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07 maio 2016

Evangelho Autêntico - Eu vim para que tenham vida

PIB Nova Esperança - Santa Rita/PB - 07/05/16 


Evangelho Autêntico
Eu vim para que tenham vida

O ladrão vem apenas para furtar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham plenamente. Jo 10.10 (NVI)

Introdução

Expresso aqui minha gratidão à liderança da Primeira Igreja Batista Nova Esperança pelo convite para essas noites de sábado, e pelo espaço que me permite compartilhar com os irmãos algo sobre aquilo que compreendo ser o Autêntico Evangelho de Jesus.

Quando João Paulo me apresentou o tema, de imediato fui capturado por ele. Falar sobre o evangelho enche o coração de quem ama o Senhor; ainda mais quando se tem a oportunidade de resgatar elementos da autenticidade desse evangelho, como é nossa proposta para esta série de reflexões que começaremos hoje.

Um observador atento e com perspectiva histórica perceberá com rapidez que, comparado a épocas anteriores, vivemos dias de abundância de recursos a respeito da fé em Jesus. À nossa disposição temos estudos, mensagens, aulas, pregações, músicas, livros, conferências, seminários, encontros, etc. Toda sorte de ferramenta que se possa imaginar está cada vez mais acessível, inclusive através da internet. De maneira que não é demais afirmar que nossos dias estão encharcados de evangelho.

No entanto, nem tudo que inunda os meios de comunicação e a fala das pessoas é realmente a autêntica mensagem de Cristo. Sobre isso o apóstolo Paulo alertou os irmãos da região da Galácia dizendo o seguinte:

6 Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho, 7 o qual não é outro, senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo. 8 Mas, ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema. Gl. 1:6-8 (ARA)

Portanto, desde os primeiros dias da igreja, somos ensinados pelo Espírito de Deus que não devemos aceitar qualquer mensagem que fale de Deus ou de Jesus como se fosse o evangelho de Cristo. É preciso conferir sua autenticidade.

É essa a motivação dessas reflexões: voltar às Escrituras e conferir de que se trata o autêntico evangelho de Jesus, apresentado por ele mesmo nas páginas dos evangelhos.

Claro que não é possível ser exaustivo, isto é, esgotar o assunto. Mas acredito que os seis pontos a serem abordados durante esta série poderão nos deixar mais preparados para rejeitar “outros evangelhos” que se oferecem nas prateleiras dos mercados da fé.

Texto e oração

O ladrão vem apenas para furtar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham plenamente. Jo 10.10 (NVI)

O ladrão e o bom pastor

Eu vim para que tenham vida! Essa fala de Jesus é muito conhecida dos leitores dos evangelhos, mas se popularizou depois de ser usada pela CNBB em uma das Campanhas da Fraternidade, lançadas anualmente por aquela entidade no período chamado de quaresma.

O contexto em que Jesus nos faz essa maravilhosa revelação é uma conversa sobre ovelhas, apriscos, ladrões, pastores, etc. Cuidar de um rebanho de ovelhas era uma atividade profissional bem comum nos dias de Jesus. Por isso ele a usou como exemplo. Jesus fazia isso com frequência: usava as coisas comuns do dia-a-dia para ensinar verdades e princípios eternos.

Existe um contraponto que me chama a atenção nessa história: de um lado Jesus nos apresenta o ladrão: ele não tem qualquer apreço pelo rebanho. O bem-estar das ovelhas não faz parte dos seus interesses. Ele está disposto a roubar, matar e destruir, porque seu objetivo é tirar proveito da situação. Ele está pronto para sacrificar a vida do rebanho em prol de si mesmo.

Do outro lado da comparação está o próprio Jesus. Ele é a porta do aprisco, por onde as ovelhas passam (à noite para encontrar lugar de descanso; durante o dia para encontrar pastagens e água). Ele está pronto para entregar a própria vida a fim de preservar a integridade do rebanho. Ele é o bom pastor que entrega a própria vida para que suas ovelhas vivam vidas fartas, plenas de tudo o que é necessário.

Então, o ladrão furta, destrói e mata, mas Jesus oferece às suas ovelhas uma vida plena, abundante mesmo. Quero me concentrar hoje à noite em como o Senhor faz isso.

