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28 fevereiro 2016

A consciência do Corpo de Cristo


A consciência do Corpo de Cristo
Comunidade Batista Mangabeira 4 - João Pessoa/PB - Escola Bíblica  21 e 28/02 e 06/03/2016

Introdução

A mesma vida de Deus, que nos torna cônscios de que fomos regenerados, por meio da presença do Espírito de Deus em nós, também é responsável por nos tornar parte do Corpo de Cristo.

Temos convicção desse mergulho no Corpo de Cristo por meio da fé naquilo que nos apresentam as Escrituras. Mas como perceber quando isso aconteceu? Isto é, quais são os sinais externos na vida de uma pessoa que é parte da Igreja de Jesus?

Os seis indicadores que veremos a seguir não são exaustivos nem devem ser usados como instrumentos de acusação, seja contra nós mesmos ou contra outras pessoas. Mas eles são boas referências sobre a quantas anda nossa caminhada com Cristo. Portanto, antes serem vistos como dedos apontados para alguém, devem ser vistos como mãos estendidas, convocando para experimentarmos a igreja em sua plenitude.
  

1.   Amar os irmãos

Esse é o primeiro e mais básico sinal externo de quem é parte do Corpo de Cristo. O Apóstolo João foi direto e contundente em relação a isso:

14 Sabemos que já passamos da morte para a vida porque amamos nossos irmãos. Quem não ama permanece na morte. 1 Jo 3.14 (NVI)

Naqueles que nasceram de novo o amor pelo irmão é algo inerente a sua nova natureza. O amor pelos irmãos e resultado da vida do Pai que habita em nós. É uma profunda identificação com aqueles que foram gerados pelo mesmo Espírito.

Esse amor nasce no interior habitado pelo Espírito. Não há como força-lo de fora para dentro. Ele é o transbordar do amor de Deus em nós. Portanto, não pode ser fabricado ou criado por eventos e programas religiosos.

Devemos nos encorajar mutuamente ao amor por nossos irmãos, mas isso não o produz em nós; tão somente nos incentiva a experimentar o amor que já foi colocado em nós quando fomos feitos filhos de Deus.

À medida que identificamos em alguém a mesma vida de Deus, o amor plantado em nós deseja florescer. Muitos têm experimentado que, em cidade diferente daquela em que moram, a companhia de irmãos que nem conheciam antes os faz sentir-se em família e provoque o amor por esses filhos de Deus.

O Apóstolo João narra uma explicação de Jesus sobre o amor que pode nos ajudar a esclarece um pouco mais quanto a que tipo de amor estamos falando.

12 O meu mandamento é este: amem-se uns aos outros como eu os amei. 13 Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida pelos seus amigos. João 15.12,13

Quando falamos de amar o irmão, não estamos dizendo necessariamente que isso é ser simpático, agradável e cortês. Essas atitudes fazem parte de uma boa educação e qualquer pessoa pode agir assim. O amor a que somos chamados pelo evangelho é aquele de quem está disposto (e na verdade o faz) a gastar (ou investir) sua vida (psique) em prol da outra pessoa.

Amar, portanto, não é concordar sempre com o irmão, mas estar disposto a gastar-se para que ele seja uma pessoa melhor (inclusive melhor que você). Isso significa, entre outras coisas, compromisso de:

        (1)          Diálogo permanente,
        (2)          Confrontação amorosa e
        (3)          Perdão sem barreiras.


2.   Manter a unidade

Outro sinal externo de que alguém é parte do Corpo de Cristo é o desejo intenso do seu coração de que não haja divisão ou separação entre os filhos de Deus.

Alguém que é parte do Corpo resiste até às últimas consequências antes de ver a unidade da Igreja ser rompida. Divisões e partidarismos são atitudes que deixam aqueles que nasceram de novo abatidos e entristecidos.

Em sua oração sacerdotal, Jesus intercedeu por essa unidade com palavras que apontam para o impacto dessa unidade inclusive sobre os que estão fora da igreja


20 "Minha oração não é apenas por eles. Rogo também por aqueles que crerão em mim, por meio da mensagem deles, 21 para que todos sejam um, Pai, como tu estás em mim e eu em ti. Que eles também estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.

22 Dei-lhes a glória que me deste, para que eles sejam um, assim como nós somos um: 23 eu neles e tu em mim. Que eles sejam levados à plena unidade, para que o mundo saiba que tu me enviaste, e os amaste como igualmente me amaste.

A unidade que Jesus deseja para sua igreja é semelhante àquela que existe entre ele e o Pai. No nosso caso, ela decorre do fato de que fomos gerados pelo mesmo Espírito e agora estamos conectados uns aos outros por causa da vida de Cristo que habita em nós e passa, através de nós, de uns para com os outros.

Essa unidade é tão poderosa que céus e terra, quando testemunharem, serão obrigados a reconhecer que Jesus é o messias (enviado) de Deus e que o amor de Deus por nós é uma realidade irrefutável. Assim, quem se percebe conectado ao Corpo de Cristo não vê sentido em atitudes como as listadas a seguir e as rejeita em sua própria vida.

