07 outubro 2007

Família: Idéia de Deus - 5/6

Por Aristarco Coelho
Igreja Batista do Caminho

É um grande desafio falar sobre família, à luz da Palavra de Deus, principalmente em nossos dias. É um desafio porque há um espírito de rejeição, quanto às orientações que Deus deixou para vivermos a vida. Esse espírito de rejeição conquistou um grande espaço na mente e no coração das pessoas nas últimas décadas.
As pessoas parecem desorientadas e sem rumo. Parecem cães que encontraram um portão aberto e correm descontrolados pelo meio da rua; giram atrás da própria calda, correm de um lado para outro da rua, avançam sobre qualquer um que vêem pela frente e, não se enganem, mordem a qualquer um que chegue perto.
É violência sobre violência, assalto sobre assalto, morte sobre morte, roubos, estupros e corrupção em todas as instâncias governamentais. A própria vida humana perdeu o valor. Essa semana morreu o bebê que foi jogado pela mãe em um rio poluído de Contagem, Minas Gerais.
A mentira que foi plantada na mente das pessoas, de que não há certo ou errado, que tudo depende do ponto de vista da pessoa, que cada um deve definir a sua própria verdade, começa a apresentar os seus frutos: as pessoas não conseguem mais separar o certo do errado e atendem a qualquer desejo que vem às suas mentes.
Dá vontade de clamar ao Senhor, como fez o profeta Habacuque:
(2) Até quando Senhor, clamarei eu, e tu não escutarás? ou gritarei a ti: Violência! e não salvarás? (3) Por que razão me fazes ver a iniqüidade, e a opressão? Pois a destruição e a violência estão diante de mim; há também contendas, e o litígio é suscitado. (Hab 1:2,3 ARA)
O profeta então foi esperar a resposta do Senhor. O Senhor não emudeceu diante do clamor do profeta. Ele respondeu! É na palavra do Senhor que encontramos consolo e orientação.
(1) Sobre a minha torre de vigia me colocarei e sobre a fortaleza me apresentarei e vigiarei, para ver o que me dirá, e o que eu responderei no tocante, a minha queixa. (2) Então o Senhor me respondeu, e disse: Escreve a visão e torna-se bem legível sobre tabuas, para que a possa ler quem passa correndo. (3) Pois a visão é ainda para o tempo determinado, e se apressa para o fim. Ainda que se demore, espera-o; porque certamente virá, não tardará. (4) Eis o soberbo! A sua alma não é reta nele; mas o justo pela sua fé viverá. (Hab 2:1-4 ARA)
O justo viverá pela fé! Essa é a resposta do Senhor. Não há outro caminho para enfrentar o mal que não seja a confiança irrestrita na soberania de Deus. Essa é a visão precisamos escrever com letras bem grandes: a crueldade e a maldade humanas só podem ser suportadas por aqueles que colocam sua confiança no Senhor. Ele é fiel e justo. Ainda que a justiça uma humana se corrompa, Ele fará justiça; Ainda que o amor desapareça, Ele continuará amando. É o caráter de Deus que nos mantém na direção certa.
(14) Não entres na vereda dos ímpios, nem andes pelo caminho dos maus. (15) Evita-o, não passes por ele; desvia-te dele e passa de largo. (16) Pois não dormem, se não fizerem o mal, e foge deles o sono se não fizerem tropeçar alguém. (17) Porque comem o pão da impiedade, e bebem o vinho da violência. (18) Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito. (19) O caminho dos ímpios é como a escuridão: não sabem eles em que tropeçam. (20) Filho meu, atenta para as minhas palavras; inclina o teu ouvido às minhas instruções. (21) Não se apartem elas de diante dos teus olhos; guarda-as dentro do teu coração. (22) Porque são vida para os que as encontram, e saúde para todo o seu corpo. (23) Guarda com toda a diligência o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida. (24) Desvia de ti a malignidade da boca, e alonga de ti a perversidade dos lábios. (25) Dirijam-se os teus olhos para a frente, e olhem as tuas pálpebras diretamente diante de ti. (26) Pondera a vereda de teus pés, e serão seguros todos os teus caminhos. (27) Não declines nem para a direita nem para a esquerda; retira o teu pé do mal. (Pro 4:14-27 NVI)
Hoje é a quinta mensagem dessa série de pregações sobre Família: uma idéia de Deus. Estamos refletindo sobre os principais desafios enfrentados pela família nesse início de século. Temos visto que a desassociação entre sexo e casamento tem gerado situações que exercem grande poder destrutivo sobre a família.
Vimos que o liberalismos sexual em seu estágio pós revolução sexual tem transformado o sexo em um mero instinto animal, abrindo as portas para a busca de prazer a qualquer custo. Prostituição, adultério, pedofilia, zoofilia, promiscuidade e pornografia fazem parte do modo de vida que tem sido apresentado como compatível como essa busca desenfreada pelo prazer.
Vimos também, através da história de Jó que as portas de entrada para essa fogueira de paixões são olhos. Essas portas que precisam ser fechadas para os estímulos que corrompem a alma humana e nos afastam do ideal de Deus.
Ainda dentro dos subprodutos dessa separação entre sexo e casamento, o terceiro grande desafio que a família enfrenta é o avanço da proposta homossexual. Uma questão que tem ganhado espaço na mídia e que se transformou em um grande mercado de consumo.
Avanço da proposta homossexual
A primeira coisa que gostaria de afirmar sobre essa questão é que Deus ama profundamente o ser humano. Nossas decisões com relação a nossa expressão sexual não mudam absolutamente nada desse amor.
O amor que Deus tem por sua criação é tão grande e tão incompreensível que Ele é capaz de nos amar intensamente mesmo quando nossa discordância com Ele se transforma em um afronta à sua vontade. A prova disso é que ele enviou seu filho para sofre a punição de pecadores rebeldes; verdadeiros inimigos de Deus, o que todos nós éramos.
É assim que acontece com relação àqueles que optam por expressar sua sexualidade através de relacionamentos com pessoas do mesmo sexo. Por isso não cabe nenhuma palavra ou atitude discriminatória em relação a qualquer pessoa que optou pelo caminho da homossexualidade.
No entanto, não podemos deixar de constatar que o avança da proposta homossexual está ligada diretamente a essa dissociação entre o sexo e casamento e à busca do prazer a qualquer custo.
