21Visto que a morte veio por meio de um só homem, também a ressurreição
dos mortos veio por
meio de um só homem. 22Pois da mesma forma como em Adão todos
morrem, em Cristo todos serão vivificados. 1 Co 15.21-22
(NVI)
Continuamos investigando, a partir de 1 Co 15, a esperança que há em Jesus. E o que me chama atenção nessa parte do texto é que ressurreição e a vida chegam a nós por meio de Cristo. Nossa esperança está em
Cristo! Então, se alguém tem colocado sua
esperança em qualquer outra pessoa, instituição ou lugar, eu peço que reconsidere
isso. Jesus Cristo é aquele por meio de quem a ressurreição e a vida nos são
oferecidas.
Essas afirmações de Paulo sobre ressurreição e vida ecoam
a fala do próprio Senhor Jesus quando Lázaro, seu amigo, morreu. As irmãs de
Lázaro, Marta e Maria, estavam profundamente abaladas com a morte de seu irmão
quando Jesus finalmente chegou à cidade de Betânia, três dias depois do
sepultamento.
26Disse-lhe Jesus: "Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em
mim, ainda que morra, viverá; 26e
quem vive e crê em mim, não morrerá eternamente. Você crê nisso? " Jo
11.25,26 (NVI)
Essa fala de Paulo fazendo um paralelo entre Adão e
Jesus deixa claro que a ressurreição e a vida vêm a nós através de Jesus, mas isso
merece uma explicação mais detalhada. Aqui ele faz uma afirmação, mas não
explica o que disse, como se os seus leitores já estivessem familiarizados com
o assunto.
No entanto, há algumas considerações na carta escrita
aos romanos que nos oferecem os detalhes. Trata-se de uma impressionante
comparação entre Adão e Cristo capaz de explicar esse verso 22. Vejamos então
Rm 5.12-21 (KJA)
12Concluindo, da mesma forma como o pecado ingressou no mundo por meio de um
homem, e pelo pecado a morte, assim também a morte foi legada a todos os seres
humanos, porquanto todos pecaram. 13Porque antes de ser promulgada a
Lei, o pecado já estava no mundo; todavia, o pecado não é levado em conta
quando não existe a lei. 14No entanto, a morte reinou desde a época
de Adão até os dias de Moisés, mesmo sobre aqueles que não cometeram pecado
semelhante à desobediência de Adão, o qual era uma prefiguração daquele que
haveria de vir.
Somos apresentados aqui a uma herança de morte. Paulo
não deixou claro os mecanismos dessa herança, mas explicou com clareza as
etapas do processo:
1º O pecado entrou no mundo criado por
Deus através de Adão. A essência do pecado é a rejeição da soberania de Deus e
de seu projeto para a humanidade. Conforme a narrativa do Gênesis, foi isso que
aconteceu com Adão e sua mulher.
2º Ao rejeitar a Deus, rompendo um
relacionamento de confiança e amor, Adão colheu as consequências que haviam
sido previstas e foi alcançado pela morte. Não apenas a morte do corpo, mas uma
morte completa. Porque fora de Deus não há vida.
3º Esse estado de afastamento de Deus
experimentado por Adão, que mata o corpo e definha o espírito, nos foi passado,
geração a geração, como um legado, uma herança que molda nosso modo de
relacionamento com Deus, com as pessoas e com todo o universo criado.
Certamente é impressionante pensar que a decisão de um
só homem tenha produzido um desastre tão grande. E é chocante considerar que,
gerações e gerações depois disso, nós ainda amargamos o peso dessa decisão
sobre nossas próprias vidas.
Talvez isso nos sirva de alerta para o fato de que o
pecado em sua essência, isto é, viver uma vida desconectada de Deus, é algo
sério e desastroso. Alguma vezes somos levados a pensar, como Adão, que podemos
adotar nossas próprias regras e ainda nos sairmos bem. Mas esse é um pensamento
enganoso, um caminho de morte que você pode evitar.