Sectarismo:
(1)          Eu sou de Paulo, eu sou de Apolo, eu sou de Cefas. (1 Cor 3.4)

Individualismo:
(1)          Oração por si mesmo – incapacidade de ouvir e acompanhar a oração dos irmãos;
(2)          Não há movimentos interiores pela oração dos irmãos;
(3)          Está limitado ao seu próprio ego – vai ao culto para desabafar o que está dentro de si;
(4)          Fala animadamente sobre a própria vida, mas tem pouco interesse na vida dos irmãos.

Panelinha:
(1)          Preferência por alguns e desprezo dos demais;
(2)          Valoriza as afinidades e se irrita com as diferenças.


Na verdade, as Escrituras parecem deixar bem claro que não podemos produzir unidade, já que ela decorrer dos vínculos que recebemos de nossa nova natureza, mas podemos e devemos nos esforçar para preservar essa unidade. Veja o que diz Paulo:

1 Como prisioneiro no Senhor, rogo-lhes que vivam de maneira digna da vocação que receberam. 2 Sejam completamente humildes e dóceis, e sejam pacientes, suportando uns aos outros com amor. 3 Façam todo o esforço para conservar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz. Ef 4.1-3 (NVI)
  
3.   Libertar-se do trabalho independente

Ao nos percebermos parte integrante do Corpo de Cristo, fica claro que é mais importante o cumprimento da missão dada ao Corpo do que o reconhecimento de que fomos nós a fazer determinada tarefas.

Na verdade, não faz diferença quem realizou o que; o importante é que a obra seja realizada. A participação de cada membro do corpo, portanto não pode ser a tentativa de afirmar-se como um grande realizado, mas tão somente a singela contribuição de um dos muitos membros que formam o Corpo. Veja o que Paulo fala sobre isso:

14 O corpo não é composto de um só membro, mas de muitos. 15 Se o pé disser: "Porque não sou mão, não pertenço ao corpo", nem por isso deixa de fazer parte do corpo. 16 E se o ouvido disser: "Porque não sou olho, não pertenço ao corpo", nem por isso deixa de fazer parte do corpo. 17 Se todo o corpo fosse olho, onde estaria a audição? Se todo o corpo fosse ouvido, onde estaria o olfato? 18 De fato, Deus dispôs cada um dos membros no corpo, segundo a sua vontade. 19 Se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo? 20 Assim, há muitos membros, mas um só corpo. 21 O olho não pode dizer à mão: "Não preciso de você! " Nem a cabeça pode dizer aos pés: "Não preciso de vocês! " 1 Cor 12.14-21 (NVI)

Vejamos alguns sinais de trabalho independente:

(1)          Pensar que tudo o que você faz tem valor espiritual superior àquilo que os demais irmãos fazem;
(2)          Agir como se não precisasse dos demais irmãos nem da convivência com eles para realizar a vocação de Deus para sua vida;
(3)          Sentir-se demasiadamente triste quando os resultados de suas atividades não são bons ou demasiadamente feliz consigo mesmo quando os resultados são bons;
(4)          Desejar monopolizar algum aspecto da obra, impedindo ou tentando impedir outros irmãos de cooperarem nas tarefas a serem realizadas;
(5)          Sentir que a igreja depende de você para avançar na obra de Deus.

Aqueles que discernem de forma apropriada o Corpo de Cristo são avessos a essas coisas. Percebem que o Corpo é feito de muitos membros e reconhecem nos irmãos os dons e as habilidades que lhes faltam. Então, olham para si como um entre muitos membros.

Ao perceber-se com um entre muitos membros, todos com habilidades diferentes e funções complementares, o cristão regenerado não se permitirá imaginar que a obra da igreja de alguma forma lhe pertença. Quem assim procede não está discernindo adequadamente o Corpo de Cristo.

4.   Perceber a necessidade de comunhão

Não é suficiente rejeitar o trabalho independente. Aqueles que discernem o Corpo de Cristo também veem a comunhão como necessária e indispensável para a vida da igreja. É preciso, no entanto, explicar sobre que tipo de comunhão estamos falando.

Comunhão de fora para dentro ou “Você precisa de mim”.

Nesse tipo de comunhão procuramos os irmãos movidos por certo senso de superioridade. E os encontros muitas vezes servem para afirmar essa pretensa superioridade. Assim, as confraternizações, eventos sociais, visita à casa dos irmãos e a convivências em grupos pequenos acabam produzindo mal-estar, comparações e até desamor.

Comunhão de dentro para fora ou “Eu preciso de você”

Já nesse tipo de comunhão o ajuntamento se dá quando, ao perceber minhas limitações e inadequações para prosseguir como discípulo de Jesus em voo solo, sou tomado pelo desejo de compartilhar a caminhada com outros irmãos; porque sem eles sou incompleto. Assim somos desafiados a considerar atentamente nossas próprias limitações.

