20 agosto 2017

Advertir, confortar e auxiliar


Advertir, confortar e auxiliar

14Exortamos vocês, irmãos, a que advirtam os ociosos, confortem os desanimados, auxiliem os fracos, sejam pacientes para com todos. 1 Ts 4.14 (NVI)

O Apóstolo Paulo era um missionário itinerante. Depois de ser alcançado por Jesus no caminho de Damasco e ter sua visão sobre o amor de Deus transformada, ele gastou sua vida pregando o evangelho de Jesus, plantando igrejas e treinando lideranças.

Dos 27 livros do NT, 8 são cartas dele. Algumas dessas cartas foram escritas às igrejas que ele mesmo estabeleceu, outras a igrejas que ele visitou e algumas a igrejas que ele nem mesmo conhecia pessoalmente. Duas dessas cartas foram escritas à igreja da cidade de Tessalônica.

As palavras de Paulo àqueles irmãos parecem revelar que aquela igreja tinha um lugar especial no coração do apóstolo. Eles eram como aqueles alunos estudiosos a quem os professores admiram e elogiam. (1 Ts 1.2-4)

2Vocês todos são para nós um motivo de constante gratidão a Deus, e sempre vos nomeamos nas nossas orações; 3nunca nos esquecemos da atividade que a fé vos inspira, de todo o vosso trabalho feito por amor cristão, da vossa persistência na esperança no nosso Senhor Jesus Cristo. 4Nós sabemos, queridos irmãos, que foi Deus quem vos escolheu. 1 Ts 1.2-4 (OL)

Na comparação com outras igrejas com que o apóstolo lidava parece que os irmãos de Tessalônica eram os primeiros da turma. Mas é interessante notar que mesmo tendo um apreço especial por aqueles dedicados irmãos, Paulo não deixou de escrever-lhes com o propósito de dar instruções sobre sua nova vida em Cristo.

Essa postura do apóstolo certamente serve de alerta para nós, irmãos. Nenhum seguidor de Jesus deveria se sentir intocável. Por mais experientes a amadurecidos que sejamos, carecemos de orientação sobre o modo como estamos vivendo nossas vidas. Não existe crente blindado. Quem se fecha para a exortação do Espírito de Deus está enganando-se a si mesmo e acaba sabotando o seu próprio crescimento como discípulo de Jesus. 

Precisamos manter em mente que somos aqueles que passaram a confiar na eficácia da morte de Cristo para nos fazer parte da família de Deus. Nós somos aqueles que pararam de tentar alcançar os céus ficando de ponta-de-pé e que agora encontram o céu através da presença de Cristo em suas vidas. Nós somos aqueles que foram livrados da culpa do pecado, que estamos libertos do domínio do pecado e que seremos livres da presença do pecado.

Isso tudo é verdade! E exatamente por isso é que precisamos da orientação do Espírito para viver como discípulos de Jesus.

O verso que lemos no começo faz parte de uma série de orientações que finalizam essa primeira carta. São orientações diretas, ditas sem muitas voltas. Oro ao Senhor para que elas cumpram o propósito de Deus nesta noite.

Advertir os ociosos, confortar os desanimados e auxiliar os fracos. E para com todos ser paciente. É bom não confundir as coisas, se não pode da tudo errado. Imagine como só como seria traria pouco benefício para igreja se nós, com muito amor, nos dedicássemos a “confortar os ociosos” ou a “auxiliar os desanimados” ou ainda a “advertir os fracos”.

Essa simples correlação adequada entre o tipo de necessidade e o serviço a ser prestado, irmãos, serve de alerta para nós. A vida comunitária deve ser experimentada de forma sábia. Somos chamados a servir considerando com cuidado a melhor maneira de ajudar-nos uns aos outros. Se não estivermos atentos a isso será tudo um grande desperdício. O serviço assim “de bolo” acrescenta muito pouco. No máximo alivia por um momento a consciência de quem serviu.

Advirtam os ociosos


Os irmãos de Tessalônica abraçaram a fé de forma tão intensa que viviam a expectativa da volta imediata de Cristo. Eles estavam tão desejos de estar com Cristo que começaram a relaxar quanto às responsabilidades diárias que cada um tinha. Alguns deixaram seus empregos e passaram a esperar a volta de Cristo a qualquer momento. Essas pessoas começaram, então, a depender da ajuda de outros irmãos que continuavam a trabalhar.