Eu sei que algumas pessoas compreendem que vida abundante é aquele em que temos tudo aquilo que desejamos. Mas eu entendo que esse não é o conceito do Evangelho. Quando leio os ensinos de Jesus, entendo que essa vida abundante está relacionada muito mais àquilo que Jesus faz em nós do que a algo que ele nos dá.

Se por um lado o ladrão furta, destrói, e mata. Acredito que Jesus (1) restitui, (2) refaz e (2) reanima.

Restitui a nossa humanidade

A primeira ação de Cristo para nos conceder vida plena é restituir nossa plena humanidade. A humanidade que um dia recebemos de Deus foi corrompida e se tornou menor. Não é demais, portanto, afirmar que a humanidade, de acordo com a imagem e semelhança de Deus, nos foi furtada.

Não somos tudo aquilo que o Deus planejou que seríamos. Não é difícil reconhecer isso. Basta abrir os jornais ou ligar a TV para constatar! A notícias são desanimadoras: assassinatos, roubos, estupros, desrespeito, mentiras, humilhações, xingamentos, pouco caso, intolerância, conivência, coações, arrogância, abusos e outras coisas terríveis como estas nos fazem menos humanos. Mas, se você preferir, pode ler esse trecho da Bíblia:

10 Como dizem as Escrituras: “Não há ninguém sem pecado. Ninguém! 11 Não há ninguém que entenda, ninguém que busque a Deus. 12 Todos se afastaram, todos ficaram sem qualquer valor. Não há ninguém que faça o bem. Ninguém!” 13 “Suas bocas são como túmulos abertos; usam a língua para mentir.” “O que dizem é como veneno de cobras!”14 “As suas bocas estão cheias de maldições e amargura.” 15 “Estão sempre prontos para matar 16  e para onde quer que vão causam ruína e miséria. 17 Não conhecem o caminho da paz.” 18 “Não tem nenhum respeito por Deus.” Rm 3.10-18 (VFL)

Fomos furtados, irmãos! Sem que nos déssemos conta, nos levaram o respeito pela vida! As pessoas perderam o valor para nós! Somos uma sociedade sempre pronta para matar; quando não usamos armas brancas ou de fogo, usamos palavras e atitudes.

Fomos furtados, irmãos! Na calada da noite nos levaram embora a disposição de fazer o bem com alegria, de ajudar os que passam por alguma necessidade, de proteger os indefesos, de dizer palavras de encorajamento. Somos uma sociedade em que ser altruísta é perda de tempo.

O Senhor nos quer dar vida plena! E como ele faz isso? Ele muda a disposição da nossa mente por meio da presença do seu Espírito em nós. E exatamente isso que o profeta Ezequiel quis dizer:

26 Darei a vocês um coração novo e porei um espírito novo em vocês; tirarei de vocês o coração de pedra e lhes darei um coração de carne. 27 Porei o meu Espírito em vocês e os levarei a agirem segundo os meus decretos e a obedecerem fielmente às minhas leis. Ez 36.26,27 (NVI).

De forma gentil, o Espírito tenta restaurar em nós a imagem e a semelhança de Deus, a plenitude da nossa humanidade. Com sussurros e exortações ele nos conduz a valorizar a vida, abençoar as pessoas, defender quem sofre ameaças, lutar pela verdade, encorajar os humilhados, preservar os relacionamentos, promover a paz, respeitar os diferentes e amar a todos.

Sua vida será plena na proporção em que você dá ouvidos à voz do Espírito e permite que sua maneira de encarar a vida seja moldada pelos seus preciosos ensinamentos. Portanto, não faça ouvidos de mercador, quando ele sugerir mudanças em sua vida.

Refaz a nossa identidade

A segunda ação de Cristo para nos conceder vida plena, é refazer nossa identidade. Esse é um assunto importante, porque a maneira como nós nos percebemos tem uma influência direta sobre nossa maneira de viver a vida.

