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07 maio 2016

Evangelho Autêntico - Eu vim para que tenham vida

PIB Nova Esperança - Santa Rita/PB - 07/05/16 


Evangelho Autêntico
Eu vim para que tenham vida

O ladrão vem apenas para furtar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham plenamente. Jo 10.10 (NVI)

Introdução

Expresso aqui minha gratidão à liderança da Primeira Igreja Batista Nova Esperança pelo convite para essas noites de sábado, e pelo espaço que me permite compartilhar com os irmãos algo sobre aquilo que compreendo ser o Autêntico Evangelho de Jesus.

Quando João Paulo me apresentou o tema, de imediato fui capturado por ele. Falar sobre o evangelho enche o coração de quem ama o Senhor; ainda mais quando se tem a oportunidade de resgatar elementos da autenticidade desse evangelho, como é nossa proposta para esta série de reflexões que começaremos hoje.

Um observador atento e com perspectiva histórica perceberá com rapidez que, comparado a épocas anteriores, vivemos dias de abundância de recursos a respeito da fé em Jesus. À nossa disposição temos estudos, mensagens, aulas, pregações, músicas, livros, conferências, seminários, encontros, etc. Toda sorte de ferramenta que se possa imaginar está cada vez mais acessível, inclusive através da internet. De maneira que não é demais afirmar que nossos dias estão encharcados de evangelho.

No entanto, nem tudo que inunda os meios de comunicação e a fala das pessoas é realmente a autêntica mensagem de Cristo. Sobre isso o apóstolo Paulo alertou os irmãos da região da Galácia dizendo o seguinte:

6 Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho, 7 o qual não é outro, senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo. 8 Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema. Gl. 1:6-8 (ARA)

Portanto, desde os primeiros dias da igreja, somos ensinados pelo Espírito de Deus que não devemos aceitar qualquer mensagem que fale de Deus ou de Jesus como se fosse o evangelho de Cristo. É preciso conferir sua autenticidade.

É essa a motivação dessas reflexões: voltar às Escrituras e conferir de que se trata o autêntico evangelho de Jesus, apresentado por ele mesmo nas páginas dos evangelhos.

Claro que não é possível ser exaustivo, isto é, esgotar o assunto. Mas acredito que os seis pontos a serem abordados durante esta série poderão nos deixar mais preparados para rejeitar “outros evangelhos” que se oferecem nas prateleiras dos mercados da fé.

Texto e oração

O ladrão vem apenas para furtar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham plenamente. Jo 10.10 (NVI)

O ladrão e o bom pastor

Eu vim para que tenham vida! Essa fala de Jesus é muito conhecida dos leitores dos evangelhos, mas se popularizou depois de ser usada pela CNBB em uma das Campanhas da Fraternidade, lançadas anualmente por aquela entidade no período chamado de quaresma.

O contexto em que Jesus nos faz essa maravilhosa revelação é uma conversa sobre ovelhas, apriscos, ladrões, pastores, etc. Cuidar de um rebanho de ovelhas era uma atividade profissional bem comum nos dias de Jesus. Por isso ele a usou como exemplo. Jesus fazia isso com frequência: usava as coisas comuns do dia-a-dia para ensinar verdades e princípios eternos.

Existe um contraponto que me chama a atenção nessa história: de um lado Jesus nos apresenta o ladrão: ele não tem qualquer apreço pelo rebanho. O bem-estar das ovelhas não faz parte dos seus interesses. Ele está disposto a roubar, matar e destruir, porque seu objetivo é tirar proveito da situação. Ele está pronto para sacrificar a vida do rebanho em prol de si mesmo.

Do outro lado da comparação está o próprio Jesus. Ele é a porta do aprisco, por onde as ovelhas passam (à noite para encontrar lugar de descanso; durante o dia para encontrar pastagens e água). Ele está pronto para entregar a própria vida a fim de preservar a integridade do rebanho. Ele é o bom pastor que entrega a própria vida para que suas ovelhas vivam vidas fartas, plenas de tudo o que é necessário.

Então, o ladrão furta, destrói e mata, mas Jesus oferece às suas ovelhas uma vida plena, abundante mesmo. Quero me concentrar hoje à noite em como o Senhor faz isso.

Eu sei que algumas pessoas compreendem que vida abundante é aquele em que temos tudo aquilo que desejamos. Mas eu entendo que esse não é o conceito do Evangelho. Quando leio os ensinos de Jesus, entendo que essa vida abundante está relacionada muito mais àquilo que Jesus faz em nós do que a algo que ele nos dá.

Se por um lado o ladrão furta, destrói, e mata. Acredito que Jesus (1) restitui, (2) refaz e (2) reanima.

Restitui a nossa humanidade

A primeira ação de Cristo para nos conceder vida plena é restituir nossa plena humanidade. A humanidade que um dia recebemos de Deus foi corrompida e se tornou menor. Não é demais, portanto, afirmar que a humanidade, de acordo com a imagem e semelhança de Deus, nos foi furtada.

Não somos tudo aquilo que o Deus planejou que seríamos. Não é difícil reconhecer isso. Basta abrir os jornais ou ligar a TV para constatar! A notícias são desanimadoras: assassinatos, roubos, estupros, desrespeito, mentiras, humilhações, xingamentos, pouco caso, intolerância, conivência, coações, arrogância, abusos e outras coisas terríveis como estas nos fazem menos humanos. Mas, se você preferir, pode ler esse trecho da Bíblia:

10 Como dizem as Escrituras: “Não há ninguém sem pecado. Ninguém! 11 Não há ninguém que entenda, ninguém que busque a Deus. 12 Todos se afastaram, todos ficaram sem qualquer valor. Não há ninguém que faça o bem. Ninguém!” 13 “Suas bocas são como túmulos abertos; usam a língua para mentir.” “O que dizem é como veneno de cobras!”14 “As suas bocas estão cheias de maldições e amargura.” 15 “Estão sempre prontos para matar 16  e para onde quer que vão causam ruína e miséria. 17 Não conhecem o caminho da paz.” 18 “Não tem nenhum respeito por Deus.” Rm 3.10-18 (VFL)

Fomos furtados, irmãos! Sem que nos déssemos conta, nos levaram o respeito pela vida! As pessoas perderam o valor para nós! Somos uma sociedade sempre pronta para matar; quando não usamos armas brancas ou de fogo, usamos palavras e atitudes.

Fomos furtados, irmãos! Na calada da noite nos levaram embora a disposição de fazer o bem com alegria, de ajudar os que passam por alguma necessidade, de proteger os indefesos, de dizer palavras de encorajamento. Somos uma sociedade em que ser altruísta é perda de tempo.

