20 abril 2006

Selos Usados

Por Aristarco Coelho

Eu tinha oito anos quando ganhei meus primeiros selos. Uma tia que havia feito uma viagem para o exterior me trouxe uma boa quantidade deles, a maior parte da Hungria (o que só vim a saber muito tempo depois). Comecei a coleção.

Sem muitos recursos, iniciei pela família. Percorri a casa das tias e tios pedindo para que procurassem envelopes antigos e confiscava qualquer correspondência que por acaso estivesse por cima dos móveis da sala. Deles eu recortava os selos tão preciosos.


Depois de esgotados os parentes, recorri aos vizinhos. Eu observava a chegada do carteiro em nossa rua e quando ele entregava a correspondência em alguma casa conhecida, corria a contar a história da coleção e a pedir que os selos me fossem doados.

Quando os selos não couberam mais no envelope em que eram guardados, descobri que havia uma maneira melhor para colecioná-los: um classificador (também esse nome eu só descobri depois, antes era um álbum de selos). Depois de descobrir o preço e constatar que não havia como comprá-lo com minhas economias, não tive dúvida: fiz um relação dos parentes mais próximos e pedi sua participação no meu sonho. Depois de arrecadado o dinheiro, meus pais completaram o valor e eu comprei o "álbum". Na primeira folha, registrei a façanha: "Este álbum foi comprado por uma cota entre família. Em 14/08/79".


Qualquer um que na infância pôde contar com irmãos e primos sabe que muitas das disputas terminam na ameça aos brinquedos preferidos ou objetos de estimação. Pelo cuidado e atenção que eu dispensava a ela, minha coleção de selos rapidamente foi para o topo da lista. Não deu outra: foi enterrada por minha irmã como último recurso de vingança pelos meus desmandos de irmão mais velho. Fui gravemente ferido: ela acertou na mosca. Há pouco tempo, em uma rodada de reminiscências, rimos muito sobre o evento.

Um tio que viajou para a Guatemala também me trouxe selos de lembrança. É bem mais fácil e prático presentear colecionadores. Não precisa ficar correndo atrás de algo diferente. Os selos eram bonitos e muitos deles passaram a fazer parte das coleções temáticas que eu estava inciando, ainda sem saber que era assim que elas se chamavam.

Na adolescência, eles foram esquecidos. Havia muita coisa mais estimulante do que eles. Já eram dois ou três classificadores e muitos selos em uma caixa de sapatos. Mudaram-se de casa pelo menos uma meia dúzia de vezes e finalmente descançaram na parte de cima do guarda-roupa na casa de meus pais. De vez em quando me lembrava deles e voltava a folhear as páginas repletas de selos, mas não passava disso.

Muitos anos depois, casado e com filhos, minha mãe perguntou-me se eu ainda tinha interesse nos selos que estavam em cima do guarda-roupas. Claro que sim! Recebi a coleção de volta. Os classificadores estavam um pouco envelhecidos e pude ver minha evolução como filatelista: selos colados em cadernos, selos em caixa de sapato, selos em álbum de fotografia com páginas adesivas e finalmente selos em classificadores. Foi até onde cheguei. Retomei a coleção.

Os selos nunca foram um negócio pra mim, ainda que comprei, vendi e troquei muitos deles. O que havia era a diversão de colecionar, o prazer de organizar, descobrir fatos e personagens históricos e a satisfação de completar as séries.

Tanto isso é verdade que no recomeço da coleção percebi que muitos do meus selos não posssuiam valor comercial. Grande parte da minha coleção era de selos usados e alguns estavam marcados com dobras, com picotes amassados e haviam sido tirados sem a necessária técnica dos envelopes, portanto não valiam muito. Realmente poderiam não ser importantes para o mercado, mas eram importantes para mim: eu os havia escolhido para fazer parte da minha coleção.

Acho que Deus também também é filatelista. Sua coleção é sem repetidos e tem selos de todos tamanhos, cores e lugares; os formatos também são diversos, alguns são quadrados, outros circulares. Ele não se importar de adicionar selos usados em sua coleção. Pelo contrário, alegra-se em acolhê-los mesmo amassados, dobrados e amarelados. Depois de recebê-los em sua coleção, Ele tem prazer em restaurá-los. Ainda que estejam rasgados... aos pedaços, ele tem o desejo e a habilidade para consertá-los.

