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17 dezembro 2017

Natal: foi assim...



Natal: foi assim...

Como foi realmente o nascimento de Jesus? Que fatos e circunstâncias cercaram a chegada do Messias, o enviado de Deus? Certamente a história do nascimento de Jesus é rica em detalhes que podem aquecer nossa fé e nos desafiar a uma vida de confiança em Deus.

Para saber como foi de fato o nascimento de Jesus, vamos olhar com atenção para o texto bíblico. Quando falamos de seguir Jesus como discípulo é importante sempre voltar para as narrativas bíblicas, porque as tradições populares nem sempre retratam com fidelidade o que aconteceu. Os seguidores de Jesus sempre se voltam para a Bíblia como alimento para a alma e fonte de orientação.

No Novo Testamento temos quatro evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas e João. Os evangelhos são um tipo de biografia e foram escritos para registrar os fatos que cercaram a vida do jovem pregador que foi morto em uma cruz.

Marcos não fala sobre o nascimento de Jesus. Na verdade, o seu evangelho começa quando Jesus já é adulto e está prestes a ser batizado por João, o Batista, e assim iniciar seu ministério público. Por outro lado, o evangelho de João, escrito por um dos apóstolos de Jesus usa suas primeiras linhas para apresentar Jesus como aquele que sempre existiu. Ele afirma que antes de tudo Jesus, o verbo de Deus já existia. Assim ele também não fala do nascimento de Jesus.

Temos então os evangelhos de Mateus e Lucas, que são os que nos fornecem os fatos e as circunstâncias do nascimento de Cristo. Em Mateus a história é contada no trecho entre Mt 1.18 e 2.23. Em Lucas a história tem mais detalhes e está no trecho entre Lc 1.16 e 2.20.

Hoje à noite eu o convido a viajar comigo pelas páginas das escrituras e conhecer um pouco mais sobre o nascimento de Jesus e seu significado para nós. Esse não é um evento qualquer! Portanto quero apresentar cinco marcas que fazem do nascimento de Jesus um evento singular e com grande impacto para a humanidade.

Um nascimento profetizado

A primeira marca que faz do nascimento de Jesus algo notório e singular é que ele foi profetizado séculos antes de acontecer. De Gênesis a Malaquias as Escrituras estão repletas de profecias sobre Jesus, mas algumas delas falam especificamente sobre seu nascimento.

Quem vai nos ajudar com isso é Mateus, porque parte do objetivo de seu evangelho era demonstrar aos seus compatriotas que Jesus, o filho do carpinteiro, era exatamente aquele sobre quem os profetas falaram. Vejamos então algumas dessas profecias.

Uma virgem conceberá
Ao refletir sobre os eventos que cercaram o nascimento de Jesus, sobretudo a gravidez de Maria sem que houvesse um relacionamento sexual... Ele lembrou de uma antiga profecia apresentada pelo profeta Isaías mais de 700 anos antes de Cristo (Mt 1.18-23):

Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: estando Maria, sua mãe, desposada com José, sem que tivessem antes coabitado, achou-se grávida pelo Espírito Santo. Mas José, seu esposo, sendo justo e não a querendo infamar, resolveu deixá-la secretamente. Enquanto ponderava nestas coisas, eis que lhe apareceu, em sonho, um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles.

Ora, tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que fora dito pelo Senhor por intermédio do profeta: Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco) Mt 1.18-23 (RA)

A profecia de Isaías (Is 7.14) fala da ação maravilhosa e miraculosa de Deus que concede a uma jovem virgem um embrião fecundado. Isso realmente impressiona! Mas tão impressionante quanto isso é o fato de que Isaías nos apresenta o Messias como o próprio Deus que se faz presente entre nós.

É exatamente isso que Jesus é: Deus entre nós. Sim, Deus tomou forma humana e habitou entre nós. Em Jesus Deus se fez próximo de mim e de você. Por isso podemos contar com ele, porque ele sabe as dores que sofremos e deseja nos guiar com seu amor a um lugar de descanso.

O lugar
Também o lugar do nascimento de Jesus estava previsto. Mateus narra a tentativa de Herodes para descobrir onde Jesus nascera. No diálogo entre Herodes e os sacerdotes surge então a profecia sobre o lugar.

