18 junho 2007

Encontrando-se com Jesus – A Mulher com Hemorragia


(41) Eis que veio um homem chamado Jairo, que era chefe da sinagoga, e, prostrando-se aos pés de Jesus, lhe suplicou que chegasse até a sua casa. (42) Pois tinha uma filha única de uns doze anos, que estava à morte. Enquanto ele ia, as multidões o apertavam. (43) Certa mulher que, havia doze anos, vinha sofrendo de uma hemorragia, e a quem ninguém tinha podido curar [e que gastara com os médicos todos os seus haveres], (44) veio por trás dele e lhe tocou na orla da veste, e logo se lhe estancou a hemorragia. (45) Mas Jesus disse: Quem me tocou? Como todos negassem, Pedro [com seus companheiros] disse: Mestre, as multidões te apertam e te oprimem [e dizes: Quem me tocou?]. (46) Contudo, Jesus insistiu: Alguém me tocou, porque senti que de mim saiu poder. (47) Vendo a mulher que não podia ocultar-se, aproximou-se trêmula e, prostrando-se diante dele, declarou, à vista de todo o povo, a causa por que lhe havia tocado e como imediatamente fora curada. (Lucas 8:41-47)


Trazendo à Memória
Domingo passado vimos o encontro de Jesus com o homem de Gadara. Um encontro no qual o filho de Deus, pela autoridade que o Pai lhe concedeu, libertou um homem que era influenciado e controlado por forças espirituais que pretendiam destruí-lo.
Vimos que não há meio termo quando o assunto é a nossa relação com Deus. Somos livres para escolher a quem iremos obedecer. E seremos escravos de quem obedecermos. Se obedecermos aos nossos próprios desejos pecaminosos, seremos controlados por eles; se obedecermos ao Espírito de Deus e à Sua palavra, seremos servos de Deus.
Ao se encontrar com Jesus, o homem de Gadara foi liberto dos demônios que controlavam sua vida e tornou-se um servo de Deus.
Quem rejeita o controle de Deus sobre sua vida fica a mercê do próprio pecado e das forças espirituais rebeldes ao Senhor. Quem vira as costas para Deus e resolve viver a própria vida como quer, precisa saber que o resultado dessa atitude é a morte. Mas quem aceita o controle de Deus sobre sua vida através da fé em Jesus, recebe um presente que se chama vida eterna. Uma vida que começa agora e se estende por toda eternidade.
O encontro de hoje é entre Jesus e a mulher com uma hemorragia. Que o Espírito de Deus use esses momentos aqui para promover um encontro entre você e o Filho de Deus.



Introdução

A história dessa mulher é narrada nos três evangelhos sinóticos. Capítulo 5 de Marcos, 9 de Mateus e 8 de Lucas. Nossa reflexão será no texto de Lucas 8:43-48.

Lucas era médico e companheiro do apóstolo Paulo em suas viagens. Sabemos isso porque na carta que escreveu aos colossenses, o apóstolo diz:

Saúda-vos Lucas, o médico amado, e também Demas. (Colossenses 4:14)

O evangelho provavelmente foi escrito em Cesaréia entre os anos 64 e 70 d.C.. Lucas, além de médico era um pesquisador sobre a vida e a obra de Jesus. Por causa de sua formação ele era um homem meticuloso.

Para escrever sobre a vida de Jesus, ele foi guiado pelo Espírito de Deus a fazer uma pesquisa detalhada consultando o que há havia sido escrito e conversando com testemunhas oculares do ministério de Jesus.

(1) Visto que muitos houve que empreenderam uma narração coordenada dos fatos que entre nós se realizaram, (2) conforme nos transmitiram os que desde o princípio foram deles testemunhas oculares e ministros da palavra, (3) igualmente a mim me pareceu bem, depois de acurada investigação de tudo desde sua origem, dar-te por escrito, excelentíssimo Teófilo, uma exposição em ordem, (4) para que tenhas plena certeza das verdades em que foste instruído. (Lucas 1:1-4)

Pontos de Destaque

Entre os evangelhos, o de Lucas é que mais referência faz a assuntos médicos. Leprosos, paralíticos, hemorrágicos, homens, crianças e mulheres e multidões de doentes são curados de suas feridas e encontram salvação para suas almas. É Lucas também que nos oferece mais detalhes sobre o nascimento de Cristo.

O evangelho de Lucas enfatiza a oração, dá destaque para as mulheres e não perde oportunidade de refletir sobre a pobreza e a riqueza.

No entanto, que chama mais atenção é grande interesse do médico amado pela transformação de pessoas. Zaqueu o cobrador de impostos; o Ladrão arrependido, o filho pródigo, o publicano arrependido, o bom samaritano, o leproso curado e cheio de gratidão, são todas histórias de pessoas que tiveram suas vidas transformadas quando se encontraram com Jesus.

Contexto do encontro

Quando nossa história acontece, Jesus está no auge de seu ministério público e sempre cercado de uma grande multidão.

Depois de libertar o homem de Gadara, Jesus tomou um barco de volta para a outra margem do Mar da Galiléia. Ele foi recebido por uma multidão que o aguardava e logo ao descer do barco foi abordado por um homem chamado Jairo. Ele era um importante líder religioso.

Jairo prostrou-se aos pés de Jesus e clamou por ajuda. A filha dele, que tinha doze anos, estava doente. Jesus imediatamente acompanhou Jairo. É no caminho para a casa de Jairo que a nossa história acontece.