A proposta homossexual tem invadido a sociedade e a igreja não apenas como uma forma de expressão de sexualidade (que vai de encontro à idéia de Deus sobre sexo e família revelada na Bíblia), mas também como um modelo de relacionamento familiar que não encontra apoio nas páginas da Escritura.
Os movimentos de apoio ao homossexualismo têm a exata noção de como esses modelos são incompatíveis com a proposta cristã para a família, e por isso eles têm avançado com firmeza para ocupar espaços e vender suas propostas através do todos os meios de comunicação existente.
A igreja, nesta questão, parece acuada. Líderes inseguros sobre como abordar a questão emudecem sobre o assunto em seus púlpitos. Mais que isso, igrejas que se dizem cristãs consagram pastores homossexuais, e autorizam esses líderes a celebrarem casamentos homossexuais.
Como a Bíblia trata a questão?
Primeiro é preciso ir ao início de tudo. O relato bíblico da criação da raça humana aponta para um projeto belo e simples. Deus criou homem e mulher, masculino e feminino. Deus os fez com a possibilidade de gerar novas vidas e criou seus corpos de forma que isso fosse possível.
(26) Então disse Deus: "Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança. Domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os grandes animais de toda a terra e sobre todos os pequenos animais que se movem rente ao chão". (27) Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. (28) Deus os abençoou, e lhes disse: "Sejam férteis e multipliquem-se! Encham e subjuguem a terra! Dominem sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se movem pela terra". (Gen 1:26-28 ARA)
Homem e mulher foram criados de forma complementar, tanto em seus corpos quanto em suas almas.
(18) Então o SENHOR Deus declarou: "Não é bom que o homem esteja só; farei para ele alguém que o auxilie e lhe corresponda". ...(21) Então o SENHOR Deus fez o homem cair em profundo sono e, enquanto este dormia, tirou-lhe uma das costelas, fechando o lugar com carne. (22) Com a costela que havia tirado do homem, o SENHOR Deus fez uma mulher e a levou até ele. (23) Disse então o homem: "Esta, sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne! Ela será chamada mulher, porque do homem foi tirada". (24) Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e eles se tornarão uma só carne. (Gen 3:18-24 NVI)
Deus poderia ter criado dois homens ou duas mulheres, mas não era essa a sua idéia para a família. Deus tinha em mente a idéia de complementaridade. Por isso ele criou seres diferentes um do outro física e emocionalmente, mas que se complementam. Faz parte do projeto de Deus que a família nasça da diferença entre um homem e uma mulher, masculino e feminino.
Os homossexuais não concordam com nada disso. Embora alguns se digam tementes a Deus e até cristãos, na sua imensa maioria eles não estão muito dispostos a tentar entender essa questão. No entanto, veja que é muito comum que nas parcerias homossexuais, seja entre homens ou entre mulheres, um dos dois normalmente assume a função da masculinidade, enquanto que o outro assume o papel da feminilidade.
Os papéis masculinos e femininos fazem parte da idéia de Deus para a família. Deus entregou aos homens a masculinidade e às mulheres a feminilidade. Aqui um alerta para os papais e mamães.
Masculinidade e feminilidade têm elementos fisiológicos e psicológicos. Isso quer dizer que a família cristã é responsável pelo desenvolvimento sadio e coerente da sexualidade de seus filhos. Meninos devem ser educados de fora a alcançarem a plena masculinidade, o que é coerente com o sexo masculino; meninas devem ser educadas em direção da plena feminilidade, o que é coerente como o sexo feminino.
John Piper e Wayne Grudem, no livro Homem e Mulher (Editora Fiel, pág. 12 e 13) apresentam definições de masculinidade e feminilidade que podem nos ajudar nessa função.
“No cerne da masculinidade madura está um senso de responsabilidade benevolente para liderar as mulheres, prover a elas e protegê-las, através de formas apropriadas aos diferentes relacionamentos de um homem.”
“No cerne da feminilidade madura está uma libertadora disposição de ratificar, receber e nutrir força e liderança de homens dignos, através de formas apropriadas aos diferentes relacionamentos de uma mulher.”
Veja que masculinidade não está ligada à violência ou a opressão, mas a uma liderança que serve, provê e protege. Veja também que a feminilidade não está ligada à subserviência, mas ao deixar-se liderar, ser provida e protegida. Deus deu a homens e mulheres estruturas emocionais e físicas diferentes e os encarregou de funções diferentes na formação da família.
No entanto, no decorrer da história humana homens e mulheres têm dito não para o que Deus pensa sobre a família. A prática do homossexualismo é uma expressão de rebeldia ao que Deus pensa sobre família e deixou revelado nas escrituras. Ora, não é de se espantar que isso aconteça. Quando estamos desconectados de Deus, todos os aspectos da vida humana perdem a direção dada por Ele. Aí vale tudo. Não poderia ser diferente em relação à sexualidade e à família.
A Bíblia, então, não se furta ao papel de comentar, exortar e orientar essa área do comportamento humano.
As leis dadas por Deus ao povo de Israel no Antigo Testamento eram bastante severas. O povo vivia em uma ambiente hostil ao pensamento de Deus, e era necessário estabelecer com força e clareza a diferença entre ser servo do Deus Criador e adorar as divindades pagãs. Além disso, elas funcionavam também como uma espécie de código civil e penal. Ainda assim, devemos observar a seriedade com que a questão da prática homossexual foi tratada:
(13) "Se um homem se deitar com outro homem como quem se deita com uma mulher, ambos praticaram um ato repugnante. Terão que ser executados, pois merecem a morte. (Lev 20:13 NVI)
Muitos povos da antiguidade acreditavam na existência de deuses que eram responsáveis pelas boas colheitas e pela fertilidade da terra, dos animais e das pessoas. Eles tinham rituais que quase sempre envolviam orgias sexuais e em muitos templos havia homens e mulheres que prestavam seus serviços, transformando-se em prostitutas e prostitutos sexuais.
O povo de Israel, no entanto, foi orientado a rejeitar essa forma de culto. Nem mesmo deveria ser aceito o dinheiro ganho como resultado desse tipo de atividade.
