01 abril 2008

Esperança Cristã – O ser humano e a eternidade - 3/4

Introdução

O evangelho de Jesus não pode resultar em desequilíbrio em nossa visão do mundo e das pessoas. Jesus apresentou uma mensagem coerente e capaz de dar sustentação para todas as dimensões da vida.

Um dos grandes problemas que enfrentamos em nossos dias é o desequilíbrio. Há quem veja Deus apenas como amor; um Deus meio bobo, incapaz de ser justo e firme. Há vem veja o Senhor como um juiz impiedoso e pronto a punir, incapaz de amar e exercer misericórdia.

Toda vez que vemos apenas uma parte do caráter de Deus, estamos vendo uma caricatura dele. A imagem de Deus se torna mais próxima da realidade à medida que vamos enxergando a plenitude de sua natureza: santo, verdadeiro justo, todo-poderoso, fiel, amor, misericordioso, perfeito, compassivo, perdoador... É preciso juntar tudo, senão ficamos apenas com uma caricatura de Deus.

Da mesma forma, hoje pela manhã, precisamos equilibrar a Esperança nas promessas de Deus (vida eterna, o retorno do Senhor e a ressurreição dos mortos) e um viver que não foge da dura realidade do mundo em que Ele nos colocou.

A Esperança Cristã não é um escapismo, uma fuga da vida, pelo contrário. A esperança que temos no futuro prometido por Deus para nós deve nos levar a viver hoje, de forma intensa, os valores do Reino de Deus.

A Esperança que temos não pode transformar a vida em um filme preto e branco, mas precisa realçar todas a cores de nossa realidade.

O maior dos mandamentos

Há muitos crentes que, ao descobrirem as promessas de Deus sobre a eternidade, se tornam orgulhos e cheios de empáfia. Usam a certeza de sua salvação em Cristo para ameaçar e intimidar. Quem faz assim, ainda não entendeu a natureza da salvação. Não compreendeu que fomos salvos por Cristo através da fé, isso não vem de nós, é um dom de Deus.

Na verdade, muitos crentes, vivem em buscas de experiências com Deus, mas evitam se relacionar com as pessoas. Falam para todos sobre o seu amor por Deus, mas são incapazes de transformar esse amor em ações práticas em favor dos outros.

O que é mais importante: Amar a Deus ou amar ao próximo? O que faz mais bem para nossas almas: a esperança da eternidade ou a transformação da realidade? Será que realmente precisamos escolher? A palavra de Deus nos garante que não precisamos nem devemos separa uma coisa da outra.

Quando Jesus respondeu à pergunta dos fariseus sobre o maior dos mandamentos, deixou isso bem claro. O amor a Deus anda de braços dados como o amor às pessoas em nossa volta. Não podemos viver ligados na eternidade futura e desligados da realidade presente.

(34) Os fariseus, quando souberam, que ele fizera emudecer os saduceus, reuniram-se todos; (35) e um deles, doutor da lei, para o experimentar, interrogou- o, dizendo: (36) Mestre, qual é o grande mandamento na lei? (37) Respondeu-lhe Jesus: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. (38) Este é o grande e primeiro mandamento. (39) E o segundo, semelhante a este, é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. (Mat 22:34-39)

Jesus coloca o amor ao próximo em pé de igualdade com o amor a Deus porque são as duas faces de uma mesma moeda. São diferentes, mas não podem ser separados um dos outros.

Como tem sido com você? O seu amor por Deus pode ser visto no amor pelas pessoas à sua volta, ou o outro lado da sua moeda é apenas o seu amor por você mesmo?

Crianças famintas e sem futuro precisam do seu amor.

Idosos abandonados em asilos precisam do seu amor.

Pequeninos sem teto para morar precisam do seu amor

Meninas que vendem seus corpos na beira-mar precisam do seu amor.

Jovens consumidos pelas drogas precisam do seu amor.

Cidades acorrentadas à idolatria precisam do seu amor.

Casais que desistiram de se amar precisam do seu amor.

Famílias despedaçadas pelo ódio precisam do seu amor.

A eternidade começa agora. O reinado de Cristo, que será pleno na eternidade deve começar agora em nossas atitudes, em nossa maneira de viver, na prática de um amor que se importa com os outros. Esse é um grande desafio para o nosso egoísmo. Deus quer usar a mim e a você para mudar a difícil realidade daqueles que sofrem.

Uma questão de coerência

O apóstolo João foi um dos mais próximos de Jesus durante seu ministério. Talvez ele fosse o mais jovem dos discípulos. Suas palavras sobre esse assunto são um chamado à coerência.