Tendo Jesus nascido em Belém da Judeia, em dias do rei Herodes, eis que vieram uns magos do Oriente a Jerusalém. E perguntavam: Onde está o recém-nascido Rei dos judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos para adorá-lo. Tendo ouvido isso, alarmou-se o rei Herodes, e, com ele, toda a Jerusalém; então, convocando todos os principais sacerdotes e escribas do povo, indagava deles onde o Cristo deveria nascer. Em Belém da Judeia, responderam eles, porque assim está escrito por intermédio do profeta:

E tu, Belém, terra de Judá, não és de modo algum a menor entre as principais de Judá; porque de ti sairá o Guia que há de apascentar a meu povo, Israel. Mt 2.1-6 (RA)

O profeta que fez essa previsão, também 700 anos antes de Cristo, foi Miquéias (Mq 5.2). E a profecia vem com o gosto bom das surpresas de Deus. Belém era uma cidade sem expressão econômica e sem tradição entre as grandes cidades do reino de Judá. Era uma pequena vila sem importância. Mas é nessa pequena vila nasceria o Salvador do mundo, Jesus.

Não é assim também nas nossas vidas? Às vezes o socorro do Senhor vem de uma forma que a gente não espera. O agir dele não está limitado às nossas expectativas, porque Ele é livre para abençoar como quer. Na verdade, a cada dia percebo que Ele gosta de nos surpreender com seu amor e cuidado.

A tragédia
Mateus não para aí. Ele narrou a terrível atitude Herodes, um rei dominado pela maldade e pela insegurança. Consumido de medo do rei menino, Herodes mandou matar todas as crianças com dois anos de idade ou menos. Diante dessa tragédia, o evangelista lembra da profecia do profeta Jeremias, 600 anos antes de Cristo (Jr 31.15).

Vendo-se iludido pelos magos, enfureceu-se Herodes grandemente e mandou matar todos os meninos de Belém e de todos os seus arredores, de dois anos para baixo, conforme o tempo do qual com precisão se informara dos magos. Então, se cumpriu o que fora dito por intermédio do profeta Jeremias:

Ouviu-se um clamor em Ramá, pranto, [choro] e grande lamento; era Raquel chorando por seus filhos e inconsolável porque não mais existem. Mt 2.16-18 (RA)

No contexto imediato Jeremias se refere às famílias que perderam seus filhos durante o cativeiro babilônico. Mateus viu ali uma clara referência àquela matança dos meninos de Belém.

Que grade lição temos aqui, irmãos. Junto com a notícia do nascimento do salvador, a melhor de todas as notícias, acontece uma grande tragédia. Ela não foi provocada por um terremoto ou uma grande tempestade, mas pelo pecado que consome o coração humano.

Não é assim também nas nossas vidas? Basta uma boa notícia se pronunciar que as más notícias parecem sentir que estão perdendo espaço e vêm com força sobre nós. O mundo não é um jardim florido nem a vida um parque de diversões, irmãos. A vida nos reserva muitas alegrias, mas está também repleta de dores e sofrimentos. Mateus não escondeu a tragédia porque ele cria que tudo aquilo, ainda que maneira incompreensível, fazia parte do agir de Deus.

Ao relacionar cada uma dessas profecia com os fatos que cercaram o nascimento de Jesus, Mateus na verdade ressaltar que as coisas não estavam acontecendo aleatoriamente. Há um Deus conduzindo a história! Nas coisas belas e nas feias, nas alegrias e nos sofrimentos, nas facilidades e nas dificuldades, há um Deus conduzindo a história das nossas vidas e somos chamados a confiar nele.

Um nascimento histórico

A segunda marca que põe o nascimento de Jesus em destaque é que ele foi um fato histórico. Não um fato notório para os historiadores da época, mas um acontecimento inserido na história humana. Para que a fé em Jesus não fosse tida como uma lenda, os evangelistas situação o nascimento de Cristo dentro dos eventos históricos de sua época.

Quem nos ajuda agora é Lucas. Ele não foi um dos discípulos de Jesus. Era um médico que acompanhou o apóstolo Paulo em suas viagens. Lucas fez uma pesquisa acurada sobre Jesus. Entrevistou pessoas, visitou lugares e por fim escreveu seu evangelho. Vejamos como que ele situa historicamente o nascimento de Cristo.

