02 agosto 2006

Charles Haddon Spurgeon (1834-1892)

Houve época em que o simples fato de optar pela religião evangélica equivalia a colocar a cabeça a prêmio. No século 15, Carlos V, o imperador espanhol, queimou milhares de evangélicos em praça pública. Seu filho, Filipe II, vangloriava-se de ter eliminado dos países baixos da Europa cerca de 18 mil "hereges protestantes". Para fugir da perseguição implacável, outros milhares de cristãos foram para a Inglaterra. Dentre eles, estava a família de Charles Haddon Spurgeon (1834-1892), o homem que se tornaria um dos maiores pregadores de todo o Reino Unido. Charles obteve tão bom resultado em seu ministério evangelístico que, além de influenciar gerações de pastores e missionários com seus sermões e livros, até hoje é chamado de Príncipe dos pregadores.

O maior dos pecadores - Spurgeon era filho e neto de pastores que haviam fugido da perseguição. No entanto, somente aos 15 anos, ocorreu seu verdadeiro encontro com Jesus. Segundo os livros que contam a história de sua vida, Spurgeon orou, durante seis meses, para que, "se houvesse um Deus", Este pudesse falar-lhe ao coração, uma vez que se sentia o maior dos pecadores. Spurgeon visitou diversas igrejas sem, contudo, tomar uma decisão por Cristo.

Certa noite, porém, uma tempestade de neve impediu que o pastor de uma igreja local pudesse assumir o púlpito. Um dos membros da congregação - um humilde sapateiro - tomou a palavra e pregou de maneira bem simples uma mensagem com base em Isaías 45.22a: Olhai para mim e sereis salvos, vós todos os termos da terra. Desprovido de qualquer experiência, o pregador repetiu o versículo várias vezes antes de direcionar o apelo final. Spurgeon não conteve as lágrimas, tamanho o impacto causado pela Palavra de Deus.

Início de uma nova caminhada - Após a conversão, Spurgeon começou a distribuir folhetos nas ruas e a ensinar a Bíblia na escola dominical para crianças em Newmarkete Cambridge. Embora fosse jovem, Spurgeon tinha rara habilidade no manejo da Palavra e demonstrava possuir algumas características fundamentais para um pregador do Evangelho. Suas pregações eram tão eletrizantes e intensas que, dois anos depois de seu primeiro sermão, Spurgeon, então aos 20 anos, foi convidado a assumir o púlpito da Igreja Batista de Park Street Chapel, em Londres, antes pastoreada pelo teólogo John Gill. O desafio, entretanto, era imenso. Afinal, que chance de sucesso teria um menino criado no campo (Anteriormente, Spurgeon pastoreava uma pequena igreja em Waterbeach, distante da capital inglesa), diante do púlpito de uma igreja enorme que agonizava?

Localizada em uma área metropolitana, Park Street Chapel havia sido uma das maiores igrejas da Inglaterra. No entanto, naquele momento, o edifício, com 1.200 lugares, contava com uma platéia de pouco mais de cem pessoas. A última metade do século 19 foi um período muito difícil para as igrejas inglesas. Londres fora industrializada rapidamente, e as pessoas trabalhavam durante muitas horas. Não havia tempo para as pessoas se dedicarem ao Senhor. No entanto, Spurgeon aceitou sem temor aquele desafio.

Tamanha audiência - O sermão inaugural de Spurgeon, naquela enorme igreja, ocorreu em 18 de dezembro de 1853. Havia ali um grupo de fiéis que nunca cessou de rogar a Deus por um glorioso avivamento. No início, eu pregava somente a um punhado de ouvintes. Contudo, não me esqueço da insistência das suas orações. As vezes, parecia que eles rogavam até verem a presença de Jesus ali para abençoá-los. Assim desceu a bênção, a casa começou a se encher de ouvintes e foram salvas dezenas de almas, lembrou Spurgeon alguns anos depois.

Nos anos que se seguiram, o templo, antes vazio, não suportava a audiência, que chegou a dez mil pessoas, somada a assistência de todos os cultos da semana. O número de pessoas era tão grande que as ruas próximas à igreja se tomaram intransitáveis. Logo, as instalações do templo ficaram inadequadas, e, por isso, foi construído o grande Tabernáculo Metropolitano, com capacidade para 12 mil ouvintes. Mesmo assim, de três em três meses, Spurgeon pedia às pessoas, que tivessem assistido aos cultos naquele período, que se ausentassem a fim de que outros pudessem estar no templo para conhecer a Palavra.

Muitas congregações, um seminário e um orfanato foram estabelecidos. Com o passar do tempo, Charles Spurgeon se tornou uma celebridade mundial. Recebia convites para pregar em outras cidades da Inglaterra, bem como em outros países como França, Escócia, Irlanda, País de Gales e Holanda. Spurgeon levava as Boas Novas não só para as reuniões ao ar livre, mas também aos maiores edifícios de 8 a 12 vezes por semana.

Segundo uma de suas biografias, o maior auditório em que pregou continha, exatamente, 23.654 pessoas: este imenso público lotou o Crystal Palace, de Londres, no dia 7 de outubro de 1857, para ouvi-lo pregar por mais de duas horas.

Sucesso - Mais de cem anos depois de sua morte, muitos teólogos ainda tentam descobrir como Spurgeon obtinha tamanho sucesso. Uns o atribuem às suas ilustrações notáveis, a habilidade que possuía para surpreender a platéia e à forma com que encarava o sofrimento das pessoas. Entretanto, para o famoso teólogo americano Ernest W. Toucinho, autor de uma biografia sobre Spurgeon, os fatores que atraíam as multidões eram estritamente espirituais: O poder do Espírito Santo, a pregação da doutrina sã, uma experiência de religioso de primeira-mão, paixão pelas almas, devoção para a Bíblia e oração a Cristo, muita oração. Além disso, vale lembrar que todas as biografias, mesmo as mais conservadoras, narram as curas milagrosas feitas por Jesus nos cultos dirigidos pelo pregador inglês.

As pessoas que ouviam Spurgeon, naquela época, faziam considerações sobre ele que deixariam qualquer evangélico orgulhoso. O jornal The Times publicou, certa ocasião, a respeito do pastor inglês: Ele pôs velha verdade em vestido novo. Já o Daily Telegraph declarou que os segredos de Spurgeon eram o zelo, a seriedade e a coragem. Para o Daily Chronicle, Charles Spurgeon era indiferente à popularidade; um gênio, por comandar com maestria, uma audiência. O Pictorial World registrou o amor de Spurgeon pelas pessoas.