(20) Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, não pode amar a Deus, a quem não viu. (21) E dele temos este mandamento, que quem ama a Deus ame também a seu irmão. (1Jn 4:20-21)

João é muito direto. Seguindo com a nossa ilustração, a questão é que se uma das faces da sua moeda for o amor a Deus, mas na outra face não estiver o amor pelo seu irmão, então sua moeda e falsa. Que amor é esse que existe apenas para Deus, mas não se transforma em atitude para seu irmão?

Será que temos sido coerentes? As moedas que temos conosco são verdadeiras ou falsas? Qual será nossa resposta às palavras do Espírito através do apóstolo?

A esperança cristã não pode ser egoísta. Não podemos guardar esse tesouro, que é a vida abundante prometida por Deus, apenas para nós. A esperança da eternidade não pode nos acomodar, mas deve nos mover em direção aos nossos irmãos com atitudes de amor.

Foi assim com Cristo. A certeza das promessas do Pai o levou a enfrentar a cruz. Ele abriu mão do conforto da eternidade para se fazer homem, viver as limitações humanas para assim se identificar conosco.

(4) não olhe cada um somente para o que é seu, mas cada qual também para o que é dos outros. (5) Tende em vós aquele sentimento que houve também em Cristo Jesus, (6) o qual, subsistindo em forma de Deus, não considerou o ser igual a Deus coisa a que se devia aferrar, (7) mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, tornando-se semelhante aos homens;

(8) e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz. (Php 2:4-8)

Esperança que não se serve

No capítulo 2 de sua carta, Tiago fala de um tipo de fé que não serve para nada. É uma fé estéril, incapaz de gerar vida. A Esperança Cristã não pode produzir esse tipo de fé. Não podemos olhar para o futuro maravilhoso prometido por Cristo e nos esquecermos daqueles que passam necessidades ao nosso lado.

A nossa confiança no Senhor para a Eternidade não pode nos alienar. Não podemos viver como se miséria, fome, exploração, desnutrição, desemprego, baixa escolaridade, assassinatos, assaltos, roubos, estupros e tantas outras mazelas da nossa cidade não existam ou não nos digam respeito. A Esperança na eternidade, na segunda vinda de Cristo ou na ressurreição não pode me levar a viver em um mundo de fantasia. A Esperança age enquanto espera a concretização da promessa.

(14) Que proveito há, meus irmãos se alguém disser que tem fé e não tiver obras? Porventura essa fé pode salvá-lo? (15) Se um irmão ou uma irmã estiverem nus e tiverem falta de mantimento cotidiano. (16) e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito há nisso? (17) Assim também a fé, se não tiver obras, é morta em si mesma. (18) Mas dirá alguém: Tu tens fé, e eu tenho obras; mostra-me a tua fé sem as obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras. (19) Crês tu que Deus é um só? Fazes bem; os demônios também o crêem, e estremecem. (20) Mas queres saber, ó homem vão, que a fé sem as obras é estéril? (Jas 2:14-20)

Quando Deus lhe devolveu a eternidade, isto é, quando a vida eterna lhe foi concedia por meio da fé em Cristo, não era a intenção do Senhor lhe transferir direto para o céu. Ele fez isso apenas com duas pessoas, Enoque e Elias. O resto de nós deve começar a viver a eternidade agora. Isso que dizer que somos chamados a implantar os valores do Reino de Deus em nossos relacionamentos com as pessoas agora mesmo.

Tiago ironiza os religiosos. Ele explica que não adianta pousar de seguidor de Cristo. Se as suas atitudes não são coerentes com as palavras do Senhor, isso não passa de um discurso vazio e incapaz de produzir vida.

Como é nossa Esperança? Para dentro de nós mesmos ou para fora, em direção às pessoas? A esperança que fica aprisionada dentro da gente acaba definhando e morrendo, mas a esperança que volta para os outros floresce e é capaz de gerar a vida.

Esperança Cristã – Fundamentos da Esperança - 2/4

Introdução

A Esperança, sobre a qual vamos refletir durante esse encontro, não é o mero desejo de que alguma coisa aconteça. Também não é um sonho ou um pensamento positivo a respeito de algo.

A Esperança Cristã está baseada em promessas que nos foram feitas. Não é uma aventura de gente sem juízo, uma ficção sem fundamento! A Esperança Cristã não é um tiro desesperado no escuro. Os cristãos esperam o cumprimento das promessas que receberam de Deus.