O mundo é tão grande complexo que é muito fácil nos sentirmos um zé-ninguém, apenas uma peça nessa engrenagem. Acordamos pela manhã, saímos para trabalhar, fazemos o que nos pagam pra fazer, voltamos para casa, assistimos TV, dormimos, acordamos no dia seguinte, e lá se vai tudo outra vez. Nossa existência nesse mundo tem algum valor? Somos alguém ou apenas mais um? Era assim que se sentia o escritor de Eclesiastes:

3 O que o homem ganha com todo o seu trabalho em que tanto se esforça debaixo do sol?4 Gerações vêm e gerações vão, mas a terra permanece para sempre.5 O sol se levanta e o sol se põe, e depressa volta ao lugar de onde se levanta. 6 O vento sopra para o sul e vira para o norte; dá voltas e mais voltas, seguindo sempre o seu curso. 7 Todos os rios vão para o mar, contudo o mar nunca se enche; ainda que sempre corram para lá, para lá voltam a correr. 8 Todas as coisas trazem canseira. Ec 1.3-8 (NVI)

Alguns, no entanto, não estão assim de cabeça baixa. Não estão deprimidos e absortos na rotina da vida. Estão de olhos levantados e se esforçam para compreender o mundo ao seu redor. No entanto, mesmo estes, precisam lidar com a mesma questão: Temos algum valor neste universo infinito? Será que não somos apenas uma poeirinha cósmica que respira? Veja a reflexão do salmista:

1 Ó Senhor nosso Deus, a grandeza e a honra do teu nome transborda dos céus e enche toda a Terra. 2 Tu ensinaste as criancinhas a louvar-te perfeitamente, para que o exemplo delas envergonhe e reduza a silêncio os teus inimigos!3 Quando de noite contemplo os céus e vejo a obra dos teus dedos, a Lua e as estrelas que fizeste,4 pergunto: Quem é o homem, para que te preocupes com ele? Quem é o filho do homem, que te lembres dele! Sl 8.1-4 (OL)

Nossa sociedade tem respostas muito práticas para essas inquietações da alma. As vozes que surgem são rápidas para oferecer uma solução:

Você é aquilo que veste!
Você é o carro que tem!
Você é o curso que fez!
Você é um acaso que deu certo!
Você é o conhecimento que tem!
Você é a fé que professa!

Nossa identidade está despedaçada! Nossa sociedade agoniza em uma crise de significado sem fim. Nossas igrejas estão atordoadas e sem rumo.

Mas o evangelho autêntico de Jesus tem uma direção. O trabalho continua sendo do Espírito de Deus. Ao entrar em nossas vidas por meio da rendição a Jesus, ele nos concede uma nova identidade. Vejam o que diz o apóstolo João:

10 Aquele que é a Palavra estava no mundo, e o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o reconheceu. 11 Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam. 12 Contudo, aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus, Jo 1.10-12 (NVI)

O apóstolo Paulo detalha essa obra do Espírito e nos ajuda a perceber como podemos confiar nas transformações que o amor de Deus produz em nós.

14 porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. 15 Pois vocês não receberam um espírito que os escravize para novamente temer, mas receberam o Espírito que os adota como filhos, por meio do qual clamamos: "Aba, Pai". 16 O próprio Espírito testemunha ao nosso espírito que somos filhos de Deus. Rm 8.14-16 (NVI)

Essa é nossa nova identidade, irmãos. Quando nos rendemos a Jesus, o Espírito de Deus encontrou lugar em nossas vidas. Sua primeira obra foi nos fazer filhos, nos adotar na família de Deus. Essa é nossa identidade! Não somos um zé-ninguém! Não somos poeira cósmica! Somos filhos amados de Deus! O amor dele por nós foi provado na cruz! Deus se fez gente e entrou na história para que essa nova identidade se tornasse real!

Somos importantes não por aquilo que vestimos, calçamos, compramos, comemos, estudamos, entendemos ou onde moramos. Não nos deixemos enganar! Essas coisas fazem parte da vida, mas não podemos deixar que se tornem determinantes para nossa identidade.

Nossa importância reside no fato de que somos amados; porque somos importantes de verdade apenas para aqueles que nos amam. E Deus nos ama! É sobre este chão que nossa identidade deve ser construída. O chão do amor de Deus por nós. Amor provado e comprovado.