Relacionamentos quebrados, vidas sem objetivo, emoções confusas, egoísmo, tristeza profunda, medo, culpa, avareza, desamor, violência, angústia, não importa o problema. Ele conserta! E não tem pressa! Ele toma cada um em suas mãos e restaura com cuidado sua própria imagem impressa neles, muitas vezes difícil de ser reconhecida.

Algumas vezes gostaria de poder restaurar os selos da minha coleção, mas me alegro em saber que aquilo que eu não posso fazer com eles, o Senhor faz comigo.


Em tempos de Declaração de IR...

16 abril 2006

A Páscoa para os Cristãos




A PÁSCOA PARA OS CRISTÃOS

Introdução

Qual a primeira palavra que vem a sua mente quando você escuta “Páscoa”?

A festa que hoje conhecemos como páscoa é uma colcha com retalhos de diversas culturas e épocas diferentes. Essa colcha de retalhos foi costurada durante séculos e hoje vamos conhecer mais sobre seus pedaços.

Se eu fosse perguntar para cada pessoa quais dúvidas tem respeito da páscoa, talvez precisássemos ficar até mais tarde para responder todas.

Por isso, vamos nos deter em apenas algumas perguntas. Mas, penso que ao respondê-las, vamos tocar em grande parte de todas as dúvidas.

• Qual a origem dos símbolos e tradições da época da páscoa?
• Existe relação entre esses símbolos e a Bíblia?
• De onde realmente surgiu a páscoa e qual o seu significado?
• O cristianismo bíblico recomenda a celebração da páscoa?
• Existe alguma celebração cristã que guarda paralelo com a páscoa dos judeus?

Os Símbolos

Para entender alguns símbolos da festa que hoje é chamada de páscoa, precisamos retornar à Idade Média. Na primavera, os antigos povos pagãos da Europa homenageavam à deusa Ostera ou Ostara.

Ostera ou Ostara é a Deusa da Primavera. Essa divindade é representada segurando um ovo na mão e olha um coelho, símbolo da fertilidade, a pular com alegria ao redor dos pés descalços. A deusa e o ovo que carrega são símbolos da chegada de uma nova vida. Ostara equivale, na mitologia grega, a Persephone. Na mitologia romana, é Ceres.

Esses antigos povos pagãos comemoravam a chegada da primavera decorando ovos. Segundo suas crenças, essa festa havia sido nomeada pelo deus Saxão da fertilidade Eostre, que acompanha o festival de Ostara sob a forma de um coelho.

A Páscoa do coelho e dos ovos foi adaptada e renomeada do feriado pagão Festival de Ostara. A festa foi cristianizada e os símbolos pagãos transformados. O ovo passou a representar a ressurreição; o coelho, a fertilidade do evangelho.

Essa cristianização ocorreu durante o Concílio de Nicéa, em 325 d.C., como sendo "o primeiro Domingo após a primeira Lua Cheia que ocorre após ou no equinócio da primavera boreal, adotado como sendo 21 de março.

Não houve consenso entre as igrejas em relação à data. As igrejas romanas (calendário lunar) e ortodoxas (calendário solar) ainda hoje festejam em datas diferentes.

A simbologia do ovo

Os celtas, gregos, egípcios, fenícios, chineses e muitas outras civilizações acreditavam que o mundo havia nascido de um ovo. Na maioria das tradições, este "ovo cósmico" aparece depois de um período de caos.

Na Índia, por exemplo, acredita-se que uma gansa de nome Hamsa (um espírito considerado o "Sopro divino"), chocou o ovo cósmico na superfície de águas primordiais e, daí, dividido em duas partes, o ovo deu origem ao céu e a terra. Simbolicamente é possível ver o céu como a parte leve do ovo, a clara, e a terra como outra mais densa, a gema.

O mito do ovo cósmico aparece também nas tradições chinesas. Antes do surgimento do mundo, quando tudo ainda era caos, um ovo semelhante ao de galinha se abriu e, de seus elementos pesados, surgiu a terra (Yin) e, de sua parte leve e pura, nasceu o céu (Yan).