Nesse ponto vale a pena rever a orientação do Apóstolo Paulo aos irmãos da cidade de Roma:

3 Porque, pela graça que me foi dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, segundo a medida da fé que Deus repartiu a cada um. 4 Porque assim como num só corpo temos muitos membros, mas nem todos os membros têm a mesma função, 5 assim também nós, conquanto muitos, somos um só corpo em Cristo e membros uns dos outros,
Rom 12. 3-5 (ARA)

A comunhão de dentro para fora pode ser percebida na motivação que nos leva a estarmos reunidos com os irmãos. Vejamos alguns exemplos:

Na oração: sabendo que não sou adequado no que se refere à oração, procuro outros irmãos para orarem comigo.

Ao enfrentar problemas: reconhecendo minha incompetência para solucionar as dificuldades que a vida me apresenta, peço a dois ou três irmãos essas situações comigo.

Ao buscar a vontade de Deus: percebendo minha incapacidade para conhecer sozinho a vontade de Deus, peço ajuda de outros irmãos para discerni-la.

Nas decisões: reconhecendo o quanto facilmente fico confuso sobre o futuro, chamo dois ou três irmãos para ajudarem em minhas decisões.

No estudo das Escrituras: reconhecendo que não consigo entender adequadamente a Palavra de Deus sozinho, estudo a Bíblia com dois ou três irmãos.


De forma resumida poderíamos afirmar que o processo de consolidação da comunhão

1.   Reconheço minha insuficiência e incompetência;
2.   Confesso minha limitação e inclinação ao erro;
3.   Peço aos irmãos que me ajudem.


5.   Aprender a ser um membro

Discernir o Corpo de Cristo é também assumir nossa condição de membros do Corpo. Isso quer dizer que cada um de nós deve aprender sobre a função que tem no Corpo. Cada membro tem um serviço a desempenhar.

Quem é membro da Igreja de Jesus não consegue se ausentar da convivência dos irmãos sem que faça falta aos demais membros, porque todos reconhecem o ministério recebido de Deus que ele realiza para a edificação da Igreja.

Outro aspecto desse aprendizado é que ninguém que faça parte do Corpo de Cristo e tenha discernido adequadamente esse Corpo, participa passivamente dos encontros da Igreja, porque não lhe é peculiar agir como um expectador passivo.

Escrevendo aos irmãos de Corinto, Paulo abre uma janela que nos permite perceber a intensa participação dos irmãos nos encontros da Igreja do Senhor. Vejamos:

26 Portanto, que diremos, irmãos? Quando vocês se reúnem, cada um de vocês tem um salmo, ou uma palavra de instrução, uma revelação, uma palavra em língua ou uma interpretação. Tudo seja feito para a edificação da igreja. 1 Cor 14.26 (NVI)

É o Espírito quem nos comunica que:

Há uma palavra a ser dita
Há uma oração a ser feita
Há um sorriso a ser demonstrado
Há um encorajamento que deve acontecer
Há uma exortação a ser dispensada
Há um discernimento, um socorro, uma gratidão, uma alegria...


6 Temos diferentes dons, de acordo com a graça que nos foi dada. Se alguém tem o dom de profetizar, use-o na proporção da sua fé. 7 Se o seu dom é servir, sirva; se é ensinar, ensine; 8 se é dar ânimo, que assim faça; se é contribuir, que contribua generosamente; se é exercer liderança, que a exerça com zelo; se é mostrar misericórdia, que o faça com alegria. Rom. 12. 6-8 (NVI)


6.   Submeter-se à autoridade


Todos os membros do Corpo de Cristo, pela ação do Espírito de Deus, tornam-se conscientes e convictos de que estão sob o comando daquele que é a Cabeça: Jesus.

Submissão direta: Ouvir a voz de Deus que fala a você pelas Escrituras e sussurrando à sua consciência.

Submissão indireta: Atender àqueles que Deus pôs como autoridade em sua vida. Nem todos ocupam essa posição, mas alguns são colocados por Deus dessa forma.

Não basta submeter-se à Cabeça, porque em sua sabedoria Deus estabeleceu a Igreja como um corpo interdependente. Somos chamados à submissão mútua, conforme o chamado ministerial de cada um no Corpo.

17 Sede obedientes aos vossos líderes espirituais e submissos à autoridade que exercem. Pois eles zelam por vós como quem deve prestar contas de seus atos; para que ministrem com alegria e não murmurando, porquanto desta maneira tal ministério não seria proveitoso para vós outros. Hb 13.17 (KJA)

O corpo não funcionará harmoniosamente sem que o princípio de autoridade seja compreendido e aplicado. Os movimentos do Corpo podem se tornar caóticos e desengonçados se os membros não se submeterem mutuamente uns aos outros.

5 Da mesma forma jovens, sujeitem-se aos mais velhos. Sejam todos humildes uns para com os outros, porque "Deus se opõe aos orgulhosos, mas concede graça aos humildes". 1 Pe 5.5 (NVI)

Somos livres! Cristo nos libertou para a liberdade. Mas somo dependentes uns dos outros. Essa liberdade não se traduz em independência ou autogestão ministerial. A autoridade de Cristo, a Cabeça do Corpo, se realiza através da mútua submissão a que somos chamados.