Não serão permitidas prostitutas em Israel – nem homens nem mulheres; muito menos com o pretexto de estarem prestando serviços ao templo. Ninguém deverá apresentar ofertas ao Senhor provenientes dos lucros ganhos por prostitutas e homossexuais. Dinheiro ganho assim não serve para cumprir promessa feita. As pessoas que vivem assim são insuportáveis aos olhos do Senhor nosso Deus! (Deut. 20:17.18 BV)
Se na antiga aliança a questão é tratada assim abertamente, no novo testamento não poderia ser diferente. Não omissão sobre o assunto da prática do homossexualismo.
Uma das cartas mais densas escritas pelo apóstolo Paulo foi a carta aos Romanos. Roma era uma cidade de moral pervertida, cheia de idolatria e de todo tipo de expressão de sexualidade. Seus governantes eram mais devassos quanto mais alta era patente. Era esse o ambiente em que viviam os irmãos a quem Paulo escreveu sua carta.
(18) Portanto, a ira de Deus é revelada dos céus contra toda impiedade e injustiça dos homens que suprimem a verdade pela injustiça, (19) pois o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. (20) Pois desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua natureza divina, têm sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio das coisas criadas, de forma que tais homens são indesculpáveis; (21) porque, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe renderam graças, mas os seus pensamentos tornaram-se fúteis e o coração insensato deles obscureceu-se. (22) Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos (23) e trocaram a glória do Deus imortal por imagens feitas segundo a semelhança do homem mortal, bem como de pássaros, quadrúpedes e répteis. (24) Por isso Deus os entregou à impureza sexual, segundo os desejos pecaminosos do seu coração, para a degradação do seu corpo entre si. (25) Trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram a coisas e seres criados, em lugar do Criador, que é bendito para sempre. Amém. (26) Por causa disso Deus os entregou a paixões vergonhosas. Até suas mulheres trocaram suas relações sexuais naturais por outras, contrárias à natureza. (27) Da mesma forma, os homens também abandonaram as relações naturais com as mulheres e se inflamaram de paixão uns pelos outros. Começaram a cometer atos indecentes, homens com homens, e receberam em si mesmos o castigo merecido pela sua perversão. (28) Além do mais, visto que desprezaram o conhecimento de Deus, ele os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem o que não deviam. (29) Tornaram-se cheios de toda sorte de injustiça, maldade, ganância e depravação. Estão cheios de inveja, homicídio, rivalidades, engano e malícia. São bisbilhoteiros, (30) caluniadores, inimigos de Deus, insolentes, arrogantes e presunçosos; inventam maneiras de praticar o mal; desobedecem a seus pais; (31) são insensatos, desleais, sem amor pela família, implacáveis. (32) Embora conheçam o justo decreto de Deus, de que as pessoas que praticam tais coisas merecem a morte, não somente continuam a praticá-las, mas também aprovam aqueles que as praticam. (Rom 1:18-32)
Os irmãos da cidade de Corinto também foram alertados em relação a esta questão. Paulo usou duas palavras quando se referiu ao que praticam o homossexualismo: malakós (μαλακός), palavra originalmente usada para descrever um tecido suave e arsenokoítês (ἁρσενοκοίτες), que é a junção das palavras arsen (homem) e koite (cama ou leito).
(9) Vocês não sabem que os perversos não herdarão o Reino de Deus? Não se deixem enganar: nem imorais, nem idólatras, nem adúlteros, nem homossexuais passivos ou ativos e, (10) nem ladrões, nem avarentos, nem alcoólatras, nem caluniadores, nem trapaceiros herdarão o Reino de Deus. (1 Cor 6:9,10)
Timóteo, o jovem pastor, também recebeu orientação sobre o assunto.
(5) O objetivo desta instrução é o amor que procede de um coração puro, de uma boa consciência e de uma fé sincera. (6) Alguns se desviaram dessas coisas, voltando-se para discussões inúteis, (7) querendo ser mestres da lei, quando não compreendem nem o que dizem nem as coisas acerca das quais fazem afirmações tão categóricas. (8) Sabemos que a Lei é boa, se alguém a usa de maneira adequada. (9) Também sabemos que ela não é feita para os justos, mas para os transgressores e insubordinados, para os ímpios e pecadores, para os profanos e irreverentes, para os que matam pai e mãe, para os homicidas, (10) para os que praticam imoralidade sexual e os homossexuais, para os seqüestradores, para os mentirosos e os que juram falsamente; e para todo aquele que se opõe à sã doutrina. (1 Tim 1:5-10)
Conclusão
Quando o sexo assume uma dimensão na vida humana maior do que aquela que Deus projetou, tudo pode acontecer; Quando o prazer passa a ser um fim em si mesmo, vale tudo; Quando o ser humano vira as costas para Deus e não reconhece que as palavras dele são vida, nos tornamos uma espécie mortos-vivos.
Não há pecadinhos e pecadões. Todo pecado é uma afronta a Deus e todo pecador, seja ele um ladrão, um adúltero, um beberão, um homossexual, um corrupto ou um desonestos precisa reconhecer o seu pecado, arrepender-se e pedir ao Senhor o poder para mudar.
No que diz respeito à família, o avanço do homossexualismo é uma ameaça ao modelo de família deixada por Deus e por isso é um grande desafio para quem deseja viver família segundo a palavra de Deus. Essa é uma questão sobre a qual não cabe negociação.
Um grande desafio se coloca para a Igreja do Senhor Jesus Cristo: Oferecer um ambiente onde se promova a correta e saudável expressão sexual. Um ambiente tão cheio de amor e segurança quanto à vontade de Deus que exerça uma atração irresistível sobre aqueles que optaram pelo homossexualismo e os conduza aos pés de Cristo e a compreensão do amor indescritível que Ele tem por nós.
Um grande desafio se coloca para as famílias cristãs: assumir a responsabilidade pela orientação sexual de seus filhos, ensinando aos pequeninos, à luz da idéia de Deus para a família, maneiras adequadas para expressão de masculinidade e feminilidade. Papai e Mães, isso faz parte de sua tarefa.
Que o Senhor nos ajude e nos fortaleça para os tempos tenebrosos que ainda iremos enfrentar. Que o Espírito de Deus no encha de sabedoria e nos ensine. Que a Graça maravilhosa do Senhor Jesus alcance todo o povo de Deus agora e para sempre.

