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24 julho 2007

Encontrando-se com Jesus – O Pescador de Betsaida

Introdução

Por volta do ano 30 da era cristã, havia na palestina dois jovens quase da mesma idade que causaram um grande alvoroço entre os judeus. Um se chamava João Batista, o outro Jesus Cristo. Eles eram primos. Os dois nasceram em circunstâncias sobrenaturais. O primeiro de uma mãe idosa, o segundo de uma jovenzinha.

João tinha um ministério à moda de alguns dos profetas do antigo testamento. Ele tinha uma dieta diferente e vivia afastado das cidades, onde chegava para pregar mensagens confrontadoras e de denúncia do pecado tanto do povo como das autoridades.

Jesus desenvolveu um ministério urbano. Ele circulava pelas ruas da cidade e usava vários métodos de ensino. Jesus chegou a ser acusado pelos religiosos Judeus que não concordavam com o livre trânsito que Ele tinha entre aqueles que era considerados como pecadores; a despeito disso sua mensagens tão o mais confrontadora do que a do seu primo João Batista.

No início do seu ministério, Ele teve um encontro muito especial com alguns dos homens que mais tarde se tornariam seus discípulos: Simão, André, Tiago e João. Esses quatro homens eram pescadores. O encontro de Jesus sobre o qual vamos meditar nesta noite é eles, e mais especificamente com Pedro, o pescador de Betsaida.

Esse encontro está registrado nos três evangelhos sinóticos: Mt. 4:18-22, Mc 1:16-20 e Lc 5:1-11.

Impressionante

As narrativas de Marcos e de Lucas são impressionantes em relação ao encontro de Jesus com os pescadores. Nas duas narrativas são histórias curtas que apresentam Jesus caminhando na beira do mar da galiléia. De repente Ele se encontra com um grupo de pescadores aparentemente desconhecidos, chama-os e eles largam tudo para segui-lo.


(16) Caminhando junto ao mar da Galiléia, viu os irmãos Simão e André, que lançavam a rede ao mar, porque eram pescadores. (17) Disse-lhes Jesus: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens. (18) Então, eles deixaram imediatamente as redes e o seguiram. (19) Pouco mais adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que estavam no barco consertando as redes. (20) E logo os chamou. Deixando eles no barco a seu pai Zebedeu com os empregados, seguiram após Jesus. (Marcos 1:16-20)


O evangelho de Marcos é uma espécie de roteiro de filme. As cenas são rápidas as histórias são curtas e as coisas acontecem num abrir e fechar de olhos. Jesus está caminhando na beira do lago, encontra os pescadores, faz um convite e eles largam tudo para segui-lo. Para reforçar o quadro, Marcos (que provavelmente escreveu seu evangelho a partir das memórias de Pedro), usa a palavra imediatamente.

João e Tiago também eram irmão e filhos de um homem chamado Zebedeu. Simão e André eram irmãos e possuíam um, talvez dois barcos. Pelo texto de Marcos sabemos que Zebedeu tinha empregados, o que pode indicar que Ele e os filhos tinham na verdade uma pequena frota de barcos.

A situação deles não era com a de alguns pescadores desse nosso Ceará que vivem muitas vezes mendigando o que comer, trabalhando em barcos que não lhe pertencem e entregando parte de sua produção aos atravessadores de plantão, que pagam barato pelo trabalho duro e o suor do rosto de seu semelhante.

Porque então esses homens, que tinham uma boa profissão e eram proprietários de seus próprios barcos, “imediatamente”, como afirma o evangelista, largaram tudo e seguiram a Jesus na primeira vez que O viram? Não parece uma atitude responsável ou equilibrada, tomada por homens maduros.

A chave para entender a prontidão dos pescadores, está na narrativa de Lucas, que é a mais detalhada quanto às condições em que tudo aconteceu. Vamos ler a história no evangelho de Lucas.

(1) Aconteceu que, ao apertá-lo a multidão para ouvir a palavra de Deus, estava ele junto ao lago de Genesaré; (2) e viu dois barcos junto à praia do lago; mas os pescadores, havendo desembarcado, lavavam as redes. (3) Entrando em um dos barcos, que era o de Simão, pediu-lhe que o afastasse um pouco da praia; e, assentando-se, ensinava do barco as multidões. (4) Quando acabou de falar, disse a Simão: Faze-te ao largo, e lançai as vossas redes para pescar. (5) Respondeu-lhe Simão: Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos, mas sob a tua palavra lançarei as redes. (6) Isto fazendo, apanharam grande quantidade de peixes; e rompiam-se-lhes as redes. (7) Então, fizeram sinais aos companheiros do outro barco, para que fossem ajudá-los. E foram e encheram ambos os barcos, a ponto de quase irem a pique. (8) Vendo isto, Simão Pedro prostrou-se aos pés de Jesus, dizendo: Senhor, retira-te de mim, porque sou pecador. (9) Pois, à vista da pesca que fizeram, a admiração se apoderou dele e de todos os seus companheiros, (10) bem como de Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram seus sócios. Disse Jesus a Simão: Não temas; doravante serás pescador de homens. (Lc 5:1-11)

Jesus e o encontro

Era o início do ministério de Jesus, mas ele não era um desconhecido nas imediações do mar da Galiléia. É possível e até provável que Jesus conhecesse alguns dos seus discípulos antes do chamado para seguí-lo. As cidades não eram muito grandes e Jesus vivia uma vida normal, participando dos eventos de sua comunidade. Quando ele pede a Simão que afaste o barco e pede permissão para usá-lo como plataforma para sua pregação, Jesus não está se dirigindo a um estranho.

Não há qualquer indício de que aquela era a primeira vez que Jesus pregava nas imediações do mar da Galiléia. Nem sabemos se era essa a primeira vez que Ele usava o barco de Simão como uma plataforma para falar ao povo. Mas sabemos pela narração de Lucas que já era grande o número de pessoas que queria ouvi-Lo, tanto que a multidão começou a apertá-lo.

Simão e o encontro

Pode ser que Simão já tivesse ouvido Jesus falar antes pessoalmente, ou, quem sabe, algumas pessoas já houvessem contado a Ele sobre um jovem pregador que falava com autoridade sobre as coisas de Deus.

Simão já tinha visto vários pregadores se levantarem naquele tempo em que todos esperavam o messias, e por isso não ele não via motivo para alvoroço. Ele emprestou seu barco para Jesus e enquanto o Senhor pregava, Simão trabalhava lavando as redes. Havia sido um dia ruim, daqueles que não se pesca nada. Mas aquele encontro seria diferente.

Assim como Simão, pode ser que até hoje você tem estado perto do Senhor e algumas vezes tem ouvido falar sobre ele. Você escuta os amigos e parentes falando do amor Dele e sobre como é bom ser seu discípulo, mas você já ouviu isso tantas vezes... Você até empresta seu barco para que eles ouçam ao Senhor, mas você mesmo prefere continuar limpando as redes depois de um dia de trabalho duro e poucos resultados. Hoje, o seu encontro com Jesus pode ser diferente. É preciso apenas que ele tenha as mesmas marcas do encontro entre Ele e Simão.

Acesso Direto

Depois de ensinar multidão sedenta pela palavra de Deus, Jesus fala diretamente com Simão. Sem intermediários, sem mediadores, sem tradutores ou qualquer outra figura entre eles. Aqui está a primeira marca: acesso direto.

O Senhor não precisa de intermediários para falar com você. Na verdade causamos uma grande frustração quando tentamos colocar algo ou alguém entre Ele e nós.