(41) Eis que veio um homem chamado Jairo, que era chefe da sinagoga, e, prostrando-se aos pés de Jesus, lhe suplicou que chegasse até a sua casa. (42) Pois tinha uma filha única de uns doze anos, que estava à morte. Enquanto ele ia, as multidões o apertavam. (43) Certa mulher que, havia doze anos, vinha sofrendo de uma hemorragia, e a quem ninguém tinha podido curar [e que gastara com os médicos todos os seus haveres], (44) veio por trás dele e lhe tocou na orla da veste, e logo se lhe estancou a hemorragia. (45) Mas Jesus disse: Quem me tocou? Como todos negassem, Pedro [com seus companheiros] disse: Mestre, as multidões te apertam e te oprimem [e dizes: Quem me tocou?]. (46) Contudo, Jesus insistiu: Alguém me tocou, porque senti que de mim saiu poder. (47) Vendo a mulher que não podia ocultar-se, aproximou-se trêmula e, prostrando-se diante dele, declarou, à vista de todo o povo, a causa por que lhe havia tocado e como imediatamente fora curada. (Lucas 8:41-47)

A Situação da Mulher

  • Doença incurável
  • Há doze anos aquela mulher estava doente.
MATEUS 9:20 - E eis que uma mulher, que durante doze anos vinha padecendo de uma hemorragia,

LUCAS 8:43 - Certa mulher que, havia doze anos, vinha sofrendo de uma hemorragia, e a quem ninguém tinha podido curar...

MARCOS 5:25,26 - Aconteceu que certa mulher, que, havia doze anos, vinha sofrendo de uma hemorragia ... sem, contudo, nada aproveitar, antes, pelo contrário, indo a pior,



Impura cerimonialmente

Provavelmente aquela mulher convivia há doze anos com um fluxo menstrual que não cessava. Essa situação, segundo a lei, a tornava impura cerimonialmente, isto é, ela não podia participar das celebrações religiosas, ela não podia adorar junto com outras pessoas, nem realizar qualquer coisa ligada ao culto a Deus.

Durante as regras femininas normais, a mulher está cerimonialmente contaminada durante sete dias. Durante esse período, quem tocar nela ficará contaminado até o anoitecer... Quando as regras femininas durarem mais tempo que o normal, ou acontecerem fora do tempo certo, são aplicados ou mesmos regulamentos dados para o caso das regras normais. (Levítico 15: 19, 25)

Rejeitada Socialmente

Imagine os irmãos o que aquela mulher estava vivendo. Ela vivia como quem tem uma marca que diz: fique longe de mim. Ninguém que quisesse participar da adoração a Deus poderia aproximar-se dela.

Imagine meus irmãos, que aquela mulher não podia ser tocada. O sentimento de rejeição tinha tomado conta daquela mulher nos doze anos de sua doença.

Quem sabe nos primeiros anos ela alimentava a esperança de ser ficar boa e retornar para o convívio da sociedade, mas com o tempo ela conformou-se ao ostracismo e ao isolamento. Ninguém podia tocá-la.

Falida economicamente

Lucas quebra a ética profissional para denunciar que aquela mulher estava falida economicamente porque gastara tudo que tinha com os médicos.

(43) Certa mulher que, havia doze anos, vinha sofrendo de uma hemorragia, e a quem ninguém tinha podido curar [e que gastara com os médicos todos os seus haveres],


Marcos afirma que aquela mulher...

...muito padecera à mão de vários médicos, tendo despendido tudo quanto possuía, sem, contudo, nada aproveitar, antes, pelo contrário, indo a pior, (Marcos 5:26)

Essa era a situação dela: doente, rejeitada pela religião, rejeitada pela sociedade e falida.

Não houve abrigo para ela entre os que cultuam a saúde, não houve amparo para ela entre os que adoram a religião, ela não encontrou guarida entre os que idolatram a vida social, nem tampouco entre os que têm o dinheiro como sua segurança.

Mas em Jesus ela encontrou um porto seguro para a vida. Eu não sei qual é a sua situação agora, não sei quem já fechou a porta na sua cara, mas eu sei que você pode fazer o que aquela mulher fez. Ela procurou a Jesus.

Quem me tocou

A multidão apertava a Jesus e os discípulos. No meio daquele sufoco, o Senhor para e faz um pergunta que parece uma piada: quem me tocou? Os discípulos olharama uns para os outros, talvez sem entender a pergunta de Jesus, e aí foi um tal de: eu não fui! Eu também não! Nem eu! Pedro, então, já meio irritado diz:

Ora Jesus, a gente tá aqui no maior aperto, tem gente que nem presta e o Senhor pergunta quem me tocou? Paciência, né?!

Qual foi a diferença entre os esbarrões e apertões da multidão e o toque da mulher? Jesus insiste e explica:


(46) ... Alguém me tocou, porque senti que de mim saiu poder.

Motivações

Tem gente que se aproxima de Jesus, enxerga ele de perto segue ao Senhor no meio da multidão, mas não recebe dele nenhuma virtude, não é abençoado com o poder que o Senhor tem.

Curiosidade

Há pessoas que vão ao Senhor por pura curiosidade são como aqueles que param na Praça do Ferreira para olhar o sujeito que pula por dentro do aro cheio de facas. Elas olham para Jesus, olham para a igreja do Senhor e vêem tudo como um espetáculo diferente e curioso. Enquanto o espetáculo durar, elas permanecem; quando o espetáculo termina, elas vão embora.

Modismo
Há outros que vão ao Senhor por que tem um multidão perto dele. Se é moda seguir a Jesus, então conte comigo. Se estar perto de Jesus dá status, me faz conhecer pessoas, expande meus relacionamentos, se é um coisa que todo mundo está fazendo, então eu também vou. Para essas pessoas, Jesus é um detalhe; o que importa é não ficar de fora, não perder a onda.

Utilitarismo
Há ainda aqueles que se aproximam de Jesus porque confundem o Senhor com um canivete suíço. Vêem Jesus com um objeto multiuso que de alguma forma vai ser útil para eles. Não querem a companhia de Jesus, querem ser beneficiados ao usarem alguma das “funções” de Jesus. Se o canivete funciona, elas permanecem; se o canivete não funciona ou é difícil de ser usado elas pulam fora.