Para os celtas, o ovo cósmico é assimilado a um ovo de serpente. Para eles, o ovo contém a representação do universo: a gema representa o globo terrestre, a clara o firmamento e a atmosfera, a casca equivale à esfera celeste e aos astros.

O moderno ovo de páscoa apareceu por volta de 1828, quando a indústria de chocolate começou a desenvolver-se. Ovos gigantescos, super decorados, era a moda das décadas de 1920 e 1930.

Coelhos, ovos e chocolate fazem parte de uma mistura de símbolos pagãos que não tem qualquer relação com a páscoa descrita na bíblia. Essas tradições foram importadas das festas em homenagem à deusa da fertilidade, Ostera, e incorporados ao cristianismo na idade média.

Hoje o coelhinho da páscoa e o ovo de chocolate deixaram de ter conexões espirituais e se tornaram em uma grande jogada de marketing para as indústrias envolvidas e o comércio. (A barra de chocolate e o ovo de chocolate).

Origem e verdadeiro significado da páscoa

Vamos começas pela própria palavra. Páscoa, em hebraico, pessah, vem de um verbo que significa “passar por cima” no sentido de “poupar”.

A páscoa tem sua origem na história do povo de Israel. Cativos no Egito por 400 anos, aquele povo, descendentes de Abraão, Isac e Jacó, estava sendo liderado por Moisés para sair do Egito.

Depois de nove intervenções sobrenaturais de Deus (as chamadas pragas do Egito), todas elas desprezadas pelo Faro, Moisés é informado de eu todos os primogênitos do Egito seriam mortos. Mas Deus iria poupar, passar por cima, dos primogênitos do povo de Israel, dos hebreus.

E foi assim que aconteceu a Páscoa do Senhor. Na noite prevista, um anjo enviado por Deus tirou a vida de todos os primogênitos do Egito, mas poupou, passou por cima, dos primogênitos hebreus.

Aquele momento histórico foi marcado por uma cerimônia, instituída por Deus para servir de lembrança do marco final na libertação do Egito. O nome dessa cerimônia é páscoa.

Assim, a páscoa é, ao mesmo tempo, um fato histórico e uma celebração que lembra esse fato. Vejamos como a bíblia descreve esse evento em Ex. 12:1-13.

Páscoa – Festa dos Judeus

Orientados por Deus, eles sacrificaram um cordeirinho, prepararam uma refeição com pães sem fermento e ervas amargas, e molharam o forramento das portas com o sangue do cordeiro. As portas, pintadas com o sangue do cordeiro, eram a senha para que o primogênito de cada casa fosse poupado. O cordeiro já havia morrido no lugar dele!

Ainda hoje, mais de três mil anos depois, os judeus comemoram a Páscoa do Senhor. Eles festejam a misericórdia de Deus, que poupou seus filhos da morte.

A páscoa é uma festa registrada na bíblia, mas é uma festa dos judeus. Não é uma festa cristã. A Bíblia nos ensina a amar a nação de Israel, assim como todas as demais nações, a orar pela paz em Jerusalém e a apresentar-lhes Jesus, o messias prometido por Deus, mas não a festejar suas festas.

Ignorância

Muitos cristãos, por ignorância, comemoram essa festa misturada de ovos, coelhos, cordeiros, chocolates, ervas amargas, pão de coco e bacalhau.

Além de estranha à bíblia, essa páscoa dos comerciantes não tem significado espiritual. Não passa de mais uma oportunidade para fazer negócios.

Não há recomendação bíblica para que não judeus, como nós, celebremos a páscoa dos judeus, em que os primogênitos foram poupados; e muito menos a páscoa pagã dos coelhos e ovos de chocolate.

Um paralelo

Mas, a páscoa dos judeus guarda um paralelo com o evento mais importante do cristianismo: a morte e ressurreição de Cristo.

A Páscoa é um memorial dos judeus para que não esqueçam a misericórdia e a graça de Deus para com eles no Egito. Ao mesmo tempo, a páscoa dos judeus era um anúncio profético de que de esse amor de Deus alcançaria o resto do mundo através de Jesus.