O Senhor nos quer dar vida plena! E como ele faz isso? Ele muda a disposição da nossa mente por meio da presença do seu Espírito em nós. E exatamente isso que o profeta Ezequiel quis dizer:

26 Darei a vocês um coração novo e porei um espírito novo em vocês; tirarei de vocês o coração de pedra e lhes darei um coração de carne. 27 Porei o meu Espírito em vocês e os levarei a agirem segundo os meus decretos e a obedecerem fielmente às minhas leis. Ez 36.26,27 (NVI).

De forma gentil, o Espírito tenta restaurar em nós a imagem e a semelhança de Deus, a plenitude da nossa humanidade. Com sussurros e exortações ele nos conduz a valorizar a vida, abençoar as pessoas, defender quem sofre ameaças, lutar pela verdade, encorajar os humilhados, preservar os relacionamentos, promover a paz, respeitar os diferentes e amar a todos.

Sua vida será plena na proporção em que você dá ouvidos à voz do Espírito e permite que sua maneira de encarar a vida seja moldada pelos seus preciosos ensinamentos. Portanto, não faça ouvidos de mercador, quando ele sugerir mudanças em sua vida.

Refaz a nossa identidade

A segunda ação de Cristo para nos conceder vida plena, é refazer nossa identidade. Esse é um assunto importante, porque a maneira como nós nos percebemos tem uma influência direta sobre nossa maneira de viver a vida.

O mundo é tão grande complexo que é muito fácil nos sentirmos um zé-ninguém, apenas uma peça nessa engrenagem. Acordamos pela manhã, saímos para trabalhar, fazemos o que nos pagam pra fazer, voltamos para casa, assistimos TV, dormimos, acordamos no dia seguinte, e lá se vai tudo outra vez. Nossa existência nesse mundo tem algum valor? Somos alguém ou apenas mais um? Era assim que se sentia o escritor de Eclesiastes:

3 O que o homem ganha com todo o seu trabalho em que tanto se esforça debaixo do sol?4 Gerações vêm e gerações vão, mas a terra permanece para sempre.5 O sol se levanta e o sol se põe, e depressa volta ao lugar de onde se levanta. 6 O vento sopra para o sul e vira para o norte; dá voltas e mais voltas, seguindo sempre o seu curso. 7 Todos os rios vão para o mar, contudo o mar nunca se enche; ainda que sempre corram para lá, para lá voltam a correr. 8 Todas as coisas trazem canseira. Ec 1.3-8 (NVI)

Alguns, no entanto, não estão assim de cabeça baixa. Não estão deprimidos e absortos na rotina da vida. Estão de olhos levantados e se esforçam para compreender o mundo ao seu redor. No entanto, mesmo estes, precisam lidar com a mesma questão: Temos algum valor neste universo infinito? Será que não somos apenas uma poeirinha cósmica que respira? Veja a reflexão do salmista:

1 Ó Senhor nosso Deus, a grandeza e a honra do teu nome transborda dos céus e enche toda a Terra. 2 Tu ensinaste as criancinhas a louvar-te perfeitamente, para que o exemplo delas envergonhe e reduza a silêncio os teus inimigos!3 Quando de noite contemplo os céus e vejo a obra dos teus dedos, a Lua e as estrelas que fizeste,4 pergunto: Quem é o homem, para que te preocupes com ele? Quem é o filho do homem, que te lembres dele! Sl 8.1-4 (OL)

Nossa sociedade tem respostas muito práticas para essas inquietações da alma. As vozes que surgem são rápidas para oferecer uma solução:

Você é aquilo que veste!
Você é o carro que tem!
Você é o curso que fez!
Você é um acaso que deu certo!
Você é o conhecimento que tem!
Você é a fé que professa!

Nossa identidade está despedaçada! Nossa sociedade agoniza em uma crise de significado sem fim. Nossas igrejas estão atordoadas e sem rumo.

Mas o evangelho autêntico de Jesus tem uma direção. O trabalho continua sendo do Espírito de Deus. Ao entrar em nossas vidas por meio da rendição a Jesus, ele nos concede uma nova identidade. Vejam o que diz o apóstolo João:

10 Aquele que é a Palavra estava no mundo, e o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o reconheceu. 11 Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam. 12 Contudo, aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus, Jo 1.10-12 (NVI)

O apóstolo Paulo detalha essa obra do Espírito e nos ajuda a perceber como podemos confiar nas transformações que o amor de Deus produz em nós.

14 porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. 15 Pois vocês não receberam um espírito que os escravize para novamente temer, mas receberam o Espírito que os adota como filhos, por meio do qual clamamos: "Aba, Pai". 16 O próprio Espírito testemunha ao nosso espírito que somos filhos de Deus. Rm 8.14-16 (NVI)

Essa é nossa nova identidade, irmãos. Quando nos rendemos a Jesus, o Espírito de Deus encontrou lugar em nossas vidas. Sua primeira obra foi nos fazer filhos, nos adotar na família de Deus. Essa é nossa identidade! Não somos um zé-ninguém! Não somos poeira cósmica! Somos filhos amados de Deus! O amor dele por nós foi provado na cruz! Deus se fez gente e entrou na história para que essa nova identidade se tornasse real!

Somos importantes não por aquilo que vestimos, calçamos, compramos, comemos, estudamos, entendemos ou onde moramos. Não nos deixemos enganar! Essas coisas fazem parte da vida, mas não podemos deixar que se tornem determinantes para nossa identidade.

Nossa importância reside no fato de que somos amados; porque somos importantes de verdade apenas para aqueles que nos amam. E Deus nos ama! É sobre este chão que nossa identidade deve ser construída. O chão do amor de Deus por nós. Amor provado e comprovado.

Há muito o que falar sobre essa nova identidade em Cristo Jesus que não cabe nesta reflexão. Mas devemos sair daqui com a clareza de que a vida abundante que o Senhor prometeu passa pela por nos apropriamos dessa nova identidade que recebemos por meio do Espírito de Deus.

Reanima para a eternidade

A terceira ação de Cristo para nos conceder vida plena é nos reanimar para a eternidade.

Eu acredito que parte da angústia que consome a vida de muitos é a ausência de uma esperança que vá além desta vida. De forma geral somos uma geração que não tem expectativas sobre a eternidade. Não ansiamos por ela!

Fomos ensinados que a vida é aqui. O agora é o que importa, a única coisa que realmente existe. Portanto, o melhor a fazer é usufruir de tudo que a vida possa oferecer, porque o depois é incerto e duvidoso.

Esse modo de pensar também encontra espaço entre nós, na igreja. Temos nos tornado apressados, imediatistas e pragmáticos; incapazes de esperar o tempo necessário para as mudanças de Deus em nós e em nossos irmãos. Algumas vezes atropelamos uns aos outros em busca de audiência nos cultos, e curtidas no Face.