Essas pessoas vão à igreja, participam dos cultos, cantam, e fazem tudo o mais que dizem para elas que um cristão deve fazer. Elas imprensam Jesus no meio da multidão, mas não recebem dele graça ou poder.

Porque você tem se aproximado de Jesus? Quais são suas motivações verdadeiras?

Confiança
No entanto, há aqueles que se aproximam do Senhor porque confiam nele. Aquela mulher nem sequer queria falar com Jesus. Ela não se sentia no direito de pedir, muito menos de exigir nada. Ela queria apenas tocar nele.

(27) tendo ouvido a fama de Jesus, vindo por trás dele, por entre a multidão, tocou-lhe a veste. (28) Porque, dizia: Se eu apenas lhe tocar as vestes, ficarei curada. (Marcos 5:27, 28)

Porque tocar em Jesus, deseja estar perto dele, confiar no seu amor por nós é abrir o caminho para que Sua graça e seu poder se derrame sobre nós.

Alguém me tocou?

Porque Jesus fez a pergunta? Havia algumas coisas que ainda precisavam ser corrigidas na atitude daquela mulher. Por isso o Senhor não deixou que tudo acontecesse assim, em brancas nuvens. Alguém me tocou.

(47) Vendo a mulher que não podia ocultar-se, aproximou-se trêmula e, prostrando-se diante dele, declarou, à vista de todo o povo, a causa por que lhe havia tocado e como imediatamente fora curada.

Restauração consigo mesmo

Aquela mulher pretendia tocar nas vestes de Jesus e sair de mansinho. Mas o Senhor não permitiu. Ela precisava ser restaurada consigo mesmo. Ela havia perdido o amor própria e sua dignidade havia sido picotada em pedaços durante doze meses e jogada na lata do lixo. Mas o senhor não permitiu que aquilo continuasse. Ela via que não podia mais ocultar-se.

Pode ser que você esteja se escondendo de si mesmo, e tenha se esquecido do quanto você vale para o Senhor. Mas ele não se esqueceu. Você também pode para de esconder-se e dizer: fui eu Senhor, fui eu quem te tocou!

Restauração com os outros

Jesus deu aquela mulher a oportunidade de testemunhar. Ela tinha vivido doze anos longe do convívio da sua comunidade. O Senhor então chama aquela mulher para fora do anonimato. Ela Levantou a voz no meio da multidão, prostrou-se diante do Senhor e disse: fui eu Senhor, fui eu em quem te tocou. Assim o Senhor começou a restaura o relacionamento daquela mulher com as outras pessoas.

(47) Vendo a mulher que não podia ocultar-se, aproximou-se trêmula e, prostrando-se diante dele, declarou, à vista de todo o povo, a causa por que lhe havia tocado e como imediatamente fora curada.

Pode ser que você esteja com seus relacionamentos partidos. Ninguém é confiável, ninguém é amigo, ninguém quem o bem de ninguém, todos lhe desprezam e menosprezam a sua dor. O Senhor quer restaurar sua vida e lhe devolver para sua comunidade. Aproxime-se dele.

Restauração com Deus

Aquela mulher tinha muita fé, mas o seu jeito de se relacionar com o Senhor precisava de um ajuste, uma pequena e importante correção.

Ela saiu de casa ansiando por tocar na orla da roupa de Jesus. Ela andou de cabeça baixa pelas ruas da cidade e no meio da multidão ela sequer olhava para cima. Ela só via a orla da roupa de Jesus. Não havia a idéia de um relacionamento com Ele.

O evangelho de Marcos nos dá um detalhe interessante. Ela aproximou-se de Jesus por trás dele.

tendo ouvido a fama de Jesus, vindo por trás dele, por entre a multidão, tocou-lhe a veste. (Marcos 5:27)

Mas o Senhor Jesus não permitiu que fosse só assim. Alguém me tocou! Parecia uma denúncia. Os discípulos ficaram assustados (eu não! Eu não!) A própria mulher ficou calada. Mas Jesus insiste: Alguém me toucou.


(47) Vendo a mulher que não podia ocultar-se, aproximou-se trêmula e, prostrando-se diante dele, declarou, à vista de todo o povo, a causa por que lhe havia tocado e como imediatamente fora curada.


Face a face, diante dele, olhando para Ele. É assim que o Senhor lhe quer. Não escondido, ou pensando apenas na orla da sua roupa, mas conversando com ele, como quem conversa com um amigo.

08 junho 2007

Alívio e Descanso - Ativismo

INTRODUÇÃO

Para onde você vai quando a semana é difícil, quando o filho adoece, quando o dinheiro acaba e as contas continuam? Pra onde você vai quando a família se torna insuportável e o desejo de desaparecer começa a aparecer? Pra onde você se dirige quando a vida fica meio chata e sem graça, quando os problemas parecem não ter mais saída? Pra onde você vai quando bate aquela sensação de incompetência, quando você não bate as metas do mês e as suas idéias parecem todas fracassadas? Pra onde ir, quando nos sentimos cansados e sobrecarregados?

Durante as próximas semanas vamos meditar em um dos trechos mais conhecidos das Escrituras. No evangelho de Mateus 11:28-30, o Senhor Jesus se dirigiu aos cansados e sobrecarregados e ofereceu alguns dos bens mais raros e preciosos de que se tem notícia (não só para os nossos dias, mas por toda a história da humanidade): alívio e descanso.

(28) Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. (29) Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. (30) Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve. (Mateus 11:28-30)

As palavras de Jesus são tocantes, mas se você pensar um pouco, alívio e descanso fazem parte das promessas de quase todas as religiões. Há um verdadeiro mercado para esses dois bens tão preciosos, que são oferecidos tanto em roupagens sofisticadas como a dos exercícios de meditação da yoga, quanto no simplismo mercantilista dos cultos neo-pentecostais que traduzem alívio e descanso por carro de luxo e casa de praia.