13 Por causa do Senhor, submetei-vos a toda autoridade constituída entre os povos; seja ao rei, como principal monarca, 14 seja aos governantes, como por ele enviados, para punir os praticantes do mal e honrar os que fazem o bem. 15 Porque a vontade de Deus é que praticando o bem, caleis a ignorância dos insensatos. 16 Considerando que sois livres, não useis a liberdade como pretexto para fazer o que é mal, mas vivei como servos de Deus. 17 Tratai todas as pessoas com a devida reverência: amai os irmãos, temei a Deus e honrai ao rei. 1 Pe. 2.13-17 (KJA)

No Corpo não existe relação entre autoridade e superioridade. Quando mais um membro é revestido de autoridade maior é a sua vocação para servir os demais.

25 Jesus lhes disse: "Os reis das nações dominam sobre elas; e os que exercem autoridade sobre elas são chamados benfeitores. 26 Mas, vocês não serão assim. Pelo contrário, o maior entre vocês deverá ser como o mais jovem, e aquele que governa como o que serve. 27 Pois quem é maior: o que está à mesa, ou o que serve? Não é o que está à mesa? Mas eu estou entre vocês como quem serve. Lc 22.25-27 (NVI)

Revisando rapidamente, aquele que discerne o Corpo de Cristo mediante a ação do Espírito Santo em seu interior:

1.   Ama os irmãos;
2.   Mantém a unidade;
3.   Rejeita o ministério independente;
4.   Percebe a necessidade de comunhão
5.   Aprende a ser um membro
6.   Submete-se à autoridade

Bibliografia de consulta
A realidade da Igreja - Watchman Nee

Traduções das Bíblia
NVI - Nova Versão Internacional
OL - O Livro
ARA - Almeida Revista e Atualizada
KJA - King James Atualizada

17 junho 2012

Unidade da Igreja


Síntese dos textos "A unidade da Igreja na visão de Igreja da Reforma" e "A Igreja Católico-Romana e o Ecumenismo", ambos escritos por Gottfried Brakemeier, como requisito da disciplina Fundamentos do Ecumenismo e dentro dos limites formais exigidos pela Escola Superior de Teologia - EST

À luz dos textos escritos por Brakemeier, podem ser percebidas compreensões distintas a respeito do ecumenismo entre as igrejas protestantes e a ICAR. Talvez a melhor maneira de apresentar esta diferença seja resgatar a "origem una" da Igreja de Cristo e admitir que apenas no século XVI o desejo de reforma, ante as resistências internas, chegou ao ponto de ruptura. Portanto, por mais de 1500 anos a igreja cristã ocidental, com suas mazelas e imperfeições, foi uma só e construiu sua identidade sobre as ideias de universalidade, raízes apostólicas e hierarquia jurisdicional (católica, apostólica e romana).

O doloroso rompimento deu início a uma era confessional em que grupos de cristão que se colocaram fora do guarda-chuva da hierarquia jurisdicional afirmaram-se Igreja de Jesus. Como resultado da divisão produzida pela reforma, o mundo ocidental foi exposto à desconfortável pergunta sobre qual igreja possui “legitimidade e autenticidade apostólica”.

Nesse contexto, quando é apresentada à ideia de ecumenismo, a ICAR aponta como único caminho para a unidade o retorno dos excomungados ao seio da única Igreja de Cristo, submetendo-se à autoridade do primado de Roma. É, portanto, um ecumenismo de absorção que compreende o receber de volta aqueles que abjuraram a fé dos apóstolos como um gesto de generosidade. Pode-se discordar do entendimento ecumênico da ICAR, mas não é possível negar-lhe a coerência com a imagem que a Igreja de Roma faz de si mesma.

Voltando os olhos para as igrejas protestantes, o autor do texto apresenta, inicialmente, um ecumenismo de negação. Essa prática parece impregnada no modo de pensar protestante. Assim, não é necessário que as tradições sejam semelhantes; estruturas não podem assegurar unidade, o título de quem conduz a igreja não é questão de última relevância; a estrutura eclesiástica não é constitutiva da igreja; a unidade não se baseia numa “lei” ou numa ordem; e por fim o ecumenismo não pode satisfazer-se apenas com a unificação de instituições.

O resgate da posição ecumênica luterana se faz no entendimento de que a Confissão de Augsburgo reconhece a existência da Igreja onde quer que o evangelho seja pregado de maneira pura e os sacramentos sejam administrados corretamente. Afirma, portanto, a posição luterana como uma clara “abertura ecumênica”. No entanto, a afirmação de Augsburgo também poderia se vista como um ecumenismo de dissidência em que aqueles que romperam, ao sair, tentam resguardar sua própria autenticidade em face das divergências e põem em xeque as práticas sacramentais e o conteúdo da pregação daqueles que ficam. Os mesmos raciocínios poderiam ser aplicados à posição calvinista.