Homens e mulheres do passado, que serviram ao Senhor devem ser imitados em sua busca pela presença de Deus, mas não devem ser colocados como intermediários. São mulheres e homens santos, mas não cabe a eles mediarem nosso relacionamento com o Senhor.

Entre os crentes, há pessoas que quando passam por alguma dificuldade procuram amigos, parentes e até líderes de destaque, (consideradas pessoas dignas ou mais religiosas) e pedem que elas intercedam diante de Deus por sua vida, mas elas mesmas não falam diretamente com o Senhor.

Jesus chamou Simão e falou diretamente com Ele. Você também pode falar diretamente com o Senhor. Basta uma simples oração dita ou pensada, no silêncio da sua dor, diretamente a Ele, e você terá dispensado todos os intermediários.
Confiança Prática

Ao falar com Simão, o Senhor deve ter visto os semblante caído de Pedro, depois de um dia de trabalho sem resultado e fez uma proposta que poderia ter sido recebida até como uma ofensa.

(4) Quando acabou de falar, disse a Simão: Faze-te ao largo, e lançai as vossas redes para pescar. (Lc 5:4)

Simão e os demais homens eram pescadores experientes que aprenderam com os seus pais e os pais dos seus pais a arte de sobreviver através da pesca. Tinham seus próprios barcos, e havia prosperado ao ponto de terem empregados que trabalhavam para eles.

Eles já tinham vivido muitos dias ruins em sua profissão e ainda viveriam muitos outros. Jesus era carpinteiro por profissão e um mestre da palavra, mas de pesca ele não entendia nada, poderia ter pensado Simão.

Simão poderia reagir de várias maneiras: Fazer de conta que não ouviu... Fazer de conta que não entendeu... Tentar explicar a Jesus alguns princípios básicos sobre pesca... ou responder de forma indignada perguntado a Jesus quem ele achava que era para dar vir dar pitaco no trabalho dos outros.

Talvez você já tenha reagido de alguma dessas maneiras. Quem fica ouvindo Jesus a distância, usando outros como intermediários, pode até tentar uma dessas saídas; mas quem fala diretamente como Senhor, como Simão falou; quem ouve a voz daquele que é o Criador do Céus e da Terra, não pode continuar a fazer assim, precisar decidir se irá ou não confiar naquele que lhe dirigiu a palavra.

O Senhor não estava perguntando se Simão acreditaria, ou se ele acharia que ainda poderia pescar algo já no final do dia. Essa confiança não serve de nada; é na verdade uma porcaria. Ela não põe os pés nos chão, é apenas teórica.

Jesus chamou Simão para uma confiança prática. Apenas dessa maneira os seus encontros com Jesus vão deixar de mornos e sem sabor: através de uma confiança prática na Palavra de Cristo, que invade sua vida de segunda a segunda. Quem decide por isso, como Simão fez, deixará de ficar apenas ouvindo de longe para tornar-se um discípulo de Cristo.

Agora saiam mais para o fundo e lancem suas redes, que você vão pegar muitos peixes (Lc 5:4b - BV)

O Alvo certo

Uma outra palavra para confiança é fé. A Bíblia fala muito de fé e todos nós concordamos com a palavra que diz: sem fé é impossível agradar a Deus.

A fé é a vitória que vence o mundo
porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. (I João 5:4)

A fé nos guarda para o dia final
que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para revelar-se no último tempo. (I Pedro 1:5)

A provação da fé produz perseverança
sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança (Tiago 1:3)

O justo viverá pela fé
todavia, o meu justo viverá pela fé; e: Se retroceder, nele não se compraz a minha alma. (Hebreus 10:38)

Muitas pessoas tratam a fé como uma espécie de poder que alguns têm e o restante da humanidade deseja ter. A fé é considerada como uma espécie de fórmula mágica através da qual se obtém os desejos da alma.

Aliás, um dos best-selers mais recentes, “O Segredo” defende a tese de que se fixarmos nossos pensamentos mais intensos na direção dos nossos desejos, será um questão de tempo alcançarmos tudo o que quisermos.

No entanto a fé verdadeira é dom dado por Deus e precisa estar direcionada para o alvo certo, caso contrário se tornará um arma de destruição.

Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; Efésios 2:8

Na resposta de Simão ao Senhor, encontramos a terceira marca de um encontro transformador com Jesus: o alvo certo.

(5) Respondeu-lhe Simão: Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos, mas sob a tua palavra lançarei as redes.

Simão deixou de lado sua experiência como pescador. Ele não tentou explicar o fracasso do dia, nem colocou a culpa em seus companheiros de pesca. Simão não tentou olhar uma segunda vez para mar da galiléia na tentativa de ver se valeria a pena. Ele disse: sob a tua palavra lançarei as redes!

Sua fé será tão forte quanto à pessoa ou objeto em quem você a deposita. O alvo da fé é que é a sua medida, não o nosso esforço pessoal em crer. Onde há esforço para crer, ainda não há fé. Talvez seja por isso que Jesus disse que a fé só precisa ser do tamanho de um grão de mostarda para que coisas impossíveis começassem a acontecer.

Se a sua fé está apoiada em uma imagem de escultura ela será tão fraca quanto aquela imagem. Se sua fé estiver apoiada em um dos santos homens do passado, ela será tão fraca quanto aqueles homens forma. Se você apoiar sua fé em algum líder religioso dos nossos dias (seja ele o papa, o Dalai Lama, um grande evangelista da TV ou o seu pastor), ela quebrará em pedaços juntamente com esse homem ou mulher em quem você se apoio.

Simão fez a decisão certa: sob tua lançarei as redes. Não é confiado em mim, nem em mais ninguém, mas apenas na tua Palavra.

A grande Pesca

Quando nossos encontros com Jesus são marcados pelo acesso direto a Ele, por uma confiança prática que invade a vida e pela fé em sua Palavra, os resultados são reais e se tornam visíveis de todos.

Depois de confiar na palavra do Senhor e lançar novamente as redes onde ele não havia encontrado nada. Simão encheu se barco de peixe e quase vai a pique. Outro barco foi chamado para ajudar e os dois se encheram de peixes.

No entanto a algo surpreendente na reação de Simão. Não foi a quantidade de peixes que impressionou aquele homem. Simão ficou chocado com a santidade de Cristo. Aquela grande pesca fez com que Simão compreendesse que ele era não apenas um pescador, mas também um pecador que não merecia permanecer na presença do filho de Deus.

Quando você, pela fé em Cristo, lançar as redes onde não havia nada e os peixes encherem o barco, não se espante com o milagre. Adore ao Senhor! Reconheça a santidade Dele. Admita sua necessidade da presença dele e prostre-se aos Seu pés. Aí, como Simão ouviu, você também vai ouvir: NÃO TEMAS! Pescar peixes é bom, mas há algo melhor pescar vidas e conduzir pecadores aos pés de Jesus.

10 julho 2007

Encontrando-se com Jesus – O Homem Rico





Hoje vamos meditar sobre o encontro entre Jesus e um homem que queria saber como herdar a vida eterna. Essa história está narrada no evangelho de Lucas 18:18-23 e também nos evangelhos de Mateus (19:16-22) e Marcos (10:17-22).