Importância - O amor de Spurgeon tinha raízes. Casou-se em 20 de setembro de 1856 com Susannah Thompson e teve dois filhos, os gêmeos não-idênticos Thomas e Charles. Fazíamos cultos domésticos sempre; quer hospedados em um rancho nas serras, quer em um suntuoso quarto de hotel na cidade. E a bendita presença do Espírito Santo, que muitos crentes dizem ser impossível alcançar, era para nós a atmosfera natural. Vivíamos e respirávamos nEle, relatou, certa vez, Susannah.

A importância de Charles Haddon Spurgeon como pregador só encontra parâmetros em seus trabalhos impressos. Spurgeon escreveu 135 livros durante 27 anos (1865-1892) e editou uma revista mensal denominada A Espada e a Espátula. Seus vários comentários bíblicos ainda são muito lidos, dentre eles: O Tesouro de Davi (sobre o livro de Salmos), Manhã e Noite (devocional) e Mateus - O Evangelho do Reino.

Até o último dia de pastorado, Spurgeon batizou 14.692 pessoas. Na ocasião em que ele morreu - 11 de fevereiro de 1892 -, seis mil pessoas leram diante de seu caixão o texto de Isaías 45.22a: Olhai para mim e sereis salvos, vós todos os termos da terra.


Fonte:http://www.ippinheiros.org.br

Jessie Penn-Lewis (1851-1927)

Nasceu em 1851, em Neath, País de Gales, filha de Samuel Jones, pastor da Igreja Metodista Calvinista em Neath (Glamorganshire, Gales). Foi convertida ao Evangelho pelo ministério de Evan H. Hopkins em 1o. de janeiro de 1882, com 21 anos. Dele escutou o caminho da vitória por meio da cruz de Cristo. A cruz como identificação do crente com Cristo no poder de Sua morte e a glória de Sua ressurreição: este foi o tema principal dos livros e discursos da sra. Penn-Lewis. Durante a primeira década que se seguiu a sua conversão, sua experiência cristã foi cada vez mais e mais profunda, de modo que se transformou num maravilhoso testemunho de vitória e resoluta obediência. Em 1895, pediram a ela que falasse em uma reunião marcada pela Missão para o Interior da China, fundada por Hudson Taylor. O impacto de sua mensagem foi tal que se decidiu imprimi-la. O título era O Caminho para a Vida em Deus, que vendeu milhares de exemplares.

Posteriormente, foi convidada a falar no exterior, viajando pela Suécia, Rússia, Finlândia, Dinamarca, Alemanha, Suíça, EUA, Canadá, Coréia, China e Índia, (país este em que realizou importante trabalho missionário em Madras), mesmo tendo graves períodos de enfermidade. Falou em várias Convenções de Keswick, ainda que sua paixão pela mensagem da cruz a tenha levado a abandonar qualquer outra atividade e aspecto de seu ministério que não estivesse com ela relacionado.

Em 1909, fundou a revista The Overcomer (O Vencedor), que continua sendo publicada até hoje, a qual, no início, foi somente uma carta de oração enviada aos amigos e interessados em seu ministério. Testemunha excepcional do avivamento galês de 1904, escreveu Guerra Contra os Santos, uma importante obra sobre o tema relacionado com o mundo das manifestações espirituais.

Ela conheceu as obras de Madame Guyon, as quais lhe ajudaram a conhecer a vida profunda com Deus. Por sua experiência com o Senhor, com Sua cruz e Sua Palavra, influenciou homens como Watchman Nee e T. Austin-Sparks.

Casou com 19 anos e não teve filhos. Morreu na Inglaterra, em 1927. Mary Garrard continuou com a revista The Overcomer e publicou uma biografia da sra. Penn-Lewis.