No entanto, quanto maior é a pressão para ficarmos satisfeitos com o aqui e o agora, mais nossa alma se angustia e entristece. Isso tem uma razão: Deus plantou em nós um profundo anseio pela eternidade.

11 Ele fez tudo apropriado ao seu tempo. Também colocou no coração do homem o desejo profundo pela eternidade; contudo, o ser humano não consegue perceber completamente o que Deus realizou. Ec 3.11(KJA)

A vida é um presente maravilhoso de Deus. Mas ela não comporta a eternidade, não cabe nela tudo aquilo que Deus planejou para nós.

Por mais longa seja nossas vidas, por mais saudáveis sejam nossos dias, por mais realizações alcancemos, por mais produtiva seja nossa rotina, por mais prazer venhamos a sentir, por mais intensas sejam as alegrias... não será suficiente.

Por mais numerosos sejam os concílios, por mais ECCs e EJCs aconteçam, por mais abençoados sejam os cultos jovens, por mais instrutivas sejam as EBs, e mais tremendos os retiros e vigílias... não será suficiente.

Porque esta vida não é suficiente para preencher o desejo de eternidade que temos em nossas almas.

O autêntico evangelho de Jesus muda nossa perspectiva e nos liberta da prisão do imediatismo.

Certa vez um homem insistiu para que Jesus julgasse a disputa entre ele e o seu irmão em relação herança deixada pelo pai. Ao ver que ele dava mais valor à herança do que ao relacionamento com seu irmão, Jesus contou a história de um homem que tentou preencher esse anseio pela eternidade com suas riquezas. As palavras ditas àquele homem são importantes.

20 (...) Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? Lc 12.15,20 (ARA)

O evangelho autêntico de Jesus ecoou também nas palavras do Apóstolo Paulo. Através dele somos animados a olhar para a eternidade com esperança. Não podemos deixar a mentalidade de nossos dias nos aprisione nesta vida.

19 Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens. 1 Co 15.9 (ARA)

Onde está nossa esperança, irmãos? Por séculos os cristãos olharam para a eternidade aguardando a vida plena e abundante prometida por Jesus. Eles encontraram conforto em saber que um dia todo o choro será consolado, toda a dor será banida e os anseio de nossas almas encontraram consolo naquele é ele mesmo a plenitude de Deus.

Restituídos em nossa humanidade, refeitos em nossa identidade e animados para a eternidade, podemos avançar para a vida plena prometida pelo Senhor.


(...) eu vim para que tenham vida, e a tenham plenamente. Jo 10.10 (NVI)

20 março 2016

Pistas para um imitador de Jesus


Pistas para um imitador de Jesus
Comunidade Batista em Mangabeira 4 -  João Pessoa/PB - 20/03/2016

Conexão

Boa noite, irmãos. Semana passada fomos desfiados pelo pr. Francisco a avaliar o custo de ser um discípulo de Jesus. Seguir o Senhor não é como no Facebook; não é apenas clicar e adicioná-lo como amigo.

Ele nos alertou que ser discípulo significa estar disposto a colocar tudo e todos em segundo plano. É confiar no amor de Deus e seguir o exemplo que ele nos deu: Jesus entregou a vida por você (um sacrifício de sangue); você entrega sua vida a ele como uma oferta viva a Deus. Ele morreu por você afim de que você viva para Ele.

Os desafios de entrega total a que o Senhor nos chama são tão difíceis que poderíamos desanimar. Mas ele mesmo é quem garante que não seremos abandonados nessa empreitada. Quando entregamos nossa vida ele, o seu amor gracioso nos alcança e nos socorre em nossas imperfeições e pecados.

O chamado de Jesus para sermos discípulos dele é um convite para nos tornarmos seus imitadores e fazermos como ele fez. Esse chamado ecoou pela voz dos seus apóstolos. É nesse sentido que Paulo nos convoca a termos em nós o mesmo sentimento que também houve em Cristo Jesus.

Hoje vamos continuar esta série de pregações refletindo sobre uma história conhecida por muitos. Esta semana ela foi repetida pelo Papa Francisco como parte das celebrações da semana que é chamada santa: a cerimônia de lava-pés.

Alguns acham que seguir a Jesus é algo misterioso (embora na verdade não seja). Diante disso, meu propósito hoje à noite é oferecer, a partir da narrativa do apóstolo João, algumas pistas para aqueles que desejam ser imitadores de Jesus. Portanto abram suas bíblias no capítulo 13 do evangelho de João para acompanharmos juntos a leitura dos primeiros dezessete versos.

Leitura Bíblica (Jo. 13.1-17).

Oração

Introdução

Neste final de semana muitos estão celebrando a Páscoa. No entanto, a Páscoa festejada nos meios de comunicação nada tem a ver com aquela que estava prestes a acontecer quando os fatos da nossa história se desenrolaram. Hoje a páscoa é uma mistura de símbolos com significados pagãos, como o ovo e o coelho, e muita vontade dos comerciantes de vender chocolate. Essa Páscoa nada tem a ver com o evangelho de Cristo.

Já a páscoa do relato de João era uma festa judaica, instituída por Deus para que os Israelitas celebrassem a libertação do povo que fora escravizado no Egito. Era a lembrança daquele dia fatídico em que os primogênitos egípcios foram mortos, enquanto o anjo passou por cima de todas as casas cujos umbrais estavam marcados com o sangue do cordeiro, poupando assim os filhos de Israel. Essa Páscoa também não é uma festa cristã. Ela é o que é: uma celebração judaica. Portanto, com base nas Escrituras, não há razão para os cristãos festejarem a páscoa judaica e muito menos a páscoa pagã. 

Por outro lado, é inegável que desde os primeiros dias da fé cristã, os discípulos de Jesus de origem judaica reconheceram que há um paralelo entre essas histórias de libertação. Por isso Paulo afirma que Jesus é nosso cordeiro pascoal (I Co. 5.7). No entanto, enquanto celebrava a páscoa judaica com seus discípulos, falando sobre seu sangue a ser derramado e seu corpo a ser entregue por nós, o Senhor nos chama a celebrar uma nova aliança. 

Assim, embora Cristo seja nosso cordeiro pascoal, fomos chamados por ele não para celebrar a páscoa, mas para um memorial sobre seu sacrifício voluntário, anunciando sua morte até que ele venha. 

...um pouco antes da festa da Páscoa, Jo 13.1

Foi um pouco antes da festa da Páscoa, afirma João, que essa história se deu. De forma inusitada, no meio de uma refeição, Jesus tira a capa de sobre seus ombros, amarra uma toalha na cintura, enche uma bacia com água e começa a lavar os pés dos discípulos.

