28 junho 2006

Cristãos sentem-se discriminados e saem do Médio Oriente

Muitos cristãos estão a fugir do Médio Oriente e de alguns países asiáticos devido à discriminação social e económica, segundo um relatório da organização católica "Ajuda à Igreja que Sofre", que foi apresentado ontem numa conferência em Lisboa.

Segundo o documento intitulado "Relatório 2006 Sobre A Liberdade Religiosa no Mundo", o êxodo dos cristãos no Médio Oriente e nalguns países asiáticos deve-se, em larga medida, à pressão e à discriminação social e económica das minorias cristãs em países onde o islamismo é considerado (constitucionalmente) religião oficial do Estado.

"Atingidos também pela ameaça do terrorismo, os cristãos escolhem, em muitos casos, o caminho do exílio para o Ocidente. É o caso do Iraque e da Palestina, onde é elevado o risco de extinção das comunidades católicas de rito oriental", refere o documento.

No Irão, os católicos baptizados, que em 1973 representavam 0,1% da população, hoje são apenas uma ínfima percentagem (0,01%).

No mesmo período, no vizinho Iraque, a presença cristã diminuiu em dois terços e na Palestina passou de cerca de 12% para 1%.

Contudo, a perseguição às minorias religiosas não é uma exclusividade dos países islâmicos, verificando-se igualmente em alguns países maioritariamente budistas ou ateus na Ásia e na Europa de Leste, na América Latina e até mesmo em alguns países ocidentais, ainda que em menor expressão.

Na Índia a actividade missionaria é objecto de violência sistemática, chegando ao homicídio, como no caso de um sacerdote católico e de um pastor protestante.

Dependente do Vaticano, a organização católica Fundação Ajuda à Igreja que Sofre foi criada em 1945 pelo padre belga Werenfried para dar auxílio a pessoas perseguidas pelas suas crenças religiosas.

O relatório aborda a situação em 190 países ao nível dos direitos constitucionais e da legislação nacional em matéria religiosa e foi elaborado com base em testemunhos de representantes religiosos, documentos oficiais, dados de agências noticiosas internacionais e organizações de defesa dos direitos humanos.

Os extremismos da perseguição por motivos religiosos e das violações à liberdade de culto encontram-se referenciados ao longo de todo o relatório, que indica a ocorrência de assassinatos, atentados, sequestros e detenções de representantes religiosos ou de crentes.

Relativamente ao Médio Oriente, o relatório refere que as violações à liberdade religiosa praticadas derivam de legislação restritiva e discriminatória, como as leis contra as conversões (mudança de uma religião para outra) e contra a blasfémia (difamação de carácter religioso), que na prática muitas vezes são utilizadas para outro fim: a discriminação das minorias religiosas.

Na Europa, o documento analisa 14 países, dando especial destaque aos países de Leste e à Turquia.

Diz o relatório que nalguns países da antiga União Soviética é ainda difícil abrir-se o caminho à ideia da autonomia da religião em relação ao Estado, embora na Geórgia e na Rússia se registem alguns avanços na desnacionalização das Igrejas.

Na Rússia, a posição do Estado a respeito das comunidades religiosas registou melhorias, sendo apoiado o diálogo entre as igrejas, mas no interior da sociedade russa surge ainda com alguma expressão o anti-semitismo, que registou um ponto alto no grave atentado à Sinagoga de Moscovo, no dia 11 de Janeiro de 2006.

Na Turquia, foram dados passos no sentido de atribuir mais direitos às comunidades religiosas cristãs, tendo sido aprovado em Junho de 2005 pelo Parlamento um pacote de reformas que reafirma o respeito pela liberdade religiosa, instituindo como delito o impedimento à expressão do credo religioso, que passou a ser punido com uma pena até três anos de prisão.

A Comissão Europeia, na proposta para a admissão da Turquia como parceiro, especificou que Ankara terá de assegurar o reconhecimento da plena "liberdade de religião".

No entanto, a 5 de Fevereiro de 2006, na cidade de Trebisonda, um rapaz muçulmano matou a tiro um sacerdote católico italiano na Igreja de Santa Maria.

Diario dos Açores 28/06/2006

Bíblia, livro na penumbra

Um estudo sociológico sobre o comportamento dos católicos em relação à Bíblia e o seu interesse em apoiar programas de difusão bíblica revelou que o livro continua a esta “na penumbra”.