Naqueles dias, foi publicado um decreto de César Augusto, convocando toda a população do império para recensear-se. Este, o primeiro recenseamento, foi feito quando Quirino era governador da Síria. Lc 2.1-2 (RA)

Também aqui temos algo a aprender com o nascimento de Jesus. O Deus todo poderoso autolimitou-se e entrou na história da humanidade. Não foi algo invisível, apenas no mundo espiritual, mas aconteceu no mundo palpável, nas ruas violentas e empoeiradas das vilas e cidades. Deus não está tentando se livrar do mundo, mas sim restaurá-lo.

Mesmo entre os discípulos de Jesus, sempre tem alguém desejando se livrar do mundo de carne e osso, tijolos e pedras, como um passe de mágica. Uma oração poderosa, uma vigília libertadora, uma promessa infalível, uma cura celeste, algo vai acontecer para que a vida sejam menos dura e sofrida. Mas o nascimento de Jesus nos informa que Deus age na história da humanidade. Ele age sem nos tirar da nossa própria história: age através da dor, do trabalho duro e cansativo, do chefe exigente, do político desonesto, na doença do filho, na saudade da família.

Jesus aprendeu isso, tanto que depois em uma oração que fez por mim e você ele disse: “não peço que os tire do mundo, mas que os livre do mal”.

Um nascimento natural

A terceira marca de destaque sobre o nascimento de Jesus é que ele foi natural. Deus decidiu habitar entre nós e veio da forma mais natural possível. Foi gerado no ventre de uma mulher, nasceu como com qualquer ser humano, foi criança, cresceu e tornou-se homem adulto. Ora, mas porque isso seria um destaque?

José também subiu da Galileia, da cidade de Nazaré, para a Judeia, à cidade de Davi, chamada Belém, por ser ele da casa e família de Davi, a fim de alistar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida. Estando eles ali, aconteceu completarem-se-lhe os dias, e ela deu à luz o seu filho primogênito, enfaixou-o e o deitou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria. Lc 2.4-7 (RA)

A cidade estava cheia de gente de todo tipo, vinda de todo lugar. Todos procurando um lugar para dormir, mas as pousadas estavam cheias. No meio de tudo isso, chega o tempo de Jesus nascer. Maria se abriga no curral de uma das pousadas e lá nasce o salvador do mundo.

Deus está além de nós, irmãos. Tudo sobre ele é sobrenatural para nós. Ele é Deus de milagres e maravilhas, mas o seu agir é mais frequente nas coisas simples e naturais da vida. O sobrenatural nos atrai e muitos se tornam obcecados por tudo que é extraordinário. Mas precisamos ficar atentos à vida comum, aos relacionamentos cotidianos, aos encontros fortuitos, aos imprevistos, à fidelidade silenciosa, ao amor sem anúncios, à vida simples e ordeira. Em todas essas coisas o poder de Deus se revela.

Eu acredito irmãos, que quando o natural da vida se descortinar para nós como o palco do agir sobrenatural de Deus, certamente viveremos vidas menos ansiosas e estaremos prontos para aprender a confiar nele em todas as circunstâncias.

Um nascimento sobrenatural

A quarta marca sobre o nascimento de Jesus é que ele foi sobrenatural. E não era para menos! A promessa do Messias remonta ao Gênesis e faz parte do grande plano de Deus para resgatar uma humanidade perdida em sua própria desconfiança, que chafurda na lama do próprio pecado. Vejamos então como Deus interveio além do natural para executar o plano para salvar a mim e a você:

1.  Um anjo foi preparar Maria, que estava noiva, sobre seu papel no que estava prestes a acontecer.

26No sexto mês Deus enviou o anjo Gabriel a Nazaré, cidade da Galiléia, 27a uma virgem prometida em casamento a certo homem chamado José, descendente de Davi. O nome da virgem era Maria. 28O anjo, aproximando-se dela, disse: "Alegre-se, agraciada! O Senhor está com você! " Lc 1.26-28

2.  A gestação de Maria foi resultado da ação do Espírito Santo. No seu útero, Deus fez surgir um embrião fecundado.

18Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: estando Maria, sua mãe, desposada com José, sem que tivessem antes coabitado, achou-se grávida pelo Espírito Santo. Mt 1.18

3.  Um anjo apareceu a José para tranquiliza-lo sobre a gravidez de sua noiva.

20Enquanto ponderava nestas coisas, eis que lhe apareceu, em sonho, um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo. Mt 1.20

4.  Uma estrela sinalizou o lugar do nascimento de Jesus. Foi um sinal claro que foi interpretado por alguns estudiosos do movimento dos astros e os conduziu do oriente até Belém.