Fonte: Editora dos Clássicos

30 julho 2006

A Luta e as Batalhas - A Espada do Espírito

INTRODUÇÃO
(13) Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis. (14) Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade e vestindo-vos da couraça da justiça. (15) Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz; (16) embraçando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno. (17) Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus; (Efésios 6:13-17 – RA).
A ARMADURA
O cinturão da verdade é a sustentação da armadura. Jesus é verdade. O compromisso com Ele e com a sua Palavra é o que sustenta a armadura. Esse compromisso com a Verdade não é apenas uma espécie de assentimento, de concordância intelectual. Cingir-se da verdade é viver a vida tendo a verdade como norteadora de suas atitudes. A Verdade precisa invadir seus negócios, seus estudos, sua família, suas amizades, seu casamento e onde mais você estiver. Esse é o ponto de partida das batalhas.
A couraça da justiça é forma de proteger seu relacionamento com Deus. Para vesti-la, eu preciso antes retirar a minha couraça de pano podre feita na base na tentativa de troca de favores com Deus. Couraça de pano podre não protege, mas a couraça da justiça de Deus sim! Quando pela fé eu compreendo o quão distante estou de Deus, reconheço minha incapacidade de controlar a vida e decido confiar em Jesus para me conduzir de volta para perto do Pai. Ele me declara justo. Precisamos tirar de cima dos ombros nossa justiça própria para que a Graça do Senhor nos guarde. Ai, justificados por Deus, poderemos enfrentar a batalha.
As sandálias do evangelho da paz. As sandálias do soldado romano eram de couro. Na armadura de Deus as sandálias são de paz. O evangelho da paz são as boas notícias de que Deus, através de Jesus, reconciliou o mundo consigo mesmo. Assim podemos ter paz com Ele e paz com nossos irmãos e companheiros de batalha. Não podemos sair para a batalha descalços, olhando para o chão. Precisamos calçar as sandálias do evangelho da paz. Primeiro, paz com Deus. Depois, paz com a criação de Deus. Aí, de cabeça erguida, poderemos enfrentar o combate.
Nenhum soldado romano iria para a guerra sem seu escudo. Nenhum cristão deve encarar a luta espiritual sem o seu escudo da fé. Usar o escudo da fé não é ser crédulo. A fé bíblica não é irracional, mas está apoiada no caráter e nas promessas de Deus; Não é ser autoconfiante. A autoconfiança não suporta as altas temperaturas da batalha. Também não se parece com auto-suficiência, (reinado do EU). Precisamos usar o escudo da fé e cultivar a confiança prática, no caráter do Deus criador do universo. Ele nos proteger contra as flechas incendiárias que o inimigo lança sobre nós sempre que uma dificuldade aparece.
O capacete da salvação é feito da esperança que há em Cristo Jesus. Seu principal componente é a convicção na suficiência da cruz para nos levar de volta ao Pai. Quando olho para cruz, minha mente fica protegida das ciladas astutas do inimigo. Quando olho para a cruz, sou protegido do egoísmo; quando olho pra cruz, a avareza não faz sentido. Quando a cruz de Cristo se faz lembrança constante, a arrogância perde o valor. Protegidos pelo capacete da Salvação, podemos ir para as batalhas com a certeza de que resistiremos aos ataques do inimigo no dia mau, venceremos tudo e permaneceremos inabaláveis.
A Espada do Espírito
Chegamos a ultima peça da armadura. Hoje completamos a armadura, que Deus nos deu para enfrentarmos a luta espiritual, na qual todos estamos envolvidos: A espada do Espírito, que é a Palavra de Deus.
Quando o apóstolo Paulo escreveu sua carta aos cristãos da cidade de Éfeso e falou sobre a armadura de Deus, ele tinha em mente os mais modernos equipamentos de guerra que um soldado poderia ter. Por isso, não poderia faltar a melhor espada que existe, a Palavra de Deus.
A armadura de Deus não foi dada para atacar o inimigo, mas para nos defendermos dele. Paulo afirma que a armadura é para que possamos resistir no dia mau. Cada peça é usada para defesa. A espada do espírito também deve ser usada como arma de defesa contra as estratégias de destruição engendradas por principados e potestades.
Infelizmente, muitas pessoas não usam a espada do Espírito de acordo com a estratégia de Deus, mas por conta própria; usam não para se proteger, mas para atacar inimigos pessoais. Com a espada do Espírito pessoas são controladas, dominadas e humilhadas, culturas inteiras são aniquiladas, acusações mútuas são feitas e igrejas são despedaçadas. Por incrível que pareça, a espada do Espírito tem sido usada em brigas e disputas internas para ferir companheiros de batalha. Quem usa a palavra com esse propósito, se esqueceu quem é o verdadeiro inimigo que está enfrentando.
A Espada é do Espírito
O soldado romano se destacava pela sua habilidade em combate. Não era pra menos, apenas para poder ser admitido no exército ele passava quatro meses em um implacável treinamento onde, entre outras coisas, ele aprendia a proteger-se com o escudo e a manusear sua espada. Eles treinavam com escudos que pesavam o dobro do escudo de batalha e com pesadas espadas de madeira que faziam com que as armas de guerra parecessem muito leves. Depois de treinado, o soldado recebia sua espada.
Mas o legionário romano não recebia a espada de presente. Na verdade, do seu soldo ele pagava pela roupa que vestia, pela barraca em que morava e pelas as armas. Percênio, líder de um motim contra o imperador Tibério no ano 14 d.C, reclamava que além disso o soldado ainda tinha que pagar suborno aos superiores para se livrar de encargos muito pesados.
(A) Na armadura de Deus, a espada não é propriedade do soldado; ela pertence ao Espírito de Deus e é usada como Ele quer. O profeta Isaías escreve o seguinte:
assim será a palavra que sair da minha boca: ela não voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei. (Isaías 55:11 ARA)
Esse entendimento é muito importante. Quando você se deparar com a Palavra de Deus, não tente torcê-la, ajustá-la ao seu gosto ou usá-la para o seu interesse. A espada do Espírito será sua proteção na luta espiritual, se você permitir que ela cumpra os propósitos de Deus em sua vida. Deixe que ela fale ao seu coração.
(B) Não há como comprar a compreensão e a eficácia da Espada do Espírito. A palavra nos foi entregue graciosamente pela inspiração do Espírito Santo de Deus e o próprio Jesus afirmou que é o Espírito quem nos ensina e nos faz lembrar a palavra em meio à batalha.
Mas o Ajudador, o Espírito Santo a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto eu vos tenho dito. (João 14:26 ARA)
Não há barganhas, não há trocas, não há favores. Compreenda isso, meu irmão: não há vida cristã sem a intervenção do Espírito de Deus em seu dia-a-dia através da Palavra. Você recebeu a espada do Espírito para sua proteção e essa proteção se torna real quando o Espírito de Deus tem liberdade para lhe ensinar a Palavra e quando você está atento para ouvir a Sua voz no meio da batalha.
Protegidos contra o que?
Não é demais lembramos novamente o epicentro da batalha espiritual em que estamos envolvidos.
Principados e potestades têm trabalhado arduamente por milênios para que o Senhor não receba a glória e o reconhecimento que lhe são devidos. Por isso, a atuação dessa forças espirituais rebeldes é voltada para desacreditar e enxovalhar o caráter de Deus diante da sua criação.
Foi assim no Éden. A serpente plantou no coração do primeiro casal a dúvida a respeito da bondade de Deus e do interesse Dele pelo bem estar da sua criação. Com um breve argumento, Lúcifer replicou no coração deles as mesmas inquietações que lhe consumiram e os induziu a tomar a mesma decisão: voltar as costas para Deus.
A ação da serpente foi rápida e certeira. Seu objetivo era claro: não permitir que o primeiro casal pudesse conhecer suas próprias limitações, nem tampouco dar tempo para que eles conhecessem o caráter de Deus.
Principados e potestades sabem que quando o ser humano conhece o caráter do Deus eterno (seu poder, sua bondade, seu amor, sua justiça e sua misericórdia), e quando nossos pecados e limitações são revelados diante de nós, a atitude é mesma para todos: prostrar-se diante do Senhor com temor e o coração cheio de gratidão.