A Esperança Cristã tem por base a confiança que temos naquele que fez a promessa: (1) Uma questão: As promessas podem ser excelentes (como aquelas feitas pelos políticos em tempos de eleição), mas se aquele que prometeu não tiver a intenção de cumpri-las, a frustração é certa; (2) outra questão: por mais que sejam promessas desejáveis, se aquele que prometeu não puder cumpri-las, também seremos frustrados.

A Esperança Cristã está baseada em amostras das promessas. O Senhor não é um embusteiro tentando nos enganar, por isso ele não se negou a oferecer amostras de que as promessas feitas serão cumpridas.

É sobre os fundamentos da Esperança Cristã que vamos meditar hoje à noite. O Espírito de Deus nos ensinará sobre a importância desses fundamentos e trará consolo para nossas vidas à medida que formos nos apropriando dessas verdades.

O Caráter de quem promete

Vale a pena confiar em Deus? Será que Ele é cumpridor de suas promessas? Será que Deus é capaz de usar de má fé conosco? Porque se Deus for um mal-caráter, então nem adiante continuarmos. Se não tivermos a certeza da intenção do Senhor em cumprir aquilo que Ele promete, nossa Esperança está apoiada em areia movediça.

Deus não é homem, para que minta; nem filho do homem, para que se arrependa. Porventura, tendo ele dito, não o fará? ou, havendo falado, não o cumprirá? (Num 23:19)

(1) Paulo, servo de Deus, e apóstolo de Jesus Cristo, segundo a fé dos eleitos de Deus, e o pleno conhecimento da verdade que é segundo a piedade, (2) na esperança da vida eterna, a qual Deus, que não pode mentir, prometeu antes dos tempos eternos, (Tit 1:1-2)

(11) Fiel é esta palavra: Se, pois, já morremos com ele, também com ele viveremos; (12) se perseveramos, com ele também reinaremos; se o negarmos, também ele nos negará; (13) se somos infiéis, ele permanece fiel; porque não pode negar-se a si mesmo. (2Ti 2:11-13)

Deus é totalmente confiável. Jesus Cristo, o filho de Deus que se fez gente, é totalmente digno de confiança. Se a sua Esperança é no Deus de Abraão, Isac, Jacó, Davi, Daniel, Elias, Pedro, Paulo, Tiago e João, você não tem motivos para duvidar. Mas, se sua esperança está apoiada sobre qualquer outra coisa ou pessoa, você está correndo um sério risco de frustrar-se.

Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação. (Jas 1:17)

O poder de quem promete

O Senhor é íntegro! Mas será que ele pode cumprir as promessas que faz? Porque, se apesar de bem intencionado, o Senhor não puder realizar o que Ele promete, então certamente seremos frustrados.

(5) Os céus louvarão as tuas maravilhas, ó Senhor, e a tua fidelidade na assembléia dos santos. (6) Pois quem no firmamento se pode igualar ao Senhor? Quem entre os filhos de Deus é semelhante ao Senhor, (7) um Deus sobremodo tremendo na assembléia dos santos, e temível mais do que todos os que estão ao seu redor? (8) Ó Senhor, Deus dos exércitos, quem é poderoso como tu, Senhor, com a tua fidelidade ao redor de ti? (Psa 89:5-8)

(20) Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera, (Eph 3:20)

Sim, Deus tem poder para cumprir suas promessas. Ele o Todo-poderoso. O Pai tem poder, e o Filho também tem poder. O nosso salvador Jesus Cristo recebeu do pai toda a autoridade e todo poder para cumprir aquilo que ele nos prometeu.

(1) Depois de assim falar, Jesus, levantando os olhos ao céu, disse: Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que também o Filho te glorifique; (2) assim como lhe deste autoridade sobre toda a carne (Joh 17:1,2a)

(16) Partiram, pois, os onze discípulos para a Galiléia, para o monte onde Jesus lhes designara. (17) Quando o viram, o adoraram; mas alguns duvidaram. (18) E, aproximando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra. (Mat 28:16-18)

Eu sou o Alfa e o ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso. (Rev 1:8)

Depois destas coisas, ouvi no céu como que uma grande voz de uma imensa multidão, que dizia: Aleluia! A salvação e a glória e o poder pertencem ao nosso Deus; (Rev 19:1)

As Promessas

Há muitas promessas nas Escrituras. Mas, agora, precisamos focalizar em algumas que têm influência direta em nossa Esperança sobre o futuro.