O estudo foi realizado em simultâneo em Itália, França e Espanha e levou cerca de três anos a ser concluído. Os resultados foram apresentados ontem, em Roma.

A investigação sociológica, conduzida pelo professor Luca Diotallevi, da Universidade de Roma, incluiu uma sondagem pública a 650 pessoas de cada um dos três países, bem como entrevistas aprofundadas a líderes católicos seleccionados nesses mesmos países.

O Secretário-Geral da Sociedade Bíblica de Portugal, Timóteo Cavaco, acompanhou de perto todo o processo que levou à encomenda e implementação deste estudo. Em comunicado enviado à Agência ECCLESIA, a SBP refere que a informação recolhida em Itália, França e Espanha “tem um grande interesse para Portugal dada a semelhança de contextos entre esses países e o nosso”.

O estudo revela que, mesmo entre os católicos praticantes, a leitura da Bíblia é baixa: 55% no caso dos franceses, 52% dos espanhóis e 42% dos italianos. Entre “as práticas mais úteis para alimentar a fé”, a Bíblia é assinalada apenas por 29% dos espanhóis, 23% dos italianos e 13% dos franceses.

A mais “útil” continua a ser a homilia dominical, o que confirma uma tendência católica de aproximação à Bíblia pela mediação eclesial e não tanto pela iniciativa pessoal.

Agência Ecclesia 28/06/2006

26 junho 2006

Pastor por Correspondência


Recebi o recorte acima do NCI - Núcleo Cristão de Informação, capitaneado pelo meu amigo Ricardo Marques. O anúncio é ultrajante, mas infelizmente não surpreende. Quando a igreja é considerada como um nicho de mercado e os crentes consumidores que precisam ser agradados, invevitavelmente os pastores acabam por se transformar em empreendedores com a sagacidade que os negócios exigem, mas sem o zelo pelo pastoreio da alma daqueles que o Senhor entregou em suas mãos.

O apóstolo Paulo alertou o jovem pastor Timóteo a respeito desse tipo de gente que considera a piedade como fonte de lucro pessoal.

Se alguém ensina outra doutrina e não concorda com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo e com o ensino segundo a piedade, é enfatuado, nada entende, mas tem mania por questões e contendas de palavras, de que nascem inveja, provocação, difamações, suspeitas malignas, altercações sem fim, por homens cuja mente é pervertida e privados da verdade, supondo que a piedade é fonte de lucro. (I Timóteo 6:3-5 – RA)

O destino dos mercadores da fé é a exploração, a manipulação, a construção de seus próprios castelos, tudo em nome da obra de Deus. Nehum crente em Jesus tem a obrigação de submeter-se a homens ou mulheres que abandonaram as "sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo". Como sofre o povo de Deus pela ignorância e falta de conhecimento! Como sofre o evangelho de Jesus, nas mãos de detratores e desonestos. Que venha a tua misericórdia sobre todos nós, Senhor!

25 junho 2006

A luta e as Batalhas - Cinturão da Verdade

Introdução

Hoje vamos dar continuidade à nossa busca em compreender através das Escrituras a luta espiritual que está presente nas batalhas que enfrentamos no dia-a-dia.

No capítulo 6 da carta aos Efésios, o apóstolo Paulo, a partir de verso 10, a título de concluir sua epístola, revela as características de uma luta que acontece atrás dos acontecimentos corriqueiros da vida.

(10) Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder. (11) Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo; (12) porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes.

(13) Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis. (14) Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade e vestindo-vos da couraça da justiça. (15) Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz; (16) embraçando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno. (17) Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus; (18) com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos (19) e também por mim; para que me seja dada, no abrir da minha boca, a palavra, para, com intrepidez, fazer conhecido o mistério do evangelho, (20) pelo qual sou embaixador em cadeias, para que, em Cristo, eu seja ousado para falar, como me cumpre fazê-lo. (Efésios 6:10-20 RA)

Essa luta acontece em uma dimensão espiritual que não é visível aos olhos humanos. Dela participam forças espirituais poderosíssimas que assumiram posições opostas sobre a seguinte pergunta: vale a pena confiar em Deus? Ele é digno da minha confiança?