Leitura: I Coríntios 5: 7b,8 – Cristo, o nosso cordeiro pascal

O apóstolo Paulo, que conhecia profundamente a cultura e as tradições judaicas, chama Cristo de “cordeiro pascal”. Ao fazer isso ele tenta explicar que assim como, no Egito, o sacrifício de um cordeiro era a senha para que os primogênitos fossem poupados, hoje a morte de Jesus é a senha para sejam poupados da justa punição por nossos pecados.

O cordeiro não podia ter defeitos (Ex. 12:5)
Jesus viveu uma vida sem pecados (I Pe. 1:19)

Nenhum osso do cordeiro deveria ser quebrado (Ex. 12:4)
Nenhum osso de Jesus foi quebrado (João 19:36)

O cordeiro deveria ser sacrificado (Ex. 12:6)
Jesus foi sacrificado (João 12:24-27)

O sangue do cordeiro deveria ser aplicado à porta (Ex. 12:7)
A morte de Jesus precisa ser aplicada a sua vida (João 3:16)

João Batista, quando viu Jesus se aproximando, disse: “Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”

Se vamos fazer referência à páscoa dos Judeus, precisamos dizer como Paulo que Cristo é a nossa páscoa. A morte do cordeiro de Deus é a garantia de que Ele vai me poupar.

A morte de Jesus aplicada a minha vida?

Acontece uma transação espiritual quando você confia em Jesus como seu Senhor e Salvador.

No Egito, para que seus primogênitos fossem poupados, deveriam pintar a porta da casa com o sangue do cordeiro; Hoje, para que você seja poupado da justa ira de Deus, você precisa declarar sua confiança no Filho de Deus.

Por isso eu gostaria de lhe dar a oportunidade de declarar publicamente sua fé em Jesus. Se você tem nos seu coração a decisão de submeter-se a Jesus como seu Senhor e Salvador, faça isso agora levantando uma de suas mãos. Assim a morte de Cristo será aplicada a sua vida.

Um novo memorial

Cristãos não comemoram a páscoa! Os servos de Jesus não receberam dele essa orientação. Mas, Jesus nos deixou outro memorial: A Ceia do Senhor.

A Páscoa era celebrada para lembrar como Deus havia poupado os primogênitos no Egito; a Ceia, para lembrar a morte e ressurreição de Cristo, a razão de havermos sido poupados.

Os elementos

Na Ceia do Senhor, os elementos são o pão e o vinho, lembranças do corpo e do sangue de Jesus. Ao comermos e bebermos, anunciamos a morte do Senhor, o nosso cordeiro pascal, até que ele venha.

Quem pode participar

A Ceia do Senhor é motivo de festa, é celebração da unidade do Corpo de Cristo, a Igreja, resgatada pelo sacrifício do Cordeiro de Deus. Portanto, todos que já aceitaram a Jesus como seu salvador e estão em comunhão em sua comunidade local podem participar.

Paulo, no entanto, faz um alerta aos irmãos de Corinto dizendo que eles deveriam ter discernimento sobre a importância dessa unidade do corpo de Cristo e não participar sem a presença do sentimento e da atitude de unidade.

Não faz sentido participar da Ceia do Senhor se o seu coração está tomado de ódio, inimizade, ressentimento ou rancor por causa de algum irmão em Cristo. Nesse exato momento ore ao Senhor pedindo perdão e depois procure a pessoa implicada.

15 abril 2006

Tempo, Páscoa e Potestades


Por Aristarco Coelho
O tempo é uma dimensão que nos orienta e aprisiona. Criados para eternidade, o tempo nos inquieta e estressa. Mas um dia seremos plenamente libertos do tempo, e o que hoje é expectativa do Porvir será o incompreensível Sem Fim.

Jesus, aquele que estava com Deus antes da fundação dos tempos, submeteu-se ao tempo; por um tempo. Viveu vida santa, obedeceu pela confiança e confiou pelo conhecimento que tinha do Pai.

Cristo rompeu as cadeias do tempo cujas grades se chamam morte. Os poderes espirituais rebeldes já sabem da notícia da derrota, mas agem como invasores derrotados que saciam sua revolta destruindo o máximo possível do caminho que lhes conduz ao julgamento de seus crimes.

A páscoa é dos Judeus; dos cristãos, a morte e ressurreição do Filho de Deus. Ele comprou nossa liberdade do império das trevas. Na companhia de seus discípulos, Jesus afirmou: esse é o meu corpo.... partido por vós... esse é o meu sangue... em uma nova aliança.