(18) E perguntou-lhe um dos principais: Bom Mestre, que hei de fazer para herdar a vida eterna? (19) Respondeu-lhe Jesus: Por que me chamas bom? Ninguém é bom, senão um, que é Deus. (20) Sabes os mandamentos: Não adulterarás; não matarás; não furtarás; não dirás falso testemunho; honra a teu pai e a tua mãe. (21) Replicou o homem: Tudo isso tenho guardado desde a minha juventude. (22) Quando Jesus ouviu isso, disse-lhe: Ainda te falta uma coisa; vende tudo quanto tens e reparte-o pelos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, segue-me. (23) Mas, ouvindo ele isso, encheu-se de tristeza; porque era muito rico.
Esse encontro normalmente é citado como a história do jovem rico. E embora no evangelho de Mateus ele seja chamado de jovem, nos evangelhos de Marcos e Lucas o perfil é de um homem maduro, com posição de destaque na sociedade.

Todos os evangelhos reforçam a idéia de que ele tinha algum tipo de autoridade em sua comunidade (em outras palavras, poder) e que era um homem riquíssimo (Lc 18:23) ou dono de muitas propriedades (Mc e Lc).

Nosso personagem de hoje era um homem com profundas raízes religiosas. Ele estava preocupado com a vida eterna. Nesta vida ele já tinha o suficiente, mas ele se sentia inseguro em relação à eternidade.

Nós não sabemos a origem da sua riqueza. Talvez ele tivesse feito por onde, trabalhado arduamente em seus empreendimentos e investido corretamente os seus ganhos até que se tornou dono de muitas propriedades; ou quem sabe ele era de uma família rica que havia deixado para ele uma grande herança, muitos bens e muita riqueza.

De uma forma ou de outra, parece que ele vai ao encontro de Jesus porque sentia que agora era necessário garantir também uma boa vida eterna.

18 junho 2007

Encontrando-se com Jesus – A Mulher com Hemorragia


(41) Eis que veio um homem chamado Jairo, que era chefe da sinagoga, e, prostrando-se aos pés de Jesus, lhe suplicou que chegasse até a sua casa. (42) Pois tinha uma filha única de uns doze anos, que estava à morte. Enquanto ele ia, as multidões o apertavam. (43) Certa mulher que, havia doze anos, vinha sofrendo de uma hemorragia, e a quem ninguém tinha podido curar [e que gastara com os médicos todos os seus haveres], (44) veio por trás dele e lhe tocou na orla da veste, e logo se lhe estancou a hemorragia. (45) Mas Jesus disse: Quem me tocou? Como todos negassem, Pedro [com seus companheiros] disse: Mestre, as multidões te apertam e te oprimem [e dizes: Quem me tocou?]. (46) Contudo, Jesus insistiu: Alguém me tocou, porque senti que de mim saiu poder. (47) Vendo a mulher que não podia ocultar-se, aproximou-se trêmula e, prostrando-se diante dele, declarou, à vista de todo o povo, a causa por que lhe havia tocado e como imediatamente fora curada. (Lucas 8:41-47)


Trazendo à Memória
Domingo passado vimos o encontro de Jesus com o homem de Gadara. Um encontro no qual o filho de Deus, pela autoridade que o Pai lhe concedeu, libertou um homem que era influenciado e controlado por forças espirituais que pretendiam destruí-lo.
Vimos que não há meio termo quando o assunto é a nossa relação com Deus. Somos livres para escolher a quem iremos obedecer. E seremos escravos de quem obedecermos. Se obedecermos aos nossos próprios desejos pecaminosos, seremos controlados por eles; se obedecermos ao Espírito de Deus e à Sua palavra, seremos servos de Deus.
Ao se encontrar com Jesus, o homem de Gadara foi liberto dos demônios que controlavam sua vida e tornou-se um servo de Deus.
Quem rejeita o controle de Deus sobre sua vida fica a mercê do próprio pecado e das forças espirituais rebeldes ao Senhor. Quem vira as costas para Deus e resolve viver a própria vida como quer, precisa saber que o resultado dessa atitude é a morte. Mas quem aceita o controle de Deus sobre sua vida através da fé em Jesus, recebe um presente que se chama vida eterna. Uma vida que começa agora e se estende por toda eternidade.
O encontro de hoje é entre Jesus e a mulher com uma hemorragia. Que o Espírito de Deus use esses momentos aqui para promover um encontro entre você e o Filho de Deus.



Introdução

A história dessa mulher é narrada nos três evangelhos sinóticos. Capítulo 5 de Marcos, 9 de Mateus e 8 de Lucas. Nossa reflexão será no texto de Lucas 8:43-48.

Lucas era médico e companheiro do apóstolo Paulo em suas viagens. Sabemos isso porque na carta que escreveu aos colossenses, o apóstolo diz:

Saúda-vos Lucas, o médico amado, e também Demas. (Colossenses 4:14)

O evangelho provavelmente foi escrito em Cesaréia entre os anos 64 e 70 d.C.. Lucas, além de médico era um pesquisador sobre a vida e a obra de Jesus. Por causa de sua formação ele era um homem meticuloso.

Para escrever sobre a vida de Jesus, ele foi guiado pelo Espírito de Deus a fazer uma pesquisa detalhada consultando o que há havia sido escrito e conversando com testemunhas oculares do ministério de Jesus.

(1) Visto que muitos houve que empreenderam uma narração coordenada dos fatos que entre nós se realizaram, (2) conforme nos transmitiram os que desde o princípio foram deles testemunhas oculares e ministros da palavra, (3) igualmente a mim me pareceu bem, depois de acurada investigação de tudo desde sua origem, dar-te por escrito, excelentíssimo Teófilo, uma exposição em ordem, (4) para que tenhas plena certeza das verdades em que foste instruído. (Lucas 1:1-4)

Pontos de Destaque

Entre os evangelhos, o de Lucas é que mais referência faz a assuntos médicos. Leprosos, paralíticos, hemorrágicos, homens, crianças e mulheres e multidões de doentes são curados de suas feridas e encontram salvação para suas almas. É Lucas também que nos oferece mais detalhes sobre o nascimento de Cristo.

O evangelho de Lucas enfatiza a oração, dá destaque para as mulheres e não perde oportunidade de refletir sobre a pobreza e a riqueza.

No entanto, que chama mais atenção é grande interesse do médico amado pela transformação de pessoas. Zaqueu o cobrador de impostos; o Ladrão arrependido, o filho pródigo, o publicano arrependido, o bom samaritano, o leproso curado e cheio de gratidão, são todas histórias de pessoas que tiveram suas vidas transformadas quando se encontraram com Jesus.

Contexto do encontro

Quando nossa história acontece, Jesus está no auge de seu ministério público e sempre cercado de uma grande multidão.

Depois de libertar o homem de Gadara, Jesus tomou um barco de volta para a outra margem do Mar da Galiléia. Ele foi recebido por uma multidão que o aguardava e logo ao descer do barco foi abordado por um homem chamado Jairo. Ele era um importante líder religioso.

Jairo prostrou-se aos pés de Jesus e clamou por ajuda. A filha dele, que tinha doze anos, estava doente. Jesus imediatamente acompanhou Jairo. É no caminho para a casa de Jairo que a nossa história acontece.

