15 agosto 2007

Julius Anton von Poseck (1816 - 1896)

Julius Anton Eugen von Poseck (* 2. September 1816 in Zirkwitz in Pommern; † 6. Juni 1896 in Lewisham bei London) war evangelischer Theologe.

Er stammt aus einer alten sächsischen Adelsfamilie. Seine Eltern zogen schon bald nach seiner Geburt nach Westfalen um, und erzogen ihren Sohn katholisch.

Nach dem Besuch des Gymnasiums in Duisburg studierte Julius Anton Eugen von Poseck zunächst ab 1836 katholische Theologie in Münster, aber ab 1838 Rechtswissenschaften.

1843 wurde er Referendar bei der Düsseldorfer Regierung. 1848 kam er zur Bekehrung. In Düsseldorf lernte er John Nelson Darbys Schriften ebenso kennen wie dessen Bruder William Darby. 1854 zog er nach Barmen wo er auch zusammen mit Carl Brockhaus und John Nelson Darby an der Übersetzung der Elberfelder Bibel beteiligt war. Im Jahre 1856 ging er nach Hilden und 1857 nach England, wo er schließlich heiratete und als Sprachgelehrter tätig war und auch einige Bücher herausgab.

Von Poseck ist der Verfasser des bekannten Liedes „Auf dem Lamm ruht meine Seele“. Nach den Lebenserinnerungen von Else Zint geb. Trappmann (1908–1977) soll dieses Lied am Krankenbett ihrer Urgroßmutter Henriette Trappmann geb. Gördts (1836–1900, in der Sterbeurkunde als „Dissidentin“ bezeichnet) auf Gut Winkelsen in Mettmann entstanden sein, als von Poseck eine Nacht bei ihr wachte.

James Arminius (1560-1609)

(H. C. Rogge, em The New Schaff-Herzog Encyclopedia Of Religious Knowledge, Vol I, Editado por Samuel Macauley Jackson)

 ARMINIUS, JACÓ (Jakob Hermanss): Um teólogo holandês. Arminius nasceu em Oudewater (18 m. em direção ao leste e nordeste de Roterdã) em 10 de outubro de 1560 e morreu em Leiden em 19 de outubro de 1609. Após a morte prematura de seu pai ele foi morar com Rudolphus Snellius, professor em Marburg. Em 1576 retornou para casa e estudou teologia em Leiden sob Lambertus Danæus. Aqui ele passou seis anos, até que recebeu autorização dos burgomestres de Amsterdã para continuar seus estudos em Genebra e Basel sob Beza e Grynæus. Ele fez preleções sobre a filosofia de Petrus Ramus e a Epístola aos Romanos. Sendo chamado de volta pelo governo de Amsterdã, em 1588 ele foi nomeado pregador da congregação reformada. Durante os quinze anos que passou aqui, ele obteve o respeito de todos, mas suas concepções sofreram uma mudança. Sua exposição de Rm 7 e 9 e seu pronunciamento sobre a eleição e reprovação foram considerados ofensas. Seu colega, erudito mas irascível, Petrus Plancius se opôs a ele em particular. Disputas surgiram no consistório, que temporariamente foram impedidas pelos burgomestres.

Arminius foi suspeito de heresia porque considerava o consentimento com os livros simbólicos como não unificadores e estava pronto a conceder ao Estado mais poder nas questões eclesiásticas do que os rígidos calvinistas gostariam de admitir. Quando dois dos professores da Universidade de Leiden, Junius e Trelcatius, morreram (1602), os administradores chamaram Arminius; e Franciscus Gomarus, o único professor de teologia vivo, protestou, mas ficou satisfeito após uma entrevista com Arminius. O último assumiu suas obrigações em 1603 com um discurso sobre o ofício sumo sacerdotal de Cristo, e se tornou doutor em teologia. Mas as disputas dogmáticas foram renovadas quando Arminius realizou palestras públicas sobre a predestinação. Gomarus se opôs a ele e publicou outras teses. Sucedeu uma grande agitação na universidade e os estudantes foram divididos em dois partidos. Os ministros de Leiden e de outros locais participaram da controvérsia, que se tornou geral. Os calvinistas queriam que a questão fosse decidida por um sínodo geral, mas os Estados Gerais não queriam fazê-lo. Oldenbarneveldt, o estadista liberal holandês, deu em 1608 a ambos os oponentes oportunidade para defender suas opiniões diante da suprema corte, e o veredicto pronunciado foi que, visto que a controvérsia não tinha qualquer relação com os pontos principais relativos à salvação, cada um deveria ser indulgente com o outro. Mas Gomarus não se renderia. Até os Estados da Holanda tentaram realizar uma reconciliação entre os dois, e em agosto de 1609, ambos os professores e quatro ministros foram convidados para fazer novas negociações. As deliberações foram primeiro mantidas oralmente, sendo depois continuada por escrito, mas foram encerradas em outubro com a morte de Arminius.