O que há de diferente na fala de Jesus? Não está Jesus fazendo a mesma coisa que tantos líderes religiosos fizeram e fazem? Não está Jesus apenas oferecendo um tipo diferente de escape para as tristezas e angústias que estão sempre presentes na vida humana? Não é mais uma proposta para uma vida melhor?

Há grande diferença na fala de Jesus é que Ele não nos manda busca alívio em outro lugar. Ele não nos envia para cumprir tarefas difíceis em lugares inóspitos como montanhas e desertos. Ele não oferece uma série de exercícios espirituais que no final trarão descanso. Jesus não nos manda repetir orações ou mantras até que um sentimento de alívio tome conta de nós. Ele nos chama para ele mesmo: Vinde a mim! Jesus assume toda responsabilidade. Ele não transfere para a natureza ou para outra pessoa qualquer. Ele mesmo é a fonte de alívio e descanso.

O Senhor não chama os cansados e sobrecarregados para por sobre seus ombros mais cargas. Não há acusações. Para Jesus a questão não é que eles estejam fazendo algo errado, nem tampouco que eles precisem ser pessoas melhores para encontrarem alívio e descanso; a questão é o quanto estamos próximos dele.

Vinde a mim, todos que estais cansados e sobrecarregados!

Alívio e o descanso invadem a vida daqueles que vão ao Senhor; não porque essa é a fórmula para encontrar alívio e descanso, mas porque têm prazer em compartilhar sua vida com o Ele.

ROTAS DE FUGA

Pra onde ir, quando nos sentimos cansados e sobrecarregados? Qual é a sua rota de fuga? Digo rota de fuga porque ou você aceita o convite de Jesus ou você está fugindo dele.

Todos temos várias rotas de fuga. Algumas se tornam prediletas com o decorrer do tempo e se transformam em maus hábitos que se transformam em vícios. Há outras rotas de fuga que trilhamos uma vez, mas em seguida desistimos.

Ativismo

Nos centros urbanos desse início de século XXI, uma das rotas de fuga mais comuns é o ativismo. Não estamos falando sobre o ativismo político ou ecológico, embora eles também possam se tornar uma fuga. O ativismo de que falamos se caracteriza pelo excesso de atividades e compromissos.

Vez por outra falo com alguém sobre o excesso de atividade da vida. São pessoas que não têm tempo para nada nem para ninguém. Normalmente ouço uma explicação mais ou menos como essa: “bem que eu queria ter uma vida mais tranqüila, mas realmente não dá. Afinal de contas a gente tem que ganhar o pão de cada dia”.

Corre-se desesperadamente de cedo da manhã até tarde da noite para ganhar a vida. Mas quando olho para essas pessoas, não parece que a vida está sendo ganha; parece mais é que a vida está sendo jogada fora.

(1) Se o SENHOR não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o SENHOR não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela. (2) Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão que penosamente granjeastes; aos seus amados ele o dá enquanto dormem. (Salmos 127:1-2)

A vida não foi feita por causa do trabalho. O trabalho é que foi feito para compor a vida. O trabalho faz parte da vida, mas também fazem parte, a família, a igreja, os amigos, o descanso e o lazer. Aproveita melhor a vida quem opta pela simplicidade e pelo equilíbrio.

melhor é o pouco, havendo o temor do SENHOR, do que grande tesouro onde há inquietação. (Provérbios 15:16)

melhor é um punhado de descanso do que ambas as mãos cheias de trabalho e correr atrás do vento. (Eclesiastes 4:6)


Nossa sociedade tem uma grande necessidade de preencher cada minuto do dia com alguma coisa produtiva, senão se sente desperdiçando tempo. É a prática da máxima que diz “Tempo é Dinheiro”.

A parte da vida que não conseguimos preencher com trabalho, preenchemos com qualquer outra atividade, conquanto que não sobre nenhum tempo ocioso; até o lazer é usado como forma de ativismo.

Saímos para um tempo que deveria ser de lazer, mas muitas vezes se tornam horas estressantes e cansativas, porque arrastamos para o lazer as expectativas de performance e terminamos por desejar resultados irreais para uma simples tarde de sábado no parque. O resultado é frustração e uma insatisfação generalizada com a vida.

Em busca de ser alguém

Um dos motivos pelos quais hoje as pessoas têm dificuldade de abrir mão do ativismo é porque elas encontram significado para suas vidas está naquilo que elas fazem, e não naquilo que são. Quando param de fazer, as pessoas entram em crise; não sabem mais quem são e a vida começa a perder sentido.

Precisamos acreditar que Deus nos considera importantes mesmo se não realizarmos nenhum grande empreendimento em toda nossa vida. Deus não tem necessidade de que façamos grandes obras pra Ele. A nossa importância diante dele reside do fato de sermos seus filhos!

(16) Batizado Jesus, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre ele. (17) E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo. (Mateus 3:16,17)

Ele nos amou quando nós ainda éramos rebeldes e continua nos amando, agora que somos seus filhos, feitos nova criatura pela fé em Jesus.

(6) Porque Cristo, quando nós ainda éramos fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios. (7) Dificilmente, alguém morreria por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém se anime a morrer. (8) Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores. (Romanos 5:6-8)

Se para Deus o que importa é o que nos somos através da nossa fé em Jesus, a melhor coisa que podemos fazer é rejeitar o ativismo como uma rota de fuga.

O Princípio do Descanso

A vacina para o ativismo está na capacidade de descansar. Quem dá o exemplo é o próprio Deus. Depois de seis dias agindo em toda a criação, Deus descansou.

