AmorPor Aristarco Coelho 03 Novembro 2004 - Fortaleza, CE
Faz brotar em mim
O fruto do Teu Espírito.
Amor que sustenta a minh’alma
Ar que me faz viver.
Amor de quem se inclina
Em benefício do outro
Que se alegra com os santos
E faz chorar o seu choro.
Amor de irmão chegado,
Amor de irmão presente,
Amor que se afeiçoa,
Que não abandona a gente.
Por Aristarco Coelho
Foi aprovado na Câmara e encaminhado ao Senado o Projeto de Lei 2654/03 que proíbe qualquer forma de castigo físico em crianças e adolescente. De acordo com o texto, apresentado pela deputada Maria do Rosário (PT-RS), a punição corporal de crianças e adolescentes sujeitará os pais, professores ou responsáveis a medidas como o encaminhamento do infrator a programa oficial ou comunitário de proteção à família, a tratamento psicológico ou psiquiátrico e a cursos ou programas de orientação. A relatora da matéria, deputada Sandra Rosado (PSB-RN), ressaltou ainda que os castigos físicos impostos a crianças e adolescentes são uma forma de violência que não pode ser acobertada pela legislação brasileira.
Há muitos assuntos que fazem pano de fundo para a discussão da lei aprovada pela Câmara. O crescimento da violência familiar, a intromissão do Estado na vida particular das famílias – uma questão que deve tomar corpo nos próximos anos, a liberdade dos pais na escolha dos métodos de educação de seus filhos, a avaliação da eficácia da disciplina – inclusive física – no processo educacional de crianças, e muitas outras.
No entanto, para nós cristãos, há uma questão que precede e norteia as demais: o princípio bíblico que apresenta o amor também como uma expressão de correção e cuidado para como aquele que caminha em direção ao abismo.
Os cristãos acreditam em um Deus que, por amor, corrige o filho. Não um Deus que espanca movido pelo descontrole de sua ira, mas um Deus que conhecendo o coração do filho e aproximando-se das inquietações da sua alma, dedica-se a orientá-lo sobre como viver a vida e ser feliz.
O escritor de provérbio afirma que um pai que não assuma para si, assim como Deus, a responsabilidade de corrigir seu filho, na verdade não o ama e será envergonhado no futuro por um adulto infeliz e que faz outras pessoas infelizes (Provérbios 29:15). Assim, o conceito de disciplina nasce do amor e não da ira descontrolada.
A Bíblia nos informa que Deus está disposto a investir tudo no seu intento de nos apontar o caminho da plena alegria (João 3:16). Por isso, a bíblia diz que não devemos nos entristecer quando nos percebermos corrigidos por Deus (Provérbios 3:11-12). Mesmo se, por um momento, a correção é desconfortável e causa dor, a bíblia afirma que sua intenção é o nosso aperfeiçoamento (Hebreus 12:10-11), significando que a disciplina de Deus jamais é abusiva. Da mesma forma, ela orienta os pais a seguirem o exemplo de Deus e não provocarem seus filhos à ira ao educá-los (Efésios 6:4).
O ponto controverso dessa lei é que ela invade a privacidade das famílias para arbitrar sobre a educação de seus filhos e banir a correção – especialmente a física – do rol de estratégias disponíveis para educar. Talvez até a motivação seja legítima, haja vista os exageros e até abusos cometidos por pais emocionalmente descontrolados – pais que são resultado de um estilo de vida que baniu Deus da sociedade. Mas é um grande engano mover o pêndulo dessa questão para o outro extremo e retirar das famílias sensatas e equilibradas o direito de aplicarem disciplina sadia na educação de seus filhos.
O governo e suas instituições poderiam muito bem trabalhar essa questão investindo em programas de apoio a escolas, igrejas e outras instituições que se colocassem a disposição para ensinar às famílias que a disciplina é um processo extensivo de ensino e orientação, e que dispõe de vários métodos para ser aplicada. O castigo físico é apenas um dos recursos e sempre deve ser aplicado à luz do amor que envolve toda a questão.