ELE PROMETEU VIDA ETERNA

Em verdade, em verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna e não entra em juízo, mas já passou da morte para a vida. (Joh 5:24)

(27) As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu as conheço, e elas me seguem; (28) eu lhes dou a vida eterna, e jamais perecerão; e ninguém as arrebatará da minha mão. (Joh 10:27-28)

Jesus prometeu dar vida eterna àqueles que o seguem. Aqueles que atendem à palavra de Cristo e crêem em Deus recebem de volta a perspectiva da eternidade (aquela que jogamos fora no Éden). O Senhor Jesus veio para recuperar o projeto inicial de Deus, veio buscar e salvar o que se havia perdido.

Quando colocamos nossa confiança em Deus e no Seu Cristo, a vida por aqui não precisa mais ser uma busca desesperada para ser reconhecido ou realizar algo; o tempo deixa de ser um inimigo e se torna um amigo que nos leva aos braços do nosso Senhor: onde seremos tudo que ele deseja que sejamos.

Quando a eternidade é colocada de volta em nosso coração, ele pode voltar a bater no ritmo certo; os 90 ou 100 anos que vivemos aqui são como o laço e o papel de um presente chamado eternidade. Para abrir o presente precisamos tirar o laço e desembrulhar o papel (precisamos viver nossas vidas aqui com alegria e intensidade). Mas, o laço e o papel do presente não podem se tornar mais importantes que o próprio presente.

ELE PROMETEU VOLTAR

(1) Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. (2) Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito; vou preparar-vos lugar. (3) E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos tomarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também. (Joh 14:1-3)

(27) Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até o ocidente, assim será também a vinda do filho do homem. (...) (30) Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem, e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão vir o Filho do homem sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória. (Mat 24:27,30)

A igreja não mais fala sobre a vinda de Cristo. Estamos tão mergulhados em nossas vidas pequenas e agitadas que paramos de ansiar pela volta do Senhor. Temos tantos projetos que julgamos necessários e maravilhosos que chegamos a desejar que Ele demore um pouco mais, que não venha tão rápido. Estamos tão entretidos com o laço e o papel do presente que chegamos a rejeitar o presente.

Jesus prometeu que voltaria. Ele vai voltar! Ele nos quer perto dele, junto dele. Isso não é história de contos de fada, não! Foi o próprio Cristo que prometeu e ele cumprirá sua promessa.

Durante toda a história do cristianismo, nossos irmãos têm esperado pelo Senhor. Essa promessa alimentou seus corações e serviu de ânimo para que eles enfrentassem as dificuldades da vida e deve ser assim também para nós.

O Senhor virá. Não sabemos quando, mas sabemos como (como poder e grande glória) e sabemos também o porque (para encerrar essa parte da história humana e inaugurar um novo tempo que se chama eternidade).

ELE PROMETEU QUE NOS RESSUSCITARÁ

(38) Porque eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. (39) E a vontade do que me enviou é esta: Que eu não perca nenhum de todos aqueles que me deu, mas que eu o ressuscite no último dia. (40) Porquanto esta é a vontade de meu Pai: Que todo aquele que vê o Filho e crê nele, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. (Joh 6:38-40)

(23) Respondeu-lhe Jesus: Teu irmão há de ressurgir. (24) Disse-lhe Marta: Sei que ele há de ressurgir na ressurreição, no último dia. (25) Declarou-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que morra, viverá; (26) e todo aquele que vive, e crê em mim, jamais morrerá. Crês isto? (Joh 11:23-26)

O nosso Senhor tem autoridade sobre a morte. Os servos de Cristo que morrerem antes da segunda vinda do Senhor serão ressuscitados por Ele. A morte perdeu seu poder sobre nós!

(54) Mas, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então se cumprirá a palavra que está escrito: Tragada foi a morte na vitória. (55) Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão? (56) O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. (57) Mas graça a Deus que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo. (1Co 15:54-57)

Aqueles que entregaram suas vidas nas mãos do Filho de Deus serão ressuscitados pelo poder de Cristo. Que grande esperança o Senhor planta em nosso coração! A morte, o mais terrível dos inimigos, está derrotada. Onde está a tua vitória, morte. Em Cristo temos vida, vida abundante, vida eterna que começa agora!

O Senhor é confiável e poderoso. Suas promessas serão cumpridas. Ele ressuscitará a todos os que crêem no seu nome. Nenhum se perderá. Todos seremos novamente reunidos em um mesmo lar no qual no qual o reinado será entregue ao Pai pelo Filho. Um reino eterno de paz e alegria. Essa é a promessa e seu fundamento é sólido.