O que era surpreendente naquela cena? Certamente não era que alguém estivesse lavando os pés de outra pessoa, porque aquilo fazia parte da cultura da época. Os pés empoeirados das estradas eram lavados para oferecer mais conforto e higiene durante as refeições, que muitas vezes eram servidas em sofás que permitiam às pessoas conversarem deitadas, próximas umas das outras.

O surpreendente era que Jesus estivesse fazendo uma tarefa que era função de um empregado dos mais simples, muitas vezes um escravo. Isso sim foi impactante para os discípulos e em especial para Pedro.

1ª Pista: Abra mão do controle

É nesse ponto que deixo a PRIMEIRA PISTA para os imitadores de Jesus: abra mão do controle.

Quando Pedro viu o que estava acontecendo, imediatamente se opôs: “Senhor, vais lavar meus pés?”. Ele não estava entendendo aquilo. Não fazia sentido! Como reagiu, Pedro? Ele tentou parar com tudo e assumir o controle da situação.

Não é raro agirmos assim quando sentimos que a vida não nos pede licença para acontecer. Tentamos assumir o volante achando que assim vamos nos sentir mais seguros. Mas o Senhor Jesus fez diferente.

No deserto, faminto e sedento, questionado em sua identidade, seu poder e sua missão, Jesus é tentado a assumir o controle da própria vida e encurtar o caminho. Mas, ao invés disso, ele entregou o destino de sua vida e de seu ministério nas mãos do Pai.

No Getsemani, às vésperas de ser preso e crucificado, angustiado com tudo que o esperava, Jesus fica entristecido ao ponto de suar sangue, mas não cedeu. Entregou sua vontade nas mãos do Pai e confiou nele.

Portanto, irmãos, aqueles que desejam imitar a Jesus devem aprender a abrir mão do controle e confiar no Senhor.


2ª Pista: Saia do raso

Pedro não se satisfez com a primeira fala de Jesus. Disse claramente que de forma alguma Jesus ia lavar os pés dele. "Não; nunca lavarás os meus pés". Aquilo não era o jeito certo de fazer as coisas. Imagine o meu Senhor agir como um servo.

Jesus, então, fala que ele precisava se submeter àquele momento, porque aquilo era uma demonstração, um símbolo da essência da sua missão na terra: “Se eu não os lavar, você não terá parte comigo.”

 Mas Pedro ainda não estava entendendo quase nada. Ele estava em outro canal. Diante da fala de Jesus, pediu para que não só os pés fossem lavados, mas também as mãos e a cabeça. É então que Jesus tenta tirar Pedro do raso e levá-lo para o fundo. Aqui está a SEGUNDA PISTA: para imitar Jesus, saia do raso!

Algumas vezes estamos como Pedro, tateando de um lado para outro, sem compreender a profundidade do amor graciosos de Deus por nós. Gastamos nosso tempo em muitas coisas e algumas delas bastante fúteis. Nossas energias são desperdiçadas sem que nada realmente importante para a eternidade ocupe nossas mentes e corações. Jesus fez diferente.

Ainda adolescente ele demonstrou interesse pelos ensinamentos da lei. Em seus discursos diante dos líderes religiosos judeus e em pregações ao povo, ele se apresentou como alguém que estudava as escrituras e conhecia o ensino dos profetas.

Além disso, os evangelhos nos mostram que o Senhor era uma pessoa de oração. Jesus, mesmo sendo o próprio filho de Deus, por certo limitado em sua humanidade, recorreu à oração como um modo para aprofundar seu relacionamento com o Pai e o entendimento da missão que recebera.

Um amigo muito querido, Silvestre Kuhlmann, escreveu os seguintes versos na canção Choro de Deus:

Sou mar tão profundo e por mais que mergulhes
Os mistérios não cessam por todos os lados;
A cada braçada se vê tanta vida
Por Mim envolvida e que em Mim subsiste.

Sou tão grande tesouro e por mais fundo caves
Não se esgotarão as riquezas que trago
Em meu ser escondidas, gigantes jazidas,
Reservas imensas, insondáveis.

Te contentas com superfície,
Com ouro de tolo, o refugo e o raso;
Com pedras nas mãos não podes cavar,
Com os pés na areia não podes mergulhar.

Sou céu infinito e por mais que te aventures
Não há eternidade capaz de decifrar-me;
Vem, pois, desfrutar-me, não percas mais tempo,
Lança fora o refugo, tira os pés do chão.

Portanto, irmãos, aqueles que desejam viver como discípulos, isto é, imitadores de Jesus, devem abandonar a vida espiritual rasa e buscar nas escrituras e na oração a profundidade do relacionamento com o Senhor.

3ª Pista: Siga o exemplo

Não sabemos qual foi, ou mesmo se houve uma resposta por parte dos discípulos à pergunta de Jesus: “Vocês entendem o que lhes fiz?”. Talvez alguns acenaram com a cabeça afirmativamente e outros ficaram ali com cara de paisagem.

O Senhor, então, explica um outro aspecto do significado daquele momento: O meu amor pelo mundo não é da boca pra fora! Eu estou entregando minha vida como prova desse amor. Eu vim para servir. Servi-los não me diminui, ao contrário, confirma o meu ministério.

Ele conclui essa fala dizendo: “vocês também devem lavar os pés uns dos outros.”. Essa é a TERCEIRA PISTA para o imitadores de Jesus: Siga o exemplo

A verdade, irmãos, é que não basta compreender Jesus e seu ministério. Discípulos são aqueles que fazem como ele fez (e ensinam outros a fazer do mesmo jeito). Compreender é o primeiro passo da jornada, mas não é a jornada toda. A maior parte do caminho é fazer como ele fez. De forma plena, seguir a Jesus é antes de tudo praticar seus ensinamentos.

Veja como o Senhor explica isso:

24 "Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as pratica é como um homem prudente que construiu a sua casa sobre a rocha. 25 Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela não caiu, porque tinha seus alicerces na rocha.
26 Mas quem ouve estas minhas palavras e não as pratica é como um insensato que construiu a sua casa sobre a areia. 27 Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela caiu. E foi grande a sua queda".

Portanto meus irmãos, aqueles que desejam viver com imitadores de Jesus devem praticar seus ensinamentos em sua vida comum. Enquanto compram, vendem, estudam, trabalham, se divertem...

Conclusão

Hoje vimos três pistas úteis para alguém que deseja ser um imitador de Jesus:

Abra mão do controle: confie no Senhor;
Saia do raso: aprofunde relacionamento com Cristo;
Siga o exemplo: pratique o que você compreendeu.

Essas pistas são apenas para quem deseja ser um seguidor de Jesus, um discípulo dele. Não há qualquer imposição aqui, porque seguir a Jesus não é uma obrigação.

