24 novembro 2008

Sê Tu uma Bênção





Mensagem proferida no aniversário da Igreja Batista Alvorada em Eusébio

Estamos falando nesses encontros em ser uma bênção.

Abrimos mão de aguardar, de negociar ou exigir bênçãos de Deus para nos tornamos bênção na vida das pessoas.

Decidimos não mais fugir das pessoas, nem de nós mesmos, mas a nos colocarmos à disposição de Deus para sermos bênção para aqueles que estão próximos de nós.

Descobrimos que Deus deixou registrado nas Escrituras um jeito de ser que nos faz bênção na vida daqueles que nos cercam.

Amor, alegria, paz, paciência, bondade retidão, fidelidade, mansidão e domínio próprios são as partes de um fruto que o Espírito quer produzir em nossas vidas.

• Para amar alguém é preciso primeiro receber amor de Deus;
• Quando nossa confiança está no Senhor, a alegria é real;
• A paz nasce da reconciliação com Deus;
• Quando nossos olhos estão na eternidade somos pacientes;
• Precisamos desejar, esperar e faze o bem aos outros;
• Devemos optar pelo bem em nossas vidas;
• Fidelidade é marca de quem é leal aos pactos que fez;
• A mansidão é abrir mão dos próprios direitos;
• Aquele que domina seus impulsos pode ser bênção para outros.

Introdução

No encontro que entre Deus e Abrão, Deus tomou três iniciativas:

Fez um chamado: sai da tua terra
Fez uma promessa: abençoarei e engradecerei
Fez um desafio: seja uma bênção

Veja que ser bênção a terceira coisa que aparece no texto. Primeiro é há um chamado depois uma promessa, por último tornar-se bênção.

Muitas vezes queremos ir direto para o final, mas é preciso passar pelo caminho completo. É preciso atender ao chamado, depois é preciso crer na promessa e por fim podemos viver o desafio.

Atender ao chamado

Deus fez um chamado para Abrão. Ele deveria deixar sua cidade natal, seus parentes e familiares e ir para um lugar que Deus não disse logo onde era.

Deus queria forma um povo que o amasse. Deus não nos criou para ficarmos longe dele, mas para sermos amigos dele. Por isso, ele chamou Abrão para deixar para trás o jeito de viver da cidade em que ele nasceu.

Harã era uma cidade onde as pessoas não se importavam com Deus. Em Harã, Deus não era honrado. As pessoas de Harã viviam suas vidas sem dar nenhuma atenção a Deus, elas preferiam cuidar dos seus afazeres, correr atrás do pão de cada dia e cumprir suas obrigações religiosas.

Mas Deus queria mais ele queria que as pessoas se aproximassem dele, conhecessem que Ele era e se tornassem seus amigos. Por isso ele chamou Abrão.

Deus hoje está chamando você, meu amigo e você, meu irmão para deixar o modo de viver da sua parentela, deixar de viver a vida sem se importar com Ele, para se tornar um amigo de Deus. Ele quer que você o conheça, que você confie nele.

Assim como ele chamou Abrão, hoje ele chama você.
Quem vai dizer sim e atender ao chamado de Deus?

Crer na promessa

O chamado de Deus para Abrão não veio no vazio. Ele chamou a Abrão e imediatamente depois fez uma promessa: e abençoarei, em engrandecerei.

Deus não chama para humilhar, Deus não chama para destruir, Deus não chama para fazer passar necessidade, Deus não chama para amaldiçoar. Deus chama para abençoar.

Há belo trecho das Escrituras em que o Senhor afirma: eu sei os pensamentos que tenho a respeito de vós e são pensamentos de paz.

Deus quer transformar o seu caráter e mudar a sua vida. Ele não se alegra com a dor que consome a sua alma, Ele não tem prazer no seu sofrimento, Ele não suporta vê-lo vivendo uma vida pequena sem sentido. Deus tem o propósito de tornar você parecido com Cristo Jesus.

Deus fez promessas a Abrão e ele creu. O escritor de Hebreus diz que isso foi o que aproximou Abrão de Deus: Crer na promessa.

Hoje Deus faz a mesma promessa: ele abençoará você, sua vida e sua família. Quem hoje vai dizer sim e crer nas promessas de Deus?

Viver o desafio

O final daquele encontro dentre Deus e Abrão foi um desafio de vida: Sê tu uma bênção! Viva de forma que as pessoas em volta de você sejam abençoadas por suas palavras e atitudes. Vida de forma que aqueles que o cercam recebam a bênção que você receberá de mim.

Ninguém pode ser bênção sem abandonar o modo de vida descomprometido com Deus. Não dá pra viver o desafio de ser bênção se não nos importamos com Deus.

Para viver o desafio de ser bênção na vida das pessoas é preciso crer nas promessas que Deus faz. Não dá pra ser bênção sem antes ser abençoado por Deus.

Você que ser bênção? Você quer viver o desafio?

Eu quero lhe encorajar a dar esse dois passos importantes hoje: Você precisa dizer hoje dois “sins”.

Você precisa dizer sim, eu decido abandonar meu jeito de viver sem compromisso com Deus e passar a viver uma vida de amizade com Deus por meio de Jesus Cristo.

