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26 agosto 2017

Jovens Transformados



Jovens Transformados

Acredito que se alguém deseja prosseguir com determinação na caminhada como discípulo de Jesus, encontrará no estudo sério e na meditação piedosa das Escrituras a força e o ânimo necessários para enfrentar a jornada.

Trilhar o caminho do discipulado sem os recursos que a Palavra de Deus nos oferece é ou ingenuidade ou irresponsabilidade. Precisamos resgatar a leitura reflexiva das Escrituras. Precisamos reaprender a encontrar nas páginas da Bíblia a exortação, o conforto, o consolo e o encorajamento que nos ajudarão em nossa caminhada como discípulos de Jesus.

O texto em que vamos refletir hoje é aquele que serviu de base para a divisa. Encontra-se em Rm 12. 1,2. Vamos ler e depois orar.

1Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês. 2 Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.

Introdução

A carta aos Romanos foi escrita pelo apóstolo Paulo provavelmente entre os anos 55 e 56 da era cristã. Ela faz parte do que alguns estudiosos chamas de “ministério epistolar”, pois em seu trabalho missionário Paulo usou várias vezes as epístolas como um recurso para complementar o ensino e o discipulado dos novos irmãos.

É interessante perceber que, certamente sem se dar conta do que estava fazendo, o apóstolo dos gentios deixou registrada uma coleção de escritos que foram, depois, reconhecidos pela igreja cristã como inspirados por Deus para a edificação e o ensino do povo de Deus. No momento em que Paulo escrevia essas cartas elas eram apenas uma estratégia ministerial, mas Deus tinha outros planos para elas.

Diante dessa consideração singela peço que você considere a forma como você tem lidado com o seu serviço à igreja. Porque às vezes somos tentados a desprezar as pequenas tarefas que nos chegam às mãos, como se elas não fossem importantes. Somos atraídos pelas grandes coisas, porque imaginamos que ficarão registradas na história. É claro que essa não é uma boa motivação, além do mais está fora da nossa competência definir o que será mais ou menos importante no futuro.

Paulo era um missionário itinerante e escrever cartas possivelmente não era sua atividade preferida, mas quando as circunstâncias lhe impuseram essa tarefa ele a fez com dedicação e esmero. Portanto faça com o esmero e dedicação tudo que lhe vier às mãos. Não seja displicente ou relaxado no serviço apenas porque você acha que não tem importância. O que está em jogo não é apenas o serviço, mas o seu caráter como filho de Deus.

O capítulo 12 de Romanos é um ponto de virada no texto nessa carta. A expressão “portanto” no primeiro verso é o que marca a passagem da primeira parte doutrinárias da carta para a segunda parte, claramente mais exortativa. Esse “portanto” é como se Paulo começasse dizendo “considerando tudo que eu escrevi até agora...” Ele começa, então, essa segunda parte com um pedido.

Rogo-vos

O sentido principal do verbo parakaleo, usado neste verso é “chamar para o meu lado”. É uma convocação para que a outra pessoa faça ou pense a mesma coisa que nós. Então ele está dizendo para os irmãos de Roma “Ei, eu quero vocês do meu lado neste assunto”.

Depois de expor seu entendimento teológico do evangelho da Graça de Deus nos onze primeiros capítulos, o apóstolo chega ao ponto em que convoca os irmãos da capital do império a assumirem uma posição.

A verdade é que a gente vai vivendo a vida... levando como dá... vai à igreja quando dá certo... lê a bíblia quando dá tempo... ora quando está precisando de alguma coisa... mas vai chegar uma ora na sua vida que você será chamado para assumir uma posição.

Pelas misericórdias de Deus

Algo que me chama a atenção é que Paulo não convoca os irmãos por si mesmo. Ele não apresenta sua autoridade apostólica como justificativa. A razão pela qual os irmãos deveriam considerar o que ele iria falar é a misericórdia de Deus.

Os romanos foram desafiados, antes de considerar o desafio, a trazer à memória o agir maravilhoso de Deus em suas vidas.