Há pessoas que acham o evangelho intimidador. Às vezes sentem-se incomodados com as palavras contundentes de Jesus. Já outros ouvem com atenção, desejando aprender. Reconhecem que são palavras de vida, e sabem que por mais que os desafios pareçam impossíveis, eles poderão contar sempre com a ajuda do Senhor. A diferença entre um grupo e outros e a confiança.

Não tenha dúvidas! O senhor o ama e deseja sua felicidade. Ele lhe deseja todo o bem que existe. Ele entregou-se para que você experimente vida abundante. Confie nele! Ele provou esse amor em uma cruz. 

As pistas estão aí. Que tal segui-las?

25 janeiro 2008

Jesus, nosso advogado





Introdução

Esta é uma noite de festa, alegria e gratidão. Hoje nós nos juntamos aos formandos da turma de direito da Universidade Farias Brito e agradecemos a Deus pela vitória alcançada com esforço e dedicação.

No passado eram poucos aqueles que tinham um bacharel em direito na família ou no seu círculo de amizades. Hoje essa é uma situação menos rara, mas não menos importante. Por isso, todos estamos muito alegres nesta noite.

Em sua origem latina (advocátus) o advogado é alguém chamado para se colocar ao lado de uma pessoa. Existem advogados para defender o réu e para acusá-lo. Existem advogados que exercem suas atividades pro bono e outros cuja uma simples consulta alcança cifras inimagináveis. Há aqueles contratados pelos réus e outros oferecidos pelo Estado. E, como em toda profissão, existem bons e maus advogados.

Hoje quero apresentar aos novos bacharéis em direito e a todos os demais presentes o maior de todos os advogados que já existiram: Jesus Cristo.

Jesus já foi aclamado como um grande líder, considerado o professor dos professores e apontado como o maior psicólogo de que se tem notícia – Embora a bíblia não lhe dê nenhum desses títulos. Por outro lado, pouco se fala de Jesus como o maior advogado que já pisou esse chão – essa sim é uma função que lhe é atribuída pelas Escrituras.

Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo; (1 João 2:1)

Em sua epístola, o apóstolo João usou a palavra grega parakletos (chamado para o lado) para descrever uma da funções de Cristo: Ele é nosso advogado.

A – O Advogado entra em cena

Há situações em que os advogados parecem surgir do nada. O sujeito é lesado pelo empregado e rapidamente aparece um advogado disposto a assumir a causa. Mas, é claro que os advogado não surgem sem um propósito. Quando ele entra em cena é porque o cenário já foi configurado para a sua atuação. Quais são os elementos desse cenário? Essas serão nossas primeiras considerações.

1º Elemento

Advogados entram em cena quando uma lei é quebrada. Se não houve a quebra da lei, não porque se falar em advogados.

Esse também era o pensamento do apóstolo João. Para ele a quebra da lei, que justificava a entrada em cena de Jesus como um advogado, era o pecado.

Falar de pecado hoje, para alguns, pode soar antiquado e politicamente incorreto. Mas não há nada que tenha acompanhado a raça humana tão de perto quanto o pecado. Desde os tempos antigos até os nossos dias o pecado faz parte de nossas vidas e de nossa sociedade.

Antes que você se aborreça com essa história de pecado e comece a achar que eu estou falando de beber, fumar, matar, roubar, adulterar e outras coisas do gênero, vou esclarecer que o pecado sobre o qual eu estou falando é mais amplo e precede nossas atitudes pecaminosas.

Pecar é errar o alvo. Pecar é não alcançar o padrão que Deus planejou para nós. Pecar é não manter o coração reto e o espírito descansado em Deus. Pecar é rejeitar a autoridade de Deus sobre você. Pecar é abri mão de ser amado e guiado por aquele que o criou. Pecar é encher-se de arrogância e achar-se capaz de dar sentido à própria existência. Pecar é deixar de reconhecer quem Deus é e afirmar mentiras sobre Ele. O pecado é um crime de dano moral contra Deus.

Se o pecado está presente em sua vida, você precisa de um advogado. Se você tem ofendido a deus com sua maneira de viver, você precisa de um advogado. Se as suas palavras, o seu jeitos de tratar as pessoas, a forma como você usa seu dinheiro, a maneira como você gasta seus dias, são ofensas a Deus, você precisa de um advogado.
Na verdade, esse “se” é retórico. Porque a Bíblia nos adverte que todos nós somos culpados de pecado e precisamos de um advogado.

Tal como as escrituras afirma: ninguém é bom – ninguém no mundo inteiro é inocente. Ninguém jamais seguiu realmente as veredas de deus, nem mesmo desejou verdadeiramente fazê-lo. Todos se desviaram; todos caíram no erro. Ninguém, em parte alguma, fez só o que é direito durante toda a sua vida – nem uma só pessoa... estão prontos para matar, odiando qualquer um que não concorde como eles. Por onde quer que vão deixam a miséria e o transtorno atrás de si. Nunca chegaram a saber o que é sentir-se seguro e desfrutar as bênçãos de Deus. Não se importam com Deus, nem tão pouco com o que Ele pensa deles (Romanos 3:10-18 BV)

Eis o retrato da raça humano nesta e nas gerações passadas. Somos culpados e precisamos de um advogado.

2º Elemento

Advogados entram em cena quando há uma acusação a ser feita ou uma defesa a ser sustentada.

Jesus não é um advogado de acusação. Ele não foi designado para acusar a mim ou a você dos nossos pecados. Nossos próprios pecados já nos acusam.

Certa vez ele foi chamado para opinar em um julgamento. Uma mulher havia sido flagrada em adultério e a lei dizia que ela deveria ser apedrejada. Os homens que levaram esse caso a Jesus armaram uma cilada. Se Jesus concordasse com a execução da mulher poderia ser acusado de rebeldia contra Roma, a quem pertencia o direito de tirar a vida; Se Ele discordasse da execução poderia se acusado de herege, pois teria rejeitado a lei de Moisés.

Aqueles homens estavam se utilizando da lei e brincando com a vida de uma pessoa apenas para provar uma tese. Não havia amor no coração deles.