24 setembro 2007

Família: Idéia de Deus - 4/6

Por Aristarco Coelho
Igreja Batista do Caminho

Em nossa quarta mensagem sob o tema “Família: Idéia de Deus” quero refletir com os irmãos sobre os principais desafios enfrentados pela família nesse início de século.
Para introduzir alguns desses desafios, gostaria de apresentar um diagnóstico feito pelo sociólogo José Pastore da Universidade de São Paulo. Em um texto de sua autoria sobre a situação sócio-econômica da mulher, divulgado pelo Conselho nacional de Direitos da Mulher, ele diz:
“Até o final dos anos 50, o relacionamento sexual se baseava no engajamento amoroso de longa duração. Para ter sexo era preciso casar. Na década de 60, o mundo assistiu a separação entre sexo e casamento. O sexo atrelou-se à sinceridade dos parceiros, e não necessariamente ao casamento. O sexo fora do casamento deixou de ser tratado como expressão do pecado, passando a ser considerado como uma saudável expressão de amor. Mas a família continuou essencial para criar a prole. Na década de 90, porém, o casamento começou a se descolar da família. Hoje, muitas crianças vêm sendo geradas e criadas por parceiros não casados, e que não pretendem se casar... Assim, num primeiro estágio, o sexo se separou do casamento. Agora o casamento ameaça se dissociar da família... Resta saber qual será o impacto dessa inovação sobre os produtos do relacionamento - os filhos. Só o futuro dirá. Afinal, as crianças nascem sem voz, voto ou veto.”
Penso que José Pastore fez uma leitura correta da situação. Muitos dos problemas enfrentados por quem deseja viver família nos dias de hoje estão relacionados à desconstrução dessa liga que dá sustentação à estrutura social: Sexo, Casamento e Família.
Esses três elementos foram amalgamados pelo Senhor desde a criação do homem, mas vêm sendo separados uns dos outros nos últimos 50 anos. Em Gênesis 2:24, vemos claramente essa liga de sustentação:
Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne. (Gen 2:24)
Deixar pai e mãe é formar uma família; unir-se a sua mulher aponta para o casamento, o que autoriza tornar-se uma só carne, e isso inclui o sexo.
Nessa liga, são consideradas lícitas apenas as relações sexuais que fazem parte do contexto do casamento que é o ponto de partida a formação de uma família. Assim, é preciso casar para formar uma família e desfrutar de sexo lícito.
O Sexo desassocia-se do casamento
A partir da década de 60 do século 20, o sexo passou a ser considerado lícito também fora do casamento e, assim, deixou de ser necessário casar para desfrutá-lo. A partir dessa nova compreensão, basta a sinceridade dos envolvidos para que o sexo seja uma experiência moralmente correta. Esse momento de ruptura é muito importante para a família.
A questão principal não é que os anos 60 trouxeram o sexo fora do casamento (ele sempre existiu). A questão é que, a partir desse momento, a sociedade deixou de considerar isso como pecado e começou a tratar como uma expressão de amor e sinceridade.
Perdeu-se quase completamente a noção de que há um tempo certo e um cenário apropriado para o sexo. Esse cenário, chamado casamento, onde existem direitos e responsabilidades mútuas, foi substituído por uma visão hedonista da existência através da qual as pessoas e os relacionamentos servem apenas como meios para obtenção de prazer.
Alguns subprodutos dessa primeira ruptura como o Liberalismo Sexual, a Pornografia e o Avanço da Proposta Homossexual, se tornaram grandes desafios para a família:
Liberalismo Sexual
Vivemos hoje na pós-revolução sexual. A busca pelo prazer a qualquer custo tem levado os jovens a se iniciarem cada vez mais cedo na vida sexual. Na verdade, antes mesmo da adolescência, nossos filhos são expostos diariamente a uma cultura sensual e erótica.
Novelas, filmes e comerciais bombardeiam os olhos e a mente de nossos pequeninos com idéias e valores sobre o sexo que lhes roubam a infância e a ingenuidade. Nas meninas, a menarca chega cada vez mais cedo; nos meninos se desenvolve o interesse precoce pelos estímulos sexuais.
Quando chegam à adolescência a pressão por sexo é tremenda e a turma está sempre cobrando uma vida sexual ativa. Os resultados são mudanças visíveis e trágicas: a redução na média de idade na primeira relação sexual, o aumento do número de adolescentes grávidas, a multidão de filhos sem pais e a rejeição da virgindade como um símbolo de domínio próprio, respeito e honra.
Na juventude, alguns competem na quantidade e variedade de parceiros sexuais. Essa promiscuidade, que é aceita e incentivada por nossa sociedade permissiva é uma das principais formas de contaminação pelo vírus da AIDS. A saída encontrada são campanhas recomendando o sexo seguro com o uso de preservativos (porque não há campanhas incentivando o sexo dentro do casamento e a fidelidade conjugal como métodos de prevenção 100% seguros?).
Solteiros promíscuos arriscam-se a si mesmos e a seus muitos parceiros; Casados promíscuos colocam em risco também o cônjuge fiel que se considera protegido pela falsa integridade de seu relacionamento.
Na verdade parece que o Sexo se transformou em uma brincadeira irresponsável e sem limites.
Será que é assim? Sexo é como fazer uma caminhada, pular corda ou jogar uma partida de futebol, apenas uma atividade física? Claro que não! Ele tem consigo ligações físicas, emocionais e espirituais que não podem ser esquecidas.
