08 junho 2007

Encontrando-se com Jesus - O Homem de Gadara





INTRODUÇÃO

Hoje vamos começar uma série de mensagens sobre pessoas que se encontraram com Jesus. Durante os meses de Junho e Julho vamos conhecer e relembrar encontros que marcaram o ministério de Jesus e transformaram a vida daqueles que se encontraram com Ele.

Minha oração hoje é um pedido a Deus para que o Seu Espírito use nossa reflexão sobre esses encontros para conduzir você, que nunca teve um encontro pessoal com o Filho de Deus, a reconhecer a soberania de Cristo e confiar Nele como seu Senhor e Salvador.

Oro também por você meu irmão, para que todos os dias você se reencontre com Jesus. Oro para que a presença de Deus seja tão constante, e para que os valores do Seu Reino estejam tão arraigados em sua alma ao ponto que sua vida seja um permanente encontro com Ele.

Relacionamentos

O Senhor Jesus não viveu sua vida enclausurado, com medo do mundo. Jesus era um estudioso da Palavra, mas não era um rato de biblioteca. Ele era um profundo conhecer das Escrituras, mas não era um erudito cheio de mofo e poeira. Eu creio que o equilíbrio do Senhor nesta área acontecia porque Ele optou por relacionar-se com as pessoas.

Aqui vai um alerta: Se Jesus, que era o próprio Deus feito gente, não abriu mão de estar com as pessoas, como pode alguém que se diz cristão, um seguidor de Jesus, achar que pode viver isolado dos outros? Que cristianismo é esse que vira as costas para o sofrimento do outro? Que cristianismo egoísta é esse que só se preocupa consigo mesmo? Que cristianismo enclausurado é esse que foge das pessoas? Esse não é cristianismo de Jesus.

Por onde Jesus passava as pessoas se aproximavam. Ele exercia uma atração irresistível sobre elas, compadecia-se delas, as curava, as abençoava, as exortava, denunciava os seus pecados, comia com elas, debatia idéias, respondia perguntas, perguntava, enfim, Jesus era alguém que não fugia do contato com outras pessoas.

Preste atenção nessa questão. Pode parecer mais cômodo isolar-se e ficar distante dos outros. É mais fácil lidar só com os nossos problemas e fazer de conta que não temos nada a ver com os amigos, vizinhos e colegas de trabalho. Mas essa atitude pode será uma semente cuja árvore se chama solidão e os frutos causam a morte por isolamento.

Deus nos fez com a capacidade e a necessidade de pertencermos uns aos outros através de relacionamentos saudáveis e apropriados. Foi assim a vida de Cristo, cheia de pessoas. Hoje vamos conhecer a história de um homem da região de Gadara que se encontrou com o Senhor Jesus e teve sua vida transformada.

Vamos ler a narrativa do evangelho de Marcos 5:1-20, mas a história também foi registrada nos evangelhos de Mateus (8:28-33) e Lucas (8:26-34).

03 junho 2007

O Caminho da Cruz - Parte 4

Introdução

Pela manhã aprendemos que Jesus quer substituir o pesado fardo da culpa pelo fardo dele, que é leve e suave. Vimos que confissão e perdão são como inspirar e expirar para nossa saúde espiritual.

Hoje à noite minha palavra vai ser breve. Eu gostaria de deixar um alerta quanto ao perigo de se tornar um súdito no reino da emoção.

Antes começar, no entanto, preciso reafirmar minha crença de que Deus nos fez criaturas com diversas dimensões. Corpo, Mente, Alma e Espírito são os elementos que formam essa mescla muitas vezes complexa.

A dimensão física do corpo se junta às emoções, ao centro da vontade e à capacidade de relacionamento com o Eterno para forma o que conhecemos por ser humano.

Nenhum desses aspectos do ser humano pode ser desprezado. Deus lida conosco considerando todas essas dimensões, por isso nenhuma delas deve ser preterida em função da outra ou privilegiada diante das demais.

Olhando para a história da humanidade, pode-se verificar que durante a idade moderna viveu-se o reinado da mente e da vontade. A lógica e o racional comandaram o mundo dos negócios e dos relacionamentos.