(41) Eis que veio um homem chamado Jairo, que era chefe da sinagoga, e, prostrando-se aos pés de Jesus, lhe suplicou que chegasse até a sua casa. (42) Pois tinha uma filha única de uns doze anos, que estava à morte. Enquanto ele ia, as multidões o apertavam. (43) Certa mulher que, havia doze anos, vinha sofrendo de uma hemorragia, e a quem ninguém tinha podido curar [e que gastara com os médicos todos os seus haveres], (44) veio por trás dele e lhe tocou na orla da veste, e logo se lhe estancou a hemorragia. (45) Mas Jesus disse: Quem me tocou? Como todos negassem, Pedro [com seus companheiros] disse: Mestre, as multidões te apertam e te oprimem [e dizes: Quem me tocou?]. (46) Contudo, Jesus insistiu: Alguém me tocou, porque senti que de mim saiu poder. (47) Vendo a mulher que não podia ocultar-se, aproximou-se trêmula e, prostrando-se diante dele, declarou, à vista de todo o povo, a causa por que lhe havia tocado e como imediatamente fora curada. (Lucas 8:41-47)

A Situação da Mulher

  • Doença incurável
  • Há doze anos aquela mulher estava doente.
MATEUS 9:20 - E eis que uma mulher, que durante doze anos vinha padecendo de uma hemorragia,

LUCAS 8:43 - Certa mulher que, havia doze anos, vinha sofrendo de uma hemorragia, e a quem ninguém tinha podido curar...

MARCOS 5:25,26 - Aconteceu que certa mulher, que, havia doze anos, vinha sofrendo de uma hemorragia ... sem, contudo, nada aproveitar, antes, pelo contrário, indo a pior,



Impura cerimonialmente

Provavelmente aquela mulher convivia há doze anos com um fluxo menstrual que não cessava. Essa situação, segundo a lei, a tornava impura cerimonialmente, isto é, ela não podia participar das celebrações religiosas, ela não podia adorar junto com outras pessoas, nem realizar qualquer coisa ligada ao culto a Deus.

Durante as regras femininas normais, a mulher está cerimonialmente contaminada durante sete dias. Durante esse período, quem tocar nela ficará contaminado até o anoitecer... Quando as regras femininas durarem mais tempo que o normal, ou acontecerem fora do tempo certo, são aplicados ou mesmos regulamentos dados para o caso das regras normais. (Levítico 15: 19, 25)

Rejeitada Socialmente

Imagine os irmãos o que aquela mulher estava vivendo. Ela vivia como quem tem uma marca que diz: fique longe de mim. Ninguém que quisesse participar da adoração a Deus poderia aproximar-se dela.

Imagine meus irmãos, que aquela mulher não podia ser tocada. O sentimento de rejeição tinha tomado conta daquela mulher nos doze anos de sua doença.

Quem sabe nos primeiros anos ela alimentava a esperança de ser ficar boa e retornar para o convívio da sociedade, mas com o tempo ela conformou-se ao ostracismo e ao isolamento. Ninguém podia tocá-la.

Falida economicamente

Lucas quebra a ética profissional para denunciar que aquela mulher estava falida economicamente porque gastara tudo que tinha com os médicos.

(43) Certa mulher que, havia doze anos, vinha sofrendo de uma hemorragia, e a quem ninguém tinha podido curar [e que gastara com os médicos todos os seus haveres],


Marcos afirma que aquela mulher...

...muito padecera à mão de vários médicos, tendo despendido tudo quanto possuía, sem, contudo, nada aproveitar, antes, pelo contrário, indo a pior, (Marcos 5:26)

Essa era a situação dela: doente, rejeitada pela religião, rejeitada pela sociedade e falida.

Não houve abrigo para ela entre os que cultuam a saúde, não houve amparo para ela entre os que adoram a religião, ela não encontrou guarida entre os que idolatram a vida social, nem tampouco entre os que têm o dinheiro como sua segurança.

Mas em Jesus ela encontrou um porto seguro para a vida. Eu não sei qual é a sua situação agora, não sei quem já fechou a porta na sua cara, mas eu sei que você pode fazer o que aquela mulher fez. Ela procurou a Jesus.

Quem me tocou

A multidão apertava a Jesus e os discípulos. No meio daquele sufoco, o Senhor para e faz um pergunta que parece uma piada: quem me tocou? Os discípulos olharama uns para os outros, talvez sem entender a pergunta de Jesus, e aí foi um tal de: eu não fui! Eu também não! Nem eu! Pedro, então, já meio irritado diz:

Ora Jesus, a gente tá aqui no maior aperto, tem gente que nem presta e o Senhor pergunta quem me tocou? Paciência, né?!

Qual foi a diferença entre os esbarrões e apertões da multidão e o toque da mulher? Jesus insiste e explica:


(46) ... Alguém me tocou, porque senti que de mim saiu poder.

Motivações

Tem gente que se aproxima de Jesus, enxerga ele de perto segue ao Senhor no meio da multidão, mas não recebe dele nenhuma virtude, não é abençoado com o poder que o Senhor tem.

Curiosidade

Há pessoas que vão ao Senhor por pura curiosidade são como aqueles que param na Praça do Ferreira para olhar o sujeito que pula por dentro do aro cheio de facas. Elas olham para Jesus, olham para a igreja do Senhor e vêem tudo como um espetáculo diferente e curioso. Enquanto o espetáculo durar, elas permanecem; quando o espetáculo termina, elas vão embora.

Modismo
Há outros que vão ao Senhor por que tem um multidão perto dele. Se é moda seguir a Jesus, então conte comigo. Se estar perto de Jesus dá status, me faz conhecer pessoas, expande meus relacionamentos, se é um coisa que todo mundo está fazendo, então eu também vou. Para essas pessoas, Jesus é um detalhe; o que importa é não ficar de fora, não perder a onda.

Utilitarismo
Há ainda aqueles que se aproximam de Jesus porque confundem o Senhor com um canivete suíço. Vêem Jesus com um objeto multiuso que de alguma forma vai ser útil para eles. Não querem a companhia de Jesus, querem ser beneficiados ao usarem alguma das “funções” de Jesus. Se o canivete funciona, elas permanecem; se o canivete não funciona ou é difícil de ser usado elas pulam fora.

Essas pessoas vão à igreja, participam dos cultos, cantam, e fazem tudo o mais que dizem para elas que um cristão deve fazer. Elas imprensam Jesus no meio da multidão, mas não recebem dele graça ou poder.

Porque você tem se aproximado de Jesus? Quais são suas motivações verdadeiras?

Confiança
No entanto, há aqueles que se aproximam do Senhor porque confiam nele. Aquela mulher nem sequer queria falar com Jesus. Ela não se sentia no direito de pedir, muito menos de exigir nada. Ela queria apenas tocar nele.

(27) tendo ouvido a fama de Jesus, vindo por trás dele, por entre a multidão, tocou-lhe a veste. (28) Porque, dizia: Se eu apenas lhe tocar as vestes, ficarei curada. (Marcos 5:27, 28)

Porque tocar em Jesus, deseja estar perto dele, confiar no seu amor por nós é abrir o caminho para que Sua graça e seu poder se derrame sobre nós.

Alguém me tocou?

Porque Jesus fez a pergunta? Havia algumas coisas que ainda precisavam ser corrigidas na atitude daquela mulher. Por isso o Senhor não deixou que tudo acontecesse assim, em brancas nuvens. Alguém me tocou.

(47) Vendo a mulher que não podia ocultar-se, aproximou-se trêmula e, prostrando-se diante dele, declarou, à vista de todo o povo, a causa por que lhe havia tocado e como imediatamente fora curada.

Restauração consigo mesmo

Aquela mulher pretendia tocar nas vestes de Jesus e sair de mansinho. Mas o Senhor não permitiu. Ela precisava ser restaurada consigo mesmo. Ela havia perdido o amor própria e sua dignidade havia sido picotada em pedaços durante doze meses e jogada na lata do lixo. Mas o senhor não permitiu que aquilo continuasse. Ela via que não podia mais ocultar-se.