Essa situação certamente criou situações de conflito entre os irmãos e Paulo aproveitou as duas cartas para orientá-los sobre o assunto.

Hoje, a motivação para a ociosidade não é a mesma dos irmãos de Tessalônica, mas existem outras situações que também precisamos ser alertados.

Ausência de tarefas domésticas

Papai e mamãe, vocês precisam ensinar os pequeninos, desde muito cedo que eles têm obrigações que precisam ser cumpridas: (1) brinquedos não voltam sozinhos para o lugar de onde foram tirados; (2) chinelos e sapatos não são peças de decoração; (3) camas não se arrumam sozinhas.

Além disso, a casa tem rotinas que precisam ser compartilhadas. Esse ensino precisa acontecer desde muito cedo, porque depois será fácil consertar a ociosidade do adolescente que se acostumou a não fazer em casa quando era pequeno.

Ensinar desde cedo que todos temos responsabilidades para dar conta pode poupar muito sofrimento no futuro e certamente ajuda na construção de uma sociedade em que cada um assume sua parte.

Universitários dependentes

Há alguns cursos universitários que realmente não permitem um trabalho regular por causa dos turnos em que as aulas acontecem, mas na maioria dos casos é perfeitamente possível conciliar um curso universitário com alguma atividade prática de trabalho, ainda que seja um estágio.

No entanto alguns pais parecem querer “proteger” seus filhos do trabalho e dessa forma acabam abrindo espaço para uma ociosidade justificada, que depois vai cobrar um alto preço do seu protegido.

É impressionante o número de jovens que terminam seus cursos universitários sem sequer uma experiência de trabalho. Eles chegam ao final de seus cursos muitas vezes inseguros sobre o que farão na prática e sem nada que ser pareça com a vida real e possa ser apesentado ao mercado de trabalho. Assim, o que parece uma proteção amorosa no começo pode se revelar um imenso atrapalho para a pessoa e para a sociedade.

Recém-casados dependentes

É cada dia mais comum que jovens se casem ou mesmo comecem a morar juntos e continuem a morar na casa dos pais de um deles. Essa é uma fórmula falida. É como dá um tiro no próprio pé.

O ditado popular diz que quem casa quer casa e a bíblia diz “deixará ... pai e mãe”. Um jovem casal que não sai da casa dos pais terá muita dificuldade para construir uma nova família. Isso fará mal a eles, às famílias e a sociedade como um todo.

Às vezes é preciso abrigar filhos temporariamente em nossas casas, mas isso precisa ser sempre uma transição e jamais uma situação indefinida. Jovens casais que permanecem na casa dos pais acabam usando mal o tempo e flertam com a ociosidade, já que papai e mamãe tomam conta de tudo. Além disso, não adquirem a noção de responsabilidade, não sabem o preço das coisas, têm dificuldade de valorizar o trabalho e acabam vivendo uma realidade insustentável e danosas para todos.

Adultos dependentes

Hoje muitos adultos que não constituíram família optam por permanecer da casa dos pais. Portanto é comum vermos, principalmente homens, de 40 anos ou mais, às vezes sem trabalhar, sendo servidos por mães e pais que deveriam estar em outra fase da vida.

Além disso, há aqueles que mesmo casados e com família constituída sentem-se no direito de ser sustentados por parentes e amigos, sem nunca assumirem de forma plena suas responsabilidades.

Adultos que dependem integral ou parcialmente de seus pais ou de outros adultos precisam ser desafiados a buscar o próprio sustento de forma digna. Não é justo que a geração que nos antecedeu e que já cumpriu seu papel de manter e sustentar seja constrangida a continuar fazendo isso de forma indefinida.

Confortem os desanimados


A segunda orientação do Espírito nesse verso 14 é para que os desanimados sejam confortados.

Se você prestar atenção, vai perceber que aqueles que desejam ajudar alguém desanimado, normalmente fazem de tudo para animá-lo. Não suportamos ver alguém cabisbaixo, tristonho e sem ânimo perto da gente, e aí fazemos o que for possível para animá-lo. Vale dar presente, vale contar piada, vale levar pra sair, vale carinho, o importante desfazer aquele desânimo.

Mas, o apóstolo Paulo, inspirado pelo Espírito de Deus, diz que o os desanimados devem ser confortados. Há uma diferença entre animar e confortar. Animar é tentar fazer o outro esquecer os motivos do seu desânimo; confortar é ficar com a pessoa em meio ao desânimo e tornar aquele tempo menos difícil.