Em suas Disputationes, que foram parcialmente publicadas durante sua vida, parcialmente após sua morte, e que incluíam toda a seção de teologia, assim como em alguns discursos e outros escritos, Arminius clara e diretamente definiu sua posição e expressou sua convicção. No geral estes escritos são um belo testemunho de sua erudição e sagacidade. A doutrina da predestinação pertencia aos ensinos fundamentais da Igreja Reformada; mas a concepção dela afirmada por Calvino e seus partidários, Arminius não poderia adotar como sua. Ele não queria seguir um desenvolvimento doutrinário que tornava Deus o autor do pecado e da condenação dos homens. Ele ensinava a predestinação condicional e atribuiu mais importância à fé. Ele não negava nem a onipotência de Deus nem sua livre graça, mas ele considerava que era seu dever preservar a honra de Deus, e enfatizar, baseado nas claras expressões da Bíblia, o livre-arbítrio do homem bem como a verdade da doutrina do pecado. Nestas coisas ele estava mais do lado de Lutero do que de Calvino e Beza, mas não pode ser negado que ele expressou outras opiniões que foram vigorosamente contestadas como sendo afastamentos da confissão e do catecismo. Seus seguidores expressaram suas convicções nos famosos cinco artigos que eles apresentaram diante dos Estados como sua justificação. Chamados de remonstrantes, por causa destas Remonstrantiæ, eles sempre se recusaram a ser chamados de arminianos.

Tradução: Paulo Cesar Antunes

Simon Episcopius (1583-1643)

 EPISCOPIUS, (Simon,) cujo nome verdadeiro era Bisscop, nasceu em Amsterdã em 1583. Após passar por escolas de latim em Amsterdã, foi, em 1602, estudar em Leiden, onde conheceu Arminius pessoalmente, e absorveu suas opiniões. Ele tratou desse teólogo em sua extrema doença, e teve muitas reuniões com ele sobre religião e o estado da Igreja. Foi ordenado na Holanda em 1610, e se tornou ministro de uma povoação perto de Roterdã. Foi um dos deputados na reunião realizada em Haia em 1611 diante dos estados da Holanda entre seis ministros remonstrantes ou arminianos e seis ministros anti-remonstrantes. Em 1612 foi escolhido professor de teologia em Leiden no lugar de Gomarus. O partido arminiano, do qual ele agora era considerado como o dirigente, era impopular tanto com as autoridades eclesiásticas como as civis, e também com o povo. Os ministros que seguiam suas opiniões enfrentavam o desalento de seus irmãos e do governo, e ocasionalmente suas vidas estavam em perigo por causa da fúria popular. O sínodo de Dort, em 1618, recusou tolerar uma associação com os arminianos, expulsou-os da assembléia, destituiu-os de suas funções, e fez com que fossem banidos dos territórios da nação. Episcopius foi para Antuérpia, e mais tarde para a França; mas em 1626, estando os tempos mais favoráveis, retornou para a Holanda, se tornou ministro da igreja remonstrante em Roterdã, e, em 1634, reitor da universidade remonstrante em Amsterdã, em cujo cargo permaneceu até sua morte. Morreu em 1643. Sua vida foi publicada por Limborch em Amsterdã em 1701, e é uma obra de grande interesse. Foi ele quem primeiro sistematizou, sob um sistema uniforme, as opiniões de Arminius, e sua erudição e talento lhe concedeu um lugar próximo ao de fundador do grupo. Ele escreveu muitas obras sobre a diferença entre os arminianos e os calvinistas, e entre os protestantes e a igreja romana. Suas obras foram reunidas e publicadas em Amsterdã, 1665-1671, e em Leiden em 1678.

Hugh James Rose, em A New General Biographical Dictionary, Vol VII, p. 243-4.

1643. Ano da morte de SIMON EPISCOPIUS, um hábil teólogo holandês. Ele adotou as doutrinas de Arminius em relação à predestinação, o que o expôs a muita perseguição e censura, e finalmente levou ao seu banimento da nação: mais tarde recebeu permissão para retornar, e se tornou ministro da igreja remonstrante. Sua morte, acontecendo no momento de um eclipse lunar, foi considerada como um símbolo da partida do mais brilhante ornamento da igreja.

Joel Munsell, em The Every Day Book of History and Chronology, p. 133.