Pode ser que você esteja se escondendo de si mesmo, e tenha se esquecido do quanto você vale para o Senhor. Mas ele não se esqueceu. Você também pode para de esconder-se e dizer: fui eu Senhor, fui eu quem te tocou!

Restauração com os outros

Jesus deu aquela mulher a oportunidade de testemunhar. Ela tinha vivido doze anos longe do convívio da sua comunidade. O Senhor então chama aquela mulher para fora do anonimato. Ela Levantou a voz no meio da multidão, prostrou-se diante do Senhor e disse: fui eu Senhor, fui eu em quem te tocou. Assim o Senhor começou a restaura o relacionamento daquela mulher com as outras pessoas.

(47) Vendo a mulher que não podia ocultar-se, aproximou-se trêmula e, prostrando-se diante dele, declarou, à vista de todo o povo, a causa por que lhe havia tocado e como imediatamente fora curada.

Pode ser que você esteja com seus relacionamentos partidos. Ninguém é confiável, ninguém é amigo, ninguém quem o bem de ninguém, todos lhe desprezam e menosprezam a sua dor. O Senhor quer restaurar sua vida e lhe devolver para sua comunidade. Aproxime-se dele.

Restauração com Deus

Aquela mulher tinha muita fé, mas o seu jeito de se relacionar com o Senhor precisava de um ajuste, uma pequena e importante correção.

Ela saiu de casa ansiando por tocar na orla da roupa de Jesus. Ela andou de cabeça baixa pelas ruas da cidade e no meio da multidão ela sequer olhava para cima. Ela só via a orla da roupa de Jesus. Não havia a idéia de um relacionamento com Ele.

O evangelho de Marcos nos dá um detalhe interessante. Ela aproximou-se de Jesus por trás dele.

tendo ouvido a fama de Jesus, vindo por trás dele, por entre a multidão, tocou-lhe a veste. (Marcos 5:27)

Mas o Senhor Jesus não permitiu que fosse só assim. Alguém me tocou! Parecia uma denúncia. Os discípulos ficaram assustados (eu não! Eu não!) A própria mulher ficou calada. Mas Jesus insiste: Alguém me toucou.


(47) Vendo a mulher que não podia ocultar-se, aproximou-se trêmula e, prostrando-se diante dele, declarou, à vista de todo o povo, a causa por que lhe havia tocado e como imediatamente fora curada.


Face a face, diante dele, olhando para Ele. É assim que o Senhor lhe quer. Não escondido, ou pensando apenas na orla da sua roupa, mas conversando com ele, como quem conversa com um amigo.

08 junho 2007

Alívio e Descanso - Ativismo

INTRODUÇÃO

Para onde você vai quando a semana é difícil, quando o filho adoece, quando o dinheiro acaba e as contas continuam? Pra onde você vai quando a família se torna insuportável e o desejo de desaparecer começa a aparecer? Pra onde você se dirige quando a vida fica meio chata e sem graça, quando os problemas parecem não ter mais saída? Pra onde você vai quando bate aquela sensação de incompetência, quando você não bate as metas do mês e as suas idéias parecem todas fracassadas? Pra onde ir, quando nos sentimos cansados e sobrecarregados?

Durante as próximas semanas vamos meditar em um dos trechos mais conhecidos das Escrituras. No evangelho de Mateus 11:28-30, o Senhor Jesus se dirigiu aos cansados e sobrecarregados e ofereceu alguns dos bens mais raros e preciosos de que se tem notícia (não só para os nossos dias, mas por toda a história da humanidade): alívio e descanso.

(28) Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. (29) Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. (30) Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve. (Mateus 11:28-30)

As palavras de Jesus são tocantes, mas se você pensar um pouco, alívio e descanso fazem parte das promessas de quase todas as religiões. Há um verdadeiro mercado para esses dois bens tão preciosos, que são oferecidos tanto em roupagens sofisticadas como a dos exercícios de meditação da yoga, quanto no simplismo mercantilista dos cultos neo-pentecostais que traduzem alívio e descanso por carro de luxo e casa de praia.

O que há de diferente na fala de Jesus? Não está Jesus fazendo a mesma coisa que tantos líderes religiosos fizeram e fazem? Não está Jesus apenas oferecendo um tipo diferente de escape para as tristezas e angústias que estão sempre presentes na vida humana? Não é mais uma proposta para uma vida melhor?

Há grande diferença na fala de Jesus é que Ele não nos manda busca alívio em outro lugar. Ele não nos envia para cumprir tarefas difíceis em lugares inóspitos como montanhas e desertos. Ele não oferece uma série de exercícios espirituais que no final trarão descanso. Jesus não nos manda repetir orações ou mantras até que um sentimento de alívio tome conta de nós. Ele nos chama para ele mesmo: Vinde a mim! Jesus assume toda responsabilidade. Ele não transfere para a natureza ou para outra pessoa qualquer. Ele mesmo é a fonte de alívio e descanso.

O Senhor não chama os cansados e sobrecarregados para por sobre seus ombros mais cargas. Não há acusações. Para Jesus a questão não é que eles estejam fazendo algo errado, nem tampouco que eles precisem ser pessoas melhores para encontrarem alívio e descanso; a questão é o quanto estamos próximos dele.

Vinde a mim, todos que estais cansados e sobrecarregados!

Alívio e o descanso invadem a vida daqueles que vão ao Senhor; não porque essa é a fórmula para encontrar alívio e descanso, mas porque têm prazer em compartilhar sua vida com o Ele.

ROTAS DE FUGA

Pra onde ir, quando nos sentimos cansados e sobrecarregados? Qual é a sua rota de fuga? Digo rota de fuga porque ou você aceita o convite de Jesus ou você está fugindo dele.

Todos temos várias rotas de fuga. Algumas se tornam prediletas com o decorrer do tempo e se transformam em maus hábitos que se transformam em vícios. Há outras rotas de fuga que trilhamos uma vez, mas em seguida desistimos.

Ativismo

Nos centros urbanos desse início de século XXI, uma das rotas de fuga mais comuns é o ativismo. Não estamos falando sobre o ativismo político ou ecológico, embora eles também possam se tornar uma fuga. O ativismo de que falamos se caracteriza pelo excesso de atividades e compromissos.

Vez por outra falo com alguém sobre o excesso de atividade da vida. São pessoas que não têm tempo para nada nem para ninguém. Normalmente ouço uma explicação mais ou menos como essa: “bem que eu queria ter uma vida mais tranqüila, mas realmente não dá. Afinal de contas a gente tem que ganhar o pão de cada dia”.

Corre-se desesperadamente de cedo da manhã até tarde da noite para ganhar a vida. Mas quando olho para essas pessoas, não parece que a vida está sendo ganha; parece mais é que a vida está sendo jogada fora.

(1) Se o SENHOR não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o SENHOR não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela. (2) Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão que penosamente granjeastes; aos seus amados ele o dá enquanto dormem. (Salmos 127:1-2)

A vida não foi feita por causa do trabalho. O trabalho é que foi feito para compor a vida. O trabalho faz parte da vida, mas também fazem parte, a família, a igreja, os amigos, o descanso e o lazer. Aproveita melhor a vida quem opta pela simplicidade e pelo equilíbrio.

melhor é o pouco, havendo o temor do SENHOR, do que grande tesouro onde há inquietação. (Provérbios 15:16)

melhor é um punhado de descanso do que ambas as mãos cheias de trabalho e correr atrás do vento. (Eclesiastes 4:6)


Nossa sociedade tem uma grande necessidade de preencher cada minuto do dia com alguma coisa produtiva, senão se sente desperdiçando tempo. É a prática da máxima que diz “Tempo é Dinheiro”.