Há muito o que falar sobre essa nova identidade em Cristo Jesus que não cabe nesta reflexão. Mas devemos sair daqui com a clareza de que a vida abundante que o Senhor prometeu passa pela por nos apropriamos dessa nova identidade que recebemos por meio do Espírito de Deus.

Reanima para a eternidade

A terceira ação de Cristo para nos conceder vida plena é nos reanimar para a eternidade.

Eu acredito que parte da angústia que consome a vida de muitos é a ausência de uma esperança que vá além desta vida. De forma geral somos uma geração que não tem expectativas sobre a eternidade. Não ansiamos por ela!

Fomos ensinados que a vida é aqui. O agora é o que importa, a única coisa que realmente existe. Portanto, o melhor a fazer é usufruir de tudo que a vida possa oferecer, porque o depois é incerto e duvidoso.

Esse modo de pensar também encontra espaço entre nós, na igreja. Temos nos tornado apressados, imediatistas e pragmáticos; incapazes de esperar o tempo necessário para as mudanças de Deus em nós e em nossos irmãos. Algumas vezes atropelamos uns aos outros em busca de audiência nos cultos, e curtidas no Face.

No entanto, quanto maior é a pressão para ficarmos satisfeitos com o aqui e o agora, mais nossa alma se angustia e entristece. Isso tem uma razão: Deus plantou em nós um profundo anseio pela eternidade.

11 Ele fez tudo apropriado ao seu tempo. Também colocou no coração do homem o desejo profundo pela eternidade; contudo, o ser humano não consegue perceber completamente o que Deus realizou. Ec 3.11(KJA)

A vida é um presente maravilhoso de Deus. Mas ela não comporta a eternidade, não cabe nela tudo aquilo que Deus planejou para nós.

Por mais longa seja nossas vidas, por mais saudáveis sejam nossos dias, por mais realizações alcancemos, por mais produtiva seja nossa rotina, por mais prazer venhamos a sentir, por mais intensas sejam as alegrias... não será suficiente.

Por mais numerosos sejam os concílios, por mais ECCs e EJCs aconteçam, por mais abençoados sejam os cultos jovens, por mais instrutivas sejam as EBs, e mais tremendos os retiros e vigílias... não será suficiente.

Porque esta vida não é suficiente para preencher o desejo de eternidade que temos em nossas almas.

O autêntico evangelho de Jesus muda nossa perspectiva e nos liberta da prisão do imediatismo.

Certa vez um homem insistiu para que Jesus julgasse a disputa entre ele e o seu irmão em relação herança deixada pelo pai. Ao ver que ele dava mais valor à herança do que ao relacionamento com seu irmão, Jesus contou a história de um homem que tentou preencher esse anseio pela eternidade com suas riquezas. As palavras ditas àquele homem são importantes.

20 (...) Louco, esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? Lc 12.15,20 (ARA)

O evangelho autêntico de Jesus ecoou também nas palavras do Apóstolo Paulo. Através dele somos animados a olhar para a eternidade com esperança. Não podemos deixar a mentalidade de nossos dias nos aprisione nesta vida.

19 Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens. 1 Co 15.9 (ARA)

Onde está nossa esperança, irmãos? Por séculos os cristãos olharam para a eternidade aguardando a vida plena e abundante prometida por Jesus. Eles encontraram conforto em saber que um dia todo o choro será consolado, toda a dor será banida e os anseio de nossas almas encontraram consolo naquele é ele mesmo a plenitude de Deus.

Restituídos em nossa humanidade, refeitos em nossa identidade e animados para a eternidade, podemos avançar para a vida plena prometida pelo Senhor.


(...) eu vim para que tenham vida, e a tenham plenamente. Jo 10.10 (NVI)

01 abril 2008

Esperança Cristã – O ser humano e a eternidade - 1/4

Introdução

O livro de Eclesiastes é uma fonte inesgotável de reflexões sobre Deus, sobre a vida e também sobre a natureza humana. O seu autor era um grande pensador, e mesmo que muitas vezes ele se mostre pessimista e sem ânimo, sua coragem em investigar a vida deve servir de incentivo para nós.