A despeito da inicial identidade por negação, o autor não se furta a apresentar uma agenda positiva em termos de confluência de propósitos (em contraponto à mera concordância em torno de termos semelhantes com interpretações diferentes); destaca a postura de humildade e autocrítica como base para a disposição ao aprendizado ecumênico; e apresenta uma cultura de unidade na diversidade e pluralidade dos carismas dentro das comunidades cristãs como base para o diálogo inter-eclesiástico. Essa agenda positiva recebeu “coroa de glória” no entendimento do autor de que o critério capaz de testar todo o resto é a unidade da igreja em torno da centralidade em Jesus.

Quanto à posição da ICAR no movimento ecumênico e sua postura atual, o autor do texto considera que vale a pena verificar a trajetória de suas posições no decorrer da história e o faz com brevidade e precisão.

Ciente de sua ininterrupta sucessão histórica, os cerca de 1500 anos em que a Igreja Romana manteve sua catolicidade estabeleceram uma visão em que o organismo vivo foi confundido com as estruturas institucionais. Portanto, após a ruptura estabelecida pela reforma, a posição da ICAR foi de que a unidade seria restabelecida apenas mediante o retorno dos excomungados. Em meados do século XIX e início do século XX essa posição se confirma no concílio Vaticano I e na encíclica “Mortalium animos”, com o fortalecimento da autoridade do bispo de Roma e a proibição de envolvimento nos processos ecumênicos.

Indícios de abertura são vistos no livro publicado (1937) por Yves Congar, que entre outras coisas referiu-se aos protestantes como “irmãos separados”, e no grupo de trabalhos ecumênicos criado por Lorenz Jaeger (ICAR) e Wilhelm Stählin (luterano) em 1946. Essa abertura evoluiu e encontrou sua expressão máxima no Concílio Vaticano II (1962), que teve como promotor e Papa João XXIII. A partir deste concílio a ICAR passou para uma nova fase quanto às reflexões e práticas a respeito do ecumenismo. A nova posição católica produziu diálogos internacionais com as Igrejas Ortodoxas, Anglicanas, Luteranas, reformadas e livres (nesta ordem) com elaboração de documentos comuns e forte entusiasmo quanto ao destino do ecumenismo.

No entanto, não demorou até que a disputa entre conservadores e progressistas dentro da ICAR produzisse freios e retrocessos. A ambiguidade de vários textos do Vaticano II se tornou o mote para uma interpretação conservadora do claro espírito ecumênico do concílio e o fechamento de portas que já estavam escancaradas.

Entre idas e vinda, hoje a ICAR parece divida quando o assunto é ecumenismo. Se por um lado sua liderança caminha na contramão do ecumenismo, haja vista a volta das indulgência em 2000, a preferência pela nomeação de clérigos conservadores, a resistência na assinatura de documentos conjuntos, e o retrocesso na abordagem de recentes encíclicas papais sobre assuntos em que a convergência já havia sido alcançada, por outro lado, muitos segmentos leigos continuam firmes em seu propósito de experimentar a “fraternidade eclesial na diversidade reconciliada”. Vale lembra que a igreja não é maior que seus líderes humanos, pois que é obra do Espírito de Deus que a conduzirá o destino que para ela tem preparado.

Ecumenismo


Síntese das principais ideias dos textos "Ecumenismo: Definição, significado, abrangência" e "Unidade e pluralidade da Igreja conforme o Novo Testamento", ambos escritos por Gottfried Brakemeier, como requisito da disciplina Fundamentos do Ecumenismo e dentro dos limites formais exigidos pela Escola Superior de Teologia - EST.

A partir do texto “Ecumenismo: definição, significado, abrangência” apresente estas três facetas do ecumenismo: dimensão da teologia, disciplina e movimento.

No decorrer da história, o termo grego de onde provém ecumenismo (ecumene - mesma origem etimológica de outros que se referem ao mundo que habitamos tais como ecologia, economia e ecossistema) produziu abordagens diversas com enfoque geográfico, político, cultural e por fim eclesiológico – quando se consolidou como forma de pensar que tem o propósito de zelar pela unidade do corpo de Cristo.

O ecumenismo, percebido como esforço por recuperação da unidade visível da Igreja, surge da constatação da perda da universalidade de que a Igreja gozava nos primeiros séculos, quando era efetivamente una, ainda que diversa. Portanto, o ecumenismo milita a favor da união do povo que se chama cristão para o cumprimento de uma missão que lhe é comum.

Na fala do Conselho Mundial de Igrejas, no entanto, o ecumenismo não precisa restringir-se à promoção da unidade da igreja, mas deve abranger a unidade de toda a humanidade. Assim, a unidade da igreja teria como objetivo último mais que o congraçamento da igreja; objetivaria congregar toda a criação de Deus. Não faltam opositores a este pensamento entre protestantes e católicos que defendem uma agenda restrita à recuperação da unidade cristã.