É certo que não só o Estado, mas qualquer cidadão de bem, deve estar sempre disposto a proteger crianças ou adolescente que sejam vítima de violência. No caso do Estado, o instrumento é a criação de leis que tornem a violência e a agressão crimes passíveis de punição severa. Mas, para que nossa sociedade não seja jogada no poço do extremismo e do radicalismo, não podemos confundir algumas palmadas dentro de um processo de disciplina com a violência e a agressão sofrida por muitas crianças.
Que Deus nos dê sabedoria como sociedade para construirmos relacionamentos equilibrados e sensatos à luz dos princípios da Sua Palavra.
Por Aristarco CoelhoRomanos 1:1-7
Todo ser humano tem a necessidade de sentir-se valorizado. Todos os dias fazemos perguntas como: será que eu sou importante para alguém? Será que alguém sente falta de mim? Será que alguém me aceita como eu sou... Senso de Valor é uma necessidade humana legítima.
Uma das grandes tensões que vivemos nessa busca de nos sentirmos valorizados é a disputa entre o valor que vem do SER e o valor que vem do FAZER.
Se o apóstolo Paulo vivesse em nossa época, ele poderia perfeitamente fazer parte do “Gente que Faz”. Viagens constantes por todo o mundo conhecido, implantação de igrejas por toda a Ásia, treinamento permanente de outras lideranças, correspondências, enfim, ele não tinha muito tempo livre. Mas, ele começa a maioria das suas cartas afirmando não o que ele fazia, mas quem ele era! Paulo, servo de Jesus Cristo.
Parece que Paulo encontrou uma maneira de sobreviver em meio às pressões para FAZER: nunca perder de vista quem você É. Foi assim também que Deus Pai fez com Jesus. Ao ser batizado por João Batista, o Filho ouve do Pai: Esse é meu filho amado em quem me comprazo.
Não é que não exista satisfação ou realização no FAZER, ou que sejam ruim dedicar-se ao FAZER. A questão é que normalmente nós usamos nossas realizações como moeda de troca e ficamos frustrados quando não alcançamos o que queríamos.
A história de Marta e Maria serve para ilustrar isso. Marta optou por FAZER. E não há nada de errado nisso. No entanto, quando ela cobrou de Jesus o fato de Maria estar sentada enquanto ele trabalhava, Marta revelou que no fundo ela estava fazendo uma troca: ela estava trocando suas atividade e realizações pelo reconhecimento de que era uma boa pessoa, digna de elogios e merecedora de ser destacada das demais. Como esse reconhecimento não veio, ela sentiu-se injustiçada. Esse é um terrível engano!
A questão não é tão simples, porque na prática não dá para separar o SER do FAZER. A vida é a soma dos dois. Somos o que fazemos e fazemos o que somos. Mas em uma sociedade que descarta aqueles que não conseguem realizar, que valoriza e reconhece apenas os que apresentam alta produtividade, como podemos sobreviver? Como sobrevive o desempregado, o deficiente físico, o fracassado nos negócios, o feio ou aquele que despedaçou sua família? Precisamos de um abrigo para sobreviver à tempestade de acusações nossas e dos outros.
Silvestre Kuhlmann escreveu em um de suas músicas: “ Os sonhos frustrados, metas não alcançadas, são fardos pesados que eu posso deixar na mãos de Jesus... Como diz o restante da letra, deixando esses embaraços de lado, podemos até sambar pra Ele.
No verso 6, Paulo revela de forma mais clara qual é o abrigo onde podemos nos proteger: fomos chamados para sermos propriedade Dele. Eu e você, que um dia aceitamos a Jesus como nosso Senhor e Salvador, pertencemos a Ele. Você pertence a Ele! Você foi comprado por um alto preço: o sangue de Jesus!
Quando o FAZER fracassa, quando as realizações e os sonhos vão por água abaixo, nosso abrigo é saber que pertencemos a Jesus e ele vai cuidar de nós. Independente de nossas realizações, somos amados e aceitos por aquele que nos amou e se entregou por nós.
Ele prometeu: estarei convosco todos os dias até a consumação dos séculos. Não é promessa de sucesso incondicional. É a promessa da Sua presença permanente conosco.