Considerem, irmãos, como vocês foram alcançados e libertos! Lembrem-se de como Deus tirou seus pés da lama do pecado e os colocou sobre a rocha firme da sua graça misericordiosa! Considerem atentamente que vocês estavam perdidos. O destino de vocês era viver para morrer! Quando, então, foram alcançados pelo amor de Deus, e forma feitos novas criaturas, destinados agora para a vida eterna. Considerem essas coisas e tomem uma decisão.

Que se ofereçam

Qual era a decisão que o apóstolo queria que os irmãos tomassem? Paulo convocou os romanos a se oferecerem como sacrifício a Deus. No passado havia religiões que sacrificavam humanos, mas a maioria das religiões na época do NT funcionavam à base de sacrifícios de animais.

Então, quando Paulo desafiou os irmãos a se sacrificarem isso certamente chamou a atenção deles. A provocação feita pelo apóstolo, no entanto, foi de que eles deveriam fazer um sacrifício vivo. Isto é, nos cultos pagãos o corpo dos animais mortos era queimado em oferenda às divindades, mas os discípulos de Jesus deveriam apresentar seus corpos em sacrifício vivo.

Vejam só, irmãos, o evangelho de Jesus não é para a morte, e sim para a vida! Os discípulos de Jesus não ficam lamentando a própria sorte e esperando a morte chegar. Somos chamados pelo evangelho a viver a vida em toda a intensidade com que ela se apresenta.

A eternidade com Deus é uma esperança que deve nos animar todos os dias, mas enquanto ela não chega somos convocados a tornar nossas vidas eu uma oferenda, um presente vivo, santo e agradável a Deus

Bom, você não está morto. Então, para quem sua vida está sendo oferecida? Como você está gastando os seus dias? A que você se dedica? O que consome suas forças e faz seus olhos brilhares de satisfação? Há quem viva por si mesmo, há quem viva por uma causa, há quem viva por um sonho. Mas nós somos chamados a viver nos vida por Jesus, que entregou sua vida por nós.

Este é o culto racional de vocês

Quando Paulo se refere a “culto racional” somos tentados a imaginar que ele estava fazendo um contraponto apenas aos cultos pagãos marcados pelo êxtase emocional e pela sensibilidade. É certo que o culto cristão nada tinha a ver com eles elementos, tanto que na carta aos coríntios (1 Co 14.40) há uma orientação para que o culto deveria aconteça com ordem e decência.

Paulo, no entanto, também está fazendo referência aos filósofos e eruditos gregos. Eles não gostavam dos sacrifícios de animais e das cerimônias sensuais. Como eles chamavam Deus de “pensamento puro” e “razão suprema”, achavam que o culto deveria ser um exercício mental. Eles então chamavam de “culto racional”. Na verdade, a fé desses eruditos da filosofia era uma fé desencarnada. Uma fé apenas para a mente.

Ao convocar os irmãos a apresentarem seus corpos como uma oferenda a Deus, o texto bíblico bate de frente com essa ideia dos filósofos, porque apresenta a caminha cristão como uma jornada completamente inserida na vida real, de carne e osso.

Portanto, irmãos, nós também devemos deixar de lado essas espiritualizações baratas e desencarnadas. A vida com Deus é uma entre pessoas de carne e osso. O nosso culto racional não deve ser um mero exercício da mente, mas uma experiência pulsante. É preciso olhar no olho, sentir a dor do outro, alegrar-se com seu sorriso, chorar com suas perdas e lamentar com seus erros como se fossem nossos.

Não se amoldem

Qualquer pessoa que vive neste mundo sabe que existe um jeito de viver que a maioria das pessoas segue. Esse jeito depende da época ou do lugar, mas a verdade é que existe um certo padrão de valores, costumes e modos de agir que se tornam comuns em uma geração.