(A) Na armadura de Deus, a espada do Espírito nos protege em meio a luta espiritual porque ela testifica a respeito de Deus. É pelas escrituras que conhecemos o caráter de Deus. Quando lemos as histórias de homens e mulheres comuns e a maneira como eles viveram suas caminhadas de fé em direção ao coração de Deus, podemos aprender sobre quem é o Deus a quem adoramos.
As histórias de Abraão, Isac, Jacó, José, Moisés, Josué, Davi, Ester, Jeremias, Isaías, Rute, Noé, Oséias, Raabe, Daniel, João Batista, Pedro, Paulo, Lídia, Onésimo, Lucas e tantos outros não são apenas belas histórias, elas forma registradas para que nós possamos compreender melhor quem é o Deus a quem adoramos.
Jesus apresenta isso em forma de um conselho firme e sábio:
Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna; e são elas que dão testemunho de mim; (João 5:39 ARA)
O conhecimento crescente de Deus nos torna mais íntimos Dele e isso faz nascer em nós a confiança que nos leva a amá-lo e nos deixa protegidos contra os falsos argumentos do inimigo.
(B) Na armadura de Deus, a espada dos protege em meio a luta espiritual, porque ela revela quem realmente somos. Essa é outra área em que todos enfrentamos grandes lutas.
A negação de quem somos nos coloca em uma armadilha terrível, por que o ponto de partida para as transformações que Deus quer operar em nós é a nossa realidade. Deus quer nos transformar à imagem do seu filho Jesus Cristo, mas esse processo começa com a admissão dos nossos pecados e limitações.
O Salmista diz:
Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho perverso, e guia-me pelo caminho eterno. (Salmos 139:22-24 ARA)
Mas é o escritor de Hebreus que esclarece como isso acontece:
Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até a divisão de alma e espírito, e de juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. (Hebreus 4:12 ARA)
A espada do Espírito e o instrumento que Deus usa para livrar da nossa ignorância sobre nós mesmos. É interessante que o escritor da carta aos Hebreu fez questão de ressaltar que a Palavra de Deus se parece com uma espada de dois gumes.
O gume é a parte cortante da espada. A maioria das facas e facões usados em casa têm apenas um gume. Mas a Palavra de Deus é tão poderosa para discernir a alma humana, tão simples e clara em sua apresentação de quem somos, que a sua eficácia é comparada a uma espada de dois gumes.
Hoje se fala muito saúde emocional. É não é por menos! Vivemos dias em que multidões estão presos em si mesmos. Escravos do medo, angústia, da ira, da falta de perdão, do orgulho, da ansiedade, das preocupações com o futuro e de tantos outras cadeias.
Milhões estão acorrentados à busca da perfeição pelo esforço próprio, da aceitação pelos méritos pessoais e de um modo de ver a vida que parece uma conta bancária como débitos e créditos de acordo com a boa ação de cada um.
Só a espada do Espírito pode libertar. Porque ela revela de forma confrontadora quem eu sou, mas me apresenta a graça de Deus, que me acolhe como eu estou. Assim, a espada do Espírito me protege de mim mesmo e me guarda debaixo do amor e da graça de Deus.
Como usar?
A bíblia não nos deixa sem instrução sobre como usar a espada do Espírito. O exemplo mais completo talvez seja com o próprio Jesus, quando foi tentado no deserto.
1Então foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo Diabo. 2 E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome. 3 Chegando, então, o tentador, disse-lhe: Se tu és Filho de Deus manda que estas pedras se tornem em pães. 4 Mas Jesus lhe respondeu: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus. 5 Então o Diabo o levou ã cidade santa, colocou-o sobre o pináculo do templo, 6 e disse-lhe: Se tu és Filho de Deus, lança-te daqui abaixo; porque está escrito: Aos seus anjos dará ordens a teu respeito; e: eles te susterão nas mãos, para que nunca tropeces em alguma pedra. 7 Replicou-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus. 8 Novamente o Diabo o levou a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo, e a glória deles; 9 e disse-lhe: Tudo isto te darei, se, prostrado, me adorares. 10 Então ordenou-lhe Jesus: Vai-te, Satanás; porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás. 11 Então o Diabo o deixou; e eis que vieram os anjos e o serviram.
(A) Mergulhado na Palavra. Perceba que a luta travada por Jesus não teve efeitos pirotécnicos nem foi transformada em um espetáculo circense para toda a cidade. Jesus estava só e fragilizado no deserto. O bom soldado está sempre atento, mas quando estamos sós e nos sentido fracos, envolvidos em nossos pensamentos, a atenção precisa ser redobrada e a espada do Espírito precisa estar desembanhada.
Jesus foi tentado quando à sua confiança no suprimento de Deus. Foi provocado sobre sua confiança quanto ao amor e ao reconhecimento do pai e por fim foi tentado a assumir o controle da própria vida e virar as costas ao pai em troca de poder.
A cada tentativa do inimigo de abalar a confiança de Jesus em Deus, ele respondia sacando a espada do Espírito, a Palavra de Deus. O Senhor Jesus tinha sua mente mergulhada na palavra de Deus. Por isso, ele pode identificar cada tentação e responder à altura do argumento de satanás.
Para usarmos com eficácia a espada do Espírito nossa mente precisa está cheia da Palavra. Nossa maneira de ver o mundo precisa está influenciada pela Palavra ao ponto de nos tornarmos aptos para discernir as ciladas do inimigo.
(B) Confiante na Palavra. O Senhor não respondeu aos argumentos de satanás com argumentos humanos. A frase era a mesma: está escrito. Os argumentos podem ser lógicos e agradáveis aos ouvidos, podem até parecer sensatos, mas... está escrito outra coisa.
Jesus não fugiu ao debate, pelo contrário, ele foi conduzido pelo Espírito para esse momento. Mas, os argumentos sagazes do inimigos viravam cinza frente ao simples está escrito de Jesus. Mas isso revela o quanto Jesus amava e se submetia à Palavra de Deus.
A espada do Espírito precisa ser usada com submissão e obediência a Deus. Está escrito, disse Jesus. Quando a qualidade da própria espada é questionada, quando sua eficácia passa a ser motivo de dúvida, ela deixa de ser útil para a luta espiritual.
CONCLUSÃO
Escrevendo a Timóteo, o apóstolo Paulo ensina que todos devemos manejar bem a espada do Espírito.
Procura apresentar-te diante de Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade. (2 timóteo 2:15 ARA)
Jesus conhecia o poder da Palavra de Deus. Ele o havia experimentado em sua própria vida. Por isso, ao orar pelos seus discípulos, Ele pediu ao Pai:
Santifica-os na verdade, a tua palavra é a verdade. (João 17:17 ARA)
Se a espada do espírito for abandonada, você vai sofrer duros golpes durante a batalha; Por isso não largue a sua espada por nada. Ela é a sua proteção.
Se a espada do espírito estiver enferrujada e cheia de poeira em cima da estante da sala, você vai se decepcionar quanto tentar usá-la e perceber que na verdade não sabe como fazer; Por isso não perca tempo, pegue a espada, tire a poeira, limpe a ferrugem e comece a praticar.
Nenhum soldado pode contar a espada do outro no calor da batalha. A palavra precisa ser aplicada por você e para a sua vida. É bom conhecer a experiência dos outros, mas nas substitui nossa própria experiência na luta espiritual.
Concluindo a Série
Durante oito semanas estivemos junto aprendendo sobre a Luta espiritual e as batalhas do dia-a-dia. Vimos a bondade de Deus ao nos presentear com uma armadura capaz de nos protegem dos ataques do inimigo.
Vimos o quanto cada peça da armadura é imprescindível para a enfrentarmos as batalhas e que não adianta nada se elas estiverem guardadas no armário.
Vimos que a armadura é um presente de Deus a todos os que um dia aceitaram a Jesus como seu Senhor e Salvador. Uma armadura invisível para uma luta invisível, mas uma armadura real para uma luta real.
Hoje vamos concluir com um momento de oração. Quem quiser colocar sua vida diante de Deus após esse tempo de estudo e reflexão sobre a Luta e as batalhas do dia-a-dia, poderá fazê-lo agora.
(13) Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis. (14) Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade e vestindo-vos da couraça da justiça. (15) Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz; (16) embraçando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno. (17) Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus; (Efésios 6:13-17 – RA).