Para confortar os desanimados é preciso ficar junto deles. Confortar os desanimados é ficar ao lado da cama enquanto a febre não passar, afofar o travesseiro, arrumar os lençóis, cochilar ao lado da cama, e só sair quando a febre passar.

Muitas pessoas têm dificuldade de se aproximar daqueles que sofrem com doenças crônicas ou estão em estado terminal em uma cama de hospital. A questão e que nesses casos não há nada a fazer senão afofar o travesseiro, arrumar os lençóis e quem sabe cantarolar uma canção que dê paz ao coração.

Outras pessoas não são capazes de consolar simplesmente porque o que as incomoda é ter que conviver com alguém desanimado. Elas não estão necessariamente preocupadas com a dor do outro, mas em resolver o próprio desconforto de estar perto de alguém desanimado. Estão pensando apenas em si mesmos.

4Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros. (Fil. 2:4)

Que tal se colocar a disposição para Deus o (a) use para confortar aqueles que precisam de conforto? Que tal cuidar não apenas dos seus interesses, mas também dos interesses daqueles que precisam de conforto em sua volta?
Auxiliem os fracos


Quando olho para a forma como tratamos os fracos em nossa sociedade, entendo melhor que o homem sem Deus é levado a agir pela lei do mais forte, em que os fracos são desprezados e não sobrevivem. Essa lei está embutida nos relacionamentos humanos, nas regras do mercado e nas negociações diplomáticas.

Nietzsche acreditava que os fracos e débeis deveriam ser eliminados até que surgisse um novo homem, um super-homem sem traços de piedade e misericórdia, seguro de si e de seu destino. A filosofia de Nietzsche foi usada por Hitler para justificar a purificação da raça ariana com o extermínio dos judeus.

A lei de Cristo é diferente da lei do mais forte. O Espírito diz que os fracos devem ser auxiliados. Isso começa nos pequenos detalhes, quando o julgamento apressado é substituído pela compaixão. Quando as piadinhas de corredor sobre a fraqueza do irmão são substituídas por uma atitude de auxílio.

O escárnio, a zombaria, o pouco caso, o isolamento e o distanciamento daqueles que parecem fracos são provas de desamor e não podem fazer parte da vida de um discípulo de Jesus!


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Veja que outra vez o Espírito de Deus nos empurra para perto das pessoas. Não dá pra auxiliar de longe, tem que se aproximar. Tem que caminhar lado a lado para saber como auxiliar da melhor maneira. Não resolve apenas mandar dinheiro ou encher de presentes. É preciso estar junto.
Sejam pacientes com todos

Para viver o evangelho de Jesus é preciso ser paciente. Pode parecer difícil ser paciente como os outros, sobretudo se eles são ociosos, desanimados e fracos. Mas ajuda muito quando nós olhamos para nós mesmos e vemos que não somos lá muito diferentes. Também nós precisamos ser advertidos, confortados e auxiliados. Ainda assim o Senhor é paciente conosco.

06 agosto 2017

Cheios da Vontade de Deus


Cheios da Vontade de Deus

Meus irmãos, é com alegria que retorno mais uma vez aqui, tendo a oportunidade de partilhar a Palavra de Deus e de ser abençoado pela comunhão na fé em Jesus Cristo, nosso Senhor. Minha gratidão aos irmãos e o ao Senhor.

O texto sobre o qual iremos refletir encontra-se em Colossenses 1.9,10. Peço aos irmãos que abram suas Bíblias para lermos juntos.

9 Por essa razão, desde o dia em que o ouvimos, não deixamos de orar por vocês e de pedir que sejam cheios do pleno conhecimento da vontade de Deus, com toda a sabedoria e entendimento espiritual. 10 E isso para que vocês vivam de maneira digna do Senhor e em tudo possam agradá-lo, frutificando em toda boa obra, crescendo no conhecimento de Deus

O apóstolo Paulo escreveu esta carta aos irmãos de Colossos sem nunca tê-los visitado antes. Tudo indica que a igreja que havia ali naquela cidade fora plantada por Epafras, a quem Paulo chama de cooperador (7). Preso em Roma, Paulo recebeu a visita desse amigo que levou notícias sobre como o evangelho havia alcançado os colossenses, o que certamente o moveu a escrever a epístola.

