senhor Jesus Cristo nós lhes ordenamos que se afastem de todo irmão que vive ociosamentea e não conforme a tradição que vocês receberam de nós. 7 Pois vocês mesmos sabem como devem seguir o nosso exemplo, porque não vivemos ociosamente quando estivemos entre vocês, 8 nem comemos coisa alguma à custa de ninguém. Ao contrário, trabalhamos arduamente e com fadiga, dia e noite, para não sermos pesados a nenhum de vocês, 9 não por que não tivéssemos tal direito, mas para que nos tornássemos um modelo para ser imitado por vocês. 10 Quando ainda estávamos com vocês, nós lhes ordenamos isto: Se alguém não quiser trabalhar, também não coma. 11 Pois ouvimos que alguns de vocês estão ociosos; não trabalham, mas andam se intrometendo na vida alheia. 12 A tais pessoas ordenamos e exortamos no Senhor Jesus Cristo que trabalhem tranqüilamente e comam o seu próprio pão. 13 Quanto a vocês, irmãos, nunca se cansem de fazer o bem. (2 Tes 3:6-13)

A advertência aos ociosos é para que procurem coragem da parte do Senhor Jesus para assumir suas próprias responsabilidades para consigo mesmo, para com suas família e para como a sociedade. A advertência do Espírito e para que aqueles que são tentados pela ociosidade aprendam a viver a vida conforme suas posses, a trabalhar tranquilamente e comer o seu próprio pão. Isso faz da gente pessoas mais dignas, mais seguras e mais livres.

Confortem os desanimados

A segunda orientação do Espírito nesse verso 14 é para que os desanimados sejam confortados.

Se você prestar atenção, vai perceber que aqueles que desejam ajudar alguém desanimado, normalmente fazem de tudo para animá-lo. Não suportamos ver alguém cabisbaixo, tristonho e sem ânimo perto da gente, e aí fazemos o que for possível para animá-lo. Vale dar presente, vale contar piada, vale levar pra sair, vale carinho, o importante desfazer aquele desânimo.

Mas, o apóstolo Paulo, inspirado pelo Espírito de Deus, diz que o os desanimados devem ser confortados. Há uma diferença entre animar e confortar. Animar é tentar fazer o outro esquecer os motivos do seu desânimo; confortar é ficar com a pessoa em meio ao desânimo e tornar aquele tempo menos difícil.

Para confortar os desanimados é preciso ficar junto deles. Confortar os desanimados é ficar ao lado da cama enquanto a febre não passar, afofar o travesseiro, arrumar os lençóis, cochilar ao lado da cama, mas só sair quando a febre passar.

Muitas pessoas têm dificuldade de se aproximar daqueles que sofrem com doenças crônicas ou estão em estado terminal em uma cama de hospital. A questão e que nesses casos não há nada a fazer senão afofar o travesseiro, arrumar os lençóis e quem sabe cantarola uma canção que dê paz ao coração.

Outras pessoas não são capazes de consolar simplesmente porque o que as incomoda é ter que conviver com alguém desanimado. Elas não estão necessariamente preocupadas com a dor do outro, mas em resolver o próprio desconforto de estar perto de alguém desanimado. Estão pensando apenas em si mesmos.

4 Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros. (Fil. 2:4)

Que tal se colocar a disposição para Deus o (a) use para confortar aqueles que precisam de conforto? Que tal cuidar não apenas dos seus interesses, mas também dos interesses daqueles que precisam de conforto em sua volta?

Auxiliem os fracos

Quando eu olho para a forma como tratamos os fracos em nossa sociedade, eu entendo melhor que o homem sem Deus é levado a agir pela lei do mais forte, onde os fracos são desprezados e não sobrevivem. Essa lei está embutida nos relacionamentos humanos, nas regras do mercado e nas negociações diplomáticas.

Nietzsche acreditava que os fracos e débeis deveriam ser eliminados até que viesse a surgir um novo homem, um super-homem sem traços de piedade e misericórdia, seguro de si e de seu destino. A filosofia de Nietzsche foi usada por Hitler para justificar a purificação da raça ariana com o extermínio dos judeus. Ambos negaram ao outros a misericórdia, o auxílio de que eles mesmos precisavam.

A lei de Cristo é diferente da lei do mais forte. O Espírito diz que os fracos devem ser auxiliados. Isso começa nos pequenos detalhes, quando o julgamento é substituído pela compaixão. Quando as piadinhas de corredor sobre a fraqueza do irmão são substituídas por uma atitude de auxílio.

Que grande prova de desamor é a atitude de escárnio, zombaria, pouco caso, isolamento e distanciamento daqueles que parecem fracos.

Os fracos não devem ser privilegiados. Não se deve ter pena daqueles que se demonstram fracos. Devemos é auxiliá-los em suas fraquezas.

Percebe que outra vez o Espírito de Deus nos empurra para perto das pessoas. Não dá pra auxiliar de longe, tem que se aproximar. Tem que caminhar lado a lado para saber como auxiliar da melhor maneira. Não resolve se mandar dinheiro ou encher de presentes. É preciso estar junto.

Sejam pacientes com todos

Para viver o evangelho de Jesus é preciso ser paciente. Pode parecer difícil ser paciente como os outros, sobretudo se eles são ociosos, desanimados e fracos. Mas ajuda muito quando nós olhamos para nós mesmos e vemos que não somos lá muito diferentes. Também nós precisamos ser advertidos, confortados e auxiliados. Ainda assim o Senhor é paciente conosco.

Não é possível viver o cristianismo sem o poder de Cristo. Não dá prazer essas coisas sem que Cristo seja o seu Senhor e salvador, porque só quando você entrega sua vida a Ele é que o Espírito de Deus passará a agir livremente em sua vida. Você que hoje aceitar a Jesus como seu Senhor e Salvador.