O Motivo da Luta

Há milênios atrás esses poderes espirituais rebeldes (criados pelo próprio Deus – o dualismo que considera uma luta eterna entre o bem e mal não encontra espaço na Bíblia), que decidiram não confiar na bondade de Deus, carimbaram seu passaporte para uma eternidade distante do criador. O destino deles é uma existência sem propósito.

A vida encontra seu propósito naquele que é o seu autor. Longe do autor da vida, viver torna-se uma agonia sem fim e morrer a perpetuação dessa agonia. É por isso que hoje se vive uma crise sem precedentes onde uma parcela cada vez maior da população sofre com distúrbios mentais e emocionais. O Autor da vida foi banido da vida, por isso a vida vem perdendo o seu sentido.

Ao decidirem não confiar no caráter do Autor da vida, essas forças espirituais (o apóstolo Paulo as chama de principados, potestades, dominadores do mundo das sombras e forças espirituais da maldade) selaram para si mesmas uma eternidade cheia de um vazio existencial; porque não há nada que satisfaça, que dê sentido final à existência se estamos longe do Autor da vida.

Quando você decide viver a vida dando as costas para Deus, resolve que o Autor da vida e a sua Palavra não são dignos de confiança e parte para viver de acordo com os seus pensamentos, sentimentos e motivações algumas coisas acontecem: (1) a vida perde gradativamente o seu propósito, (2) você está associando o seu destino eterno ao destino daquelas forças espirituais rebeldes e (3) sendo usado como exemplo vivo de acusação contra o caráter de Deus.

Por isso, a grande luta travada na dimensão espiritual é em torno da resposta de cada ser humano à mesma pergunta: vale pena confiar em Deus? Ele é digno da minha confiança?

A Vitória de Cristo

A pergunta é intrigante. É possível ou não viver uma vida marcada pela confiança plena em Deus? É possível ou não experimentar o amor de Deus em um mundo corroído pelo egoísmo e pela crueldade?

Quem já viveu um pouco mais na vida e testemunhou a maldade do coração humano, que aflora em cada pequena atitude é tentado a responder NÃO. A resposta tem fundamento prático e encontra respaldo na Bíblia.

(10) como está escrito: Não há justo, nem um sequer, (11) não há quem entenda, não há quem busque a Deus; (12) todos se extraviaram, a uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer. (13) A garganta deles é sepulcro aberto; com a língua, urdem engano, veneno de víbora está nos seus lábios, (14) a boca, eles a têm cheia de maldição e de amargura; (15) são os seus pés velozes para derramar sangue, (16) nos seus caminhos, há destruição e miséria; (17) desconheceram o caminho da paz. (18) Não há temor de Deus diante de seus olhos. (Romanos 3:10 -18 - RA)

O que dizer dessa afirmação do apóstolo Paulo? Têm razão os principados e potestades que acusam a Deus de injusto? Se o homem não tem em si mesmo os recursos para alcançar por esforço próprio uma vida marcada pela confiança plena em Deus, o que fazer?

É preciso olhar para a cruz de Cristo!

O filho de Deus submeteu-se às limitações humanas (Fl. 2:6-8) e como homem viveu uma vida de plena confiança no Pai (Hb. 4:15). Por isso obedeceu até o fim e entregou sua própria vida.

A Bíblia diz que principados e potestades foram expostos à vergonha na cruz do calvário. Porque ali se consumou a obra de Cristo. Ali foi definitivamente provado que é possível ser novamente amigo de Deus. Não através da nossa força ou habilidade, mas por meio da vida e da morte de Cristo. Para nós, que estávamos de costas para Ele, mortos em nossos delitos e pecados, Deus providenciou um escape através de Cristo Jesus.

A vida de Jesus, vivida em plena confiança em Deus, sua morte injusta e sua ressurreição pelo poder de Deus podem ser aplicados a sua vida. Essa possibilidade é um presente de Deus para você. Não há mérito em ninguém para recebê-lo. Mas há um jeito certo de receber esse presente: pela fé.

Quando você decide confiar em Deus e pela fé aceita que a vida, morte e ressurreição de Cristo sejam aplicadas a sua vida, são quebradas as ligações com essas forças espirituais rebeldes. O seu destino eterno, que estava ligado ao destino delas, passa a ficar ligado ao destino eterno de Cristo Jesus.

