10 maio 2009

Porque as mães são tão amadas?


Outro dia estava pensando: se fosse possível colocar em uma balança (daquelas com dois pratos), de um lado, o dia dos pais, e do outro, o dia das mães, qual dos pratos seria o mais pesado?

Se você tem alguma dúvida, saiba que os comerciantes não têm dúvida nenhuma. De longe, o dia das mães pesa mais que o dia dos pais, inclusive no bolso de todo mundo. Pai ganha meia, gravata, cinto, lenço ou quando muito um livro. Mas, algumas mães, ganham batedeira, geladeira, jóias, perfumes e TV Digital, mesmo quando seus filhos não podem comprar.

Quem é capaz de negar um presente, um abraço, um carinho que seja à sua mãe ou à mãe dos seus filhos no dia de hoje sem ficar com um peso na consciência?!

Porque nossas mães são tão amadas?

Pode parecer uma pergunta boba. Ora, qualquer criança sabe: porque ela é a nossa mãe. Tudo bem... Mas o que torna as mães essa unanimidade de amor e consideração?

Penso que há três coisas que tornam as mães especiais. São três presentes que Deus deu a elas: o presente da vida, o presente da dor, e o presente da generosidade.

O primeiro presente e dom da vida.

Deus fez das mães um ninho para a vida. No seu útero a vida surge e é gestada; em seus seios a vida se alimenta e em seus braços é acalentada.

Neste ponto há uma grande sabedoria de Deus, porque o ninho da vida não é apenas o seu corpo, mas sua alma. Por isso, mesmo aquelas que nunca geraram, mesmo as que não amamentaram, ou até que aquelas que podem acalentar com seus braços, mesmo essas foram moldadas por Ele para abrigar a vida.

Deus preparou as mães para preservar a vida. Seja mediando as disputas entre os pequeninos ou aconselhando nas brigas de família, são elas que quase sempre trazem as palavras de paz.

Elas são capazes, com suas palavras, de amolecer o coração endurecido de alguém que conspira contra a vida, porque elas não suportam a destruição e a morte. É assim que muitos abortos são evitados, com a palavra encorajadora de uma mãe. Que força poderosa pulsa no coração de uma mãe!

Se o filho está com fome, ela é a primeira a acudir. Basta que a pequenina adoeça e ela se desdobra em cuidados. Se o filho sofre, ela sofre junto; se o filho é injustiçado, ela se entristece; se o filho é ameaçado, ela o protege. Porque uma mãe não suporta a idéia de um filho sofrendo ou passando necessidade.

Eu lembro bem de uma época em nossa família que minha mãe ficou sozinha com os quatro filhos pequenos. Sem nunca ter trabalhado fora, ela enfrentou os próprios medos e com coragem foi em busca de prover o sustento da família. Sabe para que? Para preservar as vidas que ela havia gerado. As mães são assim: nunca abandonam a vida.

Deus concedeu às mães que elas O ajudem a fazer coisas que são parte da natureza Dele: gerar e preservar a vida. Esse é um privilégio especial. É isso que nos faz amar e admirar nossas mães.

Então, toda vez que a vida for gerada, saiba que isso é uma amostra do amor de Deus. Toda vez que você vir o amor de uma mãe preservando a vida, tenha certeza de que ali está um anúncio do amor de Deus.

O segundo presente é dom da dor

Os cientistas já provaram, ou ainda vão provar, que as mulheres são mais resistentes à dor do que os homem. Aliás, basta observar por algumas horas as clínicas de beleza e estética para ter certeza disso.

Cera quente, cera fria, chapinha, alicate, ácido nos cabelos, e tratamentos mais recentes como a lipoaspiração só fazem o sucesso que fazem porque o público alvo principal é feito de mulheres. Alguns homens têm experimentado, mas isso vai contra a natureza masculina.

Os homens são corajosos para enfrentar dores muito grandes, mas sejam rápidas. Mas as mulheres são capazes de suportar dores prolongadas. É claro que ao dizer isso eu não mais estou falando apenas de dores físicas, mas também das dores emocionais que consomem a alma e abalam o espírito.

Esta semana eu estava vendo um documentário sobre os gêmeos siameses, que nascem unidos por alguma parte do seu corpo. A reportagem falava de vários casos e um deles era duas irmãs que nasceram unidas pelo abdômen. Elas compartilhavam o fígado e o coração de uma estava mais de 50% na cavidade torácica da outra.