Nos tempos pós-modernos em que nos encontramos o reinado mudou de mão. Agora são emoções que dão as cartas.

O órgão que mais usado para representar o centro das emoções e o coração. O profeta Jeremias faz uma afirmação de grande impacto a respeito do coração humano, isto é, das poderosas emoções que nos atravessam.

Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá? (Jeremias 17:9)

Não podemos nem devemos descartar nossas emoções. Elas são imprescindíveis para sermos quem somos. Mas o profeta nos alerta que elas não são tão confiáveis assim. O coração é enganoso, ora sente uma coisa, ora sente outra oposta. Quem o conhecerá?

Gade e Rúben

(1) Os filhos de Rúben e os filhos de Gade tinham gado em muitíssima quantidade; e viram a terra de Jazer e a terra de Gileade, e eis que o lugar era lugar de gado. (2) Vieram, pois, os filhos de Gade e os filhos de Rúben e falaram a Moisés, e ao sacerdote Eleazar, e aos príncipes da congregação, dizendo: (3) Atarote, Dibom, Jazer, Ninra, Hesbom, Eleale, Sebã, Nebo e Beom, (4) a terra que o SENHOR feriu diante da congregação de Israel é terra de gado; e os teus servos têm gado. (5) Disseram mais: Se achamos mercê aos teus olhos, dê-se esta terra em possessão aos teus servos; e não nos faças passar o Jordão. (6) Porém Moisés disse ao filhos de Gade e aos filhos de Rúben: Irão vossos irmãos à guerra, e ficareis vós aqui? (7) Por que, pois, desanimais o coração dos filhos de Israel, para que não passem à terra que o SENHOR lhes deu? (8) Assim fizeram vossos pais, quando os enviei de Cades-Barnéia a ver esta terra. (9) Chegando eles até ao vale de Escol e vendo a terra, descorajaram o coração dos filhos de Israel, para que não viessem à terra que o SENHOR lhes tinha dado. (Números 32:1-9)

Essa era a segunda vez que Moisés caminhava em direção à terra prometida por Deus. Os descendentes de Rúben e Gade, que eram criadores de gado, viram que a terra que eles acabavam de conquistar era boa para pasto e pediram a Moisés para ficar. O pedido era justo, mas o momento era muito ruim.

Por isso Moisés não questiona o direito à terra. Ele alerta as duas tribos de que essa atitude desanimaria o coração dos demais para enfrentar as batalhas que ainda viriam. Moisés lembrou-se, então, que da primeira vez havia acontecido a mesma coisa.

Daquela vez, todos haviam sido desencorajados pelos espiões de Israel que voltaram falando da altura dos soldados e da fortificação das cidades.

O que precisamos notar aqui é a fragilidade das emoções. O coração destemido rapidamente pode se transformar em um coração temeroso. Os sentimentos positivos se transformam em sentimentos negativos e, de repente, a certeza vira dúvida.

Moisés foi muito impactado pela volatilidade do coração do povo. Tanto que um pouco ante desse momento, ao repetir a lei ele já havia lembrado o ocorrido.

Para onde subiremos? Nossos irmãos fizeram com que se derretesse o nosso coração, dizendo: Maior e mais alto do que nós é este povo; as cidades são grandes e fortificadas até aos céus. Também vimos ali os filhos dos anaquins. (Deuteronômio 1:28)

Paulo e Ágabo

(10) Demorando-nos ali alguns dias, desceu da Judéia um profeta chamado Ágabo; (11) e, vindo ter conosco, tomando o cinto de Paulo, ligando com ele os próprios pés e mãos, declarou: Isto diz o Espírito Santo: Assim os judeus, em Jerusalém, farão ao dono deste cinto e o entregarão nas mãos dos gentios. (12) Quando ouvimos estas palavras, tanto nós como os daquele lugar, rogamos a Paulo que não subisse a Jerusalém. (13) Então, ele respondeu: Que fazeis chorando e quebrantando-me o coração? Pois estou pronto não só para ser preso, mas até para morrer em Jerusalém pelo nome do Senhor Jesus. (Atos 21:10-13)


Agora estamos nos primeiros passos dados pela igreja de Cristo. Saulo o perseguidor dos cristãos havia-se convertido ao Jesus que ele perseguia. Então ele recebe um aviso dado por um profeta de Deus. A profecia foi entregue em forma de dramatização. Paulo seria preso pelos judeus em Jerusalém.