As palavras iniciais de Paulo estão cheias de alegria e gratidão a Deus porque o evangelho da graça, plantando no coração daquelas pessoas, estava crescendo e produzindo bons frutos (fé em Jesus, amor pelos irmãos e esperança de vida eterna). Esses normalmente são os primeiros passos na vida de quem é alcançado pelo evangelho: fé, amor e esperança.

O apóstolo, ao saber desses primeiros frutos, intensificou sua oração pelos irmãos de Colossos. E o que ele pediu? Aliás, o que você pediria a Deus em oração após descobrir que algumas pessoas em determinado bairro ou cidade estão acolhendo o Evangelho em seu coração?

Nossa oração, nesta segunda década do século XXI, anda corrompida, irmãos, e muito semelhante à oração a que Tiago se refere em sua carta, escrita há 21 séculos atrás.

1De onde vêm as guerras e contendas que há entre vocês? Não vêm das paixões que guerreiam dentro de vocês? 2Vocês cobiçam coisas, e não as têm; matam e invejam, mas não conseguem obter o que desejam. Vocês vivem a lutar e a fazer guerras. Não têm, porque não pedem. 3Quando pedem, não recebem, pois pedem por motivos errados, para gastar em seus prazeres. Tg 4.1-3 (NVI)

Nossas orações tornaram-se pragmáticas e utilitaristas. Oramos para que Deus use o mundo à nossa volta a fim de resolver nossos problemas. São orações mecânicas, cujos movimentos são programados para produzir o desejo dos nossos corações.

São orações mercantilistas, listas de bens, produtos e serviços que se tornaram nossos desejos de consumo. São orações desumanizadas, que carecem de graça e misericórdia para com as pessoas, orações que servem apenas para a autoafirmação de quem ora, como o fariseu da história de Jesus em Lucas 18.

11O fariseu, em pé, orava no íntimo: ‘Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros homens: ladrões, corruptos, adúlteros; nem mesmo como este publicano. 12Jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho’. Lc 18.11,12 (NVI)

Voltando ao nosso texto, qual foi a oração de Paulo em favor dos irmãos de Colossos? Em que direção se intensificou a oração dele?

Paulo não pediu proteção contra o Império Romano, não pedi que Deus silenciasse os judaizantes que importunavam a igreja, não pediu que os irmãos prosperassem financeiramente, não pediu nem mesmo por algum projeto missionário específico. Ele pediu que os irmãos fossem “enchidos” de compreensão sobre a vontade de Deus.

Estou usando a expressão “enchidos” para que fique claro que esse é um movimento de fora para dentro. Paulo esta pedindo a Deus que torne possível aos irmãos compreenderem a vontade dele.

Essa não é uma oração muito comum em nossos dias, porque a maioria de nós já sabe o que quer e por isso não tem interesse em saber a vontade de Deus. Nossa geração de crentes acha que precisa apenas de uma mãozinha do gênio da lâmpada para alcançar o que deseja, e até esta disposta a fazer alguns sacrifícios para isso.

Talvez esse sejam um bom momento para aprendermos que a vida de um discípulo de Jesus não é um projeto de conquistas e vitórias, mas uma busca pela vontade de deus; e que oração não é uma consultoria técnica par resolver problemas, mas uma atitude de submissão a Deus.

Bom, estamos falando em conhecer a vontade de Deus, e quando falamos sobre esse assunto muita gente logo pensa em algum insight miraculoso, uma revelação em sonho, um evento com um palestrante famoso, um encontro secreto de oração ou coisas parecidas com essas. Não que Deus esteja impedido de fazer por esses caminhos, mas o caminho mais usual usado por ele para nos encher de sua vontade é nos expor a um ambiente em que sabedoria e entendimento espiritual são valorizados e encorajados.

Apenas para constar é bom não confundir sabedoria com inteligência. Inteligência é saber como as coisas funcionam, sabedoria tem a ver com aplicar o conhecimento, de forma bíblica e apropriada, às dinâmicas dos relacionamentos humanos, de maneira que a paz seja restabelecida e o mundo seja um lugar melhor para se viver. Portanto, é possível ser bastante inteligente e nem um pouco sábio, o que é um desastre para a vida comunitária.