Tendo Jesus nascido em Belém da Judeia, em dias do rei Herodes, eis que vieram uns magos do Oriente a Jerusalém. E perguntavam: Onde está o recém-nascido Rei dos judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos para adorá-lo. Lc 2.1,2

5.  Um anjo anunciou o nascimento de Jesus a um grupo de pastores de ovelhas. Foi um evento tão impressionante que os pastores ficar com medo.

8Havia pastores que estavam nos campos próximos e durante a noite tomavam conta dos seus rebanhos. 9 E aconteceu que um anjo do Senhor lhes apareceu e a glória do Senhor resplandeceu ao redor deles; e ficaram aterrorizados. 10Mas o anjo lhes disse: "Não tenham medo. Estou lhes trazendo boas novas de grande alegria, que são para todo o povo: 11Hoje, na cidade de Davi, lhes nasceu o Salvador que é Cristo, o Senhor. 12Isto lhes servirá de sinal: encontrarão o bebê envolto em panos e deitado numa manjedoura". Lc 2.8-12

Há algo muito importante aqui, irmãos, nessas intervenções sobrenaturais de Deus: a convicção de que Deus fará o que for necessário para realizar seus propósitos. Ele não pode ser detido, nem impedido. O que impossível para nós, para ele é trivial. A criação e as circunstâncias da vida estão sob seu comando.

Mas, preste atenção! Deus age assim para realizar os propósitos dele, que santos, retos, amorosos e perfeitos. Ele não é manipulável ou influenciável. Ele não negocia favores nem mercadeja bênçãos. Portanto, se quero fazer parte do agir maravilhoso de Deus preciso me juntar a ele naquilo que ele está realizando neste mundo.

Maria poderia ter dito não. José poderia ter dito que não acreditava nisso. Os sábios poderiam ter-se dedicado a outras estrelas. Os pastores de ovelhas poderiam ter fugido assustados. Mas todos eles decidiram participar daquilo que Deus estava fazendo. Os planos não eram deles nem eles haviam planejado. Deus os chamou fazer parte e ele aceitaram o convite.

É assim também em nossas vidas. Deus não tem compromisso com nossos planos. Ele nos chama para fazer parte do que ele está fazendo no mundo. Qual será nossa resposta?

Uma prova de amor

Para concluir nossa reflexão sobre o nascimento de Jesus tenho algumas perguntas e uma consideração:

Porque um Deus santo se faria gente e viveria em um mundo tosco e pecador como o nosso?

Porque o criador do universo, todo poderoso Deus, se autolimitaria em forma humana e se submeteria ao cuidado e à autoridade de pessoas mergulhadas no pecado?

Porque o Deus supremo subsistiria como uma criança, limitado e dependente?

Porque o autor da vida se deixaria acusar injustamente, espancar, cuspir, agredir e por fim se submeteria à morte humilhante dos bandidos, a morte de cruz?

A única resposta possível é “por amor”! Deus se fez gente por amor! O menino Jesus envolto em panos e indefeso em um cocho é fruto do amor de Deus por mim e por você. Não sei se você tem se sentido amado ultimamente, mas o natal nos diz que somos muito amados por Deus. É assim que as Escrituras falam sobre esse amor (Rm 5.6-11)