Esperança Cristã – O ser humano e a eternidade - 1/4

Introdução

O livro de Eclesiastes é uma fonte inesgotável de reflexões sobre Deus, sobre a vida e também sobre a natureza humana. O seu autor era um grande pensador, e mesmo que muitas vezes ele se mostre pessimista e sem ânimo, sua coragem em investigar a vida deve servir de incentivo para nós.

O Capítulo 3 de Eclesiastes é com certeza a passagem mais conhecida do livro. Nos primeiros versos, o autor reflete sobre o tempo e a oportunidade propícia para cada coisa da vida. Ele diz:

(1) Tudo tem a sua ocasião própria, e há tempo para todo propósito debaixo do céu. (2) Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;

(3) tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derribar, e tempo de edificar; (4) tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar; (5) tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de abster-se de abraçar; (6) tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de deitar fora; (7) tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar; (8) tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz. (Eclesiastes 3.1-8 AA)

Há tempo para tudo. Que doce verdade! Há tempo para estar em Fortaleza e tempo para está na Caponga. Há tempo para trabalhar duro, e tempo para descansar. Vamos aproveitar o tempo que o Senhor nos tem permitido passar aqui. Tempo de conhecer os irmãos e deixar-se conhecer; tempo de aprender a amar (mesmo sendo diferente uns dos outros) e de deixar-se amar; tempo de ajudar quem precisa e de precisar da ajuda de outros; tempo de exercitar paciência, de ser misericordioso e permitir que o amor seja o árbitro entre nós.

Criados para a Eternidade

Neste mesmo capítulo no verso 11, o Espírito de Deus, através do escritor de Eclesiastes, continua a revelar-nos outras verdades impressionantes sobre o tempo.

Tudo fez formoso em seu tempo; também pôs na mente do homem a idéia da eternidade, se bem que este não possa descobrir a obra que Deus fez desde o princípio até o fim. (Eclesiastes 3.11 AA)

Todas as coisas têm seu valor quando são feitas na sua hora certa. Deus colocou a eternidade no coração do homem, mas assim mesmo ele não consegue entender completamente os planos e as obras de Deus. (Eclesiastes 3.11 BV)

Tudo tem o seu tempo próprio. Mas ainda que Deus tenha posto no coração do ser humano a idéia da eternidade, mesmo assim o homem não consegue atingir inteiramente o propósito das obras de Deus, desde o princípio até ao fim. (Eclesiastes 3.11 OL)

Deus colocou a eternidade em nossas mentes; ainda que nós não entendamos muito bem todas as coisas, a eternidade ecoa em nossas mentes como algo que faz sentido (o que não faz sentido é que toda a complexidade da existência humana de repente desapareça porque o coração parou de bater).

Deus colocou a eternidade no coração do homem; nossas emoções dizem que a eternidade é algo que nos faz bem. Queremos continuar. Através dos filhos, queremos continuar. Nossas realizações são desejos de permanecer, de entrar na história, de ser lembrado pela posteridade.

A idéia da eternidade nos encanta e deslumbra. Nas histórias infantis é possível vermos as marcas desse deslumbre na fonte da juventude, nas poções mágicas e nos elixires que anulam o efeito do tempo. Nossa medicina, além de curar, quer estender a longevidade com pesquisas e muito investimento. A eternidade é um anseio do coração humano, um resquício da imagem de Deus, que é eterno.

Morte: uma hipótese que se tornou real

O ser humano não foi criado para a morte. Quando a morte se aproxima um pouco da gente é que se percebe isso (Denílson e Arivânia experimentaram isso ano passado com o falecimento de suas mães). Ainda que a possibilidade de morrer estivesse presente desde o início da criação, não foi para isso que fomos criados.

O primeiro casal tinha livre acesso a todo o jardim. Apenas o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal não poderia ser comido, mas os frutos de todas as demais árvores estavam a sua disposição, inclusive da árvore da vida.

(8) Então plantou o Senhor Deus um jardim, da banda do oriente, no Éden; e pôs ali o homem que tinha formado. (9) E o Senhor Deus fez brotar da terra toda qualidade de árvores agradáveis à vista e boas para comida, bem como a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore do conhecimento do bem e do mal. (Gen 2:8-9)

Homem e mulher não confiaram naquilo que o Senhor havia falado e o desobedeceram. Nesse momento, a morte, que era apenas uma hipótese com uma condição, tornou-se realidade (não só para o primeiro casal, mas toda a raça humana.