Tradução: Paulo Cesar Antunes

Philipp Van Limborch (1633-1712)


 PHILIPP VAN LIMBORCH (1633-1712), teólogo remonstrante holandês, nascido em 19 de junho de 1633, em Amsterdã, onde seu pai foi advogado. Recebeu sua educação em Utrecht, em Leiden, em sua cidade natal, e finalmente na Universidade de Utrecht, na qual entrou em 1652. Em 1657 tornou-se pastor remonstrante em Gouda, e em 1667 mudou-se para Amsterdã, onde, no ano seguinte, o ofício de professor de teologia no seminário remonstrante foi acrescentado ao seu cargo pastoral. Foi amigo de John Locke. Morreu em Amsterdã no dia 30 de abril de 1712.

Sua obra mais importante, Institutiones theologiae christianae, ad praxin pietatis et promotionem pacis f'christianae unite directae (Amsterdã, 1686, 5a edição, 1735), é uma exposição completa e clara do sistema de Simon Episcopius e Stephan Curcellaeus. A quarta edição (1715) incluía um “Relatio historica de origine et progressu controversiarum in foederato Belgio de praedestinatione” póstumo. Limborch também escreveu De veritate religionis Christianae amica collatio cum erudito Judaeo (Gouda, 1687); Historia Inquisitionis (1692), em quatro livros prefixados ao “Liber Sententiarum Inquisitionis Tolosanae” (1307-1323); e Commentarius in Acta Apostolorum et in Epistolas ad Romanos et ad Hebraeos (Roterdã, 1711). Suas obras editoriais incluíam a publicação de vários trabalhos de seus precedessores, e da Epistolae ecclesiasticae praestantium ac eruditorum virorum (Amsterdã, 1684), principalmente por Jakobus Arminius, Joannes Uytenbogardus, Konrad Vorstius (1569-1622), Gerhard Vossius (1577-1649), Hugo Grotius, Simon Episcopius (tio de seu pai) e Gaspar Barlaeus; eles são de grande valor para a história do Arminianismo. Uma tradução inglesa da Theologia foi publicada em 1702 por William Jones (A Complete System or Body of Divinity, both Speculative and Practical, founded on Scripture and Reason, Londres, 1702); e uma tradução da Historia Inquisitionis, por Samuel Chandler, com “uma grande introdução sobre o crescimento e progresso da perseguição e suas causas reais e simuladas” prefixada, apareceu em 1731. Veja Herzog-Hauck, Realencyklopeidie.

Fonte: Enciclopédia Britânica

John Hales (1584-1656)

Teólogo, nascido em Bath, e educado lá e em Oxford, se tornou um dos melhores eruditos do grego de sua época, e deu palestras sobre essa língua em Oxford. Em 1616 ele acompanhou o embaixador inglês a Haia na qualidade de capelão, e esteve presente no Sínodo de Dort, onde ele se converteu do Calvinismo para o Arminianismo. Amante da tranqüilidade e da erudição, ele rejeitou todo cargo eclesiástico alto e de responsabilidade, e escolheu e conseguiu isolamento para dedicar-se aos estudos em uma Sociedade de Eton, da qual seus amigos Sir Henry Savile e Sir Henry Wotton foram sucessivamente dirigentes. Um tratado sobre Schism and Schismatics (1636?) causou ofensa a Laud, mas Hales se defendeu tão bem que Laud fez dele Prebendado de Windsor. Recusando reconhecer o Estado Democrático, ele foi deposto, caiu na pobreza, e teve que vender sua biblioteca. Após sua morte seus escritos foram publicados em 1659 como The Golden Remains of the Ever-Memorable Mr. John Hales of Eton College.

John W. Cousin, A Short Biographical Dictionary of English Literature, p. 173.

O sempre memorável John Hales, professor de grego na Universidade de Oxford, e posteriormente Membro do Eton College, por causa de sua vasta erudição, chamado de “A Biblioteca Ambulante,” foi considerado como um dos maiores eruditos na Europa. Estando ao serviço de Tiago I no Sínodo de Dort, ele compôs, numa série de cartas, uma narrativa regular e muito fiel da conduta daquela assembléia. Obrigado a vender sua muito valorosa coleção de livros a um preço baixo, morreu em extrema miséria, em 19 de maio de 1656, com a idade de 72 anos.

Izaak Walton, The Lives of Donne, Wotton, Hooker, Herbert, and Sanderson, Vol I, pg. 206.

(…) Um dos mais notáveis incidentes na vida de Hales, foi sua presença no famoso Sínodo de Dort, em 1618. Ele partiu para a Holanda na qualidade de capelão para o Sir Dudley Carlton, embaixador naquele país, e através de sua influência foi apresentado a Bogerman, presidente do Sínodo e conseguiu admissão em todas as reuniões públicas daquele grupo. Ele foi um observador crítico do que passou lá, e escreveu quase todo dia a Sir Dudley, descrevendo detalhadamente a conduta, e observando desembaraçadamente os propósitos e ações dos principais protagonistas. Estas cartas ainda existem e foram publicadas nas obras do autor. Eles estão escritas em um espírito franco e moderado, mas elas também muitas vezes denunciam uma repressão da parte do autor, uma cautela que o assunto não merecia, e uma evidente disposição para esconder coisas desagradáveis, e expor o lado mais belo de uma narrativa, que em seus completos e verdadeiros aspectos poderiam desacreditar a causa da religião, ou a moderação e o bom senso dos teólogos reunidos.