Já entendimento espiritual tem a ver com perceber que as dinâmicas da vida são apenas uma casca. Existem realidade escondidas por detrás de cada pequeno fato ou evento cotidiano, e é a respeito dessas realidades que deveríamos estar atentos. Porque uma cara sisuda pode ser um pedido de socorro, o silêncio pode significa “não suporto mais isso!”, um presente pode querer dizer “você me ama?”. E todas essas são situações para quais precisamos discernir em que direção vai a vontade de Deus.

Por isso, somos chamados a transformar nossas comunidades em ambiente nos quais sabedoria e entendimento espiritual são valorizados e encorajadas como marcas do discipulado cristão. Mas como isso pode acontecer? Até onde sei não existe um botão verde que faz as igrejas se tornarem ambiente assim.

(Aliás, esse é um outro grande engano desse novo evangelho em nossos dias: achar que as transformações na vida e na sociedade são atos mágicos, que acontecem instantaneamente, mediante quando acionamos algum mecanismo emocional ou dizemos algumas palavras especiais)

Há um outro texto escrito por Paulo que pode nos ajudar nesse ponto, quando estamos perguntando como nossas igrejas podem ser transformadas em ambientes que valorizam a sabedoria e o entendimento espiritual em busca de descobrir a vontade de Deus. Em Romanos 12.1,2, lemos o seguinte:

1Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês. 2Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Rm 12.1,2 (NVI)

Ao ler esse texto, irmãos, entendo que aproximar-se da vontade de Deus é um processo que passa pela renovação da nossa maneira de pensar. Enquanto nosso modo de pensar, de ver o mundo e entender as pessoas, de perceber os relacionamentos, permanecer igual ao padrão desse mundo, não haverá transformação em nós... e então ninguém se importará com sabedoria ou entendimento espiritual... e então não haverá entre nós conhecimento da vontade de Deus.

Essa transformação da mente acontece quando nos expomos à Palavra de Viva de Deus.

3Vocês já estão limpos, pela palavra que lhes tenho falado. Jo 15.3

É preciso deixar que seu ponto-de-vista sobre a vida seja o mesmo que o de Jesus. Mas você não deve fazer isso forçadamente ou por obrigação. Dê a Jesus Cristo a oportunidade de convencê-lo! Exponha-se a ele. Ouça a mensagem dele, leia sobre Jesus nas Escrituras, considere atentamente seu ensino nos evangelhos. À medida que isso for acontecendo você será transformado, seu modo de ver a vida será modificado. Esse é o início do processo que, segundo Paulo, nos fará experimentar a Vontade de Deus (que é boa, perfeita e agradável).

Perceba nesse texto de Romanos que Paulo fala sobre “experimentar” a vontade de Deus. Isso me parece mais que apenas “conhecer” a vontade de Deus. Experimentar é trazer todo o conhecimento para a prática, o que nos leva de volta ao texto de Colossenses.

No verso 10 o apóstolo dos gentios explica que conhecer a vontade de Deus não é um fim em si mesmo, não é um troféu que você conquista e coloca na prateleira para todos verem. A razão pela qual ele pede a Deus que encha os irmãos de conhecimento da vontade de Deus é para que eles vivam vidas dignas do Senhor.

10 E isso para que vocês vivam de maneira digna do Senhor e em tudo possam agradá-lo, frutificando em toda boa obra, crescendo no conhecimento de Deus

Isso abre um novo universo para nós: a vontade de Deus tem a ver com nossa vida cotidiana: trabalhar, estudar, comprar, vender, ensinar, cuidar, pagar contas, conviver, relacionar-se, fazer supermercado, enfim, a vontade de Deus é algo real e prático. Mas essa é uma outra história.

A semana está começando novamente e todos nós vamos precisar do Senhor para vivermos vidas dignas dele, certo? Vamos precisar de sabedoria e entendimento espiritual para que as pessoas próximas de nós sejam abençoadas pelo nosso jeito de viver. Vamos precisar de mais compreensão sobre a vontade de Deus em relação às nossas vidas pessoas e também para nossas igrejas.

Então, exponha-se à mente de Cristo. Deixe que o modo de pensar dele transforme as suas opiniões e preferências. Ele é a sabedoria de Deus! Comece a examinar os evangelhos com a mente aberta; o Espírito Santo que habita em você vai guiá-lo. E não tenha medo: Deus é bom! Ele quer o bem de toda sua criação, quanto mais de você que foi criado à sua imagem e semelhança, e resgatado pelo sangue do cordeiro.


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Que nesta semana você dê passos importantes na direção de conhecer e experimentar a boa, perfeita e agradável vontade de Deus.