(12) "Tudo me é permitido", mas nem tudo convém. "Tudo me é permitido", mas eu não deixarei que nada me domine. (13) "Os alimentos foram feitos para o estômago e o estômago para os alimentos", mas Deus destruirá ambos. O corpo, porém, não é para a imoralidade, mas para o Senhor, e o Senhor para o corpo. (14) Por seu poder, Deus ressuscitou o Senhor e também nos ressuscitará. (15) Vocês não sabem que os seus corpos são membros de Cristo? Tomarei eu os membros de Cristo e os unirei a uma prostituta? De maneira nenhuma! (16) Vocês não sabem que aquele que se une a uma prostituta é um corpo com ela? Pois, como está escrito: "Os dois serão uma só carne". (17) Mas aquele que se une ao Senhor é um espírito com ele. (18) Fujam da imoralidade sexual. Todos os outros pecados que alguém comete, fora do corpo os comete; mas quem peca sexualmente, peca contra o seu próprio corpo. (19) Acaso não sabem que o corpo de vocês é santuário do Espírito Santo que habita em vocês, que lhes foi dado por Deus, e que vocês não são de si mesmos? (20) Vocês foram comprados por alto preço. Portanto, glorifiquem a Deus com o seu próprio corpo. (1 Co 6:12-20 NVI)
A tentativa de tornar o sexo uma mera expressão física, um mero instinto animal, não encontra respaldo na Palavra de Deus. Tornar-se uma só carne é o ápice de um processo de convergência mútua de propósitos, sonhos, objetivos e crenças. Sexo é unir-se a outra pessoa física, emocional e espiritualmente: uma expressão de plena unidade.
É por isso que a Bíblia leva tão a sério a forma como expressamos nossa sexualidade e coloca nossas práticas sexuais lado a lado com questões ética, morais e espirituais.
Digno de honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula; porque Deus julgará os impuros e adúlteros. (Heb 13:4)
Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos impuros, aos feiticeiros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte. (Rev 21:8)
(9) Não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, (10) nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbedos, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus. (11) E tais fostes alguns de vós; mas fostes lavados, mas fostes santificados, mas fostes justificados em nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus. (1Co 6:9-11)
(3) Mas a prostituição, e toda sorte de impureza ou cobiça, nem sequer se nomeie entre vós, como convém a santos, (4) nem baixeza, nem conversa tola, nem gracejos indecentes, coisas essas que não convêm; mas antes ações de graças. (5) Porque bem sabeis isto: que nenhum devasso, ou impuro, ou avarento, o qual é idólatra, tem herança no reino de Cristo e de Deus. (Eph 5:3)
Nestes textos a palavra grega traduzida como impuro ou devasso é por'-nos (a mesma palavra que deu origem à pornografia) e tem o sentido de debochado, libertino ou fornicador. São textos que nos desafiam a uma vida pessoal santa.
Pornografia
Outro subproduto da independência entre o sexo e o casamento que ameaça a família é a proliferação da pornografia. Os meios de comunicação estão inundados de imagens pornográficas que reduzem o sexo a algo vulgar, mundano, subumano e pecaminoso.
A pornografia não atinge apenas as crianças e adolescentes, ao apresentar para eles uma caricatura do sexo; nem tampouco apenas os jovens, seduzindo-os com prazer fácil e sem compromisso. Muitos casais estão presos ao uso de filmes e brinquedo pornográficos e chegam a incluir terceiros em seus relacionamentos, tudo em busca de prazer. Sem perceber estão tomando veneno com gosto de açúcar.
Os homens os mais assediados pela pornografia, porque Deus nos fez estimulados através da visão (embora muitas mulheres já possam listar a pornografia como mais uma de suas conquistas). Jesus afirmou que a visão é uma porta de entrada inclusive ao adultério.
(27) Ouvistes que foi dito: Não adulterarás. (28) Eu, porém, vos digo que todo aquele que olhar para uma mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela. (Mat 5:27-28)
Houve um homem que fez um pacto com seus olhos. Um pacto de integridade que todos os homens cristãos precisam fazer. O nome desse homem é Jó. Ele apresentou sua defesa diante dos amigos que o acusavam de pecado e explicou esse pacto as razões que o motivaram a fazê-lo.
(1) Fiz acordo com os meus olhos de não olhar com cobiça para as moças. (2) Pois qual é a porção que o homem recebe de Deus lá de cima? Qual a sua herança do Todo-poderoso, que habita nas alturas? (3) Não é ruína para os ímpios, desgraça para os que fazem o mal? (4) Não vê ele os meus caminhos, e não considera cada um de meus passos? (5) Se me conduzi com falsidade, ou se meus pés se apressaram a enganar, (6) - Deus me pese em balança justa, e saberá que não tenho culpa – (7) se meus passos desviaram-se do caminho, se o meu coração foi conduzido por meus olhos, ou se minhas mãos foram contaminadas, (8) que outros comam o que semeei, e que as minhas plantações sejam arrancadas pelas raízes. (9) Se o meu coração foi seduzido por mulher, ou se fiquei à espreita junto à porta do meu próximo, (10) que a minha esposa moa cereal de outro homem, e que outros durmam com ela. (11) Pois fazê-lo seria vergonhoso, crime merecedor de julgamento. 12 Isso é um fogo que consome até a Destruição; teria extirpado a minha colheita.
Jó fez um pacto consigo mesmo e com Deus. Um pacto com o propósito de NÃO fixar seus olhos em outra mulher que não fosse a sua. E embora isso possa parecer impossível para muitos homens e seja difícil de acreditar para muitas mulheres, Jó foi bem sucedido.
Deus mesmo foi quem atestou o sucesso de Jó.
E disse o SENHOR a Satanás: Observaste tu a meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus, e que se desvia do mal. (Job 1:8)
Esse pacto de NÃO fixar os olhos em outra mulher que não fosse a sua, envolveu pelo menos três outros compromisso que serviram de suporte para que ele alcançasse o seu objetivo:
a) Não mentir ou enganar (v.5);
Jó compreendeu que para honrar o pacto que fizera com Deus era preciso agir com integridade e rejeitar a mentira e o engano. Mentira e engano são atitudes que preparam o terreno para a pornografia e impureza sexual.
· Folhear o encarte do jornal de forma aparentemente despretensiosa, mas ficar ligado nas propagandas de lingerie é mentir e enganar.