O Capítulo 3 de Eclesiastes é com certeza a passagem mais conhecida do livro. Nos primeiros versos, o autor reflete sobre o tempo e a oportunidade propícia para cada coisa da vida. Ele diz:

(1) Tudo tem a sua ocasião própria, e há tempo para todo propósito debaixo do céu. (2) Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;

(3) tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derribar, e tempo de edificar; (4) tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar; (5) tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de abster-se de abraçar; (6) tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de deitar fora; (7) tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar; (8) tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz. (Eclesiastes 3.1-8 AA)

Há tempo para tudo. Que doce verdade! Há tempo para estar em Fortaleza e tempo para está na Caponga. Há tempo para trabalhar duro, e tempo para descansar. Vamos aproveitar o tempo que o Senhor nos tem permitido passar aqui. Tempo de conhecer os irmãos e deixar-se conhecer; tempo de aprender a amar (mesmo sendo diferente uns dos outros) e de deixar-se amar; tempo de ajudar quem precisa e de precisar da ajuda de outros; tempo de exercitar paciência, de ser misericordioso e permitir que o amor seja o árbitro entre nós.

Criados para a Eternidade

Neste mesmo capítulo no verso 11, o Espírito de Deus, através do escritor de Eclesiastes, continua a revelar-nos outras verdades impressionantes sobre o tempo.

Tudo fez formoso em seu tempo; também pôs na mente do homem a idéia da eternidade, se bem que este não possa descobrir a obra que Deus fez desde o princípio até o fim. (Eclesiastes 3.11 AA)

Todas as coisas têm seu valor quando são feitas na sua hora certa. Deus colocou a eternidade no coração do homem, mas assim mesmo ele não consegue entender completamente os planos e as obras de Deus. (Eclesiastes 3.11 BV)

Tudo tem o seu tempo próprio. Mas ainda que Deus tenha posto no coração do ser humano a idéia da eternidade, mesmo assim o homem não consegue atingir inteiramente o propósito das obras de Deus, desde o princípio até ao fim. (Eclesiastes 3.11 OL)

Deus colocou a eternidade em nossas mentes; ainda que nós não entendamos muito bem todas as coisas, a eternidade ecoa em nossas mentes como algo que faz sentido (o que não faz sentido é que toda a complexidade da existência humana de repente desapareça porque o coração parou de bater).

Deus colocou a eternidade no coração do homem; nossas emoções dizem que a eternidade é algo que nos faz bem. Queremos continuar. Através dos filhos, queremos continuar. Nossas realizações são desejos de permanecer, de entrar na história, de ser lembrado pela posteridade.

A idéia da eternidade nos encanta e deslumbra. Nas histórias infantis é possível vermos as marcas desse deslumbre na fonte da juventude, nas poções mágicas e nos elixires que anulam o efeito do tempo. Nossa medicina, além de curar, quer estender a longevidade com pesquisas e muito investimento. A eternidade é um anseio do coração humano, um resquício da imagem de Deus, que é eterno.

Morte: uma hipótese que se tornou real

O ser humano não foi criado para a morte. Quando a morte se aproxima um pouco da gente é que se percebe isso (Denílson e Arivânia experimentaram isso ano passado com o falecimento de suas mães). Ainda que a possibilidade de morrer estivesse presente desde o início da criação, não foi para isso que fomos criados.

O primeiro casal tinha livre acesso a todo o jardim. Apenas o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal não poderia ser comido, mas os frutos de todas as demais árvores estavam a sua disposição, inclusive da árvore da vida.

(8) Então plantou o Senhor Deus um jardim, da banda do oriente, no Éden; e pôs ali o homem que tinha formado. (9) E o Senhor Deus fez brotar da terra toda qualidade de árvores agradáveis à vista e boas para comida, bem como a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore do conhecimento do bem e do mal. (Gen 2:8-9)

Homem e mulher não confiaram naquilo que o Senhor havia falado e o desobedeceram. Nesse momento, a morte, que era apenas uma hipótese com uma condição, tornou-se realidade (não só para o primeiro casal, mas toda a raça humana.