Por causa disso é que ninguém está fora dessa luta. Todos fazemos parte, porque é um luta que acontece dentro de nós.

As Batalhas na Luta

O apóstolo Paulo afirma que essa luta é espiritual. Mas, nos capítulos anteriores da sua carta, ele deixa claro que as batalhas dessa luta acontecem nos fatos corriqueiros de um dia comum e ensolarado.

A luta é na igreja, na família, no trabalho, na escola, nas festas de aniversário, ao ser assaltado na porta de casa e na saída com os amigos; a luta é ao navegar na Internet, na conversa com uma vizinha e ao negociar qualquer coisa; a luta acontece na perda de um ente querido, na alegria de emprego novo, ao abastecer o carro e em frente a TV. É em cada simples momento da vida que nossa confiança em Deus precisa ser experimentada.

A ARMADURA DE DEUS

Como nós vimos no primeiro dia desse assunto, quando Paulo escreveu a carta aos irmãos de Éfeso ele estava preso, provavelmente vigiado por soldados romanos. E foi da armadura usada por aqueles soldados que ele retirou uma ilustração para explicar são os recursos que Deus colocou a nossa disposição para nos defendermos dos ataques do inimigo.

13) Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis. (14) Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade e vestindo-vos da couraça da justiça. (15) Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz; (16) embraçando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno. (17) Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus; (18) com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos

As peças da armadura são essas: um cinturão, uma couraça, sandálias, um escudo, um capacete e uma espada. A partir de hoje vamos aprender com a Palavra de Deus sobre cada peça dessa maravilhosa armadura que Ele nos Deus. (1) A que se destina cada peça? (2) Como deve ser usada para proteger? (3) É possível usá-las no dia-a-dia?

Sua Atitude

Antes de começarmos a ver cada peça da armadura, vamos pensar um pouco sobre nossa atitude em relação a ela. Esse é um ponto importante porque sua atitude em relação à armadura de Deus é que vai definir a eficácia dela em sua vida.

Efésios 6:13

...tomai toda a armadura de Deus (RA)

...usem cada peça da armadura de Deus (BV).

Usem

Nenhum soldado sairia para a guerra sem seus equipamentos. Não é sensato. Mais que isso é quase um suicídio. Por mais sofisticadas e poderosas que sejam as armas à disposição dele, não valem nada se não forem usadas.

Lembre-se que você está em uma luta. Por isso não guarde sua armadura no armário de casa. Guardada ela não vai lhe proteger. Não existem palavras mágicas ou frases de efeito que substituam o uso da armadura. Não adianta evocar o poder da armadura ou determinar que ninguém tem o direito de lhe tocar. É preciso usar a armadura. Não adianta esbravejar contra o inimigo, xingá-lo ou amaldiçoá-lo, tem que usar a armadura.

Se você encontrar, no meio de uma guerra, um soldado sem a sua armadura observe com cuidado (principalmente se for você mesmo o soldado): (1) É possível que ele seja um recruta e precise ser ensinado sobre a existência da armadura; (2) É possível ainda que ele não tenha sido bem treinado e precise ser melhor orientado sobre como usá-la (3) ou mesmo, que seja um soldado antigo e arrogante, que esqueceu porque estava lutando, perdeu o gosto pela vida e gasta seus dias falando mal da comida e do desconforto do campo de batalha. Não há alternativa. Ou usamos a armadura ou seremos mortalmente feridos na batalha.

Toda

Mas não resolve usar só algumas peças da armadura e deixar outras de lado: Imagine ir para uma batalha levar o escudo e esquecer o capacete; ou usar o calçado, mas esquecer a espada.

Deus preparou uma armadura completa. Cada peça tem a sua utilidade e todas são imprescindíveis. Um soldado bem treinado não se deixa enganar pelas histórias mentirosas de que a armadura é pesada ou de que algumas peças se tornaram antiquadas. Ele sabe que a proteção só é completa quando toda a armadura é usada.

O Cinturão da Verdade

A luta

A primeira peça da armadura é um cinturão. Pode parecer estranho que a primeira peça da armadura de Deus para a luta espiritual seja um cinto, não?

