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11 junho 2006

A Luta e as Batalhas - Introdução Parte 1

Introdução

Uma das marcas dos seguidores de Jesus, aqueles do Caminho, é o seu apego à Bíblia como Palavra de Deus. Os discípulos de Jesus procuram na Bíblia as pistas para compreender o sentido da vida e descobrir como viver de maneira a alegrar o coração do Pai.

Na Bíblia, encontramos que a vida é criação de Deus. Que todas as coisas criadas vieram à existência a partir da palavra poderosa de Deus. Deus disse: “Haja luz”, e houve luz. Deus disse: faça-se separação entre terra e mar, e assim foi. Deus disse: produza a terra árvores, e foi o que aconteceu. Deus disse.

Hoje a ciência tenta entender a vida esforçando-se para compreender as leis físicas e biológicas estabelecidas pelo criador da vida... Os relacionamentos humanos, a forma de agir das pessoas e a história de nossos antepassados são alvos de pesquisas e estudos para tentar descobrir quem somos, de onde viemos, para onde vamos e porque agimos como agimos

É certo que há aqueles que pretendem compreender a vida sem nenhum contato com o Criador dela (muitas vezes até negando sua existência), mas a bíblia diz que a vida é uma criação de Deus. Ela apresenta Deus como aquele que existia antes que tudo viesse a existir (No princípio criou Deus os céus e a terra) e também como o autor da existência como nós a conhecemos (Formou Deus o homem do pó da terra e soprou em sua narinas o fôlego da vida).

Segundo a Bíblia, o universo é feito de discursos não escritos sobre quem é o Criador (um dia faz declaração a outro dia, os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras de seu poder, os rios batem palmas e o montes cantam juntos sobre a grandeza de Deus).

O trabalho criador de Deus foi concluído com o ser humano. Essa foi uma criação especial. Primeiro porque Deus envolveu-se pessoalmente. Não foi uma ordem para que o homem surgisse do nada, mas, com as próprias mãos, Deus forma o homem do pó da terra; segundo porque em toda a criação apenas o homem recebeu sobre si o sopro de Deus; terceiro porque Deus resolveu nos criar parecidos com Ele, à sua imagem e semelhança.

Dentre as diversas semelhanças que temos com o criador está a nossa capacidade abstrair a existência (nós sabemos que existimos) e a possibilidade de fazer escolhas. Ao nos criar dessa maneira, Deus revela sua intenção de se relacionar conosco.

É interessante ver nas primeiras páginas do livro de Gênesis que Deus passeava pelo jardim do éden ao final de cada tarde, na viração do dia, para conversar com o Adão e Eva. Por que essa coisa de conversar? Por que Deus não implantou neles um chip com todas as informações para uma vida perfeita? Por que Ele não nos programou para sermos felizes? Por que não nos fez com um dispositivo que nos impeça de desobedecer?

Penso que o grande motivo para que fosse dessa forma é que Deus deseja autenticidade. Assim como Ele não determinou para o jovem casal que pontualmente às 17h30min de cada dia eles deveriam participara de uma reunião para receber esclarecimentos sobre a vida, também não os fez máquinas pré-programadas, mas lhes deu a possibilidade de experimentar o amor que nasce da confiança, que nasce do conhecimento.
A Grande Pergunta

Há uma grande pergunta por trás desse cenário: É possível ao ser humano conhecer a Deus, confiar nele e por fim amá-lo por sua livre vontade e decisão?

O grande projeto de Deus, que é desenvolver um relacionamento de amor e confiança com sua criação e principalmente com o homem, feito a sua imagem e semelhança, é viável ou está destinado ao fracasso desde o começo?

Em tempos de copa, podemos perguntar: Ao criar o homem, Deus pisou na bola, tropeçou e caiu. Ou realizou uma jogada perfeita, de mestre, daquelas que merecem ser reprisadas todos os dias, eternizadas mesmo?