(3) Os escribas e fariseus trouxeram à sua presença uma mulher surpreendida em adultério e, fazendo-a ficar de pé no meio de todos, (4)disseram a Jesus: Mestre, esta mulher foi apanhada em flagrante adultério. (5) E na lei nos mandou Moisés que tais mulheres sejam apedrejadas; tu, pois, que dizes? (6) Isto diziam eles tentando-o, para terem de que o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, escrevia na terra com o dedo. (7) Como insistissem na pergunta, Jesus se levantou e lhes disse: Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra. (8) E, tornando a inclinar-se, continuou a escrever no chão. (9) Mas, ouvindo eles esta resposta e acusados pela própria consciência, foram-se retirando um por um, a começar pelos mais velhos até aos últimos, ficando só Jesus e a mulher no meio onde estava. (10) Erguendo-se Jesus e não vendo a ninguém mais além da mulher, perguntou-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? (11) Respondeu ela: Ninguém, Senhor! Então, lhe disse Jesus: Nem eu tampouco te condeno; vai e não peques mais.] (João 8:3-11)

Você não precisa temer as palavras de Jesus. Ele não veio para acusar ninguém. Você não precisa fugir ou virar as costas quando a Palavra de Deus for pregada. Porque a legítima Palavra de Deus não pretende condenar ninguém. Ao contrário, a missão de Cristo é buscar e salvar o que se havia perdido.

Vos escrevo para que não pequeis. Se toda via alguém pecar, temos advogado...

Jesus entra em cena como um advogado de defesa. Ele foi incumbido da missão de sustentar nossa defesa perante as acusações que pesam contra mim e contra você. Acusações verdadeiras de que ofendemos a honra de Deus: deixamos de reconhecer quem Ele é afirmamos mentiras sobre Ele. Somos culpados, mas nem tudo está perdido – temos um advogado para nos defender.


3º Elemento

Advogados entram em cena quando são contratados. Alguém precisa requerer os seus serviços.

Esse é um ponto surpreendente sobre Jesus. O seu ministério como nosso advogado foi algo concebido por Deus. Jesus é o advogado constituído por aquele que foi ofendido (Deus), não para defesa própria, mas para defender os réus (eu e você).

Se nós estivéssemos falando de gente sem moral e sem ética, pairaria uma dúvida quanto ao empenho desse advogado. Mas basta lembrar-se da cruz para que a dúvida desapareça. Ele empenhou-se até a morte! Estamos falando da maior expressão de amor que já existiu: um acordo entre o Pai e o Filho para livrar a humanidade de sua justa condenação

E nós temos visto e testemunhamos que o Pai enviou o seu Filho como Salvador do mundo. (1 João 4:14)

(33) Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. (34) Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós. (Rom 8:33,34)

(16) Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. (17) Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. (João 3:16-17)

B – Uma causa perdida

Há causas que são mais difíceis do que outras. Alguns advogados quando percebem que se trata de um caso muito difícil prefere não aceitar; outros se sentem desafiados e enfrenta a situação com coragem. Jesus recebeu mais que uma causa difícil. Ele recebeu uma causa impossível: a nossa defesa.

Não há argumento capaz de nos inocentar diante de Deus. A verdade é que somos realmente culpados. Não há palavra capaz de sensibilizar o juiz ou mesmo amenizar a pena à qual estamos sujeitos. Não há nada de bom a dizer em nosso favor. Ainda assim, Jesus assumiu nosso caso.

É nesse ponto que se revela a grandeza do amor de Deus e superioridade de Cristo como o maior advogado de toda a história humana.

Tendo nas mãos uma causa perdida, Jesus, em concordância com Deus pai, decidiu assumir para si mesmo a pena que deveria ser cumprida pelos réus (eu e você).

Quando estávamos totalmente desamparados, sem nenhuma possibilidade de escapar, Cristo veio justamente na hora certa e morreu por nós, os pecadores, que não tínhamos nenhum interesse nele. Mesmo que fôssemos bons, realmente não esperaríamos que alguém moresse por nós... Deus, no entanto, mostrou o seu grande amor por nós enquanto ainda éramos pecadores. (Romanos 5:6-8)

Jesus é um advogado incomparavelmente superior ao melhor de todos os advogados que já existiram. Por quê? Porque diante da causa perdida, ele cumpriu a pena no lugar dos réus que defendia. Era esse o único caminho para nos salvar e Ele não hesitou.

Você precisa de um advogado como esse. Você não precisa de alguém que apenas fale bem de você ou elogie seus pontos fortes diante do juiz. Não adianta nada um advogado que apenas tente influenciar a decisão do júri, não é suficiente! Você precisa de um advogado que ame você ao ponto de assumir sua pena ele mesmo. Você precisa de um advogado perfeito, e o nome dele é Jesus.

Ele é o advogado das causas perdidas. Ele não tem qualquer preconceito contra os seus crimes e pecados, porque Ele não irá defendê-lo com argumentos jurídicos. Simplesmente, ele se ofereceu para cumprir a pena em seu lugar. Então, nenhuma condenação restará para aqueles que têm a Jesus como seu advogado.

C – Como isso acontece?

Hoje você ainda se encontra sentado no banco dos réus. As algemas ainda estão presas aos seus pulsos: algemas do rancor, algemas da ira, algemas da desconfiança, algemas do medo, algemas da angústia, algemas da obsessão, algemas do ciúme doentio, algemas da tristeza profunda, algemas da falta de sentido para a vida - você até já se acostumou com elas.

Mas, cedo ou tarde, você será chamado a pagar pelo crime cometido. Você precisa do advogado Jesus! Ele é capaz de livrá-lo tanto das algemas quanto da condenação que pesa sobre você. Como isso é possível?

É preciso aceitar que Jesus se torne seu advogado pessoal. Não importa se ele é o advogado do seu irmão, da sua filha ou dos seus pais. É preciso que você o aceite como seu advogado pessoal. Só dessa maneira suas algemas serão quebradas e sua condenação anulada.

Não é nenhum rito mágico, nem um mistério esotérico para os iluminados. É a boa notícia que Jesus veio trazer. É preciso confiar em Cristo e entregar sua vida nas mãos dele. É preciso crer que Ele é capaz de defendê-lo e confessar isso com sua boca.

Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. (Romanos 10:9)

Hoje é o dia da sua libertação!

28 maio 2006

Mulheres da Bíblia - Marta e Maria

Duas visões de Mundo

Textos Bíblicos: João 11:1-45; Lucas 10:38-42,

Introdução à Serie

Agar
Escrava egípcia, alvo de preconceito e desprezada por Sara e Abraão, Agar foi acolhida por Deus. Ela aprendeu que o Senhor é o Deus que nos vê em nossas angústias. Aprendeu também que obedecer-lhe é a melhor decisão que se pode tomar. Depois de haver fugido para o deserto, ela retornou para a casa de seus patrões e enfrentou a realidade da sua vida. Ela parou de fugir e decidiu confiar em Deus.

Maria
Uma jovem judia que ansiava por agradar a Deus. Maria disse sim para uma situação que aparentemente seria um desastre para sua vida: conceber antes do casamento um filho que seria gerado sem a participação de seu futuro marido. Maria estava disposta a abrir mão de seus sonhos para fazer a vontade de Deus. (1) Ela colocou suas emoções a serviço de Deus, (2) considerou o Senhor a fonte da sua alegria e (3) por isso tinha sobre si uma correta, nem aquém, nem além.