Também disse: não se turbe o vosso coração. Crede em Deus, crede também em mim... na casa de meu pai há muitas moradas... para onde eu estiver, estejai vós também. Mais que um dia de festa, festa todos os dias!

O filho de Deus viveu com retidão e entregou a própria vida. Com sua humildade, humilhou principados e potestades rebeldes. Por isso, Deus o ressuscitou dos mortos e lhe deu um nome superior a todos os nomes!

O Reino Sem Fim não tarda. Dentro das cadeias do tempo, angústia e expectativa; fora, os preparativos e a festa se confundem em um só evento. Maranata! Vem Senhor Jesus!

14 abril 2006

Fazer Planos ou Esperar Deus Agir?

INTRODUÇÃO

Estamos no primeiro mês do ano. Muitos ainda estão de férias... As aulas nos colégios ainda não retornaram... A rotina parece que só agora vai retornando a normalidade.

Início de ano é sempre um período em que nos sentimos desafiados a fazer planos. Aliás, é um hábito muito saudável parar, avaliar a vida, e em seguida planejar o futuro. Na verdade os inícios são sempre tempos favoráveis para planos e planejamento.

  1. Um novo trabalho, ou uma nova função no trabalho, pode nos encher de planos. Parece que as forças são renovadas com as perspectivas que surgem em uma nova atividade;
  2. Um novo ano na escola, ou na universidade, desencadeia muitos planos. E se isso vier acompanhado também de uma nova escola... Mais planos ainda! Livros novos... A oportunidade de fazer diferente... e esse ano e estudar pra valer! A vontade de fazer novos amigos... Tudo requer planejamento. (Aliás, tô sabendo que o Centro Batista de Educação está em plena semana de planejamento. Que o Senhor os abençoe e encha de sabedoria. O Centro Batista de Educação é uma expressão do cuidado de Deus com muitas crianças aqui do bairro e das imediações. Não nos esqueçamos de orar para que o Senhor supra todas as necessidades dessa escola)
  3. O início de um relacionamento também é repleto de muitos planos. Novas amizades... O começo de um namoro... Ou o início da vida de casados etapas da vida que nos levam a planejar.
  4. A compra de um bem, embora não seja o hábito de muitos, também é motivo de planejamento. Pesquisa de preços... As características do bem... A forma de pagamento... As compras que pesam no orçamento precisam sem bem planejadas.
  5. Fazer uma viagem exige um bom planejamento. Vá você de carro, ônibus ou avião, não é aconselhável que você viaje sem planejamento.

É interessante como somos desafiados a planejar o futuro tanto pelos programas mais bobos da TV quanto pelas revistas especializadas em administração e planejamento. Os desafios vêm em forma de pergunta:

Qual profissão você vai seguir?
Quantos filhos vocês vão ter?
Como você vai construir sua casa?
Como você vai administrar o orçamento deste mês?
Qual esporte seus filhos vão fazer este ano?
Quando você vai ter aquela conversa importante com seu esposo/esposa?
Como você vai ensinar aos seus filhos sobre confiança em Deus?
Como você vai pagar o estudo da garotada nos próximos?
Quais são seus planos para a aposentadoria?

Planos, planos e mais planos. Parece que não podemos fugir deles!

TRANSIÇÃO

O que a Bíblia tem a nos dizer a respeito de planos para o futuro?

  • Devemos planejar tudo o que vamos fazer, ou deixar que o Espírito de Deus sopre sobre nós e defina nosso futuro?
  • Devemos ser cuidadosos e dimensionar cada passo da vida ou aguardar o direcionamento de Deus através da revelação da Sua vontade?

Não são perguntas simples de responder! E talvez nos surpreendamos com a maneira como a Bíblia trata essa questão. Vejamos dois textos bíblicos importantes essa questão do planejamento.

PLANEJAMENTO NA BÍBLIA

Abra sua Bíblia em Lucas 14:28-32 e acompanhe comigo a leitura do texto.