Há, em volta dessa questão, uma luta que muitas vezes foge à nossa compreensão. Por isso estamos começando hoje uma série de mensagens cujo título é “A Luta por trás das nossas guerras”.

Durante esses próximos domingos vamos pedir ao Espírito de Deus que nos faça compreender a luta por trás das nossas batalhas.

Vamos pedir ao Espírito Santo que através da sua Palavra nos revele as estratégias que o inimigo de Deus tem usado para destruir nossa confiança em Jesus e com isso arrefecer nosso amor por Ele.

Vamos clamar ao Pai para que nos ensine a usar as armas que estão à nossa disposição para a luta por trás das nossas batalhas.

O trecho que vamos ler é uma parte da carta que o apóstolo Paulo escreveu aos crentes da cidade de Éfeso. Essa carta faz parte das chamadas epístola da prisão, juntamente com Filipenses, Colossenses e Filemon.Depois das saudações iniciais dos primeiros versículos, a carta aos efésios pode ser esboçada em três partes.

Primeiro (1:3 a 3:21) o apóstolo afirma a posição dos crentes em Jesus diante de Deus. (1) Ele relembra aos irmãos de Éfeso que fomos escolhidos e selados pelo Espírito de Deus, (2) e que a salvação em Cristo Jesus não é por mérito humano, mas pela graça de Deus. (3) Descreve a Igreja de Jesus como um corpo e defende que todos os membros desse corpo têm igual importância ainda que exerçam funções diferentes.

Depois, vem a maior parte da carta. Nessa segunda parte, o apóstolo explica o evangelho de Jesus de forma prática, aplicando esse evangelho à (1) relação com outros crentes, (2) ao exercício dos dons espirituais, (3) a como lidar com sua vida antes de Jesus, (4) como enfrentar o mal que permeia a atitude das pessoas, (5) ao Espírito Santo, (6) à família e (7) ao trabalho.

A terceira parte começa no texto que vamos ler. Acompanhe comigo a leitura da Palavra de Deus.


(10) Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder. (11) Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo; (12) porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes. (13) Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis. (14) Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade e vestindo-vos da couraça da justiça. (15) Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz; (16) embraçando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno. (17) Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus;(18) com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos. (Efésios
6:10-18 )

As Guerras

· Por que a violência tomou conta de nossas cidades?
· Por que ganhar o pão de cada dia é cada dia mais difícil?
· Por que a embriaguez é uma das principais causas de acidentes no trânsito?
· Por que o casamento é uma instituição à beira da falência?
· Por que a corrupção, que desvia o dinheiro destinado ao benefício dos mais necessitados, é livre para agir em todas as esferas do governo?
· Por que as drogas continuam avançando sobre os jovens e roubando-lhe o futuro?
· Como é possível que filhos matem os próprios pais por dinheiro?
· Por que é tão difícil perdoar quando somos ofendidos e magoados? Por que é tão difícil ser misericordioso e estender perdão?
· Como é possível que pais explorem seus filhos e ponham neles o sentido de suas vidas?
· Por que é tão difícil pensar no bem-estar do outro tanto quanto pensamos no nosso próprio?
· Por que as indústrias continuam poluindo e destruindo o meio ambiente?
· Por que a prostituição de crianças continua sendo um dos principais atrativos turístico da nossa cidade?
· Por que as nações ricas continuam explorando as mais pobres?
· Porque jovens ricos e com futuros promissores jogam-se do alto de um prédio pondo fim à própria vida?
· Por que milhões morrem doentes e com fome enquanto outros vivem vidas abastadas e egoístas?
· Por que a justiça, que deveria ser a guardiã da lei, é por vezes tão injusta, parcial e capaz de vender-se de forma vil?
· Porque aqueles que deveriam fazer leis justas, legislam em causa própria? Senadores, Deputados e Vereadores sem compromisso com o bem comum!
· Como é possível que etnias sejam perseguidas com o propósito de serem eliminadas, como propõe o presidente do Irã?
· Por que crianças continuam sendo abusadas em suas próprias casas por pais, irmãos, tios e padrastos?
· Por que é tão difícil fazer o bem, gastar tempo com o outro, amar sem restrição, ser gentil, ter paciência, não apontar o dedo, mas acolher e sorrir com bondade?