· Dizer que vai assistir o jornal da noite, mas ficar zapeando na TV em busca de alguma cena picante é mentir e enganar.
· Afirmar que vai acessar o Orkut e passar antes pelas páginas do ensaio fotográfico do mês é mentir e enganar.
· Dizer que chegou mais tarde porque se complicou no trabalho, quando na verdade passou um tempo na Lan House é mentir e enganar.
Não é possível crescer em credibilidade quando se cultiva mentiras no decorrer do dia. Não é possível crescer em dignidade enganando os outros e se escondendo atrás de uma farsa.
Jó decidiu não mentir nem enganar ninguém.
b) Não permitir que o coração seja conduzido pelos olhos (v.7);
Outra decisão de Jó foi não permitir que suas emoções fossem guiadas pelos seus olhos. Esse é o segundo estágio. Pode ser que você tenha usado a mentira para preparar o terreno da pornografia, mas você não precisa deixar essa história chegar ao final.
· Pare de folhear o encarte do jornal e passe a ler o jornal.
· Durma mais cedo ou tente ler um livro ou uma revista.
· Mude a posição do computador, acesse de portas abertas.
· Seja transparente sobre seus horários de saída e chegada.
(6) O SENHOR disse a Caim: "Por que você está furioso? Por que se transtornou o seu rosto? (7) Se você fizer o bem, não será aceito? Mas se não o fizer, saiba que o pecado o ameaça à porta; ele deseja conquistá-lo, mas você deve dominá-lo". (Gen 4:6-7)
c) Não desejar outra mulher que não seja a sua.
A terceira decisão de Jó foi não desejar outra mulher que não seja a sua. Para se proteger disso ele tomou duas providências:
Primeiro não se deixar seduzir. É muito fácil entrar um jogo de sedução. No início parece uma brincadeira boba, mas é um jogo de cartas marcadas e o final é conhecido de todos. Se você não quer o final, não jogue o jogo da sedução.
Segundo não ficar espreitando a casa ou a vida ou mulher de quem quer que seja. Se você começar a observar... e considerar... e admirar... e elogiar... o desejo será o próximo passo.
Há um livro chamado “O Mito da Grama Mais Verde” em que o autor defende a tese de temos a tendência de valorizar o que não possuímos e desprezar o que está ao nosso alcance.
Faça um pacto com Deus sobre onde seus olhos vão repousar e permanecer. Faça como fez Jó. Decida em seu coração não em fixar seus olhos em nada e ninguém em que essa atitude não seja legítima.
Conclusão
Famílias sofrem por causa dessa separação entre o sexo e o casamento. Esposas sofrem com maridos que sucumbiram à pornografia. Maridos sofrem com esposas que se renderam à sedução como estratégia de sobrevivência. Famílias sofrem com seus orçamentos estourados por causa do preço pago pela diversão sexual. A igreja sofre com casamentos à beira do desastre. A sociedade sofre pela expressão desenfreada da sexualidade humana.
É hora de darmos um basta e reconectarmos os fios partidos. É no casamento que o sexo pode ter expressão para rica e repleta de prazer. Deus não rejeita o sexo, mas espera que ele seja vivido na dimensão em que Ele o projetou para nós.
(2) Ah, se ele me beijasse, se a sua boca me cobrisse de beijos... Sim, as suas carícias são mais agradáveis que o vinho... (10) Como são belas as suas faces entre os brincos, e o seu pescoço com os colares de jóias! (13) O meu amado é para mim como uma pequenina bolsa de mirra que passa a noite entre os meus seios. (15) Como você é linda, minha querida! Ah, como é linda!... (16) Como você é belo, meu amado! Ah, como é encantador! Verdejante é o nosso leito. 17 De cedro são as vigas da nossa casa, e de cipreste os caibros do nosso telhado. (Ct 1)
(2) Como um lírio entre os espinhos é a minha amada entre as jovens. A Amada... (3) Como uma macieira entre as árvores da floresta é o meu amado entre os jovens. Tenho prazer em sentar-me à sua sombra... (6) O seu braço esquerdo esteja debaixo da minha cabeça, e o seu braço direito me abrace. (16) O meu amado é meu, e eu sou dele; (Ct 2)
(9) Você fez disparar o meu coração, minha irmã, minha noiva; fez disparar o meu coração com um simples olhar, com uma simples jóia dos seus colares. (10) Quão deliciosas são as suas carícias... São mais agradáveis que o vinho, e a fragrância do seu perfume supera o de qualquer especiaria! (11) Os seus lábios gotejam a doçura dos favos de mel, minha noiva; leite e mel estão debaixo da sua língua. A fragrância das suas vestes é como a fragrância do Líbano. (12) Você é um jardim fechado, minha irmã, minha noiva; você é uma nascente fechada, uma fonte selada. (13) De você brota um pomar de romãs com frutos seletos, com flores de hena e nardo, (14) nardo e açafrão, cálamo e canela, com todas as madeiras aromáticas, mirra e aloés e as mais finas especiarias. (16) Acorde, vento norte! Venha, vento sul! Soprem em meu jardim, para que a sua fragrância se espalhe ao seu redor. Que o meu amado entre em seu jardim e saboreie os seus deliciosos frutos. (Ct 1)
Hoje eu gostaria de dar oportunidade para você clamar a Deus pela restauração da liga que Ele estabeleceu no Éden para fazer diferença em nossa sociedade. Decida hoje pedir ao Senhor que restaure essa área tão importante de sua vida e o ajude a adotar, na totalidade, os padrões de Deus para o Sexo, o Casamento e a Família.
Fale isso para Ele agora, em oração.
Primeiro confesse o seu pecado pelo nome que ele tem. Deus se alegra quando confiamos nele o bastante para escondermos nada. Confesse todos eles, desde aqueles que parecem inofensivos até aqueles que você considera mais graves. O Senhor deseja perdoar todos eles.
Peça perdão ao Senhor. Antes de tudo seu pecado é uma ofensa contra Ele. Reconheça que o seu pecado tem causado dor e sofrimento a você mesmo e a outros. Peça sabedoria a Deus para descobrir as formas de pedir perdão às pessoas que você magoou.