Não há como negar que a história milenar da Igreja revela divisões, facções, fracionamentos e separações que desde o começo existem, mesmo contra o desejo de Jesus de “uma igreja”. É neste ambiente de rompimentos que o ecumenismo se propõe a trabalhar em prol da unidade. Para isso, é fundamental reconhecer que a unidade da igreja é anterior às divisões que hoje se apresentam. Por outro lado, é necessário compreender que unidade não é sinônimo de uniformidade. A igreja sempre se apresentou diversa e multiforme (como a graça de Deus). Ecumenismo, portanto, trata de “reconciliar, conjugar, criar comunhão...”, não de homogeneizar.

Mesmo uma causa justa e digna, o ecumenismo enfrenta resistência de diversos flancos e desperta muitos temores: não seria uma ameaça à identidade de fé enfraquecendo as percepções particulares? Não resultaria em sincretismo religioso com a mistura de credos conflitantes? A verdade não seria relativizada a partir das concessões? A resposta é “não” para todas as perguntas, uma vez que o ecumenismo pretende tão somente mediar o diálogo apontando para o evangelho de Cristo como recurso comum; “não renuncia à verdade, não nivela as diferenças nem as ignora”.

Faz-se necessário também reconhecer que o conflito presumido entre ação ecumênica e missionária só se justifica a partir de uma perspectiva de concorrência entre igrejas e de ações meramente proselitistas. Ecumenismo, por outro lado, se preocupa em vencer a rivalidade em prol da missão comum.

Além de se apresentar como o movimento descrito até agora, o ecumenismo também pode ser visto como uma dimensão da teologia a partir da perspectiva de interação entre as diversas tradições e épocas do pensamento teológico de maneira a enriquecer todo o fazer teológico. Além disso, é razoável vê-la também com uma disciplina que se pretende objeto de estudo, divulgação e reflexão.

O segundo texto fala de uma “pluralidade concêntrica” como forma de entender e relacionar unidade e pluralidade na tradição cristã. Apresente os argumentos do texto a favor desta compreensão.

O Novo Testamento é extenso na apresentação da unidade como base da existência da Igreja de Jesus Cristo: um só rebanho, um único pastor, apenas um Corpo, um só Espírito, um único Senhor, uma só fé, um batismo, um só Deus e pai de todos. Por outro lado, a história revela que temos resistido às tentativas de uniformizar a diversidade que marcou a igreja desde o começo.

Os “fatores diversificantes” passam pelo fato de que a fé cristã começou com um grupo de pessoas (o que caracteriza pluralidade), pela realidade de a igreja ter sido gerada em ambientes culturais diversos (fonte de tensões em torno da vida de comunhão) e pela individualidade dos testemunhos produzidos por pessoal de diferentes classes sociais, gênero, etnia e historia pessoal. Portanto, não há como sustentar uma igreja primitiva homogênea.

Unidade e pluralidade fazem parte da natureza da igreja e se conciliam apenas porque o Novo Testamente apresenta a pessoa de Jesus como o “eixo gravitacional” em torno do qual a igreja, com sua pluralidade, gira. Assim, pode-se falar de uma pluralidade com um único centro, uma “pluralidade concêntrica”, entendimento que priva o ecumenismo de atuar contra as variadas expressões da fé cristã.

É senso comum que há virtude e riqueza na diversidade, mas tão somente quando na pluralidade se estabelecem acordos de cooperação mútua. A diversidade que agride e trabalha para exterminar as diferenças não é legítima e abala a unidade da igreja. No entanto, quando o centro comum é Cristo podemos recuperar o entendimento dos primeiros cristãos de que Ele aproximou “judeus e gregos” e os fez família de Deus; tarefa almejada pela perspectiva ecumênica.

Ressalte-se, no entanto, que pluralidade concêntrica não significa tolerância a heresias (descaracterização e perversão da fé). O Novo Testamento apresenta-se seguro de que existem pilares de verdade que não podem ser movidos sob a pena de levar a baixo todo o edifício da fé. O ecumenismo, portanto, carece de compromisso com essas verdades e não pode ser encontrado cooperando com a “confusão religiosa”. Por outro lado, é preciso amor para que o apego à verdade não se torne tirânico. Se a defesa da fé é excludente, o amor é inclusivo. E cabe ao ecumenismo a tarefa de amalgamar os dois, como fez Jesus, de maneira que a unidade da igreja seja percebida pelos de dentro e pelos de fora. Exemplos desse exercício não faltam no novo testamento, o que nos mostra que a tarefa não é impossível.

08 outubro 2008

Homens Batistas 2

Mensagem proferida no 2º Congresso dos Homens Batistas Cearenses, realizado nos dias 12, 13 e 14 de Setembro de 2008 no Sítio Aberta Stwart.

(Eph 4:16) do qual o corpo inteiro bem ajustado, e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, efetua o seu crescimento para edificação de si mesmo em amor.

Hoje pela manhã falamos sobre a unidade através de Cristo. Agora, refletiremos juntos sobre a segunda parte de nosso tema, edificados no amor de Cristo.