Essas são algumas das batalhas que pessoas, como eu e você, que vivemos nesse mundão, enfrentamos todos os dias. Muitas vezes são lutas que nos acompanham por anos, outras vezes elas vem e vão. Mas estamos sempre em meio a batalhas como essas e outras mais, se desejamos viver o evangelho de Jesus.

Eu sei que você é capaz de ter respostas para algumas dessas perguntas. Você ainda poderia dizer que outras são questões complexas e que merecem estudos extensos e aprofundados para solucioná-las, e em parte você estaria certo.

Mas, correndo o risco de ser acusado de simplista, eu gostaria de afirmar que há uma única luta por trás de todas essas batalhas.

Depois de ensinar aos efésios como se portar de acordo com o evangelho de Jesus nas batalhas do dia-a-dia, o apóstolo, inspirado pelo Espírito de Deus, abre as cortinas do mundo espirituais e nos mostra a luta por trás das batalhas que enfrentamos ao tentarmos viver o evangelho de Jesus.

(12) porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes.

De Gênesis a apocalipse, a Bíblia admite com naturalidade a existência de uma dimensão espiritual que normalmente não nos é perceptível, mas que é tão real quanto aquela que podemos ver.


(8) O rei da Síria fez guerra a Israel e, em conselho com os seus oficiais, disse: Em tal e tal lugar, estará o meu acampamento. (9) Mas o homem de Deus mandou dizer ao rei de Israel: Guarda-te de passares por tal lugar, porque os siros estão descendo para ali. (10) O rei de Israel enviou tropas ao lugar de que o homem de Deus lhe falara e de que o tinha avisado, e, assim, se salvou, não uma nem duas vezes. (11) Então, tendo-se turbado com este incidente o coração do rei da Síria, chamou ele os seus servos e lhes disse: Não me fareis saber quem dos nossos é pelo rei de Israel? (12) Respondeu um dos seus servos: Ninguém, ó rei, meu senhor; mas o profeta Eliseu, que está em Israel, faz saber ao rei de Israel as palavras que falas na tua câmara de dormir. (13) Ele disse: Ide e vede onde ele está, para que eu mande prendê-lo. Foi-lhe dito: Eis que está em Dotã. (14) Então, enviou para lá cavalos, carros e fortes tropas; chegaram de noite e cercaram a cidade. (15) Tendo-se levantado muito cedo o moço do homem de Deus e saído, eis que tropas, cavalos e carros haviam cercado a cidade; então, o seu moço lhe disse: Ai! Meu senhor! Que faremos? (16) Ele respondeu: Não temas, porque mais são os que estão conosco do que os que estão com eles. (17) Orou Eliseu e disse: SENHOR, peço-te que lhe abras os olhos para que veja. O SENHOR abriu os olhos do moço, e ele viu que o monte estava cheio de cavalos e carros de fogo, em redor de Eliseu (II Reis 6:8 -17)


Eliseu, o profeta, usado por Deus, contava ao rei de Israel as estratégias de guerra do rei da Síria. Depois de várias derrotas, o rei da Síria envia cavalos, carros e tropas para prender Eliseu. O moço que ajudava Eliseu ficou desesperado, mas Eliseu, que parecia tranqüilo orou ao Senhor para os olhos do rapaz fossem abertos.

Havia uma realidade espiritual que o moço não enxergava tão real quanto aquela que se estava vendo. Por trás da batalha iminente havia uma luta espiritual. Era como se Eliseu usasse uns óculos especiais. Aos olhos do moço, a batalha estava perdida, aos olhos do profeta a luta na dimensão espiritual estava ganha.

Onde existem batalhas que tentam destruir os servos de Deus, há lutas espirituais travadas em uma dimensão que foge à nossa percepção natural.