Você precisa dizer sim, eu decido crer nas promessas de Deus e aceito a bênção dele em minha vida. Eu recebo as bênçãos do Pai, através de Cristo Jesus.

Agora você está pronto para ser uma bênção.

16 novembro 2008

Que igreja seremos - Separados pelo Imediatismo

Introdução

Essa é outra poderosa muralha que nos separa uns dos outros e impede o amor de acontecer: Se no passado algumas sociedade adotaram o imediatismo como orientação de vida, nunca na história humana ele se tornou um padrão global como agora vemos e vivemos.

Há uma lenda judaica que fala sobre imediatismo.

Dois irmãos que haviam vivido sempre na cidade, resolveram fazer um passeio no campo.

Enquanto caminhavam, viram um homem que arava uma grande porção de terra e acharam muito estranho, não conseguindo entender porque ele destruía assim a campina.

Na seqüência, observaram que o homem colocava sementes nos sulcos que fizera. Um dos irmãos achou que o campo era um local de loucos, pois jogava fora trigo bom. Por isso, voltou à cidade.

O outro irmão, contudo, observou que poucas semanas depois, os pés de trigo começaram a brotar. O campo era um imenso tapete verde. Escreveu para o irmão da cidade a fim de que ele viesse verificar, com seus próprios olhos, a maravilha.

Ele veio e realmente se maravilhou. Mas, passados alguns dias, o verde dos brotos foi dando lugar ao dourado. Então ambos entenderam o trabalho do semeador.

Depressa o trigo amadureceu. O semeador trouxe a foice e começou a ceifar. O irmão que havia retornado à cidade não conseguia acreditar no que via:

O homem parece doido, dizia. Trabalhou o verão todo e agora destrói, com suas próprias mãos, a beleza do trigal maduro. E voltou para a cidade, fugindo do campo.

O outro tinha mais paciência. Ficou e seguiu o fazendeiro. Assistiu a colheita, viu-o levar o trigo para o celeiro. Observou como ele retirou o joio do trigo e o cuidado com o armazenamento.

Sua admiração foi ainda maior ao se dar conta de como um saco de trigo semeado se transformara na colheita de todo um trigal. Só então compreendeu a razão por detrás de cada ato do semeador.


Somos uma geração que se acostumou com coisas instantâneas. Estamos longe da árdua tarefa de cultivar a terra e por isso desconhecemos a lei do plantio e da colheita. Perdemos a habilidade de esperar o tempo necessário para que a vida aconteça de forma natural. Queremos tudo imediatamente.

• Um clique e temos luz;
• Giramos a torneira e temos água;
• Usamos o telefone e falamos com pessoas distantes;
• Vamos ao supermercado e temos todo o alimento que quisermos;
• As filas nos dão a sensação de prejuízo (perda de tempo);
• Computadores lentos são repudiados.

• A falta de objetividade das pessoas nos incomoda;
• Pessoas que não acendem com um clique são menosprezadas;
• Gente que toma o nosso tempo nos causa prejuízo;
• Pessoas confusas e lentas em aprender são repudiadas;
• Gente que não acerta de primeira, não é chamada de novo

Ninguém quer ou precisa abrir mão das facilidades que o progresso nos trouxe, mas precisamos compreender que rapidez e agilidade podem ser ótimas conquistas para o nosso conforto, mas não devem invadir nossos relacionamentos na forma de imediatismo, sob pena de coisificarmos as pessoas e de o amor ser impedido de acontecer.

Por que gostamos de coisas instantâneas?

Pode ser que alguns falem que gostamos de coisas instantâneas porque isso reduz o trabalho, mas eu creio que o imediatismo de nossos dias parece estar profundamente enraizado não no benefício da redução do trabalho, mas na maneira com que nos relacionamos com tempo.

Para a grande maioria da sociedade ocidental o tempo é um bem de consumo avaliado pelas leis econômicas. A máxima de que tempo é dinheiro dá a dimensão da importância desse “produto”.

Mas porque o tempo tem tanto valor se ele é um bem abundante e disponível para todos? A questão é que o tempo é volúvel (isto é, se dissipa rapidamente) e imprevisível (pode chegar ao fim sem nenhum aviso), por isso é tão precioso.

O que faz o tempo se volúvel e imprevisível? A morte. A expectação do fim da vida é que torna o tempo tão preciso. Quanto menor for o horizonte do tempo disponível, mas importante esse tempo se torna.

Muitas pessoas que recebem a notícia do fim provável de suas vidas, são capazes de repensar seus hábitos e refazer sua escala de valores; embora uma notícia como essas também seja capaz de até antecipar o fim de outras pessoas.

Alguns idosos são capazes de se desligar de coisas e situações da quais, em sua juventude, achavam impossível abrir mão, porque agora entendem melhor o valor do pouco tempo que lhes resta; embora outros idosos se tornem ainda mais exigentes, apegados a si mesmos e imediatistas.

A verdade é que quando não há tempo (ou temos a sensação de que o tempo é curto), nos sentimos pressionados, acuados e nos tornamos imediatistas. Então, nossa escala de valores se revela e priorizamos aquilo que realmente é mais importante para nós.

A questão é que se a morte for o ponto final do tempo, então estamos todos destinados ao imediatismo. Os seguidores de Jesus não pensam assim, por isso podem viver libertos do imediatismo.