Deve ser lembrado, entretanto, que Hales foi para o Sínodo com fortes predileções calvinistas, e igualmente fortes preconceitos contra os remonstrantes, e sob estas circunstâncias, era natural que o mau tratamento recebido por Episcopius e seus amigos não aparecessem claramente como de outra forma ele teria feito. Mas apesar de suas impressões dos eventos passados, conforme expressas em suas cartas, seu pensamento foi completamente mudado no final. Calvinista ele foi para o Sínodo; arminiano ele o deixou, como ele mais tarde admitiu.


A eloqüente e fervorosa maneira com que Episcopius defendeu sua causa, diante de uma maioria impaciente e dominadora, seu modo claro e compreensível de interpretar as Escrituras, sua afirmação resoluta do direito e liberdade cristãos, seu comportamento sério e a força de seu raciocínio, causaram uma profunda impressão na mente de Hales, uma impressão que jamais foi apagada. Ele estudou os princípios dos arminianos, foi convencido de sua verdade geral, e permaneceu firme nesta persuasão pelo resto de sua vida. A singular e repreensível conduta do Sínodo, em expulsar os remonstrantes, é bem descrita por Balcanqual, o membro presente da igreja escocesa. Escrevendo na época sobre este assunto de Dort, ele diz,

“A confusão aqui para lidar com os negócios é muito grande, eles não sabem como expor qualquer coisa para a delegação para chegar a um acordo, e então a propõem ao Sínodo para ser aprovada ou desaprovada, o que tem sido o costume observado em todos os concílios e sínodos; mas nada é conhecido até que seja proposto no Sínodo, e então há quase tantas vozes quanto cabeças.”

O membro escocês então continua e fala da maneira na qual os remonstrantes foram expulsos do Sínodo, por um voto parcial e injusto, pelo qual ele chama “os últimos atos de sua incrível obstinação,” (que quer dizer sua determinação de reivindicar privilégios iguais aos outros membros da assembléia, e não submeterem a tentativa de catequisá-los para o outro partido,) depois do que ele acrescenta,

“eles foram convocados, e expulsos com um discurso vigoroso, como eu não duvido que vossa senhoria ouviu com muita tristeza; afirmo que fico muito angustiado quando penso nisso; pois se os remonstrantes dissessem que o presidente pronunciasse uma sentença, que não fosse a sentença do Sínodo, eles não deviam ficar prostrados.”

Esta é uma linguagem expressiva e mostra o espírito com o qual os membros líderes daquele famoso grupo foram induzidos. Os remonstrantes, ou arminianos, desejavam reunir com seus oponentes em condições iguais, ou seja, entrar em uma mútua discussão dos pontos de diferença; isto lhes foi negado; os supostos artigos de sua fé foram compostos na forma de acusações, e eles foram chamados para reconhecê-los ou rejeitá-los na mesma hora. As perguntas eram colocadas em seqüência, e respostas diretas eram exigidas sem permiti-los por sua vez fazer perguntas similares nem exigir respostas similares.


Por causa deste injusto procedimento eles estavam justamente indignantes; eles não foram lá para ser catequisados por uma maioria ardilosa, mas para manter um dever nobre ao expressar e defender seus entendimentos que eles estavam dispostos a ponderar, mas não confessar ser um crime crer no que julgavam ser a verdade; eles queriam argumentar sobre as doutrinas disputadas, exercer tolerância mútua e mostrar as bases de sua fé a partir das Escrituras, mas não estavam preparados para submeterem-se mansamente à ordem de pessoas que não tinham nenhuma autoridade sobre eles.


Estes termos eram bem vigorosos e muito escrupulosamente equilibrados nas escalas da eqüidade, para causar dano ao partido oposto; eles motivaram a censura de “incrível obstinação,” e finalmente a expulsão dos remonstrantes do Sínodo. Jubilosamente livre desta importunação, tudo fluiu calmamente até o final da sessão, e foi solenemente votado e registrado no Sínodo de Dort, como todo o mundo sabe, que a predestinação e os outros cinco pontos do Calvinismo deveriam ser os principais pilares do sistema cristão. (...)

Jared Sparks, A Collection of Essays and Tracts in Theology, from Various Authors, with Biographical and Critical Notices, Vol V, pp. 6-10.

Tradução: Paulo Cesar Antunes