(1) No terceiro ano de Ciro, rei da Pérsia, foi revelada uma palavra a Daniel, cujo nome é Beltessazar; a palavra era verdadeira e envolvia grande conflito; ele entendeu a palavra e teve a inteligência da visão. (2) Naqueles dias, eu, Daniel, pranteei durante três semanas. (3) Manjar desejável não comi, nem carne, nem vinho entraram na minha boca, nem me ungi com óleo algum, até que passaram as três semanas inteiras. (4) No dia vinte e quatro do primeiro mês, estando eu à borda do grande rio Tigre, (5) levantei os olhos e olhei, e eis um homem vestido de linho, cujos ombros estavam cingidos de ouro puro de Ufaz; (6) o seu corpo era como o berilo, o seu rosto, como um relâmpago, os seus olhos, como tochas de fogo, os seus braços e os seus pés brilhavam como bronze polido; e a voz das suas palavras era como o estrondo de muita gente. (7) Só eu, Daniel, tive aquela visão; os homens que estavam comigo nada viram; não obstante, caiu sobre eles grande temor, e fugiram e se esconderam. (8) Fiquei, pois, eu só e contemplei esta grande visão, e não restou força em mim; o meu rosto mudou de cor e se
desfigurou, e não retive força alguma. (9) Contudo, ouvi a voz das suas palavras; e, ouvindo-a, caí sem sentidos, rosto em terra. (10) Eis que certa mão me tocou, sacudiu-me e me pôs sobre os meus joelhos e as palmas das minhas mãos. (11) Ele me disse: Daniel, homem muito amado, está atento às palavras que te vou dizer; levanta-te sobre os pés, porque eis que te sou enviado. Ao falar ele comigo esta palavra, eu me pus em pé, tremendo. (12) Então, me disse: Não temas, Daniel, porque, desde o primeiro dia em que aplicaste o coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, foram ouvidas as tuas palavras; e, por causa das tuas palavras, é que eu vim. (13) Mas o príncipe do reino da Pérsia me resistiu por vinte e um dias; porém Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar-me, e eu obtive vitória sobre os reis da Pérsia. (14) Agora, vim para fazer-te entender o que há de suceder ao teu povo nos últimos dias; porque a visão se refere a dias ainda distantes.(Daniel 10:1-14 RA)

Durante três semana, Daniel orou e jejuou pedindo a Deus compreensão a respeito de uma profecia sobre Ciro, rei da Pérsia.Três semanas sem resposta.

Ao final dessas semanas, Daniel tem um encontro impressionante com um mensageiro de Deus. Esse mensageiro afirma que fora enviado por Deus logo que Daniel começara o jejum e só não chegará logo porque durante vinte um dias ele havia enfrentado a resistência de forças espirituais, dominadores sobre Pérsia.

Em jogo estava confiança de Daniel em Deus e sua reputação como servo do Senhor. Essa era a batalha visível. Por trás dessa batalha, uma luta espiritual que envolve anjos leais ao Senhor e forças espirituais rebeldes ao Criador.


(14) De outra feita, estava Jesus expelindo um demônio que era mudo. E aconteceu que, ao sair o demônio, o mudo passou a falar; e as multidões se admiravam. (15) Mas alguns dentre eles diziam: Ora, ele expele os demônios pelo poder de Belzebu, o maioral dos demônios. (16) E outros, tentando-o, pediam dele um sinal do céu. (17) E, sabendo ele o que se lhes passava pelo espírito, disse-lhes: Todo reino dividido contra si mesmo ficará deserto, e casa sobre casa cairá. (18) Se também Satanás estiver dividido contra si mesmo, como subsistirá o seu reino? Isto, porque dizeis que eu expulso os demônios por Belzebu. (19) E, se eu expulso os demônios por Belzebu, por quem os expulsam vossos filhos? Por isso, eles mesmos serão os vossos juízes. (20) Se, porém, eu expulso os demônios pelo dedo de Deus, certamente, é chegado o reino de Deus sobre vós. (Lucas 11:14 – 20 RA)

Mais que qualquer outra pessoa, Jesus conhecia a existência dessa dimensão espiritual onde as lutas que realmente importam são travadas. Nesse debate com os religiosos, ele reconhece a existência dessa realidade e não deixa dúvidas que as lutas travadas nessa dimensão espiritual tem relação com a implantação do Reino de Deus.