Cristo chegou na hora certa para tornar isso realidade. Ele não esperou que todos estivessem preparados. Apresentou-se disposto ao sacrifício quando ainda éramos fracos e rebeldes demais para fazer alguma coisa por nós mesmos. Mesmo que não fôssemos tão fracos, de qualquer maneira não saberíamos o que fazer. Podemos entender quando alguém morre por uma pessoa digna e como alguém bom e nobre poderia inspirar um sacrifício abnegado. Mas Deus demonstrou quanto nos ama ao oferecer seu Filho em sacrifício por nós quando ainda éramos tão ingratos e maus para com ele. Agora que nossa situação com Deus está resolvida, por meio dessa morte sacrificial, o perfeito sacrifício de sangue, não há mais razão para estar em oposição a Deus, sobre qualquer assunto. Se em nossa pior situação fomos postos em condição favorável diante de Deus, pelo sacrifício de seu Filho, agora que estamos nesta situação maravilhosa, apenas imaginem como nossa vida poderá ser plena e gloriosa por meio da vida proporcionada pela ressurreição! Agora que já desfrutamos esta maravilhosa amizade com Deus, não nos contentaremos com meras declarações formais, mas cantaremos louvores a Deus, por meio de Jesus, o Messias! Rm 5.6-11 (AM)

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23 dezembro 2007

Quem é o Jesus da Bíblia 4/4

Introdução

Quem é o Jesus da Bíblia? Essa tem sido nossa pergunta durante essa série de mensagens. Não queremos saber sobre o Jesus dos filósofos nem tão pouco sobre o Jesus dos teólogos. Não nos importa o Jesus dos pastores, dos padres ou dos psicólogos. Não estamos interessados no Jesus dos céticos ou dos fanáticos. E nada temos a ver com o Jesus dos executivos que perseguem o sucesso empresarial. Queremos saber quem é o Jesus do Bíblia.

Tu és o Cristo! O filho do Deus vivo. Foi a resposta do apóstolo Pedro. Ele estava afirmando que o Jesus da Bíblia é o cumprimento da promessa de Deus. Ele é o Cristo, o Enviado, o Messias. Jesus é o descendente da mulher sobre quem fala o gênesis:

(14) Então, o SENHOR Deus disse à serpente: Visto que isso fizeste, maldita és entre todos os animais domésticos e o és entre todos os animais selváticos; rastejarás sobre o teu ventre e comerás pó todos os dias da tua vida. (15) Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar. (Gen 3:14-15)

Longe da Bíblia, Jesus é percebido apenas pelas suas habilidades, pelo seu caráter ou pelas suas realizações. Porque as pessoas têm medo de reconhecer quem Ele é?

Muitos aceitam com facilidade que Jesus seja o maior psicólogo, o maior líder, o maior empreendedor, o maior professor, ou o maior qualquer coisa que ele faça. Mas, quando Jesus é apresentado conforme a posição que ocupa no universo, o filho do Deus vivo, tapam-se os ouvidos e viram-se as costas.

O Verbo de Deus

Assim como Pedro, João, o mais jovem dos doze discípulos de Cristo, também recebeu uma revelação de Deus a respeito do seu mestre.

(1) Antes de existir qualquer coisa, Cristo já existia, e estava com Deus. (2) Ele sempre esteve vivo e Ele mesmo é Deus. (3) Ele criou tudo o que há – não existe nada que Ele não tenha feito. (4) Nele está a vida eterna, e esta vida traz luz a toda a humanidade. (5) A vida dele é a luz que brilha no meio da escuridão, e nunca pode ser apagada pela escuridão.

(10) Embora ele tenha feito o mundo, não foi reconhecido pelo mundo, quando veio. (11,12) Mesmo entre o seu próprio povo, os judeus, Ele não foi aceito. Só uns poucos o acolheram e receberam. Mas a todos que o receberam, Ele deu o direito de se tornarem filhos de deus. (13) Tudo o que eles precisavam fazer era confiar nele como Salvador. Todos os que crêem nisto nascem de novo! – Não um novo nascimento físico, resultado do desejo humano – mas da vontade de Deus.

(14) Cristo tornou-se um ser humano, e morou aqui na terra entre nós, e era chio de perdão amoroso e da verdade. E alguns de nós vimos a glória dele – a glória do Filho único do Pai celeste. (João 1-1-14)

Talvez a sua versão da Bíblia fale do Verbo, tradução da palavra grega Logos. Não foi por acaso que o apóstolo a usou. Quando João escreveu, o conceito por trás da palavra logos vinha sendo construído pelos filósofos durante os últimos 400 anos.