Nesse mundo, há tempo para todas as coisas.

(1) HÁ UM TEMPO certo para cada coisa: (2) Tempo para nascer, tempo para mor¬rer; tempo para plantar, tempo para colher; (3) tempo para matar e tempo para curar; tempo para destruir, tempo para construir de novo; (4) tempo para chorar, tempo para rir; tempo para ficar triste, tempo para pular de alegria; (5) tempo para espalhar pedras, tempo para ajuntar pedras; tempo para abraçar, tempo para não abraçar; (6) tempo para procurar, tempo para perder; tempo para guardar, tempo para jogar fora; (7) tempo para rasgar, tempo para costurar; tempo para ficar quieto, tempo para falar; (8) tempo para amar, tempo para odiar; tempo para guerra, tempo para ficar em paz. (9) Que vantagem o homem tem com o trabalho pesado, que cansa tanto? (10) Vendo os vários tipos de trabalho que Deus deu aos homens, fiquei pensando nessa pergunta. (11) Todas as coisas têm seu valor quando são feitas na sua hora certa. Deus colocou a eternidade no coração do homem, mas assim mesmo ele não consegue entender completamente os planos e as obras de Deus. (Ecc 3:1-11)

Mas não há só esse mundo.

1Co 15:19 Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens.


Quando entendemos que o tempo foi criado por Deus como uma dimensão humana, mas que ele mesmo está fora do tempo, podemos que um dia estaremos libertos do tempo.

Quando nossos horizontes de tempo são alargados para a eternidade, o imediatismo não encontra lugar para prosperar.

Quando passamos a viver a vida na perspectiva da eternidade, a pressão pelo imediato se dissipa e ganhamos tempo para fazer o que há de mais importante: amar as pessoas de forma prática, dedicando nosso precioso tempo.

Quando nossos olhos estão postos na promessa feita por Cristo de que estaremos com ele, o tempo deixa de ser nosso inimigo e passa a ser nosso aliado.

Se queremos derrubar a muralha do imediatismo, precisamos da eternidade em nosso coração e a convicção de que o Senhor estará conosco aqui enquanto amamos os irmãos e esperamos a promessa.

12 novembro 2008

Que igreja seremos, que ama ou rejeita?

Introdução

Que tipo de igreja somos? Que tipo de igreja seremos daqui a um ano? O que enxergaremos no espelho ao nos olharmos daqui a cinco anos? Qual será a cara a Igreja Batista do Caminho daqui a dez anos? Já pensou nisso?

Igrejas são como pessoas: têm a mesma natureza, buscam objetivos parecidos, mas são bem diferentes umas das outras. Assim, como não há uma pessoa exatamente igual a outra (até os gêmeos idênticos têm suas diferenças), também não há duas igrejas exatamente iguais.

Essa realidade parece ser simples e lógica quando apresentada dessa maneira, mas muitas pessoas não conseguem aplicar essa verdade à sua vida na igreja de Jesus.

Há quem saia de uma igreja para outra (porque mudou-se de cidade/bairro, ou porque encontrou uma comunidade em que sentiu-se mais à vontade) e alimente a expectativa de reviver as mesmas experiência que teve no passado. Sem dúvida essa pessoas viverão frustradas. Não há igrejas iguais, por isso, as circunstâncias vividas no passado também não podem ser reproduzidas.

Também há pessoas que olham para o passado de forma saudosa e sentimental, esperando que os dias de hoje tenham as mesmas cores que marcaram suas memórias em dias passados, mas isso não acontecerá. Ao tentarem reproduzir as cores do passado, essas pessoas acabam perdendo as cores do presente; cores que o Senhor está usando para pintar uma nova obra de arte.

Há quem tenha seu tipo de igreja bem definido em sua mente. O tipo que têm em mente é o jeito certo de viver e fazer igreja. Por isso, quando ouvem outras pessoas ficam frustrados e indignados ao descobrirem que há quem tenha idéias bem diferentes. Mas é preciso entender que a igreja é uma coletividade, e ninguém pode esquecer isso.

Assim como um corpo, um organismo vivo, a igreja funciona e se desenvolve através da diversidade da atuação de seus membros, isto é, sermos e agirmos diferente um dos outros é que nos possibilita a ser o corpo de Cristo.

A igreja está em constante mudança, porque as pessoas estão em constante mudança. Uma igreja muda no transcorrer de sua história; e em nossos dias precisa mudar senão se tornará obsoleta diante dos desafios que se avolumam em nossa sociedade.

Será que uma igreja pode decidir o rumo de suas mudanças? Será possível uma determinada igreja escolher a direção para onde deseja mudar? Será que podemos pedir ao Senhor que nos faça ser uma igreja com estas e aquelas características? Será razoável para Deus que sua igreja almeje ser de um jeito e não de outro?

Eu creio que sim. Assim como cada um de nós pode orar ao Senhor e pedir que ele nos transforme, nos faça pessoas diferentes do que somos, também podemos, como igreja, clamar ao Senhor para nos transformar e nos fazer uma igreja diferente. Podemos pedir que Ele conduza sua igreja para que ela se torne o desejo do coração do Pai para os dias difíceis que vivemos.