A Luta e as Batalhas - A Espada do Espírito

INTRODUÇÃO
(13) Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis. (14) Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade e vestindo-vos da couraça da justiça. (15) Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz; (16) embraçando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno. (17) Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus; (Efésios 6:13-17 – RA).
A ARMADURA
O cinturão da verdade é a sustentação da armadura. Jesus é verdade. O compromisso com Ele e com a sua Palavra é o que sustenta a armadura. Esse compromisso com a Verdade não é apenas uma espécie de assentimento, de concordância intelectual. Cingir-se da verdade é viver a vida tendo a verdade como norteadora de suas atitudes. A Verdade precisa invadir seus negócios, seus estudos, sua família, suas amizades, seu casamento e onde mais você estiver. Esse é o ponto de partida das batalhas.
A couraça da justiça é forma de proteger seu relacionamento com Deus. Para vesti-la, eu preciso antes retirar a minha couraça de pano podre feita na base na tentativa de troca de favores com Deus. Couraça de pano podre não protege, mas a couraça da justiça de Deus sim! Quando pela fé eu compreendo o quão distante estou de Deus, reconheço minha incapacidade de controlar a vida e decido confiar em Jesus para me conduzir de volta para perto do Pai. Ele me declara justo. Precisamos tirar de cima dos ombros nossa justiça própria para que a Graça do Senhor nos guarde. Ai, justificados por Deus, poderemos enfrentar a batalha.
As sandálias do evangelho da paz. As sandálias do soldado romano eram de couro. Na armadura de Deus as sandálias são de paz. O evangelho da paz são as boas notícias de que Deus, através de Jesus, reconciliou o mundo consigo mesmo. Assim podemos ter paz com Ele e paz com nossos irmãos e companheiros de batalha. Não podemos sair para a batalha descalços, olhando para o chão. Precisamos calçar as sandálias do evangelho da paz. Primeiro, paz com Deus. Depois, paz com a criação de Deus. Aí, de cabeça erguida, poderemos enfrentar o combate.
Nenhum soldado romano iria para a guerra sem seu escudo. Nenhum cristão deve encarar a luta espiritual sem o seu escudo da fé. Usar o escudo da fé não é ser crédulo. A fé bíblica não é irracional, mas está apoiada no caráter e nas promessas de Deus; Não é ser autoconfiante. A autoconfiança não suporta as altas temperaturas da batalha. Também não se parece com auto-suficiência, (reinado do EU). Precisamos usar o escudo da fé e cultivar a confiança prática, no caráter do Deus criador do universo. Ele nos proteger contra as flechas incendiárias que o inimigo lança sobre nós sempre que uma dificuldade aparece.
O capacete da salvação é feito da esperança que há em Cristo Jesus. Seu principal componente é a convicção na suficiência da cruz para nos levar de volta ao Pai. Quando olho para cruz, minha mente fica protegida das ciladas astutas do inimigo. Quando olho para a cruz, sou protegido do egoísmo; quando olho pra cruz, a avareza não faz sentido. Quando a cruz de Cristo se faz lembrança constante, a arrogância perde o valor. Protegidos pelo capacete da Salvação, podemos ir para as batalhas com a certeza de que resistiremos aos ataques do inimigo no dia mau, venceremos tudo e permaneceremos inabaláveis.
A Espada do Espírito
Chegamos a ultima peça da armadura. Hoje completamos a armadura, que Deus nos deu para enfrentarmos a luta espiritual, na qual todos estamos envolvidos: A espada do Espírito, que é a Palavra de Deus.
Quando o apóstolo Paulo escreveu sua carta aos cristãos da cidade de Éfeso e falou sobre a armadura de Deus, ele tinha em mente os mais modernos equipamentos de guerra que um soldado poderia ter. Por isso, não poderia faltar a melhor espada que existe, a Palavra de Deus.
A armadura de Deus não foi dada para atacar o inimigo, mas para nos defendermos dele. Paulo afirma que a armadura é para que possamos resistir no dia mau. Cada peça é usada para defesa. A espada do espírito também deve ser usada como arma de defesa contra as estratégias de destruição engendradas por principados e potestades.
Infelizmente, muitas pessoas não usam a espada do Espírito de acordo com a estratégia de Deus, mas por conta própria; usam não para se proteger, mas para atacar inimigos pessoais. Com a espada do Espírito pessoas são controladas, dominadas e humilhadas, culturas inteiras são aniquiladas, acusações mútuas são feitas e igrejas são despedaçadas. Por incrível que pareça, a espada do Espírito tem sido usada em brigas e disputas internas para ferir companheiros de batalha. Quem usa a palavra com esse propósito, se esqueceu quem é o verdadeiro inimigo que está enfrentando.
A Espada é do Espírito
O soldado romano se destacava pela sua habilidade em combate. Não era pra menos, apenas para poder ser admitido no exército ele passava quatro meses em um implacável treinamento onde, entre outras coisas, ele aprendia a proteger-se com o escudo e a manusear sua espada. Eles treinavam com escudos que pesavam o dobro do escudo de batalha e com pesadas espadas de madeira que faziam com que as armas de guerra parecessem muito leves. Depois de treinado, o soldado recebia sua espada.
Mas o legionário romano não recebia a espada de presente. Na verdade, do seu soldo ele pagava pela roupa que vestia, pela barraca em que morava e pelas as armas. Percênio, líder de um motim contra o imperador Tibério no ano 14 d.C, reclamava que além disso o soldado ainda tinha que pagar suborno aos superiores para se livrar de encargos muito pesados.
(A) Na armadura de Deus, a espada não é propriedade do soldado; ela pertence ao Espírito de Deus e é usada como Ele quer. O profeta Isaías escreve o seguinte:
assim será a palavra que sair da minha boca: ela não voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei. (Isaías 55:11 ARA)
Esse entendimento é muito importante. Quando você se deparar com a Palavra de Deus, não tente torcê-la, ajustá-la ao seu gosto ou usá-la para o seu interesse. A espada do Espírito será sua proteção na luta espiritual, se você permitir que ela cumpra os propósitos de Deus em sua vida. Deixe que ela fale ao seu coração.
(B) Não há como comprar a compreensão e a eficácia da Espada do Espírito. A palavra nos foi entregue graciosamente pela inspiração do Espírito Santo de Deus e o próprio Jesus afirmou que é o Espírito quem nos ensina e nos faz lembrar a palavra em meio à batalha.
Mas o Ajudador, o Espírito Santo a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto eu vos tenho dito. (João 14:26 ARA)
Não há barganhas, não há trocas, não há favores. Compreenda isso, meu irmão: não há vida cristã sem a intervenção do Espírito de Deus em seu dia-a-dia através da Palavra. Você recebeu a espada do Espírito para sua proteção e essa proteção se torna real quando o Espírito de Deus tem liberdade para lhe ensinar a Palavra e quando você está atento para ouvir a Sua voz no meio da batalha.
Protegidos contra o que?
Não é demais lembramos novamente o epicentro da batalha espiritual em que estamos envolvidos.
Principados e potestades têm trabalhado arduamente por milênios para que o Senhor não receba a glória e o reconhecimento que lhe são devidos. Por isso, a atuação dessa forças espirituais rebeldes é voltada para desacreditar e enxovalhar o caráter de Deus diante da sua criação.
Foi assim no Éden. A serpente plantou no coração do primeiro casal a dúvida a respeito da bondade de Deus e do interesse Dele pelo bem estar da sua criação. Com um breve argumento, Lúcifer replicou no coração deles as mesmas inquietações que lhe consumiram e os induziu a tomar a mesma decisão: voltar as costas para Deus.
A ação da serpente foi rápida e certeira. Seu objetivo era claro: não permitir que o primeiro casal pudesse conhecer suas próprias limitações, nem tampouco dar tempo para que eles conhecessem o caráter de Deus.
Principados e potestades sabem que quando o ser humano conhece o caráter do Deus eterno (seu poder, sua bondade, seu amor, sua justiça e sua misericórdia), e quando nossos pecados e limitações são revelados diante de nós, a atitude é mesma para todos: prostrar-se diante do Senhor com temor e o coração cheio de gratidão.