A parte da vida que não conseguimos preencher com trabalho, preenchemos com qualquer outra atividade, conquanto que não sobre nenhum tempo ocioso; até o lazer é usado como forma de ativismo.

Saímos para um tempo que deveria ser de lazer, mas muitas vezes se tornam horas estressantes e cansativas, porque arrastamos para o lazer as expectativas de performance e terminamos por desejar resultados irreais para uma simples tarde de sábado no parque. O resultado é frustração e uma insatisfação generalizada com a vida.

Em busca de ser alguém

Um dos motivos pelos quais hoje as pessoas têm dificuldade de abrir mão do ativismo é porque elas encontram significado para suas vidas está naquilo que elas fazem, e não naquilo que são. Quando param de fazer, as pessoas entram em crise; não sabem mais quem são e a vida começa a perder sentido.

Precisamos acreditar que Deus nos considera importantes mesmo se não realizarmos nenhum grande empreendimento em toda nossa vida. Deus não tem necessidade de que façamos grandes obras pra Ele. A nossa importância diante dele reside do fato de sermos seus filhos!

(16) Batizado Jesus, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre ele. (17) E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo. (Mateus 3:16,17)

Ele nos amou quando nós ainda éramos rebeldes e continua nos amando, agora que somos seus filhos, feitos nova criatura pela fé em Jesus.

(6) Porque Cristo, quando nós ainda éramos fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios. (7) Dificilmente, alguém morreria por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém se anime a morrer. (8) Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores. (Romanos 5:6-8)

Se para Deus o que importa é o que nos somos através da nossa fé em Jesus, a melhor coisa que podemos fazer é rejeitar o ativismo como uma rota de fuga.

O Princípio do Descanso

A vacina para o ativismo está na capacidade de descansar. Quem dá o exemplo é o próprio Deus. Depois de seis dias agindo em toda a criação, Deus descansou.

(2) E, havendo Deus terminado no dia sétimo a sua obra, que fizera, descansou nesse dia de toda a sua obra que tinha feito. (3) E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele descansou de toda a obra que, como Criador, fizera. (Gênesis 2:2-3)

A terra cultivada também deveria descansar. Durante seis anos era cultivada e no sétimo decansava, enquanto servia de mantimento para os necessitados

porém, no sétimo ano, a deixarás descansar e não a cultivarás, para que os pobres do teu povo achem o que comer, e do sobejo comam os animais do campo. Assim farás com a tua vinha e com o teu olival. (Êxodo 23:11)

O descanso deveria se estender aos empregados, visitantes e animais.

Seis dias farás a tua obra, mas, ao sétimo dia, descansarás; para que descanse o teu boi e o teu jumento; e para que tome alento o filho da tua serva e o forasteiro. (Êxodo 23:12)

Veja a sabedoria da Palavra de Deus: o descanso trás alento. Viver a vida em correria permanente resulta em desânimo. O Senhor Jesus dá a correta dimensão do significado e da importância do descanso quando afirma:

(27) ...O sábado foi estabelecido por causa do homem, e não o homem por causa do sábado; (28) de sorte que o Filho do Homem é senhor também do sábado. (Marcos 2:27-28)

Parar as atividades produtivas por um tempo é uma vacina contra o ativismo e uma prova de confiança no caráter de Deus. Confiança de que Ele vai suprir nossas necessidades. Ele cuida dos seus amados enquanto eles dormem

Deus é digno de confiança! Foi isso que Jesus disse. Ele falou também, com clareza, sobre o benefício de confiar em Deus.

(24) Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas. (25) Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes?

(26) Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo, vosso Pai celeste as sustenta. Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves? (27) Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida?

(28) E por que andais ansiosos quanto ao vestuário? Considerai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham, nem fiam. (29) Eu, contudo, vos afirmo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. (30) Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós outros, homens de pequena fé?

(31) Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos? (32) Porque os gentios é que procuram todas estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas; (33) buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.

(34) Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal. (Mateus 6:24-34)


Quando nos sentirmos cansados e sobrecarregados com a vida e formos tentados a encontrar alívio e descanso no excesso de atividades, devemos nos lembrar de que:

· O ativismo é uma fuga que nos leva pra longe de Jesus;
· A simplicidade é o terreno onde germinam as sementes do alívio e do descanso;
· Deus nos ama pelo que somos, não pelo que fazemos;
· Descansar é confiar no caráter de Deus e em sua provisão.

Encontrando-se com Jesus - O Homem de Gadara





INTRODUÇÃO

Hoje vamos começar uma série de mensagens sobre pessoas que se encontraram com Jesus. Durante os meses de Junho e Julho vamos conhecer e relembrar encontros que marcaram o ministério de Jesus e transformaram a vida daqueles que se encontraram com Ele.

Minha oração hoje é um pedido a Deus para que o Seu Espírito use nossa reflexão sobre esses encontros para conduzir você, que nunca teve um encontro pessoal com o Filho de Deus, a reconhecer a soberania de Cristo e confiar Nele como seu Senhor e Salvador.

Oro também por você meu irmão, para que todos os dias você se reencontre com Jesus. Oro para que a presença de Deus seja tão constante, e para que os valores do Seu Reino estejam tão arraigados em sua alma ao ponto que sua vida seja um permanente encontro com Ele.

Relacionamentos

O Senhor Jesus não viveu sua vida enclausurado, com medo do mundo. Jesus era um estudioso da Palavra, mas não era um rato de biblioteca. Ele era um profundo conhecer das Escrituras, mas não era um erudito cheio de mofo e poeira. Eu creio que o equilíbrio do Senhor nesta área acontecia porque Ele optou por relacionar-se com as pessoas.

Aqui vai um alerta: Se Jesus, que era o próprio Deus feito gente, não abriu mão de estar com as pessoas, como pode alguém que se diz cristão, um seguidor de Jesus, achar que pode viver isolado dos outros? Que cristianismo é esse que vira as costas para o sofrimento do outro? Que cristianismo egoísta é esse que só se preocupa consigo mesmo? Que cristianismo enclausurado é esse que foge das pessoas? Esse não é cristianismo de Jesus.

Por onde Jesus passava as pessoas se aproximavam. Ele exercia uma atração irresistível sobre elas, compadecia-se delas, as curava, as abençoava, as exortava, denunciava os seus pecados, comia com elas, debatia idéias, respondia perguntas, perguntava, enfim, Jesus era alguém que não fugia do contato com outras pessoas.

Preste atenção nessa questão. Pode parecer mais cômodo isolar-se e ficar distante dos outros. É mais fácil lidar só com os nossos problemas e fazer de conta que não temos nada a ver com os amigos, vizinhos e colegas de trabalho. Mas essa atitude pode será uma semente cuja árvore se chama solidão e os frutos causam a morte por isolamento.

Deus nos fez com a capacidade e a necessidade de pertencermos uns aos outros através de relacionamentos saudáveis e apropriados. Foi assim a vida de Cristo, cheia de pessoas. Hoje vamos conhecer a história de um homem da região de Gadara que se encontrou com o Senhor Jesus e teve sua vida transformada.

Vamos ler a narrativa do evangelho de Marcos 5:1-20, mas a história também foi registrada nos evangelhos de Mateus (8:28-33) e Lucas (8:26-34).