(15) Tomou, pois, o Senhor Deus o homem, e o pôs no jardim do Édem para o lavrar e guardar. (16) Ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim podes comer livremente; (17) mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dessa não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás. (Gen 2:15-17)

A eternidade escapou por entre os dedos da raça humana. A árvore da vida estava à nossa disposição. Fomos criados para a eternidade, porque fomos criados para permanecer com Deus, mas jogamos tudo fora.

(22) Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem se tem tornado como um de nós, conhecendo o bem e o mal. Ora, não suceda que estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente. (23) O Senhor Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden para lavrar a terra, de que fora tomado. (Gen 3:22-23)

Ali no Éden toda a raça perdeu a plenitude da eternidade com Deus.

Angustiados com a vida

· Como é possível a seres que foram criados para a eternidade encontrar realização em um curto espaço de 80 anos?

· Como é possível oferecer respostas razoáveis para o sentido da vida humana para mentes que foram projetadas para a eternidade?

· Como é possível acharmos que um pouco de paz aquietará um coração que anseia pela eternidade?

Somos uma geração de angustiados com a vida. Estamos estressados. Queremos realizar tudo, ir a todos os lugares, provar de todas as comidas, experimentar todos prazeres, porque a vida é curta e não há tempo para perder. (livro: Mil lugares para conhecer antes de morrer).

(3) Adão viveu cento e trinta anos, e gerou um filho à sua semelhança, conforme a sua imagem, e pôs-lhe o nome de Sete. (4) E foram os dias de Adão, depois que gerou a Sete, oitocentos anos; e gerou filhos e filhas. (5) Todos os dias que Adão viveu foram novecentos e trinta anos; e morreu. (Gen 5:3-5)

(3) Então disse o Senhor: O meu Espírito não permanecerá para sempre no homem, porquanto ele é carne, mas os seus dias serão cento e vinte anos. (Gen 6:3)

(10) A duração da nossa vida é de setenta anos; e se alguns, pela sua robustez, chegam a oitenta anos, a medida deles é canseira e enfado; pois passa rapidamente, e nós voamos. (Psa 90:10)

Distante de Deus, que é a fonte da vida, a vida humana vem definhando. Eternidade primeiro, depois 930 anos, baixou para 120 anos, 70 anos... A medicina promete longevidade, medicamentos, alimentação equilibrada, tudo para esticar um pouco mais a vida.

Vivemos angustiados com a brevidade de nossas vidas. A eternidade que Deus colocou em nosso coração não encontra espaço nos poucos anos de nossas vidas, e assim muitos vivem ansiosos: a vida é curta e não há tempo a perder.

Queremos experimentar emoções intensas, realizar projetos deslumbrantes, viver todos os minutos de forma a extrair tudo o que for possível deles. A vida parece cada dia mais curta, mas algo em nós diz que não deveria ser assim.

A Esperança Cristã

Será que existe esperança para essa terrível armadilha em que nós nos metemos? Será que existe resposta para nossa inquietação? Ou nós, cristãos, devemos nos conformar em sofrer a mesma angústia que consome corações e mentes de milhões e milhões?

O que há, no futuro, reservado para aqueles que são discípulos de Cristo? E para aqueles que permanecem rejeitando o filho de Deus, há alguma esperança de eternidade? Há nas Escrituras alguma promessa digna e confiável sobre o destino eterno de nossas vidas?

O que ressurreição tem a ver com eternidade? A morte pode ser vencida? Como? O que é arrebatamento? É certo que Jesus virá uma segunda vez, ou isso é um mito? Quando começa a eternidade com Deus para os seguidores de cristo?

Há uma Esperança para a vida que possa ser chamada de cristã? Há respostas nas Escrituras capazes de nos acalentar e confortar?

Vivemos tempos em que a igreja parece ter esquecido de que somos forasteiros. Vivemos tempos em que os crentes não reconhecem sua cidadania celeste. O Reino dos Céus parece tão distante, que eles resolveram construir aqui mesmo seus próprios reinos e vivem angustiados, porque a vida é muito curta para tudo que desejam realizar e eles não podem perder tempo.

Há uma Esperança para o nosso mal? Será esse nosso assunto nesses dias: Esperança Cristã: a eternidade em nós. Que o Senhor a nos ensinar.