Com um ano de vida, elas foram submetidas a uma cirurgia para separá-las. O pai falava das filhas com carinho, mas parecia desligado emocionalmente do estava acontecendo, mas as expressões daquela mãe diziam que durante aquele ano inteiro ela tinha vivido intensamente a dor de suas filhas.

Não há dor maior do que ver o sofrimento da vida que você gerou. Essa é dor sentida por Deus. Ele gerou vida em nós, uma vida que é alimentada pela presença Dele. Deus sofre imensamente quando nós somos ameaçados pela morte, ao nos afastarmos dele. Ele sofre porque nos gerou em amor. É isso que faz a dor ser um presente: quando ela é a prova do amor que temos por alguém.

A dor é outra parte da natureza de Deus que ele concedeu às mães. Elas receberam de Deus a habilidade de suportar a dor que nasce do amor nutrem em seus corações. Não é sofrimento à toa, é sofrimento por amor.

Eu me lembro bem da minha avó Alzira, mãe do meu pai, sentada ao lado da cama, por que já não podia ajoelhar-se, orando pelo filhos, filhas, netos, bisnetos, noras, genros, colocando-os um por um, nome por nome, em oração, diante do Senhor. Ela se alegrava com os que estavam nos caminhos de Deus, mas sofria a dor daqueles que estavam longe do Senhor mais do que eles mesmos sentiam. Lendo a Bíblia bem devagar, sílaba por sílaba, ela ia extraindo da Palavra de Deus o conforto para suportar todas as suas dores.

Então, toda vez que você vir uma mãe sofrendo por amor, toda vez que as lágrimas de uma mãe rolarem pelo seu rosto entristecido, toda vez que a expressão apreensiva de uma mãe for o cuidado pelo bem estar de seus filhos, saiba que ali esta uma amostra do amor de Deus.

Se é você essa mãe, você aprender com minha avó e buscar na Palavra de Deus o consolo para sua dores. Certamente você não vai ser decepcionada.

O terceiro presente é o dom da generosidade.


As mães são generosas. Ela aprendem a generosidade muito cedo, quando compartilham o próprio corpo com seus filhos. Imaginem se existe generosidade maior do que essa. Alguém que compartilhe a casa, o carro, as roupas, o dinheiro e já será chamado de generoso. O que dizer de alguém que compartilha o próprio corpo.

Mães que são capazes de abrir mão de sonhos pessoais em prol de seus filhos ensinam generosidade. No dia a dia as mães passam por cima de dezenas de coisa que poderiam se tornar cavalos de batalha. Fazem isso por aprenderam a ceder.

A mãe da Marina é alguém que eu admiro muito pelo seu desprendimento. Na casa dela você precisa ter cuidado com o que fala. Se você olhar para um dos quadros da parede dela e disser que gostou muito, é provável que na sua saída você ganhe aquele quadro de presente. Como são preciosas as pessoas generosas.

Ela tinha um piano em casa. Quando nós casamos Marina estudava piano, então ganhamos o piano de presente. No começo do nosso casamento nós vivemos alguns momentos bem difíceis financeiramente. Mas eu e Marina tínhamos princípios muito rígidos em relação a isso: se o problema era nosso, nós é que iríamos resolver e isso significava não receber dinheiro dos nossos pais para bancar as despesas normais da casa.

Foi aí que entrou o piano. Numa dessas dificuldades e diante da nossa negativa de receber ajuda, ela disse que queria compra o piano. Isso mesmo! Um pouco relutante, mas necessitados do dinheiro, vendemos. Então ela e Seu Valdeci disseram que seria trabalhoso e caro levar o piano de volta para o apartamento deles, por isso eles queriam que o piano ficasse na em casa mesmo. Vez por outra falávamos do piano, até que eles nos deram o piano de presente outra vez. Não sei se vou exagerar, mas acho que o piano foi e veio umas duas ou três vezes.

A generosidade daquela mãe foi tão grande que venceu as regras rígidas de dois jovens que ainda estavam aprendendo sobre o significado do amor.

Deus é assim: generoso. Ele presenteia generosamente. Nossas vidas são um presente que recebemos dele. É tão grande essa generosidade que ao ver nossa falta de compreensão sobre o amor dele e que estamos jogando fora a vida, o bem maior que Ele nos deu, Ele comprou nossas vidas que antes eram Dele, para nos dar de presente novamente.