Que tipo de igreja somos hoje? Que tipo de igreja seremos daqui a um ano? O que enxergaremos no espelho ao nos olharmos daqui a cinco anos? Qual será a cara a Igreja Batista do Caminho daqui a dez anos? Durante as próximas semanas será essa nossa reflexão.

Uma igreja que ama, ou uma igreja rejeita

Seremos uma igreja que ama, ou uma igreja que rejeita?

Pode parecer estranho contrapor amor e rejeição. Normalmente colocamos de um lado da balança o amor e do outro lado o ódio. Mas nem sempre é assim: o amor se sente pelo outro, sofre quando o outro está sofrendo e festeja quando o outro está feliz. Mas a decisão de não amar resulta na rejeição muda, na desconsideração, na falta de sensibilidade para com a dor ou alegria do outro.

Seremos uma igreja que ama, ou uma igreja que rejeita? Nós devemos decidir isso agora. Eu e você decidiremos a direção para onde irá a Igreja do Caminho ao decidirmos a direção para nossas vidas irão. Seremos pessoas que amam, ou pessoas que rejeitam. Como será a igreja do Caminho? O futuro é decido no presente.

Em relação aos seus irmãos em Cristo?

Qual será sua decisão, amar ou rejeitar seus irmãos em Cristo? Se você decidir amar seus irmãos em Cristo, a Igreja Batista do Caminho será uma igreja que ama; mas se você decidir rejeitar seus irmãos em Cristo, a Igreja Batista do Caminho será um igreja que rejeita. Vejamos o que dizem as escrituras sobre isso em 1 João 3.10-16.

Assim, agora podemos dizer quem é filho de Deus e quem é de Satanás. Todo aquele que vive uma vida de pecado e não ama a seu irmão mostra que não está na família de Deus. Porque a mensagem enviada a nós desde o princípio tem sido que devemos amar uns aos outros.

Não devemos ser como Caim, que era de Satanás e matou a seu irmão. Por que ele o matou? Porque Caim estava praticando o mal e sabia muito bem que a vida do seu irmão era melhor do que a dele. Portanto, não se admirem, queridos amigos, se o mundo odiá-los.

Se amarmos os outros cristãos, isto prova que fomos libertos do inferno e nos foi dada a vida eterna no céu. Mas uma pessoa que não tem amor pelos outros está seguindo para a morte eterna. Qualquer um que odeia seu irmão em Cristo já é, na realidade, um assassino no coração; e vocês sabem que ninguém que deseja matar tem a vida eterna dentro de si. Nós sabemos o que é o amor verdadeiro pelo exemplo de Cristo, ao morrer por nós. E, portanto nós devemos sacrificar as nossas vidas pelos nossos irmãos em Cristo. (1 João 3.10-16)

Amar o irmão não é uma questão de sentimento ou empatia. Não tem essa coisa de energia positiva ou identificação. Amar é uma decisão que nasce no íntimo daqueles que foram alcançados pelo amor de Deus.

A prova de que você nasceu de novo, isto é, de que foi gerada em você uma nova natureza pelo Espírito de Deus, não é a quantidade de conhecimento que você tem da Bíblia ou o tipo de dom espiritual que você tem. A prova de que você foi liberto do inferno e recebeu a vida eterna não é o seu falar bonito, nem sua prosperidade financeira, mas sua disposição para amar o seu irmão. Mas o que é amar o irmão?

Amar o irmão é não rejeitá-lo por causa dos pecados do passado.

Há quem se alegre em amar aqueles que têm uma vida certinha, que fizeram tudo sempre correto e que parecem ser exemplos irretocáveis de procedimento. Mas a prova de que você foi liberto do inferno é sua disposição em amar o seu irmão, mesmo que o passado dele seja sombrio o tortuoso.

1-2 Entretanto, Saulo, ameaçador e desejoso de destruir todos os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao supremo sacerdote, em Jerusalém, pedindo-lhe que lhe fosse passada uma carta credencial dirigida às sinagogas de Damasco, exigindo a cooperação destas na perseguição de quaisquer seguidores do Caminho que Saulo aí encontrasse, tanto homens como mulheres, para que pudesse levá-los acorrentados para Jerusalém.

3-4 Ao aproximar-se de Damasco no cumprimento desta missão, uma luz brilhante vinda do céu fixou-se, de súbito, sobre ele. Caindo no chão, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues?

5-6 Quem és tu, Senhor?, perguntou. Sou Jesus, aquele a quem tu persegues! Levanta-te, vai para a cidade e espera por instruções minhas.

7 Os homens que acompanhavam Saulo ficaram mudos de surpresa, pois ouviam uma voz mas não viam ninguém

8-9 Quando Saulo se levantou, verificou que deixara de ver. Tiveram de o levar pela mão até Damasco, onde ficou três dias sem comer nem beber.

10 Ora, havia em Damasco um discípulo chamado Ananias, a quem o Senhor falou numa visão, chamando-o: Ananias!Aqui estou, Senhor!, respondeu.

11 O Senhor disse: Vai à rua Direita, procura em casa de Judas um homem chamado Saulo de Tarso. Neste momento está ele a orar, pois mostrei-lhe em visão alguém chamado Ananias que deverá procurá-lo e que porá as mãos sobre ele para que torne a ver!