Vou me valer aqui de um dos capítulos do livro “Tenham ânimo! Eu venci o mundo!” escrito por Roberto J. Sudermann e publicado pela Editora Encontro, para apresentar alguns desses padrões dos nossos dias que precisam ser avaliados à luz da mensagem de cristo.

Individualismo
Entendimento de que a pessoa se basta para si mesma, que a vida pode ser boa independente dos outros. A pessoa se coloca no centro de sua própria existência e considera tudo mais secundário.

Dualismo
Entendimento que a alma humana tem uma vida separada da vida do corpo. A alma é importante, mas o corpo não. Assim o corpo humano e muitas vezes tratado como um objeto. Alguns tentam negar os impulsos do corpo e outros tentam satisfazer todos os desejos.

Relativismo
Entendimento de que a verdade e os valores não são absolutos, tudo depende da situação. Assim é impossível afirmar o que é verdadeiro e bom, porque tudo é relativo.

Determinismo
Entendimento de que tudo ocorre como deve ocorre. Resulta em uma postura fatalista que nega o valor das decisões humanas. Ninguém é responsável por nada, porque é tudo uma questão de destino (ou da vontade de Deus).

Narcisismo
Entendimento de que a autograficação imediata é o critério ético mais importante. A pessoa decide pensando em sua própria satisfação. Deixa de enxergar a necessidade das pessoas e não se sente responsável pelas gerações seguintes.

Bom, os nomes podem ser difíceis, mas o modo de agir é bem conhecido por todos nós. Paulo afirmou que não devemos simplesmente nos acomodar a essas e outras maneiras de pensar simplesmente porque todo mundo está pensando assim. Deve haver em nós um certo espírito de rebeldia em relação aos modos de viver a vida que não estão sintonizados com o evangelho de Jesus.

Como você lida com isso? Alguns crentes estão tão mergulhados nesse modo de viver que parecem insensíveis aos apelos do Espírito. Estão acomodados feito geléia. Tomaram a forma desse mundo: acham que se bastam, não reconhecem a complexidade da vida humana, contornam a verdade sempre que são confrontados por ela e se negam a assumir responsabilidades agora e para o futuro.

Paulo clamou aos irmãos de Roma que não se transformassem em geleias. Seja corajoso! Não se conforme! Não se deixe levar pela vida! Rebele-se contra a mentalidade deste mundo e decida oferecer sua vida como um sacrifício vivo a Deus.

Transformem-se pela renovação

É interessante observar que o chamado do apóstolo Paulo é duplo. Além de nos convocar a dizerem NÃO à mentalidade deste século ele nos chama para dizer um SIM à transformação pela renovação da mente.

Há pessoas que gostam do evangelho apenas do NÃO, mas definitivamente ele é incompleto. Outros gostam do evangelho apenas do SIM, porque tem dificuldade para abrir mãos de suas opiniões e gostos. Mas o evangelho de Jesus tem NÃO e tem SIM.

Algumas pessoas acham que conversão é uma mudança de atitude. Você bebia e agora não bebe mais, você fumava e agora não fuma mais, você ia para a praia no domingo e agora vai pra igreja, você gastava seu dinheiro na farra e agora gasta com a família. É claro que essas e outras mudanças são importantes, mas a conversão e algo que acontece antes disso.

Conversão é quando você compreende que seu corpo foi criado para glorificar a Deus e que por isso você precisa cuidar dele e não destruí-lo. Conversão é quando você compreende a importância de administrar bem o seu tempo e que isso inclui conviver com os irmãos de fé. Conversão é quando você compreende que é apenas um mordomo, um cuidador das coisas que tem e que por isso deve perguntar ao dono de tudo qual é a melhor maneira de gastar.

Perceba que tudo começa com uma mudança em nossa maneira de entender as coisas. Primeiro a maneira de encarar a vida é mudada, depois mudam as atitudes. Primeiro vem o convencimento do Espírito atuando em nossos corações, depois vem as mudanças na maneira de viver. Essa também é ordem através da qual somos aperfeiçoadas: primeiro nossas mentes são renovadas e depois somos transformados.