As primeiras idéias sobre o Logos encontram-se nos escritos de Heráclito (filósofo grego 540-480 a.C.), embora que o termo jamais tenha sido empregado por ele. Platão se utilizou desse vocábulo para indicar a força geradora, a força originadora ou motor primeiro (conceitos impessoais). Nos escritos de Filo de Alexandria (filósofo dos judeus helenistas - 30 a.C. até 50 d.C.), o “Logos” é a razão divina e Universal, mas que, ao mesmo tempo, é a palavra expressa que procede da parte de Deus e que se manifesta neste mundo em tudo quanto aqui existe (um tipo de agente menor enviado por Deus).

João, então, tomou a palavra logos emprestado dos filósofos, e ampliou seu significado conforme a revelação do Espírito de Deus. O logos investigado pelos filósofos não é apenas uma força criadora, mas uma pessoa: Jesus. Ele também não é um deus menor, um demiurgo apenas enviado por Deus, mas ele é o próprio Deus.

É Eterno

(1) Antes de existir qualquer coisa, Cristo já existia, e estava com Deus. (João 1.1)

O Jesus da Bíblia existe desde a eternidade. Ele sempre existiu. João não está criando nada da sua própria cabeça. O Espírito de Deus apenas o lembrou das palavras de Jesus.

(51) Em verdade, em verdade vos digo que, se alguém guardar a minha palavra, nunca verá a morte. (52) Disseram-lhe os judeus: Agora sabemos que tens demônios. Abraão morreu, e também os profetas; e tu dizes: Se alguém guardar a minha palavra, nunca provará a morte! (53) Porventura és tu maior do que nosso pai Abraão, que morreu? Também os profetas morreram; quem pretendes tu ser? (54) Respondeu Jesus: Se eu me glorificar a mim mesmo, a minha glória não é nada; quem me glorifica é meu Pai, do qual vós dizeis que é o vosso Deus; (55) e vós não o conheceis; mas eu o conheço; e se disser que não o conheço, serei mentiroso como vós; mas eu o conheço, e guardo a sua palavra. (56) Abraão, vosso pai, exultou por ver o meu dia; viu-o, e alegrou-se. (57) Disseram-lhe, pois, os judeus: Ainda não tens cinqüenta anos, e viste Abraão? (58) Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão existisse, eu sou. (59) Então pegaram em pedras para lhe atirarem; mas Jesus ocultou-se, e saiu do templo. (Joh 8:50-59 – PJFA)

É Criador

(3) Ele criou tudo o que há – não existe nada que Ele não tenha feito. (João 1.3)

O Jesus da Bíblia é co-autor da criação. Foi assim também que Ele foi revelado ao apóstolo Paulo: Tudo que existe foi criado por Cristo.

(16) porque nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por ele e para ele. (17) Ele é antes de todas as coisas, e nele subsistem todas as coisas; Col 1:16,17

É Deus

(2) Ele sempre esteve vivo e Ele mesmo é Deus. (João 1.2)

O Jesus da Bíblia é Deus. Ele participa da mesma natureza divina desde eternidade. Quem olha para Jesus, enxerga Deus. O caráter de Deus foi plenamente revelado através da vida de Jesus. A maneira como Deus vê o mundo pode ser compreendida através de Jesus.

(1) Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, (2) nestes últimos dias a nós nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, e por quem fez também o mundo; (3) sendo ele o resplendor da sua glória e a expressa imagem do seu Ser, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, (Heb 1:1-3)

Também o escritor de Hebreus não escreveu invencionices, mas foi apenas lembrado das palavras de Cristo.

(8) Disse-lhe Felipe: Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta. (9) Respondeu-lhe Jesus: Há tanto tempo que estou convosco, e ainda não me conheces, Felipe? Quem me viu a mim, viu o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai? (10) Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, é quem faz as suas obras. (11) Crede-me que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim; crede ao menos por causa das mesmas obras. (Joh 14:9-11)


Tornou-se gente


(14) Cristo tornou-se um ser humano, e morou aqui na terra entre nós, e era chio de perdão amoroso e da verdade. E alguns de nós vimos a glória dele – a glória do Filho único do Pai celeste. (João 1.14)

Em Jesus, Deus se fez um de nós. Há mais de dois mil anos uma jovenzinha recebeu a visita de um mensageiro de Deus e aviso de que em seu ventre seria gerado o filho de Deus.