13-14 Mas, Senhor, exclamou Ananias, contaram-me coisas terríveis que este homem fez aos crentes de Jerusalém! E consta que tem mandatos de prisão, passados pelos principais dos sacerdotes, autorizando-o a prender, em Damasco, todos os que invocam o teu nome!

15-16 O Senhor insistiu: Vai, pois Saulo é o meu instrumento escolhido para levar a minha mensagem às nações e até à presença dos reis, bem como ao povo de Israel. E mostrar-lhe-ei quanto ele deverá sofrer por mim.

17 Ananias obedeceu. Na presença de Saulo, pôs as mãos sobre ele e disse-lhe: Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho, enviou-me para que sejas cheio do Espírito Santo e tornes a ver.

18 Imediatamente, caindo-lhe como que umas escamas dos olhos, Saulo recuperou a vista, e, levantando-se, foi batizado. (Atos 9.1-18)


O sujeito conhece alguém na igreja e começa a conversar. No domingo seguinte, ele já procura o irmão, cumprimenta, pergunta sobre a semana. Duas semanas depois ele diz pra esposa o quanto aquele irmão é gente fina. Um mês depois as famílias saem junto depois do culto. Seis meses depois, ele descobre que o irmão foi arrastado por Deus de práticas homossexuais.

Os olhos se arregalam, o semblante caído e o ar de decepção estampado na cara. Aí ele diz pra esposa: puxa, e eu que imaginava que ele era um bom sujeito. Aí, passa a sentar nas cadeiras do outro lado, depois do culto sai rapidinho e avisa para o filho que é melhor ele não conversar muito com o filho daquele irmão.

Que amor há em uma atitude como essa? Porque teimamos em achar que os pecados dos outros são mais graves do que os nossos? Amar o irmão é permanecer ao lado dele, não importando o seu passado.

Amar o irmão é não desprezá-lo porque ele é diferente de você.

Muitos de nós temos dificuldade para lidar com o diferente. Alguns desejariam conviver apenas com aqueles que eles consideram parecidos por que têm uma cultura semelhante, uma posição social próxima, uma condição financeira parecida e melhor ainda se tiver o mesmo nível acadêmico.

Onde está o amor quando alguém seleciona as pessoas que o agradam e exclui aquelas que ele acha menos interessantes, porque são diferentes dele? (alguns consideram até inferiores)

Não está mente que pensa assim cheia de arrogância e soberba? Tiago fez um alerta em sua carta que nos servirá de reflexão neste momento.

Queridos irmãos, como vocês podem alegar que pertencem ao Senhor Jesus Cristo, o Senhor da glória, se mostrarem preferência por gente rica e desprezarem os pobres?

Se entrar na igreja de vocês um homem vestido de roupas custosas e com preciosos anéis de ouro nos dedos, e no mesmo instante entrar outro homem, pobre e vestido de roupas velhas, e vocês fizerem um grande alvoroço com o homem rico, e lhe derem o melhor assento da casa, e disserem ao homem pobre: ”você pode ficar em pé ali, se quiser, ou então se sente no chão” – ora, este tipo de procedimento lança uma interrogação sobre a fé que vocês têm – vocês afinal de conta, são realmente cristãos? – e mostra que vocês estão sendo dirigidos por propósitos errados. (Tiago 2.1-4)

Se o sujeito é muito alto vira piada porque é alto; se muito baixo, fica fora do grupo porque é baixinho. Se os cabelos são crespos, não faz parte do grupinho; se os cabelos são escorridos também fica de fora. Se for magro, tá doente; se é gordo não é chamado para participar.

Se for negro, não faz parte do clube; mas se for japonês pode. Se tiver nível superior, eu paro pra conversar; se não tiver, não vale a pena; se veio de carro pra igreja, eu corro pra falar com o sujeito; se veio de ônibus, e melhor ele ir logo antes que fique tarde. Se ela tem marido e filhos, eu me aproximo; mas, se é mãe solteira, é melhor não misturar as coisas;

Onde está o amor? Amar o irmão é permanecer ao lado dele, não importando se ele é diferente de mim.

O Apóstolo Pedro viveu uma experiência muito marcante a respeito dessa atitude desastrosa que é a exclusão das pessoas que são diferentes de nós. Os judeus sempre foram um povo fechado, para dentro de si mesmos. No dias de Jesus eles esperavam um messias que vinha como uma promessa de Deus para libertá-los dos opressores, mas Deus os surpreendeu enviando um messias não apenas para os judeus, mas para toda a humanidade. Os judeus eram exclusivistas, mas Deus, em Cristo Jesus, incluiu todos os seres humanos.

Para quebrar essa atitude e libertar o evangelho de Cristo para o restante do mundo, o Senhor revelou-se em sonho para Pedro e pediu que ele matasse e comesse animais que eram considerados impuros pelos judeus. Pedro disso que jamais faria isso, mas o Senhor insistiu três vezes dizendo que Pedro não deveria considerar impuro algo que Deus estava dizendo que era puro.

Depois disso, o Senhor o enviou para falar do messias para alguém que não era judeu. Como alguém que não era judeu poderia compreender algo sobre o messias? Como alguém que não era judeu poderia ser abençoado pelo Deus dos judeus? Pedro precisava decidir se iria amar ou rejeitar. Ele decidiu amar.