O preço desse presente foi a vida do seu filho, Jesus Cristo. Deus é assim generoso. Então, sempre que você vir a generosidade de uma mãe, saiba que isso é um amostra do amor generoso de Deus.

Conclusão

Às mamães, sobretudo minha mãe, e mãe dos meus filhos, minha gratidão e alegria porque vocês tem sido usadas por Deus para revelar o amor dele, amor que gera vida, amor que suporta a dor, amor que é generoso.

19 abril 2009

Jesus, dinheiro, riquezas e bens 1

Introdução

Hoje estamos voltando à nossa reflexão sobre o tipo de igreja que seremos ou, ainda melhor, o tipo de igreja em que estamos nos tornando.

Neste recomeço precisamos lembrar que a Igreja Batista do Caminho somos nós mesmos. Não estamos falando de uma instituição ou organização formal. Falamos de nós mesmo. Assim, ao voltamos nossos olhos sobre o tipo de igreja em que estamos nos tornando, olhamos para nossas atitudes, nosso jeito de viver a vida e a maneira como nos relacionamos com Deus e com as pessoas; que é o que determinará o tipo de igreja que seremos.

Nossa pergunta, então, poderia ser feita de outra forma: que tipo de pessoa eu serei? Em que tipo de pessoa eu estou me tornando? Isso é muito importante, porque ao final das contas, o que temos feito aqui não é apenas estudo eclesiológico, isto é, da igreja, mas uma reflexão sobre quem somos.

Quando Cristo nos resgatou, começou em nós a etapa final de uma metamorfose através da qual temos sido transformados pelo poder do Espírito de Deus. A velha natureza, que se inclina ao pecado, cede lugar a uma nova natureza, que se inclina para Deus; o antigo jeito de ser, auto-suficiente, e dá lugar a o novo jeito de ser, dependente de Deus.


Essa transformação é tão impressionante que Jesus, ao explicar para Nicodemos chamou de novo nascimento. Uma nova pessoa surge em nós pela ação do Espírito de Deus. Então quando nós nos perguntamos se seremos uma igreja que ama ou que rejeita, que serve ou que é servida, que fala ou se cala, estamos refletindo sobre o quanto temos atendido ao Espírito de Deus no seu desejo de desenvolver em nós essa nova natureza que Ele mesmo gerou.

Hoje e nos próximos domingos vamos pedir ao Senhor que nos esclareça sobre a seguinte pergunta: em que tipo de igreja Ele quer que nos tornemos: uma igreja que contribui ou que se nega.

O assunto é um dos mais difíceis de serem tratados na igreja, porque envolve dinheiro e um dos órgãos mais sensíveis do corpo humano: o bolso (ou a bolsa).

Se você tem dificuldade para lidar com o assunto, talvez queira tirar umas férias do culto de domingo pelas próximas semanas e esperar que essa onda passe. Talvez até lá o pastor recobre a sanidade e volte a falar de assuntos mais apropriados para uma igreja, como, por exemplo, amor.

Mas, se você deseja permitir que o Espírito de Deus avance no desenvolvimento da nova natureza que Ele gerou dentro de você, meu conselho é que você não falte nenhuma das próximas pregações.

Se você deseja que a nova vida do Espírito tome conta da sua vida então você fará tudo o que estiver ao seu alcance para ouvir e atender a voz do Senhor (não a minha, mas voz daquele que ama você do jeito que você é, mas não sossegará até que você seja do jeito que ele planejou que você seria: semelhante a Jesus).

Trataremos de assuntos que a princípio não parecem muito espirituais como dinheiro, lucros, negócios, bens, riqueza, pobreza, ambição e coisas parecidas como estas. Mas você verá que tudo isso tem conexão direta com essa transformação que o Espírito quer fazer em nós.

Que igreja seremos? Em que tipo de pessoas que estamos nos tornando? Pessoas que doam ou pessoas que se negam. Em primeiro lugar vamos olhar para Jesus e tentar enxergar essa questão usando as mesmas lentes que ele usou e olhando do mesmo ponto vista que ele viu.

Jesus, dinheiro, riquezas e bens

19 “Não se preocupem em acumular riquezas aqui na terra, onde tudo pode estragar-se ou ser roubado”. 20 “Guardem, sim, coisas preciosas nos céu, onde nunca perdem seu valor, e estão livres dos ladrões! ” 21 “Se as riquezas estiverem no céu, o seu coração também estará lá”.