Todos os irmãos começaram a pedir que Paulo não fosse para Jerusalém. Aqueles irmão ficaram tão abalados com a aquela profecia que a atitude deles estava quebrantando o coração do apóstolo.

Há muitas lições aqui, e uma delas é que o coração, a emoções são volúveis. Paulo percebeu que o medo daqueles irmão de que algo lhe acontecesse estava mudando os seus sentimentos.

O caminho da cruz é pela confiança, não pelas emoções

O que há de comum entre as experiências de Moisés e de Paulo? Entre outras coisas, eles não permitiram que seus sentimentos conduzissem suas decisões quando eles tinham clareza sobre qual era o projeto de Deus.

O caminho da cruz é trilhado pela confiança, não pelas emoções. Durante a sua caminhada com Jesus o seu humor vai mudar e isso não pode desviar você do seu destino: a Cruz de Cristo.

· Hora você vai estar triste, hora vai estar alegre;
· Hora você vai ter vontade de pular e saltar cantando louvores a Deus, hora você vai querer ficar no fundo de uma rede;
· Hora os irmãos serão presentes de Deus para você, hora eles serão insuportáveis;
· Hora você vai desejar que tenha culto todos os dias da semana, hora você vai querer que seja de mês em mês;
· Hora o sermão vai tocar profundamente em sua vida, hora ele vai parecer meio água com açúcar;
· Hora a Bíblia vai ser lida com sorriso nos lábios, hora você vai chorar porque não tem vontade de ler;
· Hora vai ser um prazer fazer o bem ao outros, hora você só vai pensar em si mesmo.

Não se desespere!! O caminho da cruz não pode ser trilhado em função dos nossos tobogãs emocionais.

Há uma Palavra, há uma verdade, há um Deus todo poderoso, há poder na cruz de Cristo. E isso não depende das suas emoções. No caminho da cruz, suas emoções não podem ser motivo de tropeço. Por isso você precisar ter sempre à mão a Palavra. Ela é a âncora que lhe mantém firme quando as emoções balançam o barco da vida.

· Quando você se sentir fraco, você lembrará que o poder de Deus se aperfeiçoa na fraqueza;
· Quando você não se sentir salvo, você lembrará que ninguém pode arrebatá-lo das mãos de cristo;
· Quando você se sentir abatido, você lembrará que os que esperam no senhor não se cansarão e voarão como as águias;
· Quando você se sentir desamparado, você lembrará que o Senhor é o seu pastor, nada vai lhe faltar;
· Quando você se sentir um pecador, você lembrará que o sangue de Jesus lhe purificou de todo o pecado.
· Quando você sentir que está longe do Senhor, você lembrará que nem a morte poderá lhe separar do amor de Deus;
· Quando você estiver cansado e sobrecarregado, você lembrar que Cristo aliviará a sua carga;
· Quando você sentir que não tem mais solução, você lembrará que para o homem pode ser impossível, mas para Deus tudo é possível;

Não desfaleça o vosso coração, não temais o rumor que se há de ouvir na terra... lembrai-vos do SENHOR (Jeremias 51:46 e 50)

O Caminho da Cruz - Parte 3

Introdução

Ontem à noite vimos como o legalismo é capaz de nos desviar do caminho da cruz. Hoje pela manhã vamos ver o quanto a culpa pode nos afastar do caminho da cruz.

Max Lucado, um dos escritores evangélicos mais lidos nesse início de século, escreveu um livro cujo título em português é “Aliviando a Bagagem”. Nesse livro, ele compara malas, pastas e bolsas com nossas inseguranças, aflições, temores e decepções. A vida vai passando, um dia sucede outro dia, e quando nos damos conta estamos carregando pesos imensos.

Nos aeroportos, há um limite de peso na bagagem que se pode levar nas mãos dentro da cabine da aeronave. Os passageiros despacham as bagagens pesadas para o setor de cargas e levam apenas as mais leves nas próprias mãos. Um dos problemas no check in é que muitos não querem abrir mão de suas bagagens.