(A) Na armadura de Deus, a espada do Espírito nos protege em meio a luta espiritual porque ela testifica a respeito de Deus. É pelas escrituras que conhecemos o caráter de Deus. Quando lemos as histórias de homens e mulheres comuns e a maneira como eles viveram suas caminhadas de fé em direção ao coração de Deus, podemos aprender sobre quem é o Deus a quem adoramos.
As histórias de Abraão, Isac, Jacó, José, Moisés, Josué, Davi, Ester, Jeremias, Isaías, Rute, Noé, Oséias, Raabe, Daniel, João Batista, Pedro, Paulo, Lídia, Onésimo, Lucas e tantos outros não são apenas belas histórias, elas forma registradas para que nós possamos compreender melhor quem é o Deus a quem adoramos.
Jesus apresenta isso em forma de um conselho firme e sábio:
Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna; e são elas que dão testemunho de mim; (João 5:39 ARA)
O conhecimento crescente de Deus nos torna mais íntimos Dele e isso faz nascer em nós a confiança que nos leva a amá-lo e nos deixa protegidos contra os falsos argumentos do inimigo.
(B) Na armadura de Deus, a espada dos protege em meio a luta espiritual, porque ela revela quem realmente somos. Essa é outra área em que todos enfrentamos grandes lutas.
A negação de quem somos nos coloca em uma armadilha terrível, por que o ponto de partida para as transformações que Deus quer operar em nós é a nossa realidade. Deus quer nos transformar à imagem do seu filho Jesus Cristo, mas esse processo começa com a admissão dos nossos pecados e limitações.
O Salmista diz:
Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho perverso, e guia-me pelo caminho eterno. (Salmos 139:22-24 ARA)
Mas é o escritor de Hebreus que esclarece como isso acontece:
Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até a divisão de alma e espírito, e de juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração. (Hebreus 4:12 ARA)
A espada do Espírito e o instrumento que Deus usa para livrar da nossa ignorância sobre nós mesmos. É interessante que o escritor da carta aos Hebreu fez questão de ressaltar que a Palavra de Deus se parece com uma espada de dois gumes.
O gume é a parte cortante da espada. A maioria das facas e facões usados em casa têm apenas um gume. Mas a Palavra de Deus é tão poderosa para discernir a alma humana, tão simples e clara em sua apresentação de quem somos, que a sua eficácia é comparada a uma espada de dois gumes.
Hoje se fala muito saúde emocional. É não é por menos! Vivemos dias em que multidões estão presos em si mesmos. Escravos do medo, angústia, da ira, da falta de perdão, do orgulho, da ansiedade, das preocupações com o futuro e de tantos outras cadeias.
Milhões estão acorrentados à busca da perfeição pelo esforço próprio, da aceitação pelos méritos pessoais e de um modo de ver a vida que parece uma conta bancária como débitos e créditos de acordo com a boa ação de cada um.
Só a espada do Espírito pode libertar. Porque ela revela de forma confrontadora quem eu sou, mas me apresenta a graça de Deus, que me acolhe como eu estou. Assim, a espada do Espírito me protege de mim mesmo e me guarda debaixo do amor e da graça de Deus.
Como usar?
A bíblia não nos deixa sem instrução sobre como usar a espada do Espírito. O exemplo mais completo talvez seja com o próprio Jesus, quando foi tentado no deserto.
1Então foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo Diabo. 2 E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome. 3 Chegando, então, o tentador, disse-lhe: Se tu és Filho de Deus manda que estas pedras se tornem em pães. 4 Mas Jesus lhe respondeu: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus. 5 Então o Diabo o levou ã cidade santa, colocou-o sobre o pináculo do templo, 6 e disse-lhe: Se tu és Filho de Deus, lança-te daqui abaixo; porque está escrito: Aos seus anjos dará ordens a teu respeito; e: eles te susterão nas mãos, para que nunca tropeces em alguma pedra. 7 Replicou-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus. 8 Novamente o Diabo o levou a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo, e a glória deles; 9 e disse-lhe: Tudo isto te darei, se, prostrado, me adorares. 10 Então ordenou-lhe Jesus: Vai-te, Satanás; porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás. 11 Então o Diabo o deixou; e eis que vieram os anjos e o serviram.
(A) Mergulhado na Palavra. Perceba que a luta travada por Jesus não teve efeitos pirotécnicos nem foi transformada em um espetáculo circense para toda a cidade. Jesus estava só e fragilizado no deserto. O bom soldado está sempre atento, mas quando estamos sós e nos sentido fracos, envolvidos em nossos pensamentos, a atenção precisa ser redobrada e a espada do Espírito precisa estar desembanhada.
Jesus foi tentado quando à sua confiança no suprimento de Deus. Foi provocado sobre sua confiança quanto ao amor e ao reconhecimento do pai e por fim foi tentado a assumir o controle da própria vida e virar as costas ao pai em troca de poder.
A cada tentativa do inimigo de abalar a confiança de Jesus em Deus, ele respondia sacando a espada do Espírito, a Palavra de Deus. O Senhor Jesus tinha sua mente mergulhada na palavra de Deus. Por isso, ele pode identificar cada tentação e responder à altura do argumento de satanás.
Para usarmos com eficácia a espada do Espírito nossa mente precisa está cheia da Palavra. Nossa maneira de ver o mundo precisa está influenciada pela Palavra ao ponto de nos tornarmos aptos para discernir as ciladas do inimigo.
(B) Confiante na Palavra. O Senhor não respondeu aos argumentos de satanás com argumentos humanos. A frase era a mesma: está escrito. Os argumentos podem ser lógicos e agradáveis aos ouvidos, podem até parecer sensatos, mas... está escrito outra coisa.
Jesus não fugiu ao debate, pelo contrário, ele foi conduzido pelo Espírito para esse momento. Mas, os argumentos sagazes do inimigos viravam cinza frente ao simples está escrito de Jesus. Mas isso revela o quanto Jesus amava e se submetia à Palavra de Deus.
A espada do Espírito precisa ser usada com submissão e obediência a Deus. Está escrito, disse Jesus. Quando a qualidade da própria espada é questionada, quando sua eficácia passa a ser motivo de dúvida, ela deixa de ser útil para a luta espiritual.
CONCLUSÃO
Escrevendo a Timóteo, o apóstolo Paulo ensina que todos devemos manejar bem a espada do Espírito.
Procura apresentar-te diante de Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade. (2 timóteo 2:15 ARA)
Jesus conhecia o poder da Palavra de Deus. Ele o havia experimentado em sua própria vida. Por isso, ao orar pelos seus discípulos, Ele pediu ao Pai:
Santifica-os na verdade, a tua palavra é a verdade. (João 17:17 ARA)
Se a espada do espírito for abandonada, você vai sofrer duros golpes durante a batalha; Por isso não largue a sua espada por nada. Ela é a sua proteção.
Se a espada do espírito estiver enferrujada e cheia de poeira em cima da estante da sala, você vai se decepcionar quanto tentar usá-la e perceber que na verdade não sabe como fazer; Por isso não perca tempo, pegue a espada, tire a poeira, limpe a ferrugem e comece a praticar.
Nenhum soldado pode contar a espada do outro no calor da batalha. A palavra precisa ser aplicada por você e para a sua vida. É bom conhecer a experiência dos outros, mas nas substitui nossa própria experiência na luta espiritual.
Concluindo a Série
Durante oito semanas estivemos junto aprendendo sobre a Luta espiritual e as batalhas do dia-a-dia. Vimos a bondade de Deus ao nos presentear com uma armadura capaz de nos protegem dos ataques do inimigo.
Vimos o quanto cada peça da armadura é imprescindível para a enfrentarmos as batalhas e que não adianta nada se elas estiverem guardadas no armário.
Vimos que a armadura é um presente de Deus a todos os que um dia aceitaram a Jesus como seu Senhor e Salvador. Uma armadura invisível para uma luta invisível, mas uma armadura real para uma luta real.
Hoje vamos concluir com um momento de oração. Quem quiser colocar sua vida diante de Deus após esse tempo de estudo e reflexão sobre a Luta e as batalhas do dia-a-dia, poderá fazê-lo agora.
(13) Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis. (14) Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade e vestindo-vos da couraça da justiça. (15) Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz; (16) embraçando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno. (17) Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus; (Efésios 6:13-17 – RA).