(2) E, havendo Deus terminado no dia sétimo a sua obra, que fizera, descansou nesse dia de toda a sua obra que tinha feito. (3) E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele descansou de toda a obra que, como Criador, fizera. (Gênesis 2:2-3)

A terra cultivada também deveria descansar. Durante seis anos era cultivada e no sétimo decansava, enquanto servia de mantimento para os necessitados

porém, no sétimo ano, a deixarás descansar e não a cultivarás, para que os pobres do teu povo achem o que comer, e do sobejo comam os animais do campo. Assim farás com a tua vinha e com o teu olival. (Êxodo 23:11)

O descanso deveria se estender aos empregados, visitantes e animais.

Seis dias farás a tua obra, mas, ao sétimo dia, descansarás; para que descanse o teu boi e o teu jumento; e para que tome alento o filho da tua serva e o forasteiro. (Êxodo 23:12)

Veja a sabedoria da Palavra de Deus: o descanso trás alento. Viver a vida em correria permanente resulta em desânimo. O Senhor Jesus dá a correta dimensão do significado e da importância do descanso quando afirma:

(27) ...O sábado foi estabelecido por causa do homem, e não o homem por causa do sábado; (28) de sorte que o Filho do Homem é senhor também do sábado. (Marcos 2:27-28)

Parar as atividades produtivas por um tempo é uma vacina contra o ativismo e uma prova de confiança no caráter de Deus. Confiança de que Ele vai suprir nossas necessidades. Ele cuida dos seus amados enquanto eles dormem

Deus é digno de confiança! Foi isso que Jesus disse. Ele falou também, com clareza, sobre o benefício de confiar em Deus.

(24) Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas. (25) Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes?

(26) Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo, vosso Pai celeste as sustenta. Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves? (27) Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida?

(28) E por que andais ansiosos quanto ao vestuário? Considerai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham, nem fiam. (29) Eu, contudo, vos afirmo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. (30) Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós outros, homens de pequena fé?

(31) Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos? (32) Porque os gentios é que procuram todas estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas; (33) buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.

(34) Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal. (Mateus 6:24-34)


Quando nos sentirmos cansados e sobrecarregados com a vida e formos tentados a encontrar alívio e descanso no excesso de atividades, devemos nos lembrar de que:

· O ativismo é uma fuga que nos leva pra longe de Jesus;
· A simplicidade é o terreno onde germinam as sementes do alívio e do descanso;
· Deus nos ama pelo que somos, não pelo que fazemos;
· Descansar é confiar no caráter de Deus e em sua provisão.

Encontrando-se com Jesus - O Homem de Gadara





INTRODUÇÃO

Hoje vamos começar uma série de mensagens sobre pessoas que se encontraram com Jesus. Durante os meses de Junho e Julho vamos conhecer e relembrar encontros que marcaram o ministério de Jesus e transformaram a vida daqueles que se encontraram com Ele.

Minha oração hoje é um pedido a Deus para que o Seu Espírito use nossa reflexão sobre esses encontros para conduzir você, que nunca teve um encontro pessoal com o Filho de Deus, a reconhecer a soberania de Cristo e confiar Nele como seu Senhor e Salvador.

Oro também por você meu irmão, para que todos os dias você se reencontre com Jesus. Oro para que a presença de Deus seja tão constante, e para que os valores do Seu Reino estejam tão arraigados em sua alma ao ponto que sua vida seja um permanente encontro com Ele.

Relacionamentos

O Senhor Jesus não viveu sua vida enclausurado, com medo do mundo. Jesus era um estudioso da Palavra, mas não era um rato de biblioteca. Ele era um profundo conhecer das Escrituras, mas não era um erudito cheio de mofo e poeira. Eu creio que o equilíbrio do Senhor nesta área acontecia porque Ele optou por relacionar-se com as pessoas.

Aqui vai um alerta: Se Jesus, que era o próprio Deus feito gente, não abriu mão de estar com as pessoas, como pode alguém que se diz cristão, um seguidor de Jesus, achar que pode viver isolado dos outros? Que cristianismo é esse que vira as costas para o sofrimento do outro? Que cristianismo egoísta é esse que só se preocupa consigo mesmo? Que cristianismo enclausurado é esse que foge das pessoas? Esse não é cristianismo de Jesus.

Por onde Jesus passava as pessoas se aproximavam. Ele exercia uma atração irresistível sobre elas, compadecia-se delas, as curava, as abençoava, as exortava, denunciava os seus pecados, comia com elas, debatia idéias, respondia perguntas, perguntava, enfim, Jesus era alguém que não fugia do contato com outras pessoas.

Preste atenção nessa questão. Pode parecer mais cômodo isolar-se e ficar distante dos outros. É mais fácil lidar só com os nossos problemas e fazer de conta que não temos nada a ver com os amigos, vizinhos e colegas de trabalho. Mas essa atitude pode será uma semente cuja árvore se chama solidão e os frutos causam a morte por isolamento.

Deus nos fez com a capacidade e a necessidade de pertencermos uns aos outros através de relacionamentos saudáveis e apropriados. Foi assim a vida de Cristo, cheia de pessoas. Hoje vamos conhecer a história de um homem da região de Gadara que se encontrou com o Senhor Jesus e teve sua vida transformada.

Vamos ler a narrativa do evangelho de Marcos 5:1-20, mas a história também foi registrada nos evangelhos de Mateus (8:28-33) e Lucas (8:26-34).

03 junho 2007

O Caminho da Cruz - Parte 4

Introdução

Pela manhã aprendemos que Jesus quer substituir o pesado fardo da culpa pelo fardo dele, que é leve e suave. Vimos que confissão e perdão são como inspirar e expirar para nossa saúde espiritual.

Hoje à noite minha palavra vai ser breve. Eu gostaria de deixar um alerta quanto ao perigo de se tornar um súdito no reino da emoção.