Irmãos, o mundo em que vivemos é como uma correnteza gigantesca, arrasta a tudo e a todos. Não há como resistir por conta própria. Para não virarmos uma geleia sem forma e sem vida, precisamos permitir que nossa visão de mundo seja transformada. Essa é a renovação da mente a que Paulo se refere.

Hoje à noite começamos afirmando que se alguém deseja prosseguir com determinação como discípulo de Jesus não pode abrir mão do estudo sério e da meditação piedosa nas Escrituras.

Quero concluir agora afirmando que a renovação de nossas mentes ocorre quando nos expomos à Palavra Viva de Deus, que é Jesus Cristo. Em Jo 15.3 Jesus falou aos seus discípulos “vocês já estão limpos, pela palavra que lhes tenho falado’. Portanto, a mente é renovada quando deixamos nosso ponto-de-vista sobre a vida ser iluminado pelo olhar de Jesus, porque ele mesmo é a Palavra de Deus.

Dê a ele a oportunidade de convencê-lo. Exponha-se a Jesus! Ouça a mensagem dele, leia sobre Jesus nas Escrituras, considere atentamente seu ensino nos evangelhos. À medida que isso for acontecendo seu modo de ver a vida será moldado, não mais por este mundo, mas pela mente de Cristo.

Esse é o maravilhoso processo através do qual é possível experimentar a boa, perfeita e agradável vontade de deus. É o caminho para todo e qualquer discípulo de Jesus. O que você acha de aceitar a convocação do apóstolo Paulo e dizer NÃO a este mundo e SIM para o evangelho de Jesus? Eu espero que você aceite o desafio.


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Que Deus nos abençoe.

06 agosto 2017

Cheios da Vontade de Deus


Cheios da Vontade de Deus

Meus irmãos, é com alegria que retorno mais uma vez aqui, tendo a oportunidade de partilhar a Palavra de Deus e de ser abençoado pela comunhão na fé em Jesus Cristo, nosso Senhor. Minha gratidão aos irmãos e o ao Senhor.

O texto sobre o qual iremos refletir encontra-se em Colossenses 1.9,10. Peço aos irmãos que abram suas Bíblias para lermos juntos.

9 Por essa razão, desde o dia em que o ouvimos, não deixamos de orar por vocês e de pedir que sejam cheios do pleno conhecimento da vontade de Deus, com toda a sabedoria e entendimento espiritual. 10 E isso para que vocês vivam de maneira digna do Senhor e em tudo possam agradá-lo, frutificando em toda boa obra, crescendo no conhecimento de Deus

O apóstolo Paulo escreveu esta carta aos irmãos de Colossos sem nunca tê-los visitado antes. Tudo indica que a igreja que havia ali naquela cidade fora plantada por Epafras, a quem Paulo chama de cooperador (7). Preso em Roma, Paulo recebeu a visita desse amigo que levou notícias sobre como o evangelho havia alcançado os colossenses, o que certamente o moveu a escrever a epístola.

As palavras iniciais de Paulo estão cheias de alegria e gratidão a Deus porque o evangelho da graça, plantando no coração daquelas pessoas, estava crescendo e produzindo bons frutos (fé em Jesus, amor pelos irmãos e esperança de vida eterna). Esses normalmente são os primeiros passos na vida de quem é alcançado pelo evangelho: fé, amor e esperança.

O apóstolo, ao saber desses primeiros frutos, intensificou sua oração pelos irmãos de Colossos. E o que ele pediu? Aliás, o que você pediria a Deus em oração após descobrir que algumas pessoas em determinado bairro ou cidade estão acolhendo o Evangelho em seu coração?

Nossa oração, nesta segunda década do século XXI, anda corrompida, irmãos, e muito semelhante à oração a que Tiago se refere em sua carta, escrita há 21 séculos atrás.