26 julho 2006

Theodore Austin-Sparks (1910-1971)

Theodore Austin-Sparks converteu-se aos dezessete anos, ao ouvir uma pregação de rua em Glasgow, na Escócia. Dessa forma, iniciou-se uma vida de pregação do Evangelho que durou sessenta e cinco anos. Sparks nasceu em 1910, numa cidade escocesa. Sua mãe conhecia o Senhor e O amava, pois era uma mulher de oração. Theodore cresceu num lar em que sempre havia reuniões de oração, no qual se cria que a Palavra de Deus é a autoridade máxima em todas as questões e no qual se esperava a volta do Senhor Jesus. Sua mãe teve grande influência em sua vida.

Naqueles dias, um dos maiores pregadores na Inglaterra, Dr. G. Campbell Morgan, desejando ajudar a um grupo de jovens no estudo da Palavra, passou a se reunir com eles todas as sextas-feiras, dando-lhes vários estudos bíblicos. Por 52 semanas, Campbell Morgan se reuniu com esses jovens e, dentre os mais brilhantes, estava T. Austin-Sparks. Por esse motivo, ele passou a ser sempre requisitado como preletor em várias Conferências.

Certa vez, ao ministrar numa igreja batista, ele viu uma tremenda mudança vindo sobre toda a congregação. Um após o outro, dentre os conhecidos ali como cristãos, foram sendo salvos. A secretária da igreja, os diáconos, todos foram encontrando o Senhor. Mas, apesar de T. Austin-Sparks ser um conferencista nacionalmente conhecido e requisitado, e apesar de ser um jovem com tanto futuro, ele mesmo sentia uma terrível pobreza em sua vida. Ele sentia que estava proclamando coisas que, na realidade, não eram experiências suas. Ele não tinha dúvidas de que era nascido de novo, mas sentia que estava pregando coisas que ele mesmo não experimentava. Por natureza, Sparks era alguém que se entregava completamente ao que cria, nunca se contentando com uma posição intermediária. Por isso, começou a se sentir um fracasso, pois o que lia na Bíblia não era, para ele, uma experiência própria.



Certo dia, então, ele disse à sua esposa: "Eu vou para meu estúdio; não quero que ninguém me interrompa. Não importa o que aconteça, eu não sairei daquele quarto até que tenha decidido qual caminho vou tomar". Ele sentia imensamente a necessidade de que o Senhor o encontrasse de forma nova, ou cria que não poderia mais continuar seu ministério. Havia chegado ao final de si mesmo.



Fechado naquele quarto, ele passou a maior parte do dia quieto diante do Senhor, e então, começou a ler a carta aos romanos. Nada aconteceu. Ele a conhecia muito bem, pois a havia ensinado tantas vezes e dava esboços dessa porção das Escrituras. Nada de novo ela lhe apresentava, até que ele chegou ao capítulo 6. Ele mesmo disse: "Foi como se o céu tivesse se aberto, e luz brilhou em meu coração." Pela primeira vez ele compreendeu que havia sido crucificado com Cristo e que o Espírito Santo estava nele e sobre ele para reproduzir a natureza de Cristo. Isso revolucionou completamente a vida de Sparks. Quando saiu daquele quarto, ele era um homem transformado. A partir daquele momento, ele começou realmente a pregar a Cristo, começou a magnificar o Senhor Jesus.