O sujeito arruma 25 Kg de peso em uma maleta pequena e fica escondendo a bolsa da pesagem. O peso é enorme, mas ele faz de conta que é levinho e acha o máximo quando consegue passar com tudo aquilo sem ser descoberto.

Na vida cristã toda a bagagem tem ser despachada aos cuidados do Filho de Deus, qualquer peso nas mãos pode significar um desvio de rota. A bagagem nos aeroportos muitas vezes se extravia; aquela que despachamos aos cuidados do Filho de Deus é tratada pela cruz de Cristo e perde todo o peso que aflige a alma humana.

Uma das bagagens que as pessoas mais gostam de levar consigo é a culpa. A culpa é um pacote pequeno e cabe em qualquer lugar, mas é pesada como chumbo.

Paul Tournier, psicólogo cristão suíço, escreveu um livro cujo título em português é “Culpa e Graça”. Nesse livro ele desenvolve o conceito de falsa culpa e culpa verdadeira.

A falsa culpa é o sentimento que resulta de sugestão social, como aquela causada pelo medo dos tabus e a angústia de perder o amor de outra pessoa. Desde pequenos somos ameaçados por nossos pais e pelos adultos em nossa volta. O medo é constantemente usado como instrumento de coerção e por isso a culpa é aprendida rapidamente pelos pequenos.

Mas há uma culpa verdadeira que resulta da quebra de valores próprios, e da consciência clara de ter violado um padrão original. Essa culpa e um autojulgamento feito com liberdade e com convicção de que há um padrão referencial de valores que deve ser mantido por todos.

Tounier acrescenta que a falsa culpa é o resultado dos julgamentos humanos e está apoiada na opinião e impressão dos outros. A culpa verdadeira surge das coisas em que Deus nos reprova no secreto de nosso coração. Só nós mesmos podemos saber quais são essas coisas, que normalmente são bem diferentes dos julgamentos humanos.

Verdadeira ou falsa, a culpa é um veneno que mata lentamente. Fora da cruz de Cristo a culpa é o modo normal das pessoas lidarem com suas incongruências, desajustes e inadequações. Palavras bonitas para ilustrar o que a Bíblia chama de pecado: não alcançar o padrão para o qual Deus nos criou.

Sem a cruz, a condenação é mais do que normal. Sem Jesus não há saída para esse problema. Sem o poder da cruz estamos aprisionados às nossas próprias culpas, verdadeiras ou falsas.

O peregrino

No século XVII, o inglês John Bunyan, encarcerado em uma masmorra escreveu um livro que ainda hoje é um best seller: O Peregrino. Nesse livro ele descreve a jornada de um homem chamado Cristão.

No segundo parágrafo do livro, Bunyan descreve assim a agonia de Cristão.

“Vi um homem coberto de andrajos, de pé, e com as costas voltadas para a sua habitação, tendo sobre os ombros uma pesada carga e não mãos um livro. Olhei para ele com atenção e vi que abria o livro e o lia; e, à proporção que o ia lendo, chorava e estremecia, até que não podendo conter-se por mais tempo, soltou um doloroso gemido, e exclamou: Que hei de fazer?”

Descobrir o próprio pecado é uma experiência terrível. O pecado é destruidor, implacável e depravado. No caminho da Cruz não há como fugir da culpa que tenta nos encolher e nos ameaça. No caminho da cruz é certo que enfrentaremos a realidade dos nossos pecados. Eles serão jogados em nosso rosto tanto por amigos como por inimigos, seremos ameaçados e acusados por delitos reais e sentiremos culpas que não podem ser desconsideradas.

Mas por que eu e você, que cremos em Jesus, deveríamos passar nossas vidas debaixo de culpa e condenação? Deus tem um tratamento para a culpa e esse tratamento é a Cruz de Cristo.

Se a culpa é real, ainda mais real é a morte e a ressurreição do filho de Deus. Cristo foi condenado por você meu irmão. Não importa o pecado cometido, não importam os fantasmas que assombram sua mente. Cristo foi condenado por você para que você não precise levar sobre si qualquer condenação.

Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. (Romanos 8:1)

Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus; morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito, (I Pedro 3:18)


(1) Irmãos, venho lembrar-vos o evangelho que vos anunciei, o qual recebestes e no qual ainda perseverais; (2) por ele também sois salvos, se retiverdes a palavra tal como vo-la preguei, a menos que tenhais crido em vão. (3) Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, (4) e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. (I Coríntios 15:1-4)

(14) Pois o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por todos; logo, todos morreram. (15) E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou. (II Coríntios 5:14-15)

(4) Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. (5) Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. (6) Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos. (Isaías 53:4-6)


Porque você teima em levar bagagens tão pesadas em suas costas? Porque você teima em andar com fardos tão pesados quando o Senhor Jesus lhe oferece um fardo leve?

Em nome de Jesus abandone o fardo da culpa. Não aceite o seu pedido desesperado de subir em seus ombros. Trate a condenação e a culpa com um remédio divino: a Cruz de Cristo. Ele foi condenado por você, ele foi culpado por você, ele foi morto por você para que você tenha vida. Não jogue fora esse presente de Deus!

Como isso pode acontecer comigo?

O fardo da culpa normalmente se encontra muito bem amarrado sobre os nossos ombros. Pode ser que você esteja há tanto tempo andando com ele que até já se esqueceu da sensação de estar livre dele. Você anda torto e sobrecarregado pelas ruas da cidade e não entende por que não consegue ir mais longe. Você até aceitou a Jesus como seu salvador, mas parece que os pesos ficaram ainda maiores.

Eu quero concluir a reflexão dessa manhã compartilhando com vocês alguns passos práticos que podem lhe ajudar a desatar os nós que prendem os fardos de culpa sobre os seus ombros.

1º Passo
Não tente combater a culpa com atitudes legalistas.

Culpa e legalismo quase sempre estão juntos. Então aprenda a perceber quando você é tentado a resolver os sentimentos de culpa com atitudes legalistas (isso é muito comum, também entre os crentes) e faça diferente.

O sujeito se sente culpado porque foi grosseiro com a esposa, aí promete a Deus que vai ler a Bíblia todos os dias;

A mãe se consome de culpa porque não consegue controlar sua ira, aí assume o compromisso de ir a todos os cultos de oração nos próximos dois meses.

O jovem é tomado pela culpa por causa dos pensamentos lascivos que assediam sua mente, aí promete que vai participar de todos os cultos da igreja e jejuar nas segundas-feiras.

Não tente combater a culpa com atitudes legalistas. O resultado é um espiral de depressão e tristeza que não tem fim. A esperança desaparece, o coração perde a sensibilidade e a alegria de servir ao Senhor se transforma em tristeza de Alma.

2º Passo
Admita e confesse o pecado que tem alimentado sua culpa.

(8) Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós. (9) Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. (10) Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós. (I João 1:8-10)

A confissão interrompe o fluxo de culpa. A confissão anula o veneno da condenação. Quando o pecado e confessado a condenação perde o seu poder. O acusador perde seu ponto de apoio quando por nossa livre vontade confessamos nossos pecados.

Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo. (Tiago 5:16)

3º Passo
Peça perdão e receba a graça de Deus.

A confissão interrompe o fluxo da culpa, mas é o perdão que limpa a casa. Não basta confessar os pecados. É preciso confiar e receber o perdão de Deus. Aqui é preciso um passo de confiança.

se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e me buscar, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra. (II Crônicas 7:14)

Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. (I João 1:9)


Lembre-se que o perdão de Deus é por causa de Jesus. Não é por sua causa. Deus nos perdoa por causa dos méritos de Jesus Cristo, porque ele suportou a cruz em nosso lugar. Se o perdão de Deus dependesse de você, realmente você poderia se preocupar, mas como depende de Jesus, você pode confiar.

4º Passo
Rejeite a culpa pelos pecados já perdoados.

Se você admitiu, confessou e pediu perdão, está perdoado. Não aceite que o acusador do povo de Deus continue lhe acusando. Clame pelo sangue de Jesus. Rejeite essa falsa culpa e se esconda atrás da cruz de Cristo.

Não é pelos meus méritos é pelos méritos de Cristo na cruz do calvário.