No dia seguinte foi com eles, acompanhado por alguns outros crentes de Jope. 24 Chegaram a Cesareia no outro dia; Cornélio esperava-o já na companhia de parentes e amigos íntimos.

25-26 Cornélio, logo que Pedro entrou na sua casa, lançou-se-lhe aos pés para o adorar mas Pedro impediu-o: Levanta-te, que sou um homem como tu! 27 Cornélio levantou-se e conversaram juntos e entraram para dentro onde os outros estavam reunidos.

28 Pedro disse-lhes: Sabem que é contra as leis judaicas eu entrar assim num lar de estrangeiros. Mas Deus mostrou-me numa visão que nunca deveria considerar alguém meu inferior .29 Apressei-me pois a vir, e agora digam-me porque me mandaram vir.

30 Cornélio respondeu: Há quatro dias, estava eu a orar como de costume às três horas da tarde, quando me apareceu um homem com roupas brilhantes 31 que me disse: 'Cornélio, as tuas orações são ouvidas e Deus reparou nos teus actos de caridade.32 Envia alguns homens a Jope e manda vir Simão Pedro, que está a ficar em casa de Simão o curtidor, que mora perto do mar'.

33 Assim, mandei-te vir imediatamente, e fizeste bem em vir depressa. Estamos todos presentes diante de Deus, ansiosos por ouvir o que ele te mandou dizer-nos!

34 E Pedro respondeu: Vejo bem que os judeus não são os únicos favoritos de Deus!35 Ele aceita pessoas de todas as nações que o temem e fazem o que é justo.


Amar o irmão é permanecer ao lado dele, não importando se ele é diferente de mim. E amar os que são diferentes porque Deus não faz acepção de pessoas, o amor deles alcança a todos e está disponível a todos.

Conclusão

Que tipo de igreja somos? Que tipo de igreja seremos? O que enxergaremos no espelho ao nos olharmos daqui a cinco anos? Qual será a cara a Igreja Batista do Caminho daqui a dez anos?
Isso depende da sua decisão hoje, a cada dia.

Qual será sua decisão, amar ou rejeitar seus irmãos em Cristo? Se você decidir amar seus irmãos em Cristo, a Igreja Batista do Caminho será uma igreja que ama; mas se você decidir rejeitar seus irmãos em Cristo, a Igreja Batista do Caminho será um igreja que rejeita.

Qual será sua decisão? O desafio das Escrituras hoje é para que você decida dispor seu coração para amar.

Se amarmos os outros cristãos, isto prova que fomos libertos do inferno e nos foi dada a vida eterna no céu. Mas uma pessoa que não tem amor pelos outros está seguindo para a morte eterna.

Se você decidir rejeitar, esta será uma igreja que rejeita; mas se você decidir amar, esta será um igreja que ama.

02 novembro 2008

Que igreja seremos - Separados pela religiosidade



Introdução

Se queremos ser uma igreja que ama, se queremos ser pessoas que amam e não pessoas que rejeitam, precisamos reconhecer que há uma armadilha que está sempre bem perto de nós, pronta para se tornar uma grande muralha a nos separar um dos outros e assim nos impedir de amar. Essa armadilha é a religiosidade.

Se você observar os evangelhos, verá que Jesus era doce e sensível com os pobres, oprimidos, rejeitados, com os sem esperança, desacreditados e excluídos; mas quando os religiosos apareciam, as palavras do Mestre eram firmes e contundentes.

Os religiosos nunca foram afagados por Jesus porque a religiosidade é capaz de separar as pessoas e sufocar o amor. Hoje vamos escutar juntos uma das pregações mais contundentes que Jesus fez sobre os males da religiosidade. Capítulo 23 de Mateus.

26 outubro 2008

Que igreja seremos - Separados pelo consumismo

Separados pelo consumismo

Já vimos que o egoísmo é capaz de nos separar e impedir que sejamos uma igreja que ama. Mas há outras barreiras que nos separam uns dos outro. Uma delas é o consumismo.

O consumismo é recente na história da humanidade. O comportamento consumista tem sido observado e investigado, sobretudo depois da revolução industrial que mudou drasticamente o modo de produção e as relações de trabalho e expôs as famílias a modos de pensar que até então não eram comuns.

O diagnóstico

Por Gabriela Cabral no site www.brasilescola.com

Consumismo é o ato de comprar produtos e/ou serviços sem necessidade e consciência. É compulsivo, descontrolado e que se deixa influenciar pelo marketing das empresas que comercializam tais produtos e serviços. É também uma característica do capitalismo e da sociedade moderna rotulada como “a sociedade de consumo”.

Diferencia-se em grande escala do consumidor, pois este compra produtos e serviços necessários para sua vida enquanto o consumista compra muito além daquilo de que precisa.

O consumismo tem origens emocionais, sociais, financeiras e psicológicas onde juntas levam as pessoas a gastarem o que podem e o que não podem com a necessidade de suprir à indiferença social, a falta de recursos financeiros, a baixa auto-estima, a perturbação emocional e outros.

no site www.mundoeducacao.com.br

O consumismo é uma compulsão caracterizada pela busca incessante de objetos novos sem que haja necessidade dos mesmos. Após a industrialização, criou-se uma mentalidade de que quanto mais se consome mais se tem garantias de bem-estar, de prestígio e de valorização.