Nesse texto, Jesus fala sobre acumular riquezas. Por quê? Porque essa é uma inclinação da velha natureza. Há em nós uma profunda necessidade de segurança. Nós estávamos seguros e protegidos no jardim, mas agora a insegurança é a marca das nossas almas.

Basta olhar pela janela ou ligar a TV para constatar isso. O medo está entranhado na vida das cidades. O semblante das pessoas é de apreensão e a angústia de que algo terrível aconteça parece rodopiar sobre nossas cabeças.

E o desemprego? E o plano de saúde? E a minha velhice? E os filhos? E o financiamento do carro? E onde eu vou morar com minha família? E o estudo dos meninos? Estamos descendo uma correnteza caudalosa de incertezas e precisamos de algo que nos faça sentir seguros. Acumular bens e dinheiro parece uma ótima bóia salva-vidas.

Quando eu leio as palavras de Jesus fico impressionado com a sabedoria do Filho de Deus, porque Ele não nega essa necessidade que temos, mas revela a fragilidade dos nossos planos. Ei meu filho! Eu acho que essa sua bóia está furada.

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Viver em função de acumular bens e dinheiro é como alguém que se agarra a uma bóia furada. Por algum tempo o sujeito se sente seguro, mas logo ele percebe que aquilo não basta para resolver a inquietação de sua alma.

Há um jogo terrivelmente cruel neste ponto. A ilusão é que a paz da alma crescerá junto com o tesouro da terra. Então muitos se dedicam a acumular tesouros. Depois de alcançarem o que queriam, descobrem que não adiantou. Envergonhados do fracasso, alguns põem sobre si uma máscara de alegria para suportar a dor de haverem desperdiçado a vida. Não há riqueza suficiente no mundo para aquietar a alma longe de Deus.

Não há nada de errado em usufruir a vida. É bom se alegrar com o fruto do nosso trabalho. O alerta de Jesus é que isso não é suficiente. Por quê? Porque nossa insegurança vai além dessa existência, e por mais que a gente fique soprando para encher a bóia furada a correnteza continua nos levando para uma imensa queda d’água (catarata de Iguaçu).

Em outras palavras o alerta de Jesus é assim: você pode até continuar soprando essa bóia furada e não morrer afogado no rio, mas isso não muda o fato de que no final da correnteza tem uma cachoeira. Seu tesouro não pode ser a bóia. Se você dedicar seu tempo e energia para manter a bóia cheia, perderá o verdadeiro tesouro.

Quais são as coisas que você dá grande importância. A casa, o carro, o saldo na conta, o emprego, a formação acadêmica, as roupas, o lazer, o prazer? Onde você aplicou seu coração? Na opinião de Jesus, nada disso deve aprisionar o seu coração. É perda de tempo diante da cachoeira.
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Jesus fala de juntar tesouro nos céus. Esse tesouro celeste não pode ser roubado, não se estraga, não está exposto aos efeitos do tempo. Na verdade apenas esse tesouro dos céus é capaz atender à profunda necessidade de segurança de nossas almas. É nesse tesouro que devemos colocar nosso coração. Mas que tesouro é esse? Esse tesouro é o próprio Jesus Cristo.

2 Não procuramos enganar o povo para que creia - não estamos interessados em fazer trapaça com ninguém. Nunca procuramos fazer com que alguém creia que a Bíblia ensina o que ela não ensina. Nós nos abstemos de todos esses métodos vergonhosos. Achamo-nos na presença de Deus quando falamos, e por isso dizemos a verdade, como todos quantos nos conhecem concordarão.

3 Se para alguém a Boa Nova que pregamos está oculta, ela está oculta daquele que vai a caminho da morte eterna. 4 Satanás, o deus deste mundo pecaminoso, o fez cego, incapaz de ver a glória do Evangelho que está brilhando sobre ele, ou de compreender a mensagem maravilhosa que pregamos acerca da glória de Cristo, que é Deus.

5 Nós não vamos de um lado para outro pregando-nos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus como Senhor. Tudo quanto dizemos de nós mesmos é que somos escravos de vocês por causa daquilo que Jesus fez por nós. 6 Pois Deus, que disse: "Haja luz na escuridão", nos fez compreender que é o brilho da sua glória que se vê no rosto de Jesus Cristo. (2Co 4:2-6)

O Tesouro do Céu é Cristo. Ele é a imagem de Deus. Ele é o próprio Deus que se fez gente. Ele é a riqueza capaz de encher nosso coração de confiança, paz e segurança.