Lídia
Empresária do ramo de tecidos, próspera representante comercial dos fabricantes de Tiatira, Lídia descobriu que a vida não é só trabalho. Em um sábado, (1) ela parou os negócios para orar e falar sobre Deus. Foi aí que ela ouviu falar de Jesus. Sensível para as coisas eternas, Lídia (2) teve se coração aberto pelo Senhor para atender à palavra de Deus. (ocupar a mente, aplicar-se). Imediatamente, Lídia (3) colocou-se à disposição para servir, acolhendo Paulo e os demais irmãos como hospedes em sua casa.
Introdução

Hoje, vamos concluir essa série de mensagens sobre “As mulheres da Bíblia” refletindo sobre Marta, Maria e suas visões a respeito do mundo.



(38) Indo eles de caminho, entrou Jesus num povoado. E certa mulher, chamada Marta, hospedou-o na sua casa. (39) Tinha ela uma irmã, chamada Maria, e esta quedava-se assentada aos pés do Senhor a ouvir-lhe os ensinamentos.

(40) Marta agitava-se de um lado para outro, ocupada em muitos serviços. Então, se aproximou de Jesus e disse: Senhor, não te importas de que minha irmã tenha deixado que eu fique a servir sozinha? Ordena-lhe, pois, que venha ajudar-me.

(41) Respondeu-lhe o Senhor: Marta! Marta! Andas inquieta e te preocupas com muitas coisas. Entretanto, pouco é necessário ou mesmo uma só coisa; Maria, pois, escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada. (Lucas 10:38 – 42 ARA)
A Cidade

O pequeno povoado de Betânia era muito simples. Não havia nada de especial que fosse capaz de chamar a atenção para ele. Não era um centro comercial... Lá não havia em Betânia concentração de artesão... Também não era um local de peregrinação religiosa... Ou mesmo a terra natal de alguma pessoa importante. Mas para Jesus, Betânia era especial. Ali moravam seus amigos: os irmãos Marta, Maria e Lázaro.

Betânia era um pequeno vilarejo, que ficava na encosta oriental do monte das oliveiras, a cerca de três quilômetros de Jerusalém. Betânia era importante, porque ali moravam os amigos de Jesus.

As Irmãs

Marta e Maria. Porque não Maria e Marta? A preferência na ordem dos nomes pode indicar que Marta era a mais velha das irmãs e provavelmente a pessoa responsável pela casa. Maria era a mais nova. Assim, considerando o sistema patriarcal dos judeus, possivelmente Marta fosse uma viúva que liderava o seu lar.

No Brasil as estatísticas apontam para um crescimento constante, e significativo nas últimas décadas, do número de mulheres que lideram suas casas. Mulheres que vivem e lutam para manter seus lares funcionando, que se tornam responsáveis pelo sustento e manutenção de suas casas algumas vezes pela omissão e pelo abandono de maridos irresponsáveis e incapazes para assumir um dos papéis que lhe cabe no lar. Viúvas de maridos vivos. Provavelmente não era esse o caso de Marta, mas tudo indica que era ela quem liderava sua casa.

Marta e Maria eram irmãs, mas muito diferentes uma da outra. Elas viam o mundo de forma tão diferente que eram capazes de reagir de forma oposta ao viverem uma mesma situação.

Marta era uma mulher prática, realizadora, daquelas que começa e termina aquilo tudo o que faz. Marta sabia que certas coisas que precisam ser feitas não devem ser adiadas. A vida fica melhor quando tudo está no seu devido lugar. Marta não era dada a muitas surpresas. Seus dias eram planejados com antecedência. Rotinas são cansativas, mas são necessárias.

Maria era do tipo contemplativa. Emoções à flor da pele, Maria era capaz de esquecer da vida se alguém começasse a contar suas dores e alegrias. Para Maria cada dia era um novo dia, e podia trazer novos acontecimentos, mesmo ali no vilarejo de Betânia. As rotinas não eram seu forte, além do mais havia muitas pessoas precisando de alguém do lado para ajudá-las.

A morte de Lázaro
(João 11:1-45)

João, o evangelista, conta a história da morte de Lázaro, irmão de Marta e Maria. É impressionante o relato sobre a reação das duas irmãs.

Depois de usar os escassos recursos de que a medicina dispunha naqueles dias, Marta e Maria mandam avisar a Jesus que Lázaro estava doente. Elas sabiam que Ele poderia ir além das tentativas frustradas dos médicos.

Ao receber a notícia, ele diz aos discípulos que Lázaro está morto, mas que iria despertá-lo. Jesus recebe a notícia, mas não vai de imediato. Quando ele chega a Betânia, Lazáro estava morto há 4 dias.

Marta e Maria estavam arrasadas com a morte do irmão, provavelmente mais novo. João diz que muitas pessoas foram visitar as duas para consolá-las a respeito da morte do irmão. É nesse cenário que chega a notícia de que Jesus estava chegando à vila. Qual a reação das irmãs?



Marta, quando soube que vinha Jesus, saiu ao seu encontro; Maria, porém, ficou sentada em casa. (João 11:20 ARA)
Marta não pode esperar. Ela sabe por qual caminho Jesus está chegando. Ela viu seu irmão adoecer, tomou as providências necessárias e ainda assim viu a doença se agravar; tomou a iniciativa de avisar a Jesus, e ainda assim seu irmão morreu. Porque as coisas não estavam funcionando como deveriam? Ela não podia esperar. Correu ao encontro do mestre.

Maria não tinha forças para reagir. Seu coração estava partido. O irmão a quem tanto amava se fora. Ela ficara ao lado dele durante toda a enfermidade. Compressas quentes e chás (que Marta providenciara), noites em claro acompanhando a agonia do irmão. Mas ele se fora. Maria não conseguia se mover. Ficou sentada em casa esperando Jesus.

Marta sai em busca de Jesus. Se alguém poderia resolver tudo isso era Jesus. As coisas não estavam funcionando bem, mas Jesus poderia colocar tudo nos seu devido lugar.



Disse, pois, Marta a Jesus: Senhor, se estiveras aqui, não teria morrido meu irmão. Mas também sei que, mesmo agora, tudo quanto pedires a Deus, Deus to concederá. (João 11:21-22 ARA)
Ela conhecia o Mestre, sabia dos milagres que ele já fizera. Ela sabia que bastava uma oração de Jesus ao Pai. Mas para Marta, naquele momento, o amigo Jesus era apenas o meio para por em ordem o caos que tomara conta do seu mundo.