17 dezembro 2006

Sete Pecados Capitais - Avareza





Introdução



Hoje, chegamos ao quinto dos sete pecados capitais: avareza. Também conhecida como ganância e cobiça.

Mesquinho, miserável, pão-duro, sovina, unha-de-fome, mão-de-vaca... O avarento é aquele que se deixou dominar pela cobiça, que desenvolveu um apego sórdido ao dinheiro, às riquezas e aos bens; que se entregou ao desejo desordenado de possuir e acumular.

A parte mais sensível do corpo de avarento é o bolso, ou a bolsa, principalmente se for para tirar algo. Diz a piada que ele é capaz de atravessar um rio a nado e entregar um sonrisal intacto na outra margem.

O avarento sofre pra tirar uns trocados do banco: é como se ele estivesse perdendo uma parte de si mesmo; também não gosta muito de festa, principalmente aquelas em que se leva um presente: o avarento não consegue lidar bem com a idéia de presentear, de dar algo sem esperar nada em troca. Retribuir é também uma atitude acima da sua capacidade.


Mas se a festa for uma boca-livre, ele vai sem cerimônia.

O avarento fica constrangido na hora de rachar a conta do restaurante, porque tem a sensação de que os outros estão levando vantagem na divisão. Normalmente, mesmo em excelente situação financeira, o avarento vive se queixando e se lamentando dos apertos da vida, como uma espécie de precaução contra algum pedido de ajuda.

Ele não consegue ver ninguém que realmente precise da sua ajuda, e quando ele percebe a necessidade evita a todo custo a frase “posso lhe ajudar em alguma coisa?”.

O avarento conhece bem os verbos somar e multiplicar, ele odeia o subtrair e sente-se roubado com o dividir. A sua maior preocupação não é com o dinheiro que ganha, mas com o dinheiro que guarda. Ele se agarra a sua poupança como um náufrago a um pedaço de tábua.

06 fevereiro 2006

Família - Parte 2

Principais Desafios Enfrentados pela Família
Aristarco Coelho

Como se vê são muitos os desafios enfrentados pela família nesse início de século. Para introduzir alguns deles, gostaria de apresentar um diagnóstico feito pelo sociólogo José Pastore da Universidade de São Paulo. Em um texto de sua autoria sobre a situação sócio-econômica da mulher, divulgado pelo Conselho Nacional de Direitos da Mulher, ele diz:

“Até o final dos anos 50, o relacionamento sexual se baseava no engajamento amoroso de longa duração. Para ter sexo era preciso casar. Na década de 60, o mundo assistiu a separação entre sexo e casamento. O sexo atrelou-se à sinceridade dos parceiros, e não necessariamente ao casamento. O sexo fora do casamento deixou de ser tratado como expressão do pecado, passando a ser considerado como uma saudável expressão de amor. Mas a família continuou essencial para criar a prole. Na década de 90, porém, o casamento começou a se descolar da família. Hoje, muitas crianças vêm sendo geradas e criadas por parceiros não casados, e que não pretendem se casar (...) Assim, num primeiro estágio, o sexo se separou do casamento. Agora o casamento ameaça se dissociar da família (...) Resta saber qual será o impacto dessa inovação sobre os produtos do relacionamento - os filhos. Só o futuro dirá. Afinal, as crianças nascem sem voz, voto ou veto.”
http://www.ibam.org.br/viomulher/inforel13.htm

Acredito que os principais problemas enfrentados pela família nos dias de hoje estão relacionados a essa implosão do tripé Sexo, Casamento e Família. Esses três elementos foram amalgamados pelo Senhor desde a criação do homem.

Em Gênesis 2:24, o Senhor deixou registrado em sua Palavra esse amálgama:

24 Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne.

O rompimento com as estruturas familiares de origem precede a formação de um novo núcleo familiar, celebrado através de um sexo gerador de unidade para o casal.

A liga, formada por sexo, casamento e família, considerava lícitas apenas as relações sexuais que faziam parte do contexto do casamento. Por sua vez, o casamento se constituía no ponto de partida para a formação de uma família. Assim, era preciso casar para desfrutar de sexo lícito e também para ser reconhecido como família.

O Sexo desassocia-se do casamento

A partir da década de 60 do século 20, o sexo passou a ser considerado lícito também fora do casamento e, assim, deixou de ser necessário casar para desfrutá-lo. Com essa compreensão, bastava a sinceridade dos envolvidos para se praticar sexo.

Esse momento de ruptura é muito importante para a família. A questão principal não é que os anos 60 trouxeram o sexo fora do casamento, até porque isso não é verdade. A questão é que, a partir desse momento, a sociedade começou a considerá-lo como uma expressão de amor e sinceridade, não mais como pecado.

A noção de que há tempo e cenário apropriados para o sexo, e que esse cenário é formado por direitos e responsabilidades foi substituída por uma percepção hedonista dos relacionamentos, pela busca do prazer a qualquer custo.

Alguns subprodutos dessa ruptura resultaram em grandes desafios para a família: O Liberalismo Sexual, a Pornografia e o Avanço da Proposta Homossexual estão entre eles.

Liberalismo Sexual

Na busca pelo prazer a qualquer custo os jovens têm sido iniciados cada vez mais cedo na vida sexual. Na verdade, antes mesmo de manterem os primeiros contatos físicos no início da adolescência, garotos e garotas são expostos diariamente a uma cultura sensual e erótica.

Novelas, Filmes e Comerciais bombardeiam os olhos e a mente de nossos pequeninos com idéias e valores que lhes roubam a infância e aceleram o processo de amadurecimento. Nas meninas, a menarca chega mais cedo; nos meninos se desenvolve o interesse precoce pelos estímulos sexuais.

Quando chegam à adolescência, a pressão por sexo é tremenda e os referenciais culturais dizem: Faça! Por que esperar? Os resultados colhidos são a redução assustadora na média de idade da primeira relação sexual, o aumento do número de adolescentes grávidas e a virgindade
desconhecida como símbolo de domínio próprio, respeito e honra.

A promiscuidade decorrente do sexo com diversos parceiros, mesmo remediada com o uso de preservativos, é uma das principais formas de contaminação pelo vírus da AIDS. Solteiros promíscuos arriscam-se a si mesmos e aos seus parceiros; Casados promíscuos têm a agravante de colocar em risco o cônjuge fiel que se considera protegido pela pretensa integridade de seu relacionamento.

Irmãos pastores e líderes, a palavra de Deus é rasgadamente clara sobre esse assunto. Vejam o que dizem os textos:

Hebreus 13:4 Digno de honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula; porque Deus julgará os impuros e adúlteros.

Apocalipse 21:8 Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos impuros, aos feiticeiros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte.

Apocalipse 22:15 Fora ficam os cães, os feiticeiros, os impuros, os assassinos, os idólatras e todo aquele que ama e pratica a mentira.


Nestes textos a palavra grega traduzida como impuro é por'-nos e trás o sentido de debochado, libertino ou fornicador. São palavras duras, irmãos, que nos desafiam a uma vida pessoal santa e ao exercício de uma liderança firme e amorosa de nossos rebanhos rumo à santidade.

E certo que devemos nos esforçar para sermos padrão em nosso proceder diante do rebanho de Deus. Também não podemos deixar de apontar a pessoa do Senhor Jesus Cristo como o alvo maior de santidade para nossos jovens. Santos como o Senhor é santo.