Toda vez que o Reino de Deus é atacado, toda vez que os servos de Deus são ameaçados a não confiarem em Jesus, toda vez que as circunstâncias da vida lhe impedem de buscar comunhão com o Senhor, toda vez que vocês é levado para longe do coração do Pai, há uma luta espiritual acontecendo por trás das batalhas do dia a dia.

Toda vez que o amor é encoberto, que a ira toma o lugar da misericórdia, que o perdão não acontece, que a vingança encontra lugar, que a família é ameaçada, que a autoridade é impropriamente questionada, há uma luta espiritual acontecendo.

Sempre que a injustiça ocupa os espaços, que seres humanos são explorados, que a bondade é desacreditada e o egoísmo permeia os relacionamentos, há uma luta espiritual acontecendo.

Sempre que a forma de pensar, o jeito de ver o mundo, a filosofia, a teologia ou qualquer outra ciência leva-nos a desconfiar da existência, da bondade e do amor de Deus, há uma luta espiritual envolvida.

Sempre que uma criança é explorada, que uma mulher é violentada, que um homem é assassinado, que miséria toma conta do corpo, da alma e da mente, há uma luta espiritual acontecendo.

E a luta é uma só. Convencer a raça humana de que não é possível conhecer a Deus, de que ele não é digno de confiança e de que não vale a pena lhe obedecer. A luta espiritual que se esconde nas batalhas do dia-a-dia, é nos afastar do coração do Pai.

Eu não sei as batalhas que você está enfrentando, mas eu quero lhe desafiar a não se assustar. Coloque os mesmos óculos especiais que o moço, servo de Eliseu, colocou. Veja a realidade além do visível e ouça também o que o profeta falou ao moço: mais são os que estão conosco do que os que estão com eles.

Faça como o profeta Daniel: insista em oração e jejum. Clame a Deus por compreensão da vida, e não se assuste quando a resposta vier. Mas ore, continue orando e submetendo-se à vontade do Pai.

Olhe para Jesus e peça a ele que lhe revista de poder do alto. Principados e potestades estão submetidas a Ele. Debaixo do poder que há no sangue de Jesus, eu e você podemos fazer diferença, enfrentar as batalhas do dia-a-dia, mas enxergando nelas as lutas espirituais desse mundo espiritual.

(12) porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes.

08 janeiro 2006

O Serviço dos Santos

INTRODUÇÃO

E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo. (Efésios 4:11 e 12 RA)
Cartas
As cartas são utilizadas desde cedo, pela humanidade, como forma de expressão. Os antigos impérios orientais, como a China, já se utilizavam das cartas como recurso de comunicação e o livro de Jó, talvez o mais antigo da Bíblia, faz referência (Jó 9:25) a um serviço de correio existente no Egito antigo. Durante o império romano, o correio atingiu grande eficácia, devido à qualidade das estradas disponíveis, e transportava também bagagens e mercadorias.

Os versos que lemos fazem parte de uma carta escrita pelo apóstolo Paulo aos discípulos de Jesus que viviam na cidade de Éfeso. As epístolas foram bastante utilizadas durante o primeiro século do cristianismo, tanto que dos 27 livros do Novo Testamento, 21 foram escritas no formato de epístola. Não apenas Paulo, mas também Pedro, Judas, João e Tiago usaram as cartas como um meio de comunicar o evangelho.

A carta aos efésios faz parte das epístolas da prisão. Juntamente com outras cartas (Filipenses, Colossenses, e Filemom), ela foi escrita durante a prisão de Paulo na cidade de Roma.