1,2 Antes de existir qualquer coisa, Cristo já existia, e estava com Deus. 3 Ele criou tudo o que há - não existe nada que ele não tenha feito. 4 Nele está a vida eterna, e esta vida traz luz a toda a humanidade. 5 A vida dEle é a luz que brilha no meio da escuridão, e nunca pode ser apagada pela escuridão.(Joh 1:1-5)

Enquanto você estiver ocupado em acumular tesouros na terra, jogará fora o tesouro dos céus. Se você teimar e procurar segurança para sua alma em uma casa, um carro, um emprego, uma aposentadoria, uma formação acadêmica, você certamente desprezará o tesouro do Céu, único capaz de lhe dar segurança: Cristo.

Alguns tentam dividir o coração. Tentam ajuntar tesouros tanto na terra quanto nos céus e se tornam pessoas confusas e dúbias. Eles têm medo de confiar totalmente nos tesouros da terra, mas não também não são capazes de por sua confiança naquele que é Tesouro dos Céus. Esses são os mais inseguros de todos.

“Vocês não podem servir a dois patrões: Deus e o dinheiro. Porque vocês odiarão um e amarão outro, ou vice versa”. Mat 6:24

Quem é o seu patrão? Deus ou o dinheiro? A quem você ama de todo o seu coração? Os servos de Deus são desafiados a juntar tesouros nos céus. Eles não encontram segurança para suas almas em seus bens, seu dinheiro e posses, mas na confiança que têm no caráter de Deus.

A velha natureza é inclinada para a arrogância, independência, auto-suficiência e justiça própria. Tudo isso são formas de proteção que aprendemos por causa da insegurança e do temor que nos consome a alma aqui, fora do jardim.

A nova natureza é inclinada para a humildade, dependência de Deus e interdependência do irmão, confiança em Deus, arrependimento e perdão.

Não há como falsificar essa nova natureza ela é o resultado no novo nascimento que o Espírito Santo produz naqueles que confiam suas vidas a Jesus. Portanto se não há em seu coração o desejo de humildade, dependência de Deus, interdependência dos irmãos, confiança em Deus, arrependimento e perdão, é possível que você não tenha experimentado o novo nascimento.

Se você nasceu de novo, certamente o Espírito de Deus tem se comunicado com seu espírito e produzido essa inclinação. Mas, assim como eu, assim como foi com Pedro, é possível que algumas vezes você tenha tirado os olhos do Senhor e se sentido tentado a acumular tesouros na Terra. Então ouça então as palavras de Cristo, porque o Espírito de Deus fala dele.

25 “Portanto, meu conselho é: Não fiquem preocupados a respeito de coisas: O que comer, o que beber e o que vestir. Porque vocês já têm a vida e o corpo - e ele são muito mais importantes do que o comer ou o que vestir”. 26 “Olhem os passarinhos! Eles não se preocupam com a comida - eles não precisam semear, colher, ou guardar comida - pois o Pai celeste de vocês os alimenta. E para Deus, vocês valem mais do que os passarinhos”. 27 “Será que com todas as preocupações juntas poderão acrescentar um único momento à vida de vocês? ”.

28 “E por que ficar preocupados com a roupa? Olhem os lírios do campo! Eles não se preocupam com isto”. 29 “Até o rei Salomão, em toda a sua glória, não se vestiu tão bem como qualquer deles”. 30 “E se Deus cuida tão maravilhosamente das flores, que hoje estão aqui e amanhã já desaparecerá, será que Ele não vai, com toda a certeza, cuidar de vocês? Vocês têm uma fé muita fraca”.

31 “Portanto... 32 Não sejam como os pagãos! Pois eles se orgulham dessas coisas todas, e estão muitíssimos interessados nelas. Mas o Pai celeste, que vocês têm, já sabe muito bem que vocês precisam delas”, 33 “E Ele as dará a vocês, se O colocarem no primeiro lugar de suas vidas”. Mat 6:25-33

Se queremos ouvir a voz do Espírito e ser uma igreja que contribui, precisamos antes de tudo colocar o Senhor em primeiro lugar.