A explicação não para por aí. Esse é primeiro lado do
paralelo entre Adão e Cristo. Vejamos como continua?
15Contudo, não há comparação entre o dom gratuito e a transgressão. Pois, se muitos morreram por causa da desobediência de um só, muito mais a graça de Deus e o dom pela graça de um só homem, Jesus Cristo, transbordou para multidões! 16Por isso, não se pode comparar a graça de Deus com a consequência do pecado de um só homem; porquanto, o julgamento derivou de uma só ofensa que resultou em condenação, mas o dom gratuito veio de muitas transgressões e trouxe a justificação. 17Pois, se pela transgressão de um só homem, a morte reinou por meio desse, muito mais os que recebem da transbordante provisão da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por intermédio de um único homem: Jesus Cristo!
Depois de
reconhecer o enorme dano provocado por Adão. Paulo afirma que não dá para
comparar esse estrago, por maior que seja, com o tamanho da salvação disponível
em Cristo Jesus.
Como isso é
importante, irmãos! Às vezes somos soterrados pelo pecado. Às vezes somos
levados a acreditar que os erros que cometemos são irreparáveis. Mas a verdade
é que não há como comparar. O dom gratuito de Deus, o perdão que temos por meio
de Jesus é sempre maior que o pecado.
A
desobediência de Adão com seu projeto de vida desconectado de Deus levou muitos
à morte; mas a obediência de Jesus e sua submissão ao Pai abençoa multidões com
ressurreição e vida.
Uma única
pisada de bola de Adão desligou a humanidade de Deus e deixou uma herança de
morte; mas o sim de Jesus abriu a porta do perdão gracioso de Deus. Isso é
ainda mais poderosa porque oferece restauração e vida a todos os
transgressores.
A estratégia
de vida de Adão, colocando Deus de lado fez com que a morte reinasse; mas a
estratégia de Jesus, que decidiu confiar no amor e na sabedoria de Deus, nos
colocará de volta ao lado de Cristo como reis-mordomos sobre sua criação.
18 Portanto, assim como uma só
transgressão determinou na condenação de todos os seres humanos, assim
igualmente um só ato de justiça resultou na justificação que traz vida a todos
os homens. 19 Sendo assim, como por
meio da desobediência de um só homem muitos se tornaram pecadores, assim
também, por intermédio da obediência de um único homem, muitos serão feitos
justos.
Uma só transgressão
= condenação
Um só ato de
justiça = justificação
A desobediência
de um só = pecadores
A obediência
de um só = justificados
20A Lei foi instituída para que a transgressão fosse ressaltada. Mas onde abundou o pecado, superabundou a graça, 21para que, assim como o pecado reinou na morte, assim também reine a graça pela justiça para outorgar vida eterna, por intermédio de Jesus Cristo, nosso Senhor.
A lei de
Deus visa ao homem perfeito. Portanto, ela condena tudo que não é perfeito. A
lei fala do pecado e da punição. Ela cumpre bem seu papel quando torna o pecado
mais fácil de ser percebido em nós. Quanto mais a lei é abraçada, mas o pecado
é percebido. Ela nunca pretendeu redimir o transgressor, mas apontar seus erros.
Portanto, a lei não é tábua de salvação para ninguém.
É um
tremendo engano pensar que é possível, ainda que com muito esforço atender
completamente às exigências da lei, porque o que ela nos pede é uma perfeição
que está fora de nosso alcance. Por isso precisamos da graça de Deus.
A graça faz
por nós o que a lei não consegue: ela nos aceita mesmo imperfeitos. O amor
gracioso de Deus nos aceita imperfeitos, se confiarmos naquele que é perfeito:
Jesus Cristo. Somos recebidos imperfeitos para que o Seu complete em nós a
perfeição exigida pela lei.
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Isso nos
devolve a condição de participantes da vida eterna e planta em nossos corações
a esperança da ressurreição, de uma vida abundante que começa agora e que não
avança por toda a eternidade.