A palavra edificado se relaciona com edificação e edifício, isto é, construção. Isso é muito interessante para nós porque revela uma verdade importante: não estamos prontos, nossas vidas estão sempre “em obras”! Talvez os crentes devessem andar por aí com uma placa pendurada no pescoço dizendo “em construção”.

Estou chamando atenção para esse ponto, porque muitos irmãos vêem sua caminhada com Cristo de uma maneira estranha: Eles reconhecem que eram inimigos de Deus, agradecem a Deus pela salvação em Cristo Jesus e passam o resto da vida esperando o céu, como se a salvação de Deus não fosse operada através do aperfeiçoamento permanente em nossas vidas.

O aperfeiçoamento é parte da salvação em três tempos, que às vezes esquecemos: fomos salvos por Deus em Cristo Jesus: Justificação (liberdade da culpa do pecado), estamos sendo salvos pela ação do Espírito de Deus: Santificação (liberdade do poder do pecado) e seremos salvos pelo decreto final do Pai: Glorificação (liberdade da presença do pecado).

Eph 4:11 E ele deu uns como apóstolos, e outros como profetas, e outros como evangelistas, e outros como pastores e mestres, Eph 4:12 tendo em vista o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; Eph 4:13 até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, ao estado de homem feito, à medida da estatura da plenitude de Cristo; Eph 4:14 para que não mais sejamos meninos, inconstantes, levados ao redor por todo vento de doutrina, pela fraudulência dos homens, pela astúcia tendente à maquinação do erro; Eph 4:15 antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, Eph 4:16 do qual o corpo inteiro bem ajustado, e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, efetua o seu crescimento para edificação de si mesmo em amor.

Edificação, um meio não um fim.

O amadurecimento da igreja de Cristo não é uma obra que possa ser feita mediante a sabedoria humana, nesse ponto muitos se enganam achando que podem influir nesse processo porque se acham muito entendidos da Palavra. Conhecimento é bom, mas não produz maturidade por si mesmo. Ao invés disso, pode subir ao coração do sujeito e afastá-lo do Senhor.

A edificação da igreja é uma intervenção de Deus diretamente na vida de cada filho seu. A edificação da igreja é o resultado do aperfeiçoamento de cada um dos seus membros. Deus nos fez parte de um mesmo corpo, por isso estamos ligados uns aos outros e o nosso crescimento só acontece em conjunto.

Por isso, uma igreja em que apenas algumas pessoas estão dando passos em direção ao amadurecimento espiritual, é como um corpo em que apenas os braços ou as pernas crescem. Ficando sem harmonia e equilíbrio, o corpo começa a ter dificuldades para cumprir suas atividades mais simples e se tornará em algo feio e sem função.

Porque aperfeiçoar você?

Rom 8:29 Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.Rom 8:30 E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou.

Deus tem um plano. Ele quer que todos nós tenhamos o mesmo caráter de Cristo. Ele deseja que sejamos parecidos com Jesus tanto no amor incondicional que ele teve pelas pessoas quanto na obediência confiante que ele demonstrou diante da vontade do Pai. Assim o pai está constituindo uma grande família, onde Jesus estará cercado de muitos irmãos, regenerados pelo Espírito Santo.

O que isso provoca em você? Que sentimentos você tem quando ouve que o Senhor “bolou” um plano, que Ele mesmo está executando, para que você se torne à imagem de seu filho?

31-32 Que poderemos nós comentar perante coisas tão maravilhosas? Se Deus está ao nosso lado, quem será contra nós? Se ele nem o seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós, não nos dará, com Cristo, tudo o mais que precisarmos? 33 Quem ousará acusar-nos, a nós que Deus escolheu para si mesmo? Porque foi Deus mesmo quem nos perdoou 34 Quem pois é que nos condenaria? Ninguém o poderia fazer visto que foi mesmo Cristo quem morreu e ressuscitou por nós, e se encontra sentado no mais honroso lugar junto de Deus, ali intercedendo em nosso favor. (Rom. 8:31-34 - OL)

Qual é o plano de Deus?

O plano de Deus é a igreja. O Senhor estabeleceu sua igreja não apenas para que o evangelho seja pregado, mas, sobretudo para que ele seja vivido. O final que esperamos para todas as coisas não é apenas que todos tenham ouvido as boas novas, mas que as vidas tenham sido transformadas pelas boas novas. A igreja é o plano de Deus para o aperfeiçoamento de cada um de nós.

Volte para Efésios 4:11 e 12 e veja que esse plano começa com alguns presentes dados por Deus. O Senhor entrega para a igreja pessoas, como se fossem instrumentos que Ele vai usar para a edificação da igreja: profetas, evangelistas, pastores e mestres.