Hoje, as cartas se transformaram em emails, blogs, flogs e outros. Imagino o apóstolo Paulo, preso em sua própria casa, sentado em frente de um computador e precisando de uma conta de email grande o suficiente para arquivar todas as suas epístolas, que então poderiam ser enviadas diretamente para cada discípulo através de uma lista de distribuição.

Éfeso
Éfeso, a cidade para onde essa carta foi enviada, era o mais importante centro comercial da Ásia Menor (atualmente Turquia). A cidade tinha um belo porto e também abrigava um grande centro de adoração pagã e de artes mágicas, o templo da deusa Ártemis, ou a Diana dos efésios.

O cristianismo chegou a Éfeso pelas mãos de Áquila e Priscila, um casal deixado naquela cidade por Paulo durante a sua segunda viagem missionária. Em sua terceira viagem, Paulo permaneceu por quase três anos em Éfeso, período em que o evangelho foi pregado pelo restante da província (Atos 19:10). Timóteo também liderou a igreja em Éfeso por um período (I Timóteo 1:3) e, mais tarde o apóstolo João fez dela sua base de operações.

OS DONS

O trecho que lemos começa com uma lista de dons, talentos especiais concedidos por Deus: apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres. Mas, essa não é a única lista de dons da bíblia.

Em suas cartas, Paulo apresenta outras duas relações de dons, essas habilidades especiais dadas por Deus. Em I Coríntios 12:28, são relacionados apóstolos, profetas, mestres, operadores de milagres, dons de curar, socorros, governos e variedade de línguas. Na carta aos Romanos 12:6-8, Paulo apresenta uma nova lista que inclui Ministério, Ensino Exortação, contribuição, administração e misericórdia.

O propósito dos dons
Diante de tantos talentos especiais, diante dessas habilidades sobrenaturais com as quais o Espírito de Deus nos presenteia, a pergunta é inevitável: Para que? Com que objetivos somos presenteados com dons espirituais? Qual o propósito do Espírito de Deus ao distribuir dons para os membros do corpo de Cristo?

Aqui um parêntese: Há muitas pessoas que não gostam de perguntas. Algumas não gostam de fazer perguntas, outras não gostam de responder perguntas e outras ainda detestam tanto fazê-las quanto respondê-las.

Mas lembre-se de uma coisa: fazer e responder perguntas é um traço do caráter do Criador. Hoje, nossa racionalidade é apenas um reflexo turvo da imagem de Deus, isto é, nosso distanciamento do Criador fez com que nossa razão fosse corrompida. Mas, foi assim que Ele nos criou: capazes de explicar e compreender.

(1) Por isso, não precisamos ficar constrangidos ao investigar o propósito das coisas ou o porquê dos fatos ou acontecimentos; (2) Por isso, os cristãos não precisam nem devem se distanciar do estudo acadêmico nas escolas e universidades, ao contrário, devemos nos esmerar em compreender o mundo em que vivemos; (3) Por isso, também, não precisamos nos esquivar de investigar a nossa fé, mas devemos nos tornar pessoas que compreendem e sabem explicar a razão da esperança que há em nós (I Pedro 3:15).

Voltando para os dons, voltamos também para nossa pergunta: com que objetivo o Espírito de Deus distribui dons para aqueles que fazem parte da Igreja de Jesus?

Acompanhe novamente comigo o verso 11 do capítulo 12 de Efésios: E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo.

A resposta é clara: os dons dados pelo Espírito de Deus visam ao aperfeiçoamento dos discípulos de Jesus! Isso significa que ao conceder dons ou habilidades especiais a alguém o Senhor está pensando prioritariamente no aperfeiçoamento dos outros. Preste bastante atenção: os dons e talentos espirituais que você recebeu de Deus não são para seu próprio deleite, mas... com vistas ao aperfeiçoamento dos santos. Essa é maneira de Deus nos fazer precisar uns dos outros. Por isso, também, os dons são distribuídos como apraz ao Espírito, a cada um, individualmente (Romanos 12:11).