Permita que o Espírito de Deus aprofunde as marcas de sua nova natureza: os servo de Cristo não se ocupam de ajuntar tesouros na terra, mas aplicam seu coração ao Tesouro do Céu.

05 abril 2009

Jesus: Cordeiro Pascal


Introdução

Qual a primeira palavra que vem a sua mente quando você escuta “Páscoa”?

A festa que hoje conhecemos como páscoa é uma colcha de retalhos de diversas culturas. Essa colcha de retalhos foi costurada durante séculos e hoje vamos conhecer mais sobre seus pedaços.

Se eu fosse perguntar para cada pessoa aqui quais dúvidas tem a respeito da páscoa, certamente haveria muitas perguntas para responder. Hoje vamos nos limitar a cinco perguntas, mas penso que ao respondê-las vamos tocar nas dúvidas mais comuns sobre o assunto.

1. Qual a origem dos símbolos e tradições mais comuns da época da páscoa?
2. Existe relação entre esses símbolos e a Bíblia?
3. De onde realmente surgiu a páscoa e qual o seu significado?
4. Os cristãos devem celebrar a páscoa?
5. Existe alguma celebração cristã que guarda paralelo com a páscoa dos judeus?

Os Símbolos

Para entender alguns símbolos da festa que hoje é chamada de páscoa, precisamos retornar à Idade Média. Na primavera, os antigos povos pagãos da Europa homenageavam à deusa Ostera ou Ostara.

Essa divindade é representada por uma mulher segurando um ovo na mão e olhando um coelho, símbolo da fertilidade, ao redor dos pés descalços. A deusa e o ovo que ela carrega são símbolos da chegada de uma nova vida. Ostara equivale, na mitologia grega, a Persephone. Na mitologia romana, é Ceres.

O Mito

Um dia, Eostre estava sentada em um jardim com crianças, quando um amável pássaro voou sobre elas e poucou na mão da deusa. Ao dizer algumas palavras mágicas, o pássaro se transformou no animal favorito de Eostre, uma lebre. Isto encantou as crianças. Com o passar dos messes, elas reparam que a lebre não estava feliz com a transformação, porque não podia cantar nem voar.

As crianças pediram a Eostre que revertesse o encantamento. Ela tentou de todas as formas, mas não conseguiu desfazer o encanto. A magia já estava feita e nada poderia revertê-la. Eostre decidiu esperar até que o inverno chegasse, pois nesta época seu poder diminuía. Quem sabe quando a primavera retornasse e ela fosse de novo restituída de seus poderes, pudesse ao menos dar laguns momentos de alegria à lebre, transformando-a novamente em pássaro, nem que fosse por alguns momento.

A lebre assim permaneceu até que, então, a primavera chegou. Nessa época os poderes de Eostre estavam em seu apofeu e ela pôde transformar a lebre em pássaro novamente, durante algum tempo. Agradecido, o pássaro botou ovos em homenagem a Eostre. Em celebração à sua liberdade e às crianças, que tinham pedido a Eostre que lhe concedesse sua forma original, o pássaro, transformado em lebre novamente, pintou os ovos e os distribuiu pelo mundo.

Eostre assumiu vários nomes diferentes como Eostra, Eostrae, Eastre, Estre e Austra. É considerada a deusa da fertilidade plena e da primavera. Seus símbolos são a lebre (coelho) e os ovos, todos representando a fertilidade e o início de uma nova vida.

Então, esses antigos povos pagãos comemoravam a chegada da primavera decorando ovos. A Páscoa com coelhos e ovos foi adaptada a partir desse feriado pagão, que era o Festival de Ostara.

A festa foi cristianizada e foram dados novos significados aos símbolos pagãos. O ovo, por exemplo, foi identificado com a ressurreição; o coelho, com a fertilidade do evangelho. Essa cristianização ocorreu durante o Concílio de Nicéa, em 325 d.C..

A simbologia do ovo

Os celtas, gregos, egípcios, fenícios, chineses e muitas outras civilizações acreditavam que o mundo havia nascido de um ovo. Na maioria das tradições, este "ovo cósmico" aparece depois de um período de caos.

Na Índia, por exemplo, acredita-se que uma gansa de nome Hamsa (um espírito considerado o "Sopro divino"), chocou o ovo cósmico na superfície de águas primordiais e, daí, dividido em duas partes, o ovo deu origem ao céu e a terra. Simbolicamente é possível ver o céu como a parte leve do ovo, a clara, e a terra como outra mais densa, a gema.