Antes começar, no entanto, preciso reafirmar minha crença de que Deus nos fez criaturas com diversas dimensões. Corpo, Mente, Alma e Espírito são os elementos que formam essa mescla muitas vezes complexa.

A dimensão física do corpo se junta às emoções, ao centro da vontade e à capacidade de relacionamento com o Eterno para forma o que conhecemos por ser humano.

Nenhum desses aspectos do ser humano pode ser desprezado. Deus lida conosco considerando todas essas dimensões, por isso nenhuma delas deve ser preterida em função da outra ou privilegiada diante das demais.

Olhando para a história da humanidade, pode-se verificar que durante a idade moderna viveu-se o reinado da mente e da vontade. A lógica e o racional comandaram o mundo dos negócios e dos relacionamentos.

Nos tempos pós-modernos em que nos encontramos o reinado mudou de mão. Agora são emoções que dão as cartas.

O órgão que mais usado para representar o centro das emoções e o coração. O profeta Jeremias faz uma afirmação de grande impacto a respeito do coração humano, isto é, das poderosas emoções que nos atravessam.

Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá? (Jeremias 17:9)

Não podemos nem devemos descartar nossas emoções. Elas são imprescindíveis para sermos quem somos. Mas o profeta nos alerta que elas não são tão confiáveis assim. O coração é enganoso, ora sente uma coisa, ora sente outra oposta. Quem o conhecerá?

Gade e Rúben

(1) Os filhos de Rúben e os filhos de Gade tinham gado em muitíssima quantidade; e viram a terra de Jazer e a terra de Gileade, e eis que o lugar era lugar de gado. (2) Vieram, pois, os filhos de Gade e os filhos de Rúben e falaram a Moisés, e ao sacerdote Eleazar, e aos príncipes da congregação, dizendo: (3) Atarote, Dibom, Jazer, Ninra, Hesbom, Eleale, Sebã, Nebo e Beom, (4) a terra que o SENHOR feriu diante da congregação de Israel é terra de gado; e os teus servos têm gado. (5) Disseram mais: Se achamos mercê aos teus olhos, dê-se esta terra em possessão aos teus servos; e não nos faças passar o Jordão. (6) Porém Moisés disse ao filhos de Gade e aos filhos de Rúben: Irão vossos irmãos à guerra, e ficareis vós aqui? (7) Por que, pois, desanimais o coração dos filhos de Israel, para que não passem à terra que o SENHOR lhes deu? (8) Assim fizeram vossos pais, quando os enviei de Cades-Barnéia a ver esta terra. (9) Chegando eles até ao vale de Escol e vendo a terra, descorajaram o coração dos filhos de Israel, para que não viessem à terra que o SENHOR lhes tinha dado. (Números 32:1-9)

Essa era a segunda vez que Moisés caminhava em direção à terra prometida por Deus. Os descendentes de Rúben e Gade, que eram criadores de gado, viram que a terra que eles acabavam de conquistar era boa para pasto e pediram a Moisés para ficar. O pedido era justo, mas o momento era muito ruim.

Por isso Moisés não questiona o direito à terra. Ele alerta as duas tribos de que essa atitude desanimaria o coração dos demais para enfrentar as batalhas que ainda viriam. Moisés lembrou-se, então, que da primeira vez havia acontecido a mesma coisa.

Daquela vez, todos haviam sido desencorajados pelos espiões de Israel que voltaram falando da altura dos soldados e da fortificação das cidades.

O que precisamos notar aqui é a fragilidade das emoções. O coração destemido rapidamente pode se transformar em um coração temeroso. Os sentimentos positivos se transformam em sentimentos negativos e, de repente, a certeza vira dúvida.

Moisés foi muito impactado pela volatilidade do coração do povo. Tanto que um pouco ante desse momento, ao repetir a lei ele já havia lembrado o ocorrido.

Para onde subiremos? Nossos irmãos fizeram com que se derretesse o nosso coração, dizendo: Maior e mais alto do que nós é este povo; as cidades são grandes e fortificadas até aos céus. Também vimos ali os filhos dos anaquins. (Deuteronômio 1:28)

Paulo e Ágabo

(10) Demorando-nos ali alguns dias, desceu da Judéia um profeta chamado Ágabo; (11) e, vindo ter conosco, tomando o cinto de Paulo, ligando com ele os próprios pés e mãos, declarou: Isto diz o Espírito Santo: Assim os judeus, em Jerusalém, farão ao dono deste cinto e o entregarão nas mãos dos gentios. (12) Quando ouvimos estas palavras, tanto nós como os daquele lugar, rogamos a Paulo que não subisse a Jerusalém. (13) Então, ele respondeu: Que fazeis chorando e quebrantando-me o coração? Pois estou pronto não só para ser preso, mas até para morrer em Jerusalém pelo nome do Senhor Jesus. (Atos 21:10-13)


Agora estamos nos primeiros passos dados pela igreja de Cristo. Saulo o perseguidor dos cristãos havia-se convertido ao Jesus que ele perseguia. Então ele recebe um aviso dado por um profeta de Deus. A profecia foi entregue em forma de dramatização. Paulo seria preso pelos judeus em Jerusalém.

Todos os irmãos começaram a pedir que Paulo não fosse para Jerusalém. Aqueles irmão ficaram tão abalados com a aquela profecia que a atitude deles estava quebrantando o coração do apóstolo.

Há muitas lições aqui, e uma delas é que o coração, a emoções são volúveis. Paulo percebeu que o medo daqueles irmão de que algo lhe acontecesse estava mudando os seus sentimentos.

O caminho da cruz é pela confiança, não pelas emoções

O que há de comum entre as experiências de Moisés e de Paulo? Entre outras coisas, eles não permitiram que seus sentimentos conduzissem suas decisões quando eles tinham clareza sobre qual era o projeto de Deus.