O APERFEIÇOAMENTO

O propósito
Eu pessoalmente fico muito alegre quando compreendo que os dons espirituais são dados para o aperfeiçoamento uns dos outros. Ora, quem não deseja ser aperfeiçoado. Quem não quer, em 2006, fazer algo melhor do que fez em 2005? Quem não deseja ser mais bondoso e cortês com os vizinhos? Quem não gostaria de controlar melhor o orçamento desse ano? Quem não almeja ser mais corajoso e decidido? Quem não anseia por estar mais próximo de Jesus e da sua Palavra nesse novo ano? Quem não gostaria de se relacionar melhor com os familiares? Quem não quer aprender a ser mais tolerante e perdoar assim como fomos perdoados? Todos queremos ser aperfeiçoados!

Aqui há algo que pode parecer loucura aos olhos do mundo: o seu aperfeiçoamento não é um fim em si mesmo, isto é, quando você se torna mais parecido com Jesus por causa da palavra ou do conselho de um irmão, quando crescemos pela exortação e correção de outros, ou quando somos abençoados por um coração misericordioso não é apenas para nos tornarmos pessoas melhores, é para algo que vai além de nós mesmos.

Da mesma forma que os dons NÃO são medalhas espirituais com as quais alguns crentes são condecorados, o aperfeiçoamento NÃO é uma competição a respeito de quem é mais espiritual. Ele tem pelo menos dois propósitos que são apresentados pelo apóstolo Paulo no texto que lemos. Acompanhe comigo o verso 11: E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos (1) para o desempenho do seu serviço, (2) para a edificação do corpo de Cristo.

Para o desempenho do seu serviço
Preciso muito da sua atenção nesse momento. Pelo que vimos até agora, somos aperfeiçoados através dos dons, que o Espírito concede aos discípulos de Jesus. Paulo explica que esse aperfeiçoamento é para podemos desempenhar bem nosso serviço.

Mas que serviço é esse? Em algumas traduções você vai encontrar a expressão “serviço cristão”, em outras a frase usada é “obra do ministério”. Quando ouvimos expressões como “serviço cristão” ou “obra do ministério”, podemos ser levados a pensar que Deus quer nos aperfeiçoar para fazermos melhor as atividades na Igreja.

Se fosse assim, os dons que Ele deu, a mim e a você, teriam como objetivo nos aperfeiçoar como professores, mas apenas para a Escola Bíblica; ou como bons administradores, mas só dos bens da igreja, ou ainda como pessoas cheias de misericórdia, mas exclusivamente para com os irmãos na fé. Dessa maneira, por mais que nos tornemos parecidos com Jesus, apenas aqueles que estão dentro da igreja conosco serão abençoados com o nosso crescimento;

É claro que os dons especiais, dados pelo Espírito, abençoam e tornam a Igreja forte, disso não temos dúvida. No entanto, quero chamar sua atenção para uma das palavras utilizadas pelo apóstolo Paulo nesse texto (ergon).

ergon
Traduzida como serviço, (1) ela era usada para explicar a atividade de um empreendedor, isto é, alguém que tem seu próprio negócio; (2) também podia significar um emprego ou ainda (3) a atividade em que alguém se ocupa; além disso, essa palavra também era usada para denominar (4) atividades manuais como o serviço dos artistas e artesão. Essa palavra grega é a raiz de algumas palavras usadas em nosso idioma como Ergonomia, Ergonômico, ambas ligadas ao trabalho.

Ao usar essa palavra, o apóstolo Paulo nos dá uma chave para compreender que o nosso trabalho é também nosso ministério. Ao administrar uma empresa, ensinar em uma escola, limpar a casa, atender as pessoas na loja, vender produtos de porta em porta, cuidar dos filhos, trabalhar para órgãos públicos, desenvolver projetos, construir prédios, realizar pesquisas científicas, produzir filmes, escrever livros, encenar peças ou desenvolver qualquer trabalho digno, você já está exercendo seu ministério, o serviço para o qual o Senhor lhe chamou.