1De onde vêm as guerras e contendas que há entre vocês? Não vêm das paixões que guerreiam dentro de vocês? 2Vocês cobiçam coisas, e não as têm; matam e invejam, mas não conseguem obter o que desejam. Vocês vivem a lutar e a fazer guerras. Não têm, porque não pedem. 3Quando pedem, não recebem, pois pedem por motivos errados, para gastar em seus prazeres. Tg 4.1-3 (NVI)

Nossas orações tornaram-se pragmáticas e utilitaristas. Oramos para que Deus use o mundo à nossa volta a fim de resolver nossos problemas. São orações mecânicas, cujos movimentos são programados para produzir o desejo dos nossos corações.

São orações mercantilistas, listas de bens, produtos e serviços que se tornaram nossos desejos de consumo. São orações desumanizadas, que carecem de graça e misericórdia para com as pessoas, orações que servem apenas para a autoafirmação de quem ora, como o fariseu da história de Jesus em Lucas 18.

11O fariseu, em pé, orava no íntimo: ‘Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros homens: ladrões, corruptos, adúlteros; nem mesmo como este publicano. 12Jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho’. Lc 18.11,12 (NVI)

Voltando ao nosso texto, qual foi a oração de Paulo em favor dos irmãos de Colossos? Em que direção se intensificou a oração dele?

Paulo não pediu proteção contra o Império Romano, não pedi que Deus silenciasse os judaizantes que importunavam a igreja, não pediu que os irmãos prosperassem financeiramente, não pediu nem mesmo por algum projeto missionário específico. Ele pediu que os irmãos fossem “enchidos” de compreensão sobre a vontade de Deus.

Estou usando a expressão “enchidos” para que fique claro que esse é um movimento de fora para dentro. Paulo esta pedindo a Deus que torne possível aos irmãos compreenderem a vontade dele.

Essa não é uma oração muito comum em nossos dias, porque a maioria de nós já sabe o que quer e por isso não tem interesse em saber a vontade de Deus. Nossa geração de crentes acha que precisa apenas de uma mãozinha do gênio da lâmpada para alcançar o que deseja, e até esta disposta a fazer alguns sacrifícios para isso.

Talvez esse sejam um bom momento para aprendermos que a vida de um discípulo de Jesus não é um projeto de conquistas e vitórias, mas uma busca pela vontade de deus; e que oração não é uma consultoria técnica par resolver problemas, mas uma atitude de submissão a Deus.

Bom, estamos falando em conhecer a vontade de Deus, e quando falamos sobre esse assunto muita gente logo pensa em algum insight miraculoso, uma revelação em sonho, um evento com um palestrante famoso, um encontro secreto de oração ou coisas parecidas com essas. Não que Deus esteja impedido de fazer por esses caminhos, mas o caminho mais usual usado por ele para nos encher de sua vontade é nos expor a um ambiente em que sabedoria e entendimento espiritual são valorizados e encorajados.

Apenas para constar é bom não confundir sabedoria com inteligência. Inteligência é saber como as coisas funcionam, sabedoria tem a ver com aplicar o conhecimento, de forma bíblica e apropriada, às dinâmicas dos relacionamentos humanos, de maneira que a paz seja restabelecida e o mundo seja um lugar melhor para se viver. Portanto, é possível ser bastante inteligente e nem um pouco sábio, o que é um desastre para a vida comunitária.

Já entendimento espiritual tem a ver com perceber que as dinâmicas da vida são apenas uma casca. Existem realidade escondidas por detrás de cada pequeno fato ou evento cotidiano, e é a respeito dessas realidades que deveríamos estar atentos. Porque uma cara sisuda pode ser um pedido de socorro, o silêncio pode significa “não suporto mais isso!”, um presente pode querer dizer “você me ama?”. E todas essas são situações para quais precisamos discernir em que direção vai a vontade de Deus.

Por isso, somos chamados a transformar nossas comunidades em ambiente nos quais sabedoria e entendimento espiritual são valorizados e encorajadas como marcas do discipulado cristão. Mas como isso pode acontecer? Até onde sei não existe um botão verde que faz as igrejas se tornarem ambiente assim.