O caminho da cruz é trilhado pela confiança, não pelas emoções. Durante a sua caminhada com Jesus o seu humor vai mudar e isso não pode desviar você do seu destino: a Cruz de Cristo.

· Hora você vai estar triste, hora vai estar alegre;
· Hora você vai ter vontade de pular e saltar cantando louvores a Deus, hora você vai querer ficar no fundo de uma rede;
· Hora os irmãos serão presentes de Deus para você, hora eles serão insuportáveis;
· Hora você vai desejar que tenha culto todos os dias da semana, hora você vai querer que seja de mês em mês;
· Hora o sermão vai tocar profundamente em sua vida, hora ele vai parecer meio água com açúcar;
· Hora a Bíblia vai ser lida com sorriso nos lábios, hora você vai chorar porque não tem vontade de ler;
· Hora vai ser um prazer fazer o bem ao outros, hora você só vai pensar em si mesmo.

Não se desespere!! O caminho da cruz não pode ser trilhado em função dos nossos tobogãs emocionais.

Há uma Palavra, há uma verdade, há um Deus todo poderoso, há poder na cruz de Cristo. E isso não depende das suas emoções. No caminho da cruz, suas emoções não podem ser motivo de tropeço. Por isso você precisar ter sempre à mão a Palavra. Ela é a âncora que lhe mantém firme quando as emoções balançam o barco da vida.

· Quando você se sentir fraco, você lembrará que o poder de Deus se aperfeiçoa na fraqueza;
· Quando você não se sentir salvo, você lembrará que ninguém pode arrebatá-lo das mãos de cristo;
· Quando você se sentir abatido, você lembrará que os que esperam no senhor não se cansarão e voarão como as águias;
· Quando você se sentir desamparado, você lembrará que o Senhor é o seu pastor, nada vai lhe faltar;
· Quando você se sentir um pecador, você lembrará que o sangue de Jesus lhe purificou de todo o pecado.
· Quando você sentir que está longe do Senhor, você lembrará que nem a morte poderá lhe separar do amor de Deus;
· Quando você estiver cansado e sobrecarregado, você lembrar que Cristo aliviará a sua carga;
· Quando você sentir que não tem mais solução, você lembrará que para o homem pode ser impossível, mas para Deus tudo é possível;

Não desfaleça o vosso coração, não temais o rumor que se há de ouvir na terra... lembrai-vos do SENHOR (Jeremias 51:46 e 50)

O Caminho da Cruz - Parte 3

Introdução

Ontem à noite vimos como o legalismo é capaz de nos desviar do caminho da cruz. Hoje pela manhã vamos ver o quanto a culpa pode nos afastar do caminho da cruz.

Max Lucado, um dos escritores evangélicos mais lidos nesse início de século, escreveu um livro cujo título em português é “Aliviando a Bagagem”. Nesse livro, ele compara malas, pastas e bolsas com nossas inseguranças, aflições, temores e decepções. A vida vai passando, um dia sucede outro dia, e quando nos damos conta estamos carregando pesos imensos.

Nos aeroportos, há um limite de peso na bagagem que se pode levar nas mãos dentro da cabine da aeronave. Os passageiros despacham as bagagens pesadas para o setor de cargas e levam apenas as mais leves nas próprias mãos. Um dos problemas no check in é que muitos não querem abrir mão de suas bagagens.

O sujeito arruma 25 Kg de peso em uma maleta pequena e fica escondendo a bolsa da pesagem. O peso é enorme, mas ele faz de conta que é levinho e acha o máximo quando consegue passar com tudo aquilo sem ser descoberto.

Na vida cristã toda a bagagem tem ser despachada aos cuidados do Filho de Deus, qualquer peso nas mãos pode significar um desvio de rota. A bagagem nos aeroportos muitas vezes se extravia; aquela que despachamos aos cuidados do Filho de Deus é tratada pela cruz de Cristo e perde todo o peso que aflige a alma humana.

Uma das bagagens que as pessoas mais gostam de levar consigo é a culpa. A culpa é um pacote pequeno e cabe em qualquer lugar, mas é pesada como chumbo.

Paul Tournier, psicólogo cristão suíço, escreveu um livro cujo título em português é “Culpa e Graça”. Nesse livro ele desenvolve o conceito de falsa culpa e culpa verdadeira.

A falsa culpa é o sentimento que resulta de sugestão social, como aquela causada pelo medo dos tabus e a angústia de perder o amor de outra pessoa. Desde pequenos somos ameaçados por nossos pais e pelos adultos em nossa volta. O medo é constantemente usado como instrumento de coerção e por isso a culpa é aprendida rapidamente pelos pequenos.

Mas há uma culpa verdadeira que resulta da quebra de valores próprios, e da consciência clara de ter violado um padrão original. Essa culpa e um autojulgamento feito com liberdade e com convicção de que há um padrão referencial de valores que deve ser mantido por todos.

Tounier acrescenta que a falsa culpa é o resultado dos julgamentos humanos e está apoiada na opinião e impressão dos outros. A culpa verdadeira surge das coisas em que Deus nos reprova no secreto de nosso coração. Só nós mesmos podemos saber quais são essas coisas, que normalmente são bem diferentes dos julgamentos humanos.

Verdadeira ou falsa, a culpa é um veneno que mata lentamente. Fora da cruz de Cristo a culpa é o modo normal das pessoas lidarem com suas incongruências, desajustes e inadequações. Palavras bonitas para ilustrar o que a Bíblia chama de pecado: não alcançar o padrão para o qual Deus nos criou.

Sem a cruz, a condenação é mais do que normal. Sem Jesus não há saída para esse problema. Sem o poder da cruz estamos aprisionados às nossas próprias culpas, verdadeiras ou falsas.