(26) Ora, no sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, (27) a uma virgem desposada com um varão cujo nome era José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria. (28) E, entrando o anjo onde ela estava disse: Salve, agraciada; o Senhor é contigo. (29) Ela, porém, ao ouvir estas palavras, turbou-se muito e pôs-se a pensar que saudação seria essa. (30) Disse-lhe então o anjo: Não temas, Maria; pois achaste graça diante de Deus. (31) Eis que conceberás e darás à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus. (32) Este será grande e será chamado filho do Altíssimo; o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi seu pai; (33) e reinará eternamente sobre a casa de Jacó, e o seu reino não terá fim. (34) Então Maria perguntou ao anjo: Como se fará isso, uma vez que não conheço varão? (35) Respondeu-lhe o anjo: Virá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso o que há de nascer será chamado santo, Filho de Deus. (Luk 1:26-35)

Jesus não nasceu em Dezembro. Não havia pinheiros, luzes ou bolas coloridas na estrebaria. Não ouve um grande jantar com velas coloridas. Na porta do estábulo não havia coroas de azevinho, nem tampouco um velhinho de roupa vermelha. O filho de Deus nasceu em um curral. E foi colocado, envolto em panos, em um cocho, onde é colocada a comida dos animais.

(4) Subiu também José, da Galiléia, da cidade de Nazaré, à cidade de Davi, chamada Belém, porque era da casa e família de Davi, (5) a fim de alistar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida. (6) Enquanto estavam ali, chegou o tempo em que ela havia de dar à luz, (7) e teve a seu filho primogênito; envolveu-o em faixas e o deitou em uma manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem. (Luk 2:4-7)

O nascimento foi motivo de festa entre os anjos.

Luk 2:10 ... Não temais, porquanto vos trago novas de grande alegria que o será para todo o povo:

Luk 2:13,14 Então, de repente, apareceu junto ao anjo grande multidão da milícia celestial, louvando a Deus e dizendo: Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens de boa vontade.

Afinal o Prometido de Deus havia nascido. Aquele que seria a salvação do seu povo e de toda humanidade deixara a sua glória e havia se feito gente para cumprir a promessa do Pai. O natal de Jesus não foi apenas o seu nascimento, mas o nascimento da Esperança de que eu e você poderíamos ser salvos de nós mesmos.

Através de Jesus você pode fazer as pazes com Deus. Através de Jesus podemos pedir perdão a Deus por nossas ofensas. Através do Cristo você pode ter seus pecados cobertos. Através do Jesus nossas vidas tumultuadas e confusas podem encontrar a paz.

Foi esse o anúncio do anjo: Paz na terra aos homens de boa vontade.

Foi Rejeitado

(10) Embora ele tenha feito o mundo, não foi reconhecido pelo mundo, quando veio. (11,12) Mesmo entre o seu próprio povo, os judeus, Ele não foi aceito. Só uns poucos o acolheram e receberam. Mas a todos que o receberam, Ele deu o direito de se tornarem filhos de deus. (13) Tudo o que eles precisavam fazer era confiar nele como Salvador. Todos os que crêem nisto nascem de novo! – Não um novo nascimento físico, resultado do desejo humano – mas da vontade de Deus. (João 1.10-13)

Qual tem sido sua atitude para com o filho de Deus? Você o tem acolhido ou rejeitado? Essa é uma decisão importante porque tem efeitos por toda a eternidade. A sua atitude para com o filho de Deus é uma decisão antecipada sobre o tipo de eternidade que você terá.

Aqueles que recebem o filho de Deus e confiam em Suas palavras de promessas levaram para eternidade a convicção sobre o amor de Deus por eles e a certeza de todas as suas necessidades serão atendidas pelo Senhor.

Aqueles que rejeitam o filho de Deus e confiam mais em si mesmos e naquilo que podem realizar, infelizmente levarão para eternidade a mesma vida que já têm agora: medo, angústias sem fim, falta de um propósito nobre para existir e a distância do único que pode realmente saciar nossa sede de amor.

O ladrão não vem senão para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância. Joh 10:10

Qual será hoje sua atitude sobre o Jesus da Bíblia. O que você fará sobre o filho de Deus?