Se você é casado, peça ao Senhor que faça da sua cama um leito sem mácula. Se você é solteiro, viúvo ou separado peça ao Senhor que preserve seu testemunho e supra suas necessidades. Se você está namorando peça ao Senhor decisão e coragem para demonstrar seu amor esperando o tempo certo. Decida agora fazer um pacto, assim com Jó fez. Um pacto de integridade e pureza.

Família: Idéia de Deus - 3/6

Depois de refletirmos sobre a família ampliada suas raízes e conseqüências, para concluir o cenário sobre as várias faces da família, vamos falar hoje sobre outras maneiras através das quais a família se expressa em nossos dias.

Famílias nucleares

Embora esteja em decréscimo vertiginoso, as famílias nucleares ainda se constituem a maioria do cenário familiar brasileiro. Pai, mãe e filhos. Onde o pai é o principal mantenedor da casa, a mãe a principal responsável pelo equilíbrio doméstico e os filhos são prole exclusiva do casal.
Essa família nuclear, hoje, tem diversas variações. Algumas delas merecem uma reflexão mais detida.
a) Quem é que sustenta a casa? – Essa é uma questão que tem raízes profundas. Os tradicionais papéis do homem e da mulher dentro da família foram demolidos nas últimas décadas. As mulheres, oprimidas e desconsideradas dentro de suas próprias casas, procuraram refúgio, segurança e valorização fora delas.
Homens, que antes impunham sua vontade pela força do dinheiro, não têm como repetir o que faziam seus pais e avós porque agora ela ganha mais do que ele.
Muitos desses homens não sabem como reagir diante dessa realidade porque aprenderam com seus pais e avós que os homens devem mandar. Para esses homens o casamento é uma guerra de poder pra ver quem manda mais; quanto mais dinheiro se ganha, mas munição para ganhar a guerra.
Os homens são chamados a assumir a responsabilidade de manter seus lares, isso é uma verdade bíblica, mas não há qualquer proibição para que as mulheres, ou mesmo os filhos, também participem. Pelo contrário, veja os conselhos do sábio Salomão sobre o perfil de uma esposa virtuosa.
(10-12) Quem arranjar uma mulher virtuosa, é como se tivesse encontrado um tesouro de alto valor. O seu marido tem confiança nela, e os recursos materiais nunca lhe faltarão. Nunca se tornará um empecilho para o seu esposo; pelo contrário, sempre o ajudará a vida toda. (13) Compra tecidos, compra lã, e vai costurando e trabalhando, com gosto, com as suas mãos. (14) Trata de se fornecer previdentemente com os alimentos necessários à sua casa. (15) Levanta-se cedo, escuro ainda, para preparar as refeições para a família e distribuir o trabalho pelos empregados. (16) Se é preciso comprar um terreno, vai pessoalmente examiná-lo com cuidado. Ela própria cultiva as suas hortas e pomares. (17) Concentra as energias, e procura ganhar forças para o trabalho que lhe compete. (18) É cuidadosa em tudo o que compra. E durante a noite há sempre uma luz acesa na casa. (19-20) Pega de boa vontade nas suas costuras, nas suas malhas, e trabalha confeccionando roupa para os necessitados, a quem as oferece com generosidade. (21-22) Também não tem receio do Inverno, para a família, porque tem roupa quente suficiente para todos. Prepara cobertores, lençóis, toalhas, cortinas com tecidos escolhidos. A roupa com que se veste é fina e de boa qualidade. (23) O seu marido é conhecido pela sua dignidade e pela sua participação honesta na vida cívica da localidade. (24) Ela própria também faz roupa que vende aos negociantes. (25-26) É uma mulher com energia e dignidade e não tem medo da velhice. Quando fala é com graça e sabedoria. É agradável em tudo quanto diz. (27) Zela pelo governo da casa; para ela não há preguiça. (28-29) Os seus filhos bendizem-na; e o marido louva-a dizendo: Há muita mulher virtuosa neste mundo, mas tu és superior a todas! (30-31) Os encantos femininos podem enganar; a beleza não dura sempre. Mas uma mulher que ama e teme Deus, essa merece todos os elogios. Será louvada por tudo o que faz, e os seus atos virtuosos serão reconhecidos publicamente. (Prov 31:10-31)
Há pelo menos dois desafios que ganham outra dimensão quando em uma família a mulher é a principal responsável pelo sustento de casa:
O primeiro desafio é o da liderança: Homens, precisamos aprender a liderar como Jesus ensinou. Isso não depende de quanto você ganha, mas de sua disposição em servir. A liderança do lar é conquistada pelo serviço. Não importa quanto você ganha, é preciso deixar de um chefe que só deseja ser servido para se tornar um líder que se alegrar em servir sua esposa e seus filhos.
O Segundo desafio é o da submissão: Mulheres, Deus não chamou você para entrarem no mesmo jogo de poder dos homens, um jogo com motivações escusas, egoísmo e muita insegurança. Deus a chamou para cooperar com seu esposo e ser por ele liderada. Não importa quanto você ganha, submeter-se à liderança cuidadosa e amorosa do seu esposo é o chamado de Deus para você.
b) Os meus, os seus e os nossos – Cresceu tanto o número de divórcios e novos casamentos que passou a ser comum que em uma família se tenha filhos do casal juntamente com outros filhos dos primeiros casamentos de um, ou até dos dois cônjuges.
Aqui não adianta querer dizer que não é, porque essa situação é sempre conflituosa. Há disputas de amor, de atenção e de recursos. É muito fácil que a mágoa e o ressentimento encontrem espaço para crescer e dar frutos de amargura no coração dos filhos e dos pais.
Essa configuração não é o ideal de Deus. Talvez até pudéssemos repetir a explicação de Jesus quando respondeu aos fariseus sobre o divórcio: mas não foi assim desde o começo (Mat 19:8).
Ainda que situações como essas sejam conseqüências dos nossos próprios pecados (conseqüências com as quais temos que lidar), Deus não nos deixa abandonados.
No Éden, quando Adão e Eva desconfiaram da bondade de Deus e por isso desobedeceram às suas orientações o Senhor não virou as costas para eles. Deus providenciou roupas (túnicas de peles - Gen 3:21) para aquecê-los e vesti-los. O Senhor é assim: justo e amoroso ao mesmo tempo. Deus deixou princípios que podem nos ajudar a lidar com os prejuízos do pecado.
Primeiro é preciso compreender nossa situação diante de Deus. O ditado popular diz que todo mundo é filho de Deus, mas isso não é verdade. Nem todos são filhos de Deus. Na verdade, Deus tem um único filho e o seu nome é Jesus.
(16) Deus amou tanto o mundo que deu o seu único Filho para que todo aquele que nele crê não se perca espiritualmente, mas tenha a vida eterna. (17) Deus não mandou o seu Filho para condenar o mundo, mas para o salvar. (18) Para os que confiam nele como Salvador não há condenação eterna. Mas os que não confiam nele já estão julgados e condenados por não crerem no Filho único de Deus. (João 3:16-18 – O Livro)
(10) Esteve neste mundo, que foi criado por ele, mas não o conheceram. (11) Veio para o seu povo e os seus não o receberam. (12) Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus. Bastava confiarem nele como Salvador. (13) Esses nascem de novo; não no corpo nem de geração humana, mas pela vontade de Deus.( João 1:10-13 – O Livro)
Portanto, todos nós, que um dia fomos libertados da condenação através da nossa fé no filho único de Deus, fomos adotados por Ele em sua família. Não tínhamos o direito de nos dizer filhos de Deus, mas recebemos esse direito por causa de nossa confiança nele como nosso salvador.
Deus é nosso pai por adoção. Ele escolheu nos amar. Ele nos deu as credenciais de filhos e nos amou como se filho fôssemos. É esse o tipo de amor que você precisa ter pelo filho do seu cônjuge. Você precisa escolher adotá-lo em sua família. Precisa desejar amá-lo e fazê-lo seu filho. Você deve dar ao filho do seu cônjuge o direito de sentir-se parte da família por causa do amor que você tem por ele.
...não devemos ser como escravos medrosos e servis, mas devemos nos comportar como verdadeiros filhos de Deus, recebidos no seio da sua família e chamando-lhe realmente querido Pai. (Rom 8:15)
É um grande desafio que precisa ser enfrentado com coragem e confiança. Sempre lembrando do amor do Pai por você.