O peregrino

No século XVII, o inglês John Bunyan, encarcerado em uma masmorra escreveu um livro que ainda hoje é um best seller: O Peregrino. Nesse livro ele descreve a jornada de um homem chamado Cristão.

No segundo parágrafo do livro, Bunyan descreve assim a agonia de Cristão.

“Vi um homem coberto de andrajos, de pé, e com as costas voltadas para a sua habitação, tendo sobre os ombros uma pesada carga e não mãos um livro. Olhei para ele com atenção e vi que abria o livro e o lia; e, à proporção que o ia lendo, chorava e estremecia, até que não podendo conter-se por mais tempo, soltou um doloroso gemido, e exclamou: Que hei de fazer?”

Descobrir o próprio pecado é uma experiência terrível. O pecado é destruidor, implacável e depravado. No caminho da Cruz não há como fugir da culpa que tenta nos encolher e nos ameaça. No caminho da cruz é certo que enfrentaremos a realidade dos nossos pecados. Eles serão jogados em nosso rosto tanto por amigos como por inimigos, seremos ameaçados e acusados por delitos reais e sentiremos culpas que não podem ser desconsideradas.

Mas por que eu e você, que cremos em Jesus, deveríamos passar nossas vidas debaixo de culpa e condenação? Deus tem um tratamento para a culpa e esse tratamento é a Cruz de Cristo.

Se a culpa é real, ainda mais real é a morte e a ressurreição do filho de Deus. Cristo foi condenado por você meu irmão. Não importa o pecado cometido, não importam os fantasmas que assombram sua mente. Cristo foi condenado por você para que você não precise levar sobre si qualquer condenação.

Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. (Romanos 8:1)

Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus; morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito, (I Pedro 3:18)


(1) Irmãos, venho lembrar-vos o evangelho que vos anunciei, o qual recebestes e no qual ainda perseverais; (2) por ele também sois salvos, se retiverdes a palavra tal como vo-la preguei, a menos que tenhais crido em vão. (3) Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, (4) e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. (I Coríntios 15:1-4)

(14) Pois o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por todos; logo, todos morreram. (15) E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou. (II Coríntios 5:14-15)

(4) Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. (5) Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. (6) Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos. (Isaías 53:4-6)


Porque você teima em levar bagagens tão pesadas em suas costas? Porque você teima em andar com fardos tão pesados quando o Senhor Jesus lhe oferece um fardo leve?

Em nome de Jesus abandone o fardo da culpa. Não aceite o seu pedido desesperado de subir em seus ombros. Trate a condenação e a culpa com um remédio divino: a Cruz de Cristo. Ele foi condenado por você, ele foi culpado por você, ele foi morto por você para que você tenha vida. Não jogue fora esse presente de Deus!

Como isso pode acontecer comigo?

O fardo da culpa normalmente se encontra muito bem amarrado sobre os nossos ombros. Pode ser que você esteja há tanto tempo andando com ele que até já se esqueceu da sensação de estar livre dele. Você anda torto e sobrecarregado pelas ruas da cidade e não entende por que não consegue ir mais longe. Você até aceitou a Jesus como seu salvador, mas parece que os pesos ficaram ainda maiores.

Eu quero concluir a reflexão dessa manhã compartilhando com vocês alguns passos práticos que podem lhe ajudar a desatar os nós que prendem os fardos de culpa sobre os seus ombros.

1º Passo
Não tente combater a culpa com atitudes legalistas.

Culpa e legalismo quase sempre estão juntos. Então aprenda a perceber quando você é tentado a resolver os sentimentos de culpa com atitudes legalistas (isso é muito comum, também entre os crentes) e faça diferente.

O sujeito se sente culpado porque foi grosseiro com a esposa, aí promete a Deus que vai ler a Bíblia todos os dias;

A mãe se consome de culpa porque não consegue controlar sua ira, aí assume o compromisso de ir a todos os cultos de oração nos próximos dois meses.

O jovem é tomado pela culpa por causa dos pensamentos lascivos que assediam sua mente, aí promete que vai participar de todos os cultos da igreja e jejuar nas segundas-feiras.

Não tente combater a culpa com atitudes legalistas. O resultado é um espiral de depressão e tristeza que não tem fim. A esperança desaparece, o coração perde a sensibilidade e a alegria de servir ao Senhor se transforma em tristeza de Alma.

2º Passo
Admita e confesse o pecado que tem alimentado sua culpa.

(8) Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós. (9) Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. (10) Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós. (I João 1:8-10)

A confissão interrompe o fluxo de culpa. A confissão anula o veneno da condenação. Quando o pecado e confessado a condenação perde o seu poder. O acusador perde seu ponto de apoio quando por nossa livre vontade confessamos nossos pecados.

Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo. (Tiago 5:16)

3º Passo
Peça perdão e receba a graça de Deus.

A confissão interrompe o fluxo da culpa, mas é o perdão que limpa a casa. Não basta confessar os pecados. É preciso confiar e receber o perdão de Deus. Aqui é preciso um passo de confiança.

se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e me buscar, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra. (II Crônicas 7:14)

Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. (I João 1:9)


Lembre-se que o perdão de Deus é por causa de Jesus. Não é por sua causa. Deus nos perdoa por causa dos méritos de Jesus Cristo, porque ele suportou a cruz em nosso lugar. Se o perdão de Deus dependesse de você, realmente você poderia se preocupar, mas como depende de Jesus, você pode confiar.

4º Passo
Rejeite a culpa pelos pecados já perdoados.

Se você admitiu, confessou e pediu perdão, está perdoado. Não aceite que o acusador do povo de Deus continue lhe acusando. Clame pelo sangue de Jesus. Rejeite essa falsa culpa e se esconda atrás da cruz de Cristo.

Não é pelos meus méritos é pelos méritos de Cristo na cruz do calvário.