Se o trabalho do dia-a-dia é o ministério para o qual Deus nos tem chamado, podemos afirmar que a capacitação especial de Deus, os dons dados pelo Espírito, são recursos não apenas para o domingo ou para as atividades da igreja, mas para nossos trabalhos de segunda a sábado.

O exercício dos dons espirituais nos torna mais aptos para a vida. (1) Quando somos ministrados pelos Profetas, temos maior discernimento sobre a vontade de Deus; (2) Quando somos ensinados pelos Mestres sobre a nova vida em Cristo, nos tornamos mais sábios e humildes no trato com as pessoas; (3) Quando somos alvo da exortação espiritual, nossas falhas são apontadas e pode ser corrigidas; (4) Quando somos socorridos pela Misericórdia, aprendemos na própria carne a limitação das pessoas em nossa volta e nos tornamos mais misericordiosos com a falha dos outros.

Em resumo, Deus concede dons e habilidades especiais para os discípulos de Jesus. Através do exercício desses dons podemos nos aperfeiçoar mutuamente. Esse aperfeiçoamento tem o propósito de nos preparar para o dia-a-dia de nossas vidas, onde quer o que o Senhor tenha nos chamado para realizar o Seu serviço.

DESAFIOS

Primeiro, quero de falar para você que já conhece os dons espirituais que o Senhor lhe concedeu, mas que não os tem exercido. Não perca mais tempo! Não aguarde tempos melhores, eles podem não vir; Exerça os dons que Deus lhe deu, só assim o povo de Deus será aperfeiçoado para viver uma vida que honre ao Senhor! Mas faça isso sem esquecer que o ensino, a exortação, a cura, o pastoreio ou a misericórdia devem preparar para vida.
Deus ofereceu, a cada um, a capacidade de fazer bem certas coisas. Assim se Deus lhe deu a capacidade de expor os pensamentos de Deus, então faça de acordo com a sua fé. E se, a outros, Deus deu a capacidade de servir de uma forma prática os seus semelhantes, que o façam num verdadeiro espírito de serviço. Se alguém tiver o dom de ensinar, que o faça com toda a dedicação. Se um outro tem o dom de exortar, que a sua pregação seja de molde realmente a encorajar. Se for uma pessoa com posses, reparta com liberalidade. Se Deus lhe deu a habilidade de governar, faça-o responsavelmente. E se tiver o dom de ser bondoso para com os necessitados, deve fazê-lo com alegria. (Romanos 12:6-8 O Livro)
Também quero deixar um desafio para você que tem sido abençoado por tantas pessoas no meio do povo de Deus, mas tem retido essas bênçãos apenas para si mesmo; quero falar com você que, até hoje compreendia que as atividades da igreja eram o objetivo do aperfeiçoamento de Deus. Deixe que Deus lhe lance para a vida. Invada com seu testemunho o trabalho, a escola, a faculdade, a vizinhança. Onde quer que você vá, o Espírito de Deus estará com você.

Por último quero fazer um desafio para você que ainda não reconheceu Jesus com o seu Senhor e Salvador. Hoje você ouviu muitas coisas importantes. Tudo que você ouviu hoje, os dons, as capacitações especiais de Deus, a ajuda do Espírito Santo para viver vidas que agradam a Deus, começam com uma atitude, uma resposta ao grande amor de Deus revelado quando Jesus Cristo, sem qualquer pecado, entregou-se para morrer no meu e no seu lugar.

Se você ainda não reconheceu Jesus como seu Senhor e Salvador Pessoa, a oportunidade é essa: tome essa decisão agora! Assim você vai dizer: Eu reconheço que Jesus Cristo morreu por causa dos meus pecados, ressuscitou ao terceiro dia, está vivo à direita de Deus e quero entregar minha vida a Ele.