Famílias com um só cônjuge

Essa é uma configuração cada dia mais comum em nossa sociedade. Além da perda do cônjuge por morte, as famílias com um só cônjuge têm-se formado a partir da paternidade e da maternidade irresponsáveis, do divórcio e separação sem novo casamento e até mesmo da decisão por uma “produção independente”.
A perda precoce do esposo ou da esposa é uma das situações mais traumáticas na vida de uma pessoa. Tocar a família sozinho (a) não será nada fácil. Em vários aspectos, essa situação é parecida com o divórcio ou a separação sem novo casamento: de repente um dos cônjuges se vê com todas as responsabilidades sobre suas costas.
As estatísticas dizem que a maioria dos homens nessa situação acaba encontrando uma nova companheira, enquanto que a maior parte das mulheres decide caminhar só. Minha palavra é para aqueles (homens e mulheres) que tem sob seus ombros toda a responsabilidade do lar.
Compreenda que o Senhor não a abandonará. Aproprie-se das promessas de Deus. Ele será a sua esposa, Ele será o seu marido. Ele é suficiente. Por isso não se angustie em seu coração nem tome decisões precipitadas. O Senhor a conhece e está cuidando de você. Ouça o que Ele diz:
(4) Não temas, porque não serás envergonhada; e não te envergonhes, porque não sofrerás afrontas; antes te esquecerás da vergonha da tua mocidade, e não te lembrarás mais do opróbrio da tua viuvez. (5) Pois o teu Criador é o teu marido; o Senhor dos exércitos é o seu nome; e o Santo de Israel é o teu Redentor, que é chamado o Deus de toda a terra. (Isa 54:4-5)
Famílias com um só cônjuge precisam estar abertas para serem ajudadas. Não dá pra fazer tudo só. Se pai e mãe ao mesmo tempo e o tempo todo, não dá. Você precisa aceitar ajuda. O fato de você estar só não significar que você deva permanecer solitária (o).
A igreja tem um papel importante nessas situações. Jesus disse que ele proveria pais, mães, irmãs e irmãos para aqueles que tomam a decisão de segui-lo. Esse suprimento de Deus vem através da Sua igreja.
(29) Respondeu Jesus: Em verdade vos digo que ninguém há, que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou mãe, ou pai, ou filhos, ou campos, por amor de mim e do evangelho, (30) que não receba cem vezes tanto, já neste tempo, em casas, e irmãos, e irmãs, e mães, e filhos, e campos, com perseguições; e no mundo vindouro a vida eterna. (Mar 10.29-30)
Meninos que não têm seu pai próximo precisam de um referencial de pai. São coisas simples, mas importantes. Exemplos de masculinidade como o cuidado e a atenção dispensada a uma mulher, a disposição em proteger e cuidar, a coragem para enfrentar desafios e o compromisso com Deus podem serão copiados de homem mais velhos que estejam perto deles. Você pode ser a pessoa que Deus quer usar.
Meninas que não têm a mãe próxima precisam de referenciais de feminilidade. Vestir-se com esmero, ter cuidado consigo mesma, deixar-se ser cuidada, desenvolver a confiança no amor das outras pessoas. Você, minha irmão pode ser a pessoa que Deus quer usar.
Família significa compromisso mútuo. A família de Deus também significa ter compromisso uns com os outros. Senão tudo não passa de uma farsa.

Famílias sem filhos

Há quarenta anos atrás, isto é na década de 60 do século passado, as famílias tinham em média 6 filhos, na década de 80 os filhos eram em média 4. As últimas estatísticas do IBGE, divulgadas esta semana, afirmam que a família média do brasileiro tem dois filhos.
É claro que Deus não nos chamou para gerarmos filhos irresponsavelmente. Mas a busca pela realização pessoal, pelo sucesso profissional e pelo aperfeiçoamento acadêmico tem adiado, senão eliminado, a idéia de filhos para muitos casais jovens. Eles não estão dispostos a abrir mão de suas conquistas de bem-estar e prazer.
Formou-se assim um contingente de famílias sem filhos. Jovens adultos que não passaram pela experiência do amor que se doar por outra pessoa à custa de algo que lhe é importante.
(3) Os filhos são um presente do Senhor; uma grande recompensa dada por Ele. (4) Os filhos que o homem tem durante a sua mocidade são com flechas de um soldado valente, afiadas e prontas para a defesa. (5) Feliz o homem que tem muitos filhos. Ele terá ajuda quando tiver algum problema com seus inimigos e precisar ir ao tribunal. (Sal 127. 3-5 Bíblia Viva)
Planejar a família é importante nos tempos em que vivemos, mas é preciso ter coragem para enfrentar as motivações na nossa alma quando dizemos não aos presentes que o Senhor quer nos dá.

Propostas Homossexuais

Nas últimas décadas têm-se tornado muito presente nos meios de comunicação a idéia de que parceiros homossexuais também têm direito a constituir família através da legalização de uniões estáveis e também com a possibilidade de adotarem crianças para educá-las. A questão é controversa. No entanto, a cada dia, mais vozes se levantam em defesa desse pretenso direito. Esse é um tema que ainda vamos abordar nessa série de mensagens
Conclusão
A família do século XXI tem muitas faces. Deus tem preferências quanto ao modelo de família. Ele mesmo deixou claro essa preferência através da criação. A preferência de Deus não é uma questão de gosto, mas de sabedoria. Foi Ele quem projetou a família e a fez no formato capaz de cumprir bem todas as suas funções: Pai, mãe e filhos exercitando amor uns pelos outros; aprendendo e ensinando uns aos outros sobre o caráter de Deus.
Mas Deus não deixa de nos amar por causa dos nossos erros e equívocos. Deus rejeita o pecado, mas sempre acolhe o pecador arrependido. É assim que o Senhor trata as diversas faces da família no século XXI: com amor. Ele faz isso como um exemplo do que será a grande família de Deus.
Enquanto toda igreja entra agora em oração diante do Senhor, gostaria de dar a oportunidade a você que ainda não faz parte da família. Você que ainda não aceitou a Jesus com o seu Salvador, mas hoje entendeu que o amor de Deus por você é capa de torná-lo filho de Dele.
A oportunidade é para que você declare hoje a confiança plena em Jesus como o seu Senhor e Salvador. O Senhor não pede nada além da declaração dos seus lábios e da fé em seu coração.
(9) Porque, se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo; (10) pois é com o coração que se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação. Rom 10.9-10