Logo começou a ensinar o que chamava de "o caminho da cruz", dando grande ênfase à necessidade da operação interior da cruz na vida do crente. Ele mesmo havia passado por uma crise e aceito o veredito da cruz sobre sua velha natureza, percebendo que essa crise fora a introdução para um desfrutar completamente novo da vida de Cristo, tão grandioso que ele só conseguia descrevê-lo como "um céu aberto".



Sparks recebeu também grande ajuda espiritual da Sra. Jessie Penn-Lewis, a quem o Senhor dera um claro entendimento sobre a necessidade da operação interior da cruz na vida do crente. Ela viu em T. Austin-Sparks o herdeiro de toda a obra que o Senhor lhe havia dado. Sparks se tornou um pregador e mestre muito querido e popular no meio do chamado "Movimento Vencedor".Mas a experiência que Sparks tinha, em vez de lhe abrir as portas para todos os púlpitos, fechou a maioria delas. Os líderes o temiam, pois achavam que algo estranho, perigoso e errado havia lhe acontecido. E assim começaram a opor-se a ele.



Houve um momento em que ele ficou na rua, sem casa para morar com a esposa e filhos, mas o Senhor logo lhe providenciou uma moradia, na rua Honor Oak. Uma senhora que servia ao Senhor como missionária na Índia e havia sido grandemente ajudada através do ministério de Sparks, ouviu dizer de uma grande escola na rua Honor Oak que estava à venda. Então, comprou toda a propriedade e a deu à igreja. Ali veio a ser um local de comunhão cristã e a sede de conferências Honor Oak. Esse foi o lugar onde conferências eram realizadas três ou quatro vezes ao ano, para as quais vinham pessoas de toda a parte.



Em 1937, Watchman Nee se encontrou pela primeira vez com Sparks. Nee havia lido alguns escritos seus e fora grandemente ajudado. Logo após, porém, começou a 2ª Guerra Mundial, e aquelas conferências cessaram, pois o mundo todo estava em turbulência. Todavia, ao terminar a guerra houve um período maravilhoso na história daquela obra e ministério. De 1946 até 1950 houve conferências cheias da presença do Senhor.



Por várias razões, muitos outros sofrimentos vieram à sua vida, mas ele cria que, se por um lado, a cruz envolve sofrimento, por outro, ela é também o segredo da graça abundante. Por ela, o crente é levado a um mais amplo desfrutar da vida de ressurreição e também a uma verdadeira integração na comunhão da Igreja, que é o Corpo de Cristo.



A enorme oposição que Sparks enfrentava era inacreditável. Livros e panfletos eram escritos contra ele, pregadores falavam contra ele, davam-lhe a fama de ser um falso mestre, cheio de ardis. Esse isolamento total a que o colocavam era, de muitas formas, a prova mais dura que ele suportava. Ano após ano, ele ia a Keswick onde, atrás da plataforma, estava escrito: "Todos somos um em Cristo". Mas sempre que ia ao encontro daqueles com quem já havia trabalhado e estendia-lhes a mão, eles não o cumprimentavam, não lhe dirigiam nem uma só palavra e lhe viravam as costas. Isso era para ele muito mais difícil de suportar do que todos os outros problemas.



No final da vida, Sparks estava só; havia muito poucas pessoas com ele. Campbell Morgan, Jessie Penn-Lewis, F. B. Meyer e A. B. Simpson tiveram grande influência na vida de T. Austin-Sparks. Ele costumava dizer que de todos os pregadores americanos que ele conhecera quando jovem, A. B. Simpson era o mais espiritual e o que falava com mais poder.



Sparks sempre utilizava algumas frases que, na época, praticamente não eram ouvidas em outro lugar. Uma delas era que "a Igreja é o corpo de Cristo", outra era que "precisamos ter uma vida de Corpo, que os membros de Cristo são membros uns dos outros". Eram frases muito mencionadas por ele, mas algo totalmente novo e desconhecido no mundo cristão da época. Certa vez ele disse: "Podemos tomar a Igreja, que é o Corpo do nosso Senhor Jesus unida ao Cabeça que está à mão direita de Deus, e reduzi-la a algo terreno, fazer dela uma organização humana". Todas essas frases eram consideradas muito estranhas. No mundo cristão falava-se sobre conversão, estudo bíblico, oração, testemunho, missões, vida vitoriosa. Mas nada se ouvia sobre a Igreja, sobre o Corpo de Cristo, sobre sermos membros uns dos outros. Ele era uma voz profética solitária. Foi isolado, rejeitado, caluniado.



Uma das ênfases de seu ministério era "a universalidade e a centralidade da cruz". Essa era uma das ênfases do seu ministério. Outra ênfase era a preeminência do Senhor Jesus. Para ele, o Senhor Jesus era o início e o fim de tudo, o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último. Ele via que tudo está em Cristo: toda a nova criação, o novo homem, tudo. Outra ênfase era "a casa espiritual de Deus". Ele via a Igreja como a casa espiritual de Deus, como a noiva de Cristo, como o Corpo do Senhor Jesus. Seu entendimento sobre a Igreja era muito claro. Ele dizia: "Isso é o coração da história, o coração da redenção". Por isso, costumava dizer: "Há algo maior do que a salvação". Por essa razão, as pessoas se iravam contra ele e diziam que falar desse modo não estava correto, não era bíblico. Mas Sparks sempre respondia: "A salvação não é o fim, mas é o meio para o fim. O fim que o Senhor tem é Sua habitação, é Sua casa espiritual, Sua habitação no Espírito, e a salvação é o meio para nos colocar nessa casa espiritual de Deus."



T. Austin-Sparks foi um grande homem, e os grandes homens têm também grandes falhas. Ele possuía fraquezas, mas a impressão que ficava em quem o conhecia não era dessas fraquezas, mas o fato de que ele sempre magnificava o Senhor Jesus, não apenas por palavras, mas pela sua vida. Sua própria presença trazia algo do Senhor Jesus. Sempre que ele chegava ou falava, recebia-se a perfeita convicção de quão grandioso o Senhor Jesus é. Isso foi algo que o Senhor fez nele de tal forma que sua presença e seu ministério glorificavam o Senhor.



Em abril de 1971, o irmão Sparks partiu para estar com seu amado Senhor, para esperar até o momento em que a esperança da reunião da noiva de Cristo se tornará gloriosa realidade.

(Adaptado da biografia publicada no livro O Testemunho do Senhor e a Necessidade do Mundo. © Editora dos Clássicos, 2000.)