Eph 4:11 E ele deu uns como apóstolos, e outros como profetas, e outros como evangelistas, e outros como pastores e mestres, Eph 4:12 tendo em vista o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo;

Vamos compreender agora. Deus chama pessoas no meio da igreja para usá-las no aperfeiçoamento dos santos. Profetas, evangelistas, pastores e mestres são responsáveis pelo aperfeiçoamento da igreja. Eles devem pregar, exortar, evangelizar, admoestar, cuidar e ensinar os santos e prepará-los para que eles exerçam seus próprios ministérios, dentro e fora da igreja.

Assim, o corpo é edificado tanto pelo trabalho dos líderes quanto pelo ministério dos santos. Isso é muito importante porque nos revela que não podemos esperar que o pastor sozinho complete toda a obra de edificação da igreja. O corpo de Cristo só plenamente edificado quando cada irmão exerce o ministério para o qual foi chamado por Deus.

O Espírito revelou ao Apóstolo Paulo que a igreja é um organismo vivo em que cada membro precisa ser parte do crescimento do corpo. Na prática, isso significa que para a edificação da igreja ser completa, cada membro precisa descobrir como Deus deseja que ele participe desse grande desafio.

Como é na sua igreja. É tudo nas costas do pastor? Afinal “o homem tá sendo pago pra isso!” Ou talvez seja tudo sobre as suas costas e de um ou dois diáconos. Esse não é o jeito de ser igreja que o Senhor deixou para nós.

Eph 4:16 do qual o corpo inteiro bem ajustado, e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de cada parte, efetua o seu crescimento para edificação de si mesmo em amor.

No verso 16, o Espírito de Deus revela que toda a igreja, como um corpo, deve trabalhar para o seu crescimento. Outra coisa é que o corpo precisa estar conectado. Uma perna em um canto e um braço em outro canto não formam um corpo, além de não poderem ajudar um ao outro.

Talvez agora seja mais fácil compreender porque a unidade do Espírito é tão fundamental para a igreja. Sem unidade, a igreja jamais poderá trabalhar como um corpo em que cada parte serve o corpo todo e não a si mesmo.

É nesse ponto que as duas coisas se misturam: unidade e edificação. O Espírito de Deus produz unidade para que o corpo seja edificado. Mas, o final da edificação mútua do corpo, isto é, o resultado de cada pessoa exercer seu ministério na igreja, é chegarmos à unidade da fé e pleno conhecimento do Filho de Deus

Eph 4:13 até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, ao estado de homem feito, à medida da estatura da plenitude de Cristo;

Assim, a unidade do Espírito prepara o ambiente para a edificação e a edificação resulta na unidade do corpo. O resultado de tudo isso é que através da vida e da experiência dos irmãos, conheceremos mais a Jesus e isso nos fará pessoas mais maduras, mais parecidas com Cristo.

Você já sabe qual é o chamado de Deus para sua vida? Qual foi o serviço para o qual o Senhor o chamou. Quais são as capacitações que o Espírito lhe concedeu? Você é o plano de Deus para a edificação da Igreja.

Edificação, uma proteção para a igreja

Por fim, quero pensar com os irmãos sobre a idéia revelada nas Escrituras de que a edificação é uma proteção para a igreja. Muitos pastores estão preocupados com a enorme quantidade de falsos ensinos que estão sendo despejados sobre a igreja. De segunda a segunda, 24h por dia, TV, rádio, internet estão cheios de ensinos estranhos à Palavra de Deus.

Quando a igreja é edificada pelo exercício do serviço de cada um, as pessoas amadurecem, tornando-se menos inconstantes, assim o próprio corpo se protege dos ensinos falsos, da fraudulência e dos erros maquinados por pessoas que não tem qualquer apreço pela igeja de Cristo.

Eph 4:14 para que não mais sejamos meninos, inconstantes, levados ao redor por todo vento de doutrina, pela fraudulência dos homens, pela astúcia tendente à maquinação do erro;

Os arraiais batistas têm sido invadidos pelo ensino de todo tipo de aventureiro. Muitos irmãos têm sido arrancados de nossas igrejas porque às vezes nos falta a alimentação sadia extraída da Palavra, a comunhão e o cuidado mútuo, o testemunho alegre de fé e confiança, a dedicação no serviço, enfim, a edificação mútua do corpo, que faz a igreja crescer.

Parte o coração de qualquer pessoa comprometida com a igreja de Jesus ver bebês na fé sendo açoitados de um lado para o outro por todo vento de doutrina, exatamente como alerta a Palavra de Deus. Onde estão os homens maduros de nossas igrejas? Onde estão os filhos de Deus experimentados na Palavra e na obediência? Onde estão os pais na fé dessa multidão de crianças de leite.

Quero encorajá-lo a descobrir e exercer seu ministério no corpo de Cristo, assim a igreja será edificada e protegida dos ventos de doutrina que assolam a igreja brasileira.

Conclusão

Quero encerrar encorajando os irmãos a fazerem duas coisas: primeiro, esforçar-se para manter a unidade do Espírito, rejeitando os espíritos facciosos que têm pelejado contra a igreja de Cristo; segundo, exercer com plenitude o ministério para o qual o Senhor o chamou e assim edificar a igreja pela qual Cristo Jesus entregou sua própria vida.