Mas o cinturão era uma peça indispensável para o soldado romano. Preso em volta da cintura, o cinto servia para ajustar a armadura em volta do corpo, permitindo que o soldado se movimentasse com mais agilidade. Além disso, era usado para sustentar a adaga e a espada. O cinturão era uma peça estratégica. Ele era responsável pela estrutura e sustentação de toda a armadura.

O apóstolo Paulo afirma que na luta espiritual em que estamos envolvidos é preciso estar cingido com o cinturão da verdade. É preciso que haja algo capaz de sustentar o restante da armadura. Esse algo é a verdade!

Vivemos dias em que a verdade tem perdido espaço no coração e na alma do homem. Tudo é relativo e a verdade é uma questão de ponto de vista, de ângulo de visão.

O vazio deixado pela expulsão da verdade tem provocado uma destruição dos relacionamentos, das pessoas e da própria vida. Se a verdade não existe, tudo o mais se torna uma questão de gosto próprio e cada um tem o direito de viver sua verdade particular.

Jesus fez uma das afirmações mais ousadas da história. Ele disse: “Eu sou a verdade” (Jo.14:6). A verdade não só existe, mas ela tornou-se viva no filho de Deus.

Jesus, a verdade feita gente, ao orar pelos seus discípulos, e por nós, pediu a Deus que fôssemos santificados na verdade (Jo. 14:17) e orando ao Pai disse: a tua palavra é a verdade.

Jesus é a verdade e a sua palavra é a verdade. Por isso, para usar a armadura de Deus precisamos estar envolvidos pela verdade. A Palavra de Deus precisa ser a sustentação da nossa vida. A pessoa de Jesus, o seu caráter, precisa ser a base de nossas atitudes. É preciso enxergar a vida pelos olhos de Cristo e apropriar-se dessa visão como sendo a sua própria.

Quando a sua vida estiver estruturada na verdade, você vai se tornar mais ágil para as batalhas, porque a verdade vai lhe dar segurança.

Ninguém que tenha no mínimo uma idéia das implicações eternas dessa luta, como nós temos visto aqui, pode abrir mão da verdade e ainda assim se dizer sensato. Não abra mão de Jesus ou da Sua Palavra. O preço de abandoná-lo e ver, mais cedo ou mais tarde, que a vida perdeu o sentido e você é um náufrago em um mar de insegurança e medo.

As batalhas

Mas é claro que ao falar do cinturão da verdade, Paulo não perdeu de vista que o inimigo de Deus nessa luta espiritual, Satanás, foi chamado pelo próprio Jesus como o pai da mentira (Jo. 8:44).

Por isso, a aplicação é imediata: quem se cinge da verdade, quem se deixa envolver por Jesus e sua Palavra, deve viver uma vida de verdade, em oposição ao pai da mentira. Essas são as batalhas do dia-a-dia que todos enfrentamos.

· Você atende ao telefone e o outro pede para que você diga que ele não está (uma mentira branca, como se diz por aí);

· O estágio na empresa é para jovens carentes, mas o empregado arranja uma vaga para o sobrinho com uma pequena mentira;

· A aposentaria era para filhas solteiras, por isso ela nunca teve uma certidão de casamento e arrastou uma mentira por toda a vida;

· O aluno não estudou, mas tirou dez na prova. Um pedaço de papel no bolso da calça ajudou na mentira;

· A esposa mente ao marido sobre a qualidade da vida sexual do casal porque tem medo da reação dele;

· O marido navega madrugada a dentro em sites pornográficos, mas jura de pés juntos que estava fazendo pesquisas para o trabalho;

· Na igreja, um irmão se sentiu ferido com a atitude de outro, mas mente domingo após domingo com um sorriso no rosto e a paz do Senhor;

· O patrão não paga um salário justo e explica mentindo sobre a situação da empresa;

· O empregado faz de conta de trabalha e mente para quem lhe paga um salário pra trabalhar;

· A filha saiu com o namorado, mas mente aos pais com medo do que eles vão dizer;

· Homens públicos, que deveriam ocupar-se com a boa administração dos recursos da comunidade, mentem dizendo fazer o que nunca fizeram.