Jesus tenta consolar Marta dizendo que Lázaro voltaria à vida. Ela entra numa discussão teológica sobre a ressurreição do último dia. Jesus tenta explicar novamente para a agitada Marta: Eu sou a ressurreição e vida! Marta, esqueça seu irmão, esqueça sua vida certinha e organizada, acalme seu coração.



Jesus disse: “Sou eu quem levanta os mortos e dá a eles uma nova vida. Todo aquele que crê em mim, mesmo que morra como qualquer outro, viverá novamente. (João 11:25 BV)
Maria ainda está em casa. Marta fala com a irmã em separado e diz que Jesus a está chamando. Maria não tem forças, mais levanta e vai ao encontro de Jesus, que ainda não tinha entrado na cidade. As pessoas que estavam consolando Maria foram junto, pensando que ela iria chorar no túmulo do irmão.



Quando Maria chegou ao lugar onde estava Jesus, ao vê-lo, lançou-se-lhe aos pés, dizendo: Senhor, se estiveras aqui, meu irmão não teria morrido. Jesus, vendo-a chorar, e bem assim os judeus que a acompanhavam, agitou-se no espírito e comoveu-se. (João 11:32 – 33 ARA)
Então acontece ao que impressiona. Maria encontra Jesus e fala exatamente a mesma coisa que irmã havia falado. Mas ela não tem argumentos teológicos.

Ao ver Jesus ela se lança aos pés do mestre e chora. Maria não tem mais o que falar, ela chora abraçada aos pés de Jesus. E foi o lamento daquela mulher que moveu o coração Jesus, e ele chorou pela dor que todos ali estavam passando.

A visita de Jesus

Certa vez, Jesus e os discípulos chegam à pacata Betânia e imediatamente são acolhidos por Marta, Maria e Lázaro. Essa é outra bom ocasião para conhecermos um pouco mais sobre Marta e Maria.

Marta sabia o que fazer. Visitas em casa significava mais dedicação para que tudo estivesse em ordem. Ela não podia admitir que Jesus tivesse uma má impressão da casa, que as refeições não fossem especiais ou que algum dos visitantes não fosse atendidos em suas necessidades. Por isso Marta trabalhava duro.

Maria não tinha dúvidas. Não perderia nem uma sequer das palavras de Jesus. Ela sentou-se ao lado do Mestre para ouvi-lo falar sobre o Reino de Deus. Maria queria ouvir sobre as curas realizadas, sobre as perguntas dos fariseus e as respostas de Jesus. Maria queria ver através das palavras de Jesus tudo aquilo que Deus estava fazendo.

Duas maneiras diferentes de ver o mundo. Dois jeitos diferentes de enxergar a vida.

Marta sentiu-se injustiçada. Realmente não era justo. Enquanto ela trabalhava duro para que tudo fosse perfeito. Maria estava sentada ouvindo Jesus. Depois de planeja o que dizer, Marta toma coragem e reclama com Jesus:



Marta agitava-se de um lado para outro, ocupada em muitos serviços. Então, se aproximou de Jesus e disse: Senhor, não te importas de que minha irmã tenha deixado que eu fique a servir sozinha? Ordena-lhe, pois, que venha ajudar-me. (Lucas 10:40 ARA)
Não é um apelo emocional. Ao mesmo tempo em que pede a Jesus por justiça, Marta revela seu desejo de que a irmã seja igual a ela. Há muitas coisas pra providenciar até que tudo esteja do jeito que deve estar e Maria precisa me ajudar nisso.

Agitada, correndo de um lado para outro, cheia de coisas urgentes, sem tempo para ninguém (talvez nem para si), Marta não podia parar, nem ver ninguém parado.

Maria não retruca. Ela não tem nada a dizer. Talvez Marta estivesse certa. A própria Maria, por diversas vezes já se sentira culpada por não ser com sua irmã. Diversas vezes Maria se perguntara se algum dia ela seria tão esforçada e dedicada como a irmã e sentia-se culpada por não ser igual a ela. Mas Maria não disse nada, afinal Marta falara com Jesus.

Eu quase posso ver o sorriso no rosto de Jesus quando ele afirmou:



... Marta, Marta, estás ansiosa e perturbada com muitas coisas; entretanto
poucas são necessárias, ou mesmo uma só; e Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada. (Lucas 10:41 -42 ARA)
Você sabe por que está ansiosa, Marta? Você sabe o motivo da sua inquietação? Você está preocupada com muitas coisas! Sua vida está consumida em tantas atividades... E você é tão exigente em cada uma delas que sua alma está perturbada.

Não são necessárias tantas preocupações! A vida pode ser mais simples! Na verdade, Marta, apenas uma coisa é necessária para viver uma vida que rende louvor a Deus, e Maria fez a escolha certa.

Parecia injusto que Marta trabalhasse duro e Maria estivesse ouvindo Jesus. Mas ambas havia tomado essa decisão. Se Maria havia tomado a decisão de estar com Jesus, Marta tomara a decisão de dedicar-se às sua atividades.

O texto não diz que Maria não fizera nada. É provável que ela tivesse cumprido as tarefas que lhe cabiam, mas para Marta isso não bastava. Era preciso ir além, provar para toda a aldeia de Betânia que elas eram capazes de fazer tudo o que era necessário.

Marta, Marta... Maria escolheu a boa parte. Porque você escolheu a parte mais difícil?

Marta ou Maria

Eu sei que há Martas e Marias aqui hoje. Depois de ouvir um pouco da vida dessas duas mulheres, podemos ser tentados a condenar as Martas e absolver as Marias e deixar de aprende lições preciosar. A vacina contra esse erro é olhar para Jesus.

(1) O Senhor ama tanto as Marias como as Martas. Ele escolheu ambas para serem suas amigas. O apóstolo João registrou bem isso: Ora, amava Jesus a Marta, e a sua irmã, e a Lázaro. João 11:5

Maria, você não precisa tentar seu igual a sua irmã. Não dê lugar ao sentimento de culpa apenas porque vocês são diferentes. Você sabe que o mundo em estamos é o mundo de Marta, mas não ceda à tentação de correr... Seu coração não vai suportar.
Marta, Marta... Cuidado com o seu jeito de ver o mundo. Quando a vida começa a se tornar uma seqüência interminável de tarefas a serem cumpridas... Quando você acha que vai conseguir controlar tudo... Quando o limite da exigência, consigo e com os outros, é extrapolado... Quando as pessoas se tornam meros instrumentos para alcançar resultados... Você precisa mudar o seu jeito de ver o mundo.

É preciso voltar aos pés de Jesus e ouvir novamente suas palavras... Reencontrar as prioridades da vida... Amar as pessoas ao seu redor... Aprender a chorar nos pés de Jesus... Reaprender a confiar nele... Marta, Marta, porque andas ansiosa... Uma coisa só basta: a presença do filho de Deus.