Pornografia

A desassociação entre o sexo e o casamento tornou-se um campo fértil para a proliferação da pornografia. Os meios de comunicação estão inundados de imagens pornográficas que reduzem o sexo a algo vulgar, mundano, subumano e pecaminoso.

A pornografia não atinge apenas crianças e adolescentes, ao apresentar para ele uma caricatura do sexo, ou mesmo os jovens, seduzindo-os ao prazer fácil e sem compromisso. Muitos casais cristãos estão presos ao uso de filmes e adereços pornográficos como uma espécie de elixir milagroso que se propõe a substituir o desenvolvimento de uma relação amorosa que investe no prazer saudável do outro.

Internet, TV por assinatura, vídeos, outdoors e revistas podem ser bem usados, quando são usados para a glória de Deus. Faça um pacto com Deus sobre onde seus olhos vão repousar e permanecer. Faça como fez Jó. Decida em seu coração não colocar diante de seus olhos nada que seja torpe aos olhos do Senhor.


Avanço da proposta homossexual

A primeira coisa que gostaria de afirmar sobre essa questão é que Deus ama profundamente o ser humano. Nossas decisões com relação a nossa expressão sexual não mudam absolutamente nada desse amor. O amor que Deus tem por sua criação é tão grande e tão incompreensível que Ele é capaz de nos amar intensamente mesmo quando nossa discordância com Ele se transforma em um afronta à sua vontade.

É assim que acontece com relação àqueles que optam por expressar sua sexualidade através de relacionamentos com pessoas do mesmo sexo. Por isso não cabe em nossos discursos nenhuma palavra ou atitude discriminatória.

No entanto, não podemos deixar de constatar que o avança da proposta homossexual está ligada diretamente a essa dissociação entre o sexo e casamento e à busca do prazer a qualquer custo. A proposta homossexual invade a sociedade e a igreja não apenas com uma forma de expressão de sexualidade, mas com um modelo de relacionamento familiar que não é compatível com os valores expressos pelo Senhor em sua Palavra.

Tenho a impressão, irmãos, que os movimentos de apoio ao homossexualismo têm a exata noção de como esses modelos são incompatíveis e por isso tem avançado com firmeza para ocupar espaços e vender suas propostas através do todos os meios de comunicação existente.

A igreja, nesta questão, parece acuada. Líderes, inseguros sobre como abordar a questão, emudecem sobre o assunto em seus púlpitos. Mais que isso, igrejas consagram pastores homossexuais, e autorizam esses líderes a celebrarem casamentos homossexuais.

Um grande desafio se coloca para a Igreja do Senhor Jesus Cristo: Oferecer um ambiente, uma comunidade, onde a correta e saudável expressão sexual exerça uma atração irresistível sobre aqueles que optaram pelo homossexualismo e os conduza ao amor indescritível que Deus tem por nós.

A família desassocia-se do casamento


A família assume formas alternativas, resultante das mudanças das relações familiares. Assim, não é mais preciso casar-se para ser considerado como família.

Essa desassociação entre família e casamento também apresenta subprodutos que são desafios para a família no século XXI. Novas formas de união têm substituído o casamento como indicativo da constituição de uma família.

Coabitação

Vou recorrer outra vez aos estudos do prof. José Pastore para tentar explicar quão prejudicial pode ser para a família a decisão de apenas morar juntos. Ele diz o seguinte:

“Nos Estados Unidos, entre 1980 e 1995, houve um aumento de 80% nesse tipo de união. Cerca de 50% dos casais jovens (menos de 40 anos) já estão nessa. "Viver junto" passou a ser uma forma cômoda de usar o mesmo teto, mantendo contas bancárias separadas (...) Ainda não se chegou a uma teoria consolidada sobre as vantagens de casar ou viver junto. Mas, as pesquisas mostram que as pessoas que vivem junto tendem a ser menos comprometidas do que as casadas. Cerca de 50% dos que vivem juntos se separam dentro de cinco anos - contra 30% dos casados (...) Apesar disso, viver junto ganha popularidade. Na Suécia, cerca de 50% das crianças são filhas de pais não-casados; na França, 35%; nos Estados Unidos, 30%. São números expressivos e que indicam uma alta probabilidade dessas crianças virem a ser criadas por apenas um dos parceiros, dada a grande incidência de separação entre os que vivem juntos (...) A sociedade parece não ter encontrado, até o momento, substitutos adequados para o matrimônio e para a família. Se o casamento dura pouco, viver junto dura menos ainda. E, nesse processo, as crianças e as mulheres são as grandes prejudicadas. As conseqüências da separação acabam se arrastando por várias gerações. As mulheres terminam carregando os fardos mais pesados na educação dos filhos, nos seus desvios de condutas e até mesmo no seu sustento econômico. Ou seja, a coabitação traz mais problemas...”
http://www.ibam.org.br/viomulher/inforel13.htm

É preciso estar atento ao que esse homem, que até onde sei não professa uma fé evangélica, está dizendo. Suas palavras revelam os desdobramentos familiares de quem opta por viver sem compromissos. Compromisso, irmãos, essa é uma palavra importante. A Bíblia tem outra palavra que expressa bem essa noção de compromisso. Aliança.

O projeto de Deus para a família é um relacionamento de aliança, que não abre mão diante das dificuldades e intempéries da vida. O Senhor é zeloso das alianças que ele mesmo firma e pede também nosso compromisso com as alianças firmadas no casamento. Vejam o que diz a palavra do Senhor em Malaquias 2:13,14:

13 Ainda fazeis isto: cobris o altar do SENHOR de lágrimas, de choro e de gemidos, de sorte que ele já não olha para a oferta, nem a aceita com prazer da vossa mão. 14 E perguntais: Por quê? Porque o SENHOR foi testemunha da aliança entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira e a mulher da tua aliança.

Que tremendo desafio é para a Igreja do Senhor pregara a mensagem para uma sociedade que não valoriza os pactos. Quão duro é para o Senhor testemunhar homens e mulheres temerosos de investir suas vidas em uma aliança para toda a vida. Homens e mulheres que constroem relacionamentos frágeis e prontos a serem desfeitos ao primeiro sinal de dificuldade. Ah... Se não fora a misericórdia do nosso Deus...

Produção Independente

Com a desassociação entre família e casamento, os filhos não são mais gerados pelo amor de duas pessoas. Agora eles são produzidos de forma independente. A linguagem industrial torna difícil tratá-la como uma forma de união.

O pano de fundo das produções independentes é o egoísmo que busca a realização pessoal na geração de uma nova vida. A intenção não é gerar para proteger, educar, formar e amar; o objetivo é produzir para satisfazer-se, realizar-se, usufruir e ser amado.

Produção independente é o resultado de corações independentes e pretensamente auto-suficientes, que não querem correr o risco de amar. Amados irmãos e irmãs, somos desafiados por Deus a ministrar para essa geração. Quem levantará a bandeira do altruísmo, da vida ofertada em favor dos outros e não do próprio prazer?

Queridos, essa é a bandeira do nosso Senhor e Salvador. Vejam o que diz Sua Palavra:

Mateus 20:28 tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.

Marcos 10:45 Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.

I Timóteo 2:5 -6 Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem, o qual a si mesmo se deu em resgate por todos: testemunho que se deve prestar em tempos oportunos.


São grandes desafios que precisam ser compreendidos e encarados por nossas próprias famílias e pela família ampliada que se chama igreja.


*Palestra proferida em evento promovido pela Convenção Batista Cearense e realizado no auditório do Colégio Batista Santos Dumont, contando com a participação dos pastores ligados àquela denominação e suas respectivas esposas