É nessas batalhas que somos chamados a ser vitoriosos. É quando ganhamos essas batalhas que principados e potestades são humilhados e a luta espiritual e vencida. Porque só é possível vencê-las se a nossa confiança estiver depositada na bondade de Deus demonstrada em Jesus.

A mentira produz medo e insegurança. Ela é uma bomba relógio que mais cedo ou mais tarde vai explodir e ferir muita gente. Mas você não precisa esperar até que ela venha a explodir. Você pode desarma essa bomba confessando e pedindo perdão. Não é fácil, mas é o único caminho para desarmar a bomba da mentira.

Sua primeira confissão deve ser a Deus, porque ele foi o primeiro a ser ofendido por sua mentira. Depois, você precisa pedir sabedoria a Deus para o tempo e o modo de confessar sua mentira às pessoas envolvidas. O desafio pode parecer intransponível, mas é digno da nossa vocação. Está à altura do tudo o que Cristo fez por nós na cruz.

A mentira aprisiona, mas a verdade liberta. Jesus disse “conhecereis a verdade e Ela vos libertará” (Jo. 8:32) e ainda “Se o filho vos libertar, sereis realmente livres” (Jo. 8:36).

Cinja-se da verdade! E declare diante de principados e potestades que a sua vida pertence àquele que é a verdade! Jesus.

Cinja-se da verdade! E experimente a segurança que há em Jesus.

Cinja-se da verdade! Aí você vai estar pronto para usar as demais peças da armadura de Deus.

Novas denominações evangélicas crescem e atraem adeptos em CG

Por Rosângela Araújo

Dez anos atrás, elas praticamente não existiam em Campina Grande. Os seguidores da chamada linha evangélica ocupavam apenas os assentos das igrejas tradicionais, trazidas para o Brasil no início do século XIX, como a Luterana, Congregacional, Metodista, Batista e Presbiteriana. Passada uma década, os mais de 60 mil evangélicos campinenses seguem doutrinas e linhas com lastros semelhantes, mas divergentes em costumes e pontos secundaristas, adotados pelas mais de 50 denominações diferentes que existem na cidade. As ‘pequenas igrejas’, segundo dados da comunidade evangélica tradicional, somam aproximadamente 150 em Campina Grande.

Os nomes são os mais diversos e algumas respeitam em suas novas designações os nomes das denominações originárias, um exemplo, é a Ministério da Madureira, no bairro do São José, que é uma disseminação da Assembléia de Deus, considerada uma das pentecostais de maior difusão em todo o Brasil. Outras como Evangelho Pleno, Tabernáculo, Evangelho Quadrangular, Betesda, Jesus Cristo é o Maior – Igreja Viva 24 Horas, Sara Nossa Terra, Doutrina Primitiva, Casa de Oração Congregação Cristã no Brasil e inúmeras denominações diferentes estão espalhadas pela cidade. Conhecidas também como ‘igrejas independentes’, elas geralmente surgem de outras ramificações e ocupam cada vez mais espaços nos bairros, sobretudo nas periferias, conquistando adeptos logo que surgem.

Para o presidente da Vinac (Visão Nacional para Consciência Cristã), pastor Euder Fáber, que promove anualmente o Encontro para a Consciência Cristã, a conquista de adeptos faz parte de um processo social fácil de se explicar. “As pessoas são carentes de espiritualidade e estão sempre em busca de Deus, por isso, seguir uma doutrina evangélica, seja qual for a denominação, e mesmo nova, é algo atraente”, declara.

Seguir uma igreja recém-criada porém, não é para o pastor, uma atitude contrária à ideologia evangélica. Isso, porque como frisa, não há na lei brasileira qualquer artigo que disponha contra a criação de novas denominações nem novos templos religiosos, já que é assegurado ao cidadão brasileiro, respeito à religiosidade, seja ela qual for. Esse direito tem garantido a formação de novas tendências religiosas dentro do próprio segmento protestante, erradicado na Alemanha no século XVI, por Martim Lutero, que ganhou o mundo inteiro e hoje conta com milhões de seguidores em todo o Brasil. Na opinião do presidente da Vinac, não importa que igreja evangélica - pelo menos das consideradas realmente da linhagem - a pessoa siga. ‘O mais importante mesmo é que as pessoas aceitem os ensinamentos que pregam a Cristo como Senhor’.

Jornal da Paraíba 25/06/2006