Uma pessoa pode ser considerada consumista quando dá preferência ao shopping a qualquer outro tipo de passeio, faz compras até que todo o limite de crédito que possui exceda, deixa de usar objetos comprados há pouco tempo, não consegue sair do shopping sem comprar algo, se sente mal quando alguém usa um objeto mais moderno que o seu, etc.


De que maneira o consumismo nos separa?

(25) Um dia um especialista nas leis de Moisés veio pôr à prova os ensinamentos de Jesus, fazendo-Lhe esta pergunta: "Mestre, que precisa um homem fazer para ir para o céu?” (26) Jesus respondeu: "Que diz a lei de Moisés a este respeito?” (27) Ele respondeu: "Diz que você deve amar ao Senhor seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma, de toda a sua força, e de toda a sua mente. E deve amar ao seu semelhante como ama a você mesmo". (28) "Certo!” disse-lhes Jesus "Faça isto e você viverá!”

(29) Mas o homem queria justificar (sua falta de amor por alguns tipos de pessoas), e por isto perguntou: "Que semelhantes? " (30) Jesus respondeu com uma história: "Um certo judeu que fazia uma viagem de Jerusalém para Jericó foi atacado por bandidos. Estes tiraram suas roupas e seu dinheiro, bateram nele e o deixaram caído meio morto ao lado da estrada. (31) Por acaso, passou um sacerdote judaico; quando ele viu o homem caído ali. atravessou para o outro lado da estrada e passou de longe. (32) Certo judeu ajudante do templo fez a mesma coisa; também deixou o homem caído ali. (33) Porém veio um desprezado samaritano, e quando o viu, sentiu grande pena da vítima. (34) Ajoelhando-se ao lado dele, o samaritano passou-lhe remédio nas feridas e fez curativos. Depois colocou o homem em seu jumento e foi andando ao lado dele até chegarem a uma hospedaria, onde cuidou dele durante a noite.

(35) No dia seguinte entregou ao dono da hospedaria duas moedas e lhe pediu que cuidasse do homem. 'Se a conta dele for além disso', disse ele, 'eu pagarei a diferença na próxima vez que passar por aqui'. (36) Ora, qual destes três você diria que foi o semelhante da vítima dos bandidos?" (37) O homem respondeu: "Aquele que mostrou alguma compaixão". Então Jesus disse: "Sim, agora vá e faça o mesmo". (Lucas 10-25-37)


O comportamento consumista nos separa um dos outros por que somos consumidos por ele. Em outras palavras, o consumista é tão consumido pelo seu consumismo que não lhe sobram energia, recursos ou tempo para amar as outras pessoas. Se queremos ser uma igreja que ama, não podemos permitir que o consumismo nos consuma.

Consome nossas energias

É necessária muita energia e disposição para encontrar o que há de mais moderno em tecnologia. Substituir o guarda-roupa com a cor da nova estação é trabalhoso. Encontrar toda semana um novo lugar para sair pode ser empolgante, mas é cansativo. Monitorar permanentemente os lançamentos do cinema e assisti-los na primeira semana consome atenção. Tudo isso exige energia e dedicação.

Isto é, o consumismo consome o consumista ao ponto de não lhe sobrar energia para amar as pessoas. Nossas energias não são inesgotáveis, por isso, se nossa decisão é ser uma igreja que ama devemos decidir guarda parte de nossas energias para amar.

O samaritano que parou para socorrer o homem caído na beira da estrada precisou de forças para erguê-lo e cuidar de suas feridas. Ele não estava exaurido consigo mesmo, ele não estava cansado com suas próprias preocupações fúteis.

Eu e você também vamos precisar de forças para amar e se essas forças houverem sido gastas em um modo de vida consumista, não conseguiremos amar e acabaremos por rejeitar os nossos irmãos.

Consome nossos recursos

Ser consumista custa dinheiro; mais dinheiro do que você dispõe. A cultura consumista é uma espécie de pirâmide em que os consumistas da base sustentam o consumismo daqueles que estão no topo. Isso porque os consumistas da base sonham que um dia serão como os consumistas do topo.

Quem se deixa dominar pelo consumismo nunca tem recursos disponíveis para amar. Pode parecer estranha a idéia de que precisamos de dinheiro para amar, mas o amor prático do qual fala Tiago, o amor de fato e de verdade do qual fala o apóstolo João precisa de recursos para acontecer.

O Samaritano da história contada por Jesus tinha dinheiro para os remédios e curativos. Pagou pela estada daquela noite e assumiu as despesas futuras com o cuidado daquele homem que ele nem conhecia.

Se desejamos ser um igreja que ama, precisamos proteger nossos recursos do consumismo. Devemos ser firmes e perspicazes quando a mídia despejar uma campanha publicitária sobre nossas cabeças. Se dissermos não para os gastos que o consumismo nos impõe, teremos recursos para amar as pessoas.

Consome nosso tempo

Ser consumista exige e consome tempo. Consumir por esporte exige dedicação, tempo gasto do shopping, tempo navegando na internet, e tempo para lamentar os estragos feitos nos limites dos cartões de crédito.

O consumismo exige tempo para colecionar os carnês de pagamento e também tempo para comprar, trocar aquilo que comprou, guardar, devolver, trocar de novo, comprar cinco achou lindo, comprar um melhor e nunca parar.