28 Pois qual de vós, pretendendo construir uma torre, não se assenta primeiro para calcular a despesa e verificar se tem os meios para a concluir? 29 Para não suceder que, tendo lançado os alicerces e não a podendo acabar, todos os que a virem zombem dele, 30 dizendo: Este homem começou a construir e não pôde acabar. 31 Ou qual é o rei que, indo para combater outro rei, não se assenta primeiro para calcular se com dez mil homens poderá enfrentar o que vem contra ele com vinte mil? 32 Caso contrário, estando o outro ainda longe, envia-lhe uma embaixada, pedindo condições de paz.

ORAÇÃO

O texto que lemos tem duas ilustrações apresentadas por Jesus sobre a importância de se avaliar o custo de ser discípulo Dele. Isto é, Jesus estava alertando às pessoas para que antes de saírem falando por aí: Eu acredito em Jesus... Ah, eu sou crente... Jesus alertava aquelas pessoas para que antes de tomarem a decisão mais importante de suas vidas, lembrassem de que segui-lo envolve renúncias pessoais elevadas. Jesus estava avisando que é preciso avaliar essas renúncias e só tomar essa decisão se você está disposto a confiar Nele.

Para explicar isso, Ele apresentou duas ilustrações. Essas ilustrações são bons exemplos de como Ele via a necessidade do planejamento e a importância de gastar tempo avaliando o que se pretende fazer.

28 Pois qual de vós, pretendendo construir uma torre, não se assenta primeiro para calcular a despesa e verificar se tem os meios para a concluir? 29 Para não suceder que, tendo lançado os alicerces e não a podendo acabar, todos os que a virem zombem dele, 30 dizendo: Este homem começou a construir e não pôde acabar.

Tem algo que sempre chama minha atenção em Fortaleza: A quantidade obras inacabadas e abandonadas. Aqui mesmo, próximo ao cruzamento da Via Expressa com a Avenida XXXX, temos um exemplo. Obras e mais obras... Prédios enormes com as estruturas à mostra... Acabamento pela metade... E abandonados. Quanto dinheiro investido... Quanto tempo desperdiçado, muitas vezes simplesmente porque alguém não planejou o que queria fazer.

APLICAÇÃO
Como andam os seus projetos? Como estão as obras da sua vida? Você tem começado e não tem terminado? Você olha pra trás e só vê prédios inacabados? Você deixou amizades pelo meio do caminho? Você decidiu seguir a Jesus, mas depois deixou pra lá? Você tem desperdiçado tempo e energia começando muitas coisas sem terminá-las? O Senhor tem uma palavra para você hoje: assente-se, calcule o custo e veja se você pode concluir! Isso é pra fazer antes de começar, mas mesmo se você começou ainda dá tempo de corrigir.

A partir do verso 31 temos a segunda ilustração:

31 Ou qual é o rei que, indo para combater outro rei, não se assenta primeiro para calcular se com dez mil homens poderá enfrentar o que vem contra ele com vinte mil? 32 Caso contrário, estando o outro ainda longe, envia-lhe uma embaixada, pedindo condições de paz.

Jesus volta a perguntar. Aqui também temos algo importante. O rei da estória tem 10 mil soldados e precisa decidir se vai ou não lutar com um outro rei que tem 20 mil soldados. O dobro do seu efetivo. É sensato que esse Rei saia para a batalha antes de avaliar como será a guerra? Quantas e quantas vezes as batalhas que enfrentamos são assim: do outro lado há um exercito com o dobro de soldados.

Como andam sua batalhas? Imagino que você olha para as lutas do dia-a-dia e pensa: Isso não é justo! Estou sempre em desvantagem! Na hora de procurar emprego você descobriu que não está preparado? O salário não chega no final do mês? ... O Senhor tem uma palavra para você hoje: assente-se, calcule e veja como você vai para a batalha!

Perceba como isso é prático! Com essas duas pequenas histórias, Jesus nos orienta a sermos prudentes, a planejarmos com cuidado ANTES de tomar alguma decisão.

1. Se você não tem nenhum objetivo na vida, talvez você não sinta necessidade de planejar, porque os planos nascem da intenção de realizar algo. Ouça bem: se você o desejo de realizar algo, você precisa de planos, se você não tem o desejo de realizar nada, você precisa pedir a Deus que encha seu coração de sonhos;

2. Perceba que nas duas estórias, Jesus fala da importância de ASSENTAR-SE para calcular. Aqui há um grande desafio para nós, cidadãos do veloz século 21: Parar! Ouça bem: se a velocidade de vida é tão grande que você não consegue parar antes das batalhas... Pare agora, antes que você seja parado por um desastre!