(Aliás, esse é um outro grande engano desse novo evangelho em nossos dias: achar que as transformações na vida e na sociedade são atos mágicos, que acontecem instantaneamente, mediante quando acionamos algum mecanismo emocional ou dizemos algumas palavras especiais)

Há um outro texto escrito por Paulo que pode nos ajudar nesse ponto, quando estamos perguntando como nossas igrejas podem ser transformadas em ambientes que valorizam a sabedoria e o entendimento espiritual em busca de descobrir a vontade de Deus. Em Romanos 12.1,2, lemos o seguinte:

1Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês. 2Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Rm 12.1,2 (NVI)

Ao ler esse texto, irmãos, entendo que aproximar-se da vontade de Deus é um processo que passa pela renovação da nossa maneira de pensar. Enquanto nosso modo de pensar, de ver o mundo e entender as pessoas, de perceber os relacionamentos, permanecer igual ao padrão desse mundo, não haverá transformação em nós... e então ninguém se importará com sabedoria ou entendimento espiritual... e então não haverá entre nós conhecimento da vontade de Deus.

Essa transformação da mente acontece quando nos expomos à Palavra de Viva de Deus.

3Vocês já estão limpos, pela palavra que lhes tenho falado. Jo 15.3

É preciso deixar que seu ponto-de-vista sobre a vida seja o mesmo que o de Jesus. Mas você não deve fazer isso forçadamente ou por obrigação. Dê a Jesus Cristo a oportunidade de convencê-lo! Exponha-se a ele. Ouça a mensagem dele, leia sobre Jesus nas Escrituras, considere atentamente seu ensino nos evangelhos. À medida que isso for acontecendo você será transformado, seu modo de ver a vida será modificado. Esse é o início do processo que, segundo Paulo, nos fará experimentar a Vontade de Deus (que é boa, perfeita e agradável).

Perceba nesse texto de Romanos que Paulo fala sobre “experimentar” a vontade de Deus. Isso me parece mais que apenas “conhecer” a vontade de Deus. Experimentar é trazer todo o conhecimento para a prática, o que nos leva de volta ao texto de Colossenses.

No verso 10 o apóstolo dos gentios explica que conhecer a vontade de Deus não é um fim em si mesmo, não é um troféu que você conquista e coloca na prateleira para todos verem. A razão pela qual ele pede a Deus que encha os irmãos de conhecimento da vontade de Deus é para que eles vivam vidas dignas do Senhor.

10 E isso para que vocês vivam de maneira digna do Senhor e em tudo possam agradá-lo, frutificando em toda boa obra, crescendo no conhecimento de Deus

Isso abre um novo universo para nós: a vontade de Deus tem a ver com nossa vida cotidiana: trabalhar, estudar, comprar, vender, ensinar, cuidar, pagar contas, conviver, relacionar-se, fazer supermercado, enfim, a vontade de Deus é algo real e prático. Mas essa é uma outra história.

A semana está começando novamente e todos nós vamos precisar do Senhor para vivermos vidas dignas dele, certo? Vamos precisar de sabedoria e entendimento espiritual para que as pessoas próximas de nós sejam abençoadas pelo nosso jeito de viver. Vamos precisar de mais compreensão sobre a vontade de Deus em relação às nossas vidas pessoas e também para nossas igrejas.

Então, exponha-se à mente de Cristo. Deixe que o modo de pensar dele transforme as suas opiniões e preferências. Ele é a sabedoria de Deus! Comece a examinar os evangelhos com a mente aberta; o Espírito Santo que habita em você vai guiá-lo. E não tenha medo: Deus é bom! Ele quer o bem de toda sua criação, quanto mais de você que foi criado à sua imagem e semelhança, e resgatado pelo sangue do cordeiro.


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Que nesta semana você dê passos importantes na direção de conhecer e experimentar a boa, perfeita e agradável vontade de Deus.