Quem incorpora o consumismo ao seu estilo de vida não tempo para amar as pessoas. Não dá tempo de parar e olhar nos olhos das pessoas, não dá tempo para ouvir o irmão na sua dor. Não sobra tempo para outros, porque todo o tempo está sendo usado para si mesmo e seus atos de consumo.

Os dois religiosos crentes que passaram antes do samaritano não tinham tempo. Para ajudar aquele homem era preciso investir tempo, e foi isso que o samaritano fez. Ele parou, ele desviou-se por um pouco dos seus objetivos pessoais e gastou tempo com aquele homem.

Devemos permanecer atentos quando preferimos as compras às pessoas. Devemos dizer não para a o consumo quando ele nos aliena, isto é, nos separa das pessoas. Se nós queremos ser um igreja que ama, precisamos impedir que o consumismo nos roube o tempo para amar.

O cerne da questão consumista

Nossa sociedade consumista está apoiada e ganha dinheiro explorando a insatisfação humana. Não resta dúvida que um nível saudável de insatisfação é necessário para que a vida progrida.

No entanto, as pesquisas e campanhas publicitárias, (publicitários, comunicadores sociais, sociólogos e psicólogos) têm como objetivo não apenas identificar nossas insatisfações (até aquelas que desconhecemos), mas também plantar em nossas almas insatisfações falsas.

• Se não temos o carro do comercial não somos ninguém...
• Se a roupa não é da cor e da griffe certas, não somos ninguém...
• Se não temos o celular de última geração, nos sentimos menores
• Se não formos para o novo restaurante nos sentimos por fora
• Se não lemos o best-seller do mês, nos sentimos menos cultos
• Se não compramos o novo computador nos sentimos desatualizados

Uma falsa insatisfação foi plantada em nossas almas e nos impulsiona ao consumo como forma de alívio. Será que também nós, seguidores de Cristo vamos nos deixar acorrentar por isso? Não temos nós algo infinitamente superior para buscar nossa identidade: o amor de Deus por nós?

Para sermos uma igreja que ama precisamos rejeitar a falsa insatisfação e cultivar o contentamento. Quando a alma está contente em Deus a vida se torna cheia de presentes, porque tudo se transforma em surpresa especial da parte do Pai.

Contentamento, um bálsamo para a alma.

O sábio Salomão, um dos homens mais ricos e poderosos que já existiu sabia bem que a insatisfação da alma humana não encontra remédio no consumo.

(10) Quem ama o dinheiro jamais terá o suficiente; quem ama as riquezas jamais ficará satisfeito com os seus rendimentos. Isso também não faz sentido. (11) Quando aumentam os bens, também aumentam os que os consomem. E que benefício trazem os bens a quem os possui, senão dar um pouco de alegria aos seus olhos?

O Espírito de Deus deixou registrados, nas palavras do apóstolo Paulo, ensinamentos preciosos sobre o contentamento que nos protege do consumismo.

(8) E agora, irmãos, ao terminar esta carta, quero dizer-lhes mais uma coisa. Firmem seus pensamentos naquilo que é verdadeiro, bom e direito. Pensem em coisas que sejam puras e agradáveis e detenham-se nas coisas boas e belas que há em outras pessoas. Pensem em todas as coisas pelas quais vocês possam louvar a Deus e alegrar-se com elas. (9) Continuem a pôr em prática tudo quanto aprenderam de mim e me viram fazer, e o Deus de paz será com vocês. (10) Como estou grato e como louvo ao Senhor porque vocês estão me ajudando novamente! Eu sei que vocês têm estado sempre ansiosos para enviar-me o que podiam, mas por algum tempo não tiveram oportunidade. (11) Não estou dizendo isto porque estava precisando, pois aprendi a viver alegremente, tenha muito ou pouco. (12) Sei viver com quase nada ou tendo tudo. Já aprendi o segredo para viver contente em qualquer circunstância, quer com o estômago satisfeito, quer na fome, na fartura ou na necessidade; (13) porque eu posso fazer todas as coisas que Deus me pede com a ajuda de Cristo, que me dá a força e o poder.

Há um segredo para vivermos contentes em qualquer circunstância: contar com a força e o poder que Cristo dá. Essa força vem da nossa confiança em Deus, de que Ele nos ama e nos considera importantes exatamente como somos e estamos agora. Isso enche nosso coração de esperança. Aí podemos todas as coisas.

O Senhor nos dá força e poder para viver tanto com muito como com pouco. Em Cristo ficamos contentes com o último celular ou com daqueles antigos. Em Cristo ficamos contentes vestido na cor da estação ou em qualquer outra cor. Em Cristo ficamos contentes com carro ou sem carro. Em Cristo ficamos contentes se vamos ao restaurante ou se comemos em casa. Em Cristo ficamos contentes por que o nosso contentamento vem do amor que Ele tem por nós.

Se queremos ser um igreja que ama, precisamos cultivar em nossas vidas o contentamento: um bálsamo que nos protege do consumismo. Aí teremos energia, recursos e tempo para amar.

Quem sabe, então, o Senhor contará a história da sua vida e no final, assim como a história samaritano, Ele dirá para aqueles que estiverem ouvindo: vai e faze o mesmo.