3. Não é sensato iniciar qualquer projeto, empreendimento ou relacionamento, enfrentar qualquer batalha, por menor que ela pareça, sem PRIMEIRO avaliar quanto isso vai custar e quanto dispomos para isso.atalhas, o Senhor ntar um exer vai custar para n... ;
4. Também é indispensável checar os recursos disponíveis; De que você dispõe para fazer o que deseja? Quais são seus recursos para enfrentar as batalhas?
5. Não planejar expõe sua intenção ao risco do fracasso.

Eu tenho aprendido com o tempo que a melhor maneira de começar a enfrentar um pecado é chamá-lo pelo nome. nos desafia a abandonarmos atitudes prejudiciais à formação do caráter de Cristo em nós:

A INDOLÊNCIA, que caraterizam aqueles que se apavoram diante do futuro;
A OCIOSIDADE que é a marca dos que não entendem o futuro com oportunidade dada por Deus para realizar a Sua obra;
A NEGLIGÊNCIA, sinal dos que não valorizam a responsabilidade que acompanha o livre arbítrio dado por Deus.


Tiago 4:13-16
Tiago, irmão de Jesus e um dos líderes da igreja cristã em Jerusalém, lança um alerta para aqueles que planejam suas vidas nos mínimos detalhes. Tiago é bastante duro em suas palavras para desconsideram o planejamento com algo necessário ou mesmo importante.

13 ... Os Planos nascem da intenção de fazer algo

14 ... Não temos controle sobre o futuro. Há variáveis indefinidas

Ø Em suma, até nosso bem maior, que é a vida, é instável, efêmero e está fora do nosso controle.

¨ Tiago nos desafia a abandonarmos a

A ARROGÂNCIA, que caracteriza aqueles que desconhecem a grandeza de Deus e da Sua bondade;
A SOBERBA, que é a marcar dos que não olharam ainda para si mesmos com a lente do caráter de Deus;
A INSOLÊNCIA, sinal dos que supõe poder assumir o controle de suas vidas, como sugeriu a serpente no jardim do Éden.

Onde está a chave para compreendemos os planos na vida dos cristão ? Como esses planos podem ter a importância dada por Jesus e estar cercado pelos cuidados sugeridos por Tiago ?

A CHAVE É QUE OS PLANOS NASCEM DA INTENSÃO DE FAZER ALGO

O que você está pretendendo fazer ? Qual é o projeto sobre o qual você está debruçado ? E talvez mais importante que isso: DE QUEM É O PROJETO ?





O projeto é seu ?

Deus não tem qualquer compromisso em abençoar ou mesmo de fazer-se sócio de suas intenções.
Tiago 4:1-4

Planos que nascem de intenções descomprometidas com o avanço do Reino de Deus estão fadados ao fracasso, mais cedo ou mais tarde.

O projeto é de Deus ?
Deus executará seus projetos sem falhas e no tempo certo. Seus planos não serão frustrados, não haverá atraso.
Jó 42: 1,2

Planos que nascem de intenções comprometidas com o avanço do Reino de Deus estão destinados ao sucesso, mais cedo ou mais tarde.




Nossa perguntas precisam mudar ! Na realidade, precisamos descobrir se ...

... optar por essa ou aquela profissão é um projeto meu ou de Deus.
... ter mais ou menos filhos é um compromisso com o meu bem estar ou com o projeto de Deus.
... construir uma casa nova contribui ou não para o avanço do Reino de Deus.
... se a opção de casar é apenas a fuga de um lar em desordem ou a expressão sadia do amor incondicional que vem de Deus.
... se a faculdade é apenas satisfação para os pais ou o direcionamento das habilidades dadas por Deus para a construção de um mundo melhor.

Não são perguntas fáceis, mas precisam ser respondidas, uma a uma, com oração e choro diante de Deus, sob pena de nos tornarmos os mentores das nossas próprias vidas ora com apatia diante dos desafios da vida, ora com arrogância descabida diante de nossa pequenez.