O mito do ovo cósmico aparece também nas tradições chinesas. Antes do surgimento do mundo, quando tudo ainda era caos, um ovo semelhante ao de galinha se abriu e, de seus elementos pesados, surgiu a terra (Yin) e, de sua parte leve e pura, nasceu o céu (Yan).

Para os celtas, o ovo cósmico é assimilado a um ovo de serpente. Para eles, o ovo contém a representação do universo: a gema representa o globo terrestre, a clara o firmamento e a atmosfera, a casca equivale à esfera celeste e aos astros.

O moderno ovo de páscoa apareceu por volta de 1828, quando a indústria de chocolate começou a desenvolver-se. Ovos gigantescos, super decorados, era a moda das décadas de 1920 e 1930.

Hoje o coelhinho da páscoa e o ovo deixaram de ter conexões espirituais e se tornaram em uma grande jogada de marketing para as indústrias envolvidas e para o comércio de chocolate.

Coelhos, ovos e chocolate fazem parte de uma mistura de símbolos pagãos que não tem qualquer relação com a páscoa descrita na bíblia. Essas tradições foram importadas das festas em homenagem à deusa Ostera e incorporados ao cristianismo na idade média.

Origem e verdadeiro significado da páscoa

Vamos começar pela própria palavra. Páscoa, em hebraico, pessah, vem de um verbo que significa “passar por cima” no sentido de “poupar”.

A páscoa tem sua origem na história do povo de Israel. Cativos no Egito por 400 anos, aquele povo, descendente de Abraão, Isac e Jacó, estava sendo liderado por Moisés para sair do Egito.

Depois de nove intervenções sobrenaturais de Deus (as chamadas pragas do Egito), todas elas desprezadas pelo Faraó, Moisés é informado de que todos os primogênitos do Egito seriam mortos. Mas Deus iria poupar, passar por cima, dos primogênitos do povo de Israel, dos hebreus. Essa passagem deveria ser celebrada com uma refeição em família.

E foi assim que aconteceu a Páscoa do Senhor. Na noite prevista, um anjo enviado por Deus tirou a vida de todos os primogênitos do Egito, mas poupou, passou por cima, dos primogênitos hebreus.

Aquele momento histórico foi marcado por uma cerimônia, instituída por Deus para servir de lembrança do marco final na libertação do Egito. O nome dessa cerimônia é páscoa.

Assim, a páscoa é, ao mesmo tempo, um fato histórico e uma celebração que lembra esse fato. Vejamos como a bíblia descreve esse evento em Ex. 12:1-13.

Páscoa – Festa dos Judeus

Orientados por Deus, eles sacrificaram um cordeirinho, prepararam uma refeição com pães sem fermento e ervas amargas, e molharam o forramento das portas com o sangue do cordeiro. As portas, pintadas com o sangue do cordeiro, eram a senha para que o primogênito de cada casa fosse poupado, porque o cordeiro já havia morrido no lugar dele!

Ainda hoje, mais de três mil anos depois, os judeus comemoram a Páscoa do Senhor. Eles festejam a misericórdia de Deus, que poupou seus filhos da morte.

A páscoa é uma festa registrada na bíblia, mas é uma festa dos judeus. Não é uma festa cristã. A Bíblia nos ensina a amar a nação de Israel, assim como todas as demais nações, a orar pela paz em Jerusalém e a apresentar-lhes Jesus, o messias prometido por Deus, mas não a festejar suas festas.

Ignorância

Muitos cristãos, por ignorância, comemoram uma festa misturada de ovos, coelhos e chocolates + cordeiro e ervas amargas + pão de coco + bacalhau. Além de estranha à bíblia, essa páscoa não tem significado espiritual. Não passa de mais uma oportunidade para fazer negócios.

Como vimos, existe na bíblia uma festa chamada páscoa bem diferente das comemorações que se fazem hoje, mas é uma festa dos judeus. Não há recomendação bíblica para que não judeus, como nós, celebrem a páscoa dos judeus e muito menos a páscoa pagã dos coelhos e ovos de chocolate.
Um paralelo

No entanto, ainda que a páscoa seja uma celebração dos judeus, devemos entender que uma das mais importantes celebrações cristãs, o memorial da morte e ressurreição de Cristo, guarda um paralelo com a páscoa judaica.

A Páscoa é um memorial deixado por Deus para os judeus para que eles não esqueçam a misericórdia e a graça de Deus para com eles no Egito. Ao mesmo tempo, esse memorial era um anúncio profético de que aquela Graça alcançaria o resto do mundo através de Jesus.

I Coríntios 5:7b ...Cristo, o nosso cordeiro pascal

O apóstolo Paulo, que conhecia profundamente a cultura e as tradições judaicas, chama Cristo de “cordeiro pascal”. Ao fazer isso ele tenta explicar que assim como no Egito o sacrifício de um cordeiro era a senha para que os primogênitos fossem poupados, hoje a morte de Jesus é a senha para que sejamos poupados da justa punição por nossos pecados.

O cordeiro não podia ter defeitos (Ex. 12:5)
Jesus viveu uma vida sem pecados (I Pe. 1:19)

Nenhum osso do cordeiro deveria ser quebrado (Ex. 12:4)
Nenhum osso de Jesus foi quebrado (João 19:36)

O cordeiro deveria ser sacrificado (Ex. 12:6)
Jesus foi sacrificado (João 12:24-27)

O sangue do cordeiro deveria ser aplicado à porta (Ex. 12:7)
A morte de Jesus precisa ser aplicada a sua vida (João 3:16)

Então, se vamos fazer referência à páscoa dos Judeus, precisamos dizer como Paulo que Cristo é a nossa páscoa. Porque a morte do cordeiro de Deus é a garantia de que Ele vai me poupar, assim com a morte do cordeirinho poupou a vida dos primogênitos de Israel.

João Batista, quando viu Jesus se aproximando, disse: “Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. O cordeiro tira o pecado do mundo, mas é necessário que essa morte seja aplica à sua vida. Não é algo genérico.

Como assim?

No Egito, para que seus primogênitos fossem poupados, os israelitas deveriam confiar que o sangue de um cordeirinho sem defeitos, aplicado à porta da casa, poderia salvá-los; hoje, para que você seja poupado da justa ira de Deus, você precisa confiar que o sangue de Cristo, derramado na Cruz, pode salvá-lo.

No Egito, não havia nenhuma garantia de que isso fosse funcionar, senão a palavra de Deus de que eles seriam salvos. Eles confiaram. Deus cumpriu sua palavra; hoje, é do mesmo jeito. Não garantias, senão a palavra de Deus. Se você confiar, Deus cumprirá sua palavra e o salvará e lhe dará vida. O Cordeiro de Deus já foi morto. Acontece uma transação espiritual quando você confia em Jesus, o cordeiro de Deus, como seu Senhor e Salvador.

Por isso eu gostaria de lhe dar a oportunidade de declarar publicamente sua fé em Jesus. Decida hoje confiar que a morte de Jesus, o cordeiro de Deus, é suficiente para sua salvação. Se hoje, pela primeira vez, você tomou essa decisão faça um sinal com uma de suas mãos.

Um novo memorial

Cristãos não comemoram a páscoa! Os servos de Jesus não receberam essa orientação. Mas, Jesus nos deixou outro memorial: A Ceia do Senhor.

A Páscoa era celebrada para lembrar como Deus havia poupado os primogênitos no Egito; a Ceia, para lembrar a morte e ressurreição de Cristo, a razão de havermos sido poupados.

Os elementos

Na Ceia do Senhor, os elementos são o pão e o vinho, lembranças do corpo e do sangue de Jesus. Ao comermos e bebermos, anunciamos a morte do Senhor, o nosso cordeiro pascal, até que ele venha.

Quem pode participar

A Ceia do Senhor é motivo de festa, é celebração da unidade do Corpo de Cristo, a Igreja, que foi resgatada pelo sacrifício do Cordeiro de Deus. Portanto, todos que já aceitaram a Jesus como seu salvador e estão em comunhão em sua comunidade local podem participar.

Paulo, no entanto, faz um alerta aos irmãos de Corinto dizendo que eles deveriam ter discernimento sobre a importância dessa unidade do corpo de Cristo e não deveriam participar sem estar tomados do sentimento e da atitude de unidade: somos um só corpo em Cristo Jesus.

Não faz sentido participar da Ceia do Senhor se o seu coração está tomado de ódio, inimizade, ressentimento ou rancor por causa de seus irmãos em Cristo. O que fazer, então? Nesse exato momento ore ao Senhor pedindo perdão e depois procure as pessoas implicadas.