(15) Tomou, pois, o Senhor Deus o homem, e o pôs no jardim do Édem para o lavrar e guardar. (16) Ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim podes comer livremente; (17) mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dessa não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás. (Gen 2:15-17)

A eternidade escapou por entre os dedos da raça humana. A árvore da vida estava à nossa disposição. Fomos criados para a eternidade, porque fomos criados para permanecer com Deus, mas jogamos tudo fora.

(22) Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem se tem tornado como um de nós, conhecendo o bem e o mal. Ora, não suceda que estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente. (23) O Senhor Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden para lavrar a terra, de que fora tomado. (Gen 3:22-23)

Ali no Éden toda a raça perdeu a plenitude da eternidade com Deus.

Angustiados com a vida

· Como é possível a seres que foram criados para a eternidade encontrar realização em um curto espaço de 80 anos?

· Como é possível oferecer respostas razoáveis para o sentido da vida humana para mentes que foram projetadas para a eternidade?

· Como é possível acharmos que um pouco de paz aquietará um coração que anseia pela eternidade?

Somos uma geração de angustiados com a vida. Estamos estressados. Queremos realizar tudo, ir a todos os lugares, provar de todas as comidas, experimentar todos prazeres, porque a vida é curta e não há tempo para perder. (livro: Mil lugares para conhecer antes de morrer).

(3) Adão viveu cento e trinta anos, e gerou um filho à sua semelhança, conforme a sua imagem, e pôs-lhe o nome de Sete. (4) E foram os dias de Adão, depois que gerou a Sete, oitocentos anos; e gerou filhos e filhas. (5) Todos os dias que Adão viveu foram novecentos e trinta anos; e morreu. (Gen 5:3-5)

(3) Então disse o Senhor: O meu Espírito não permanecerá para sempre no homem, porquanto ele é carne, mas os seus dias serão cento e vinte anos. (Gen 6:3)

(10) A duração da nossa vida é de setenta anos; e se alguns, pela sua robustez, chegam a oitenta anos, a medida deles é canseira e enfado; pois passa rapidamente, e nós voamos. (Psa 90:10)

Distante de Deus, que é a fonte da vida, a vida humana vem definhando. Eternidade primeiro, depois 930 anos, baixou para 120 anos, 70 anos... A medicina promete longevidade, medicamentos, alimentação equilibrada, tudo para esticar um pouco mais a vida.

Vivemos angustiados com a brevidade de nossas vidas. A eternidade que Deus colocou em nosso coração não encontra espaço nos poucos anos de nossas vidas, e assim muitos vivem ansiosos: a vida é curta e não há tempo a perder.

Queremos experimentar emoções intensas, realizar projetos deslumbrantes, viver todos os minutos de forma a extrair tudo o que for possível deles. A vida parece cada dia mais curta, mas algo em nós diz que não deveria ser assim.

A Esperança Cristã

Será que existe esperança para essa terrível armadilha em que nós nos metemos? Será que existe resposta para nossa inquietação? Ou nós, cristãos, devemos nos conformar em sofrer a mesma angústia que consome corações e mentes de milhões e milhões?

O que há, no futuro, reservado para aqueles que são discípulos de Cristo? E para aqueles que permanecem rejeitando o filho de Deus, há alguma esperança de eternidade? Há nas Escrituras alguma promessa digna e confiável sobre o destino eterno de nossas vidas?

O que ressurreição tem a ver com eternidade? A morte pode ser vencida? Como? O que é arrebatamento? É certo que Jesus virá uma segunda vez, ou isso é um mito? Quando começa a eternidade com Deus para os seguidores de cristo?

Há uma Esperança para a vida que possa ser chamada de cristã? Há respostas nas Escrituras capazes de nos acalentar e confortar?

Vivemos tempos em que a igreja parece ter esquecido de que somos forasteiros. Vivemos tempos em que os crentes não reconhecem sua cidadania celeste. O Reino dos Céus parece tão distante, que eles resolveram construir aqui mesmo seus próprios reinos e vivem angustiados, porque a vida é muito curta para tudo que desejam realizar e eles não podem perder tempo.

Há uma Esperança para o nosso mal? Será esse nosso assunto nesses dias: Esperança Cristã: a eternidade em nós. Que o Senhor a nos ensinar.

16 março 2008

Discípulos de Jesus - Tome a sua cruz 2/3

O ponto de vista de Cristo

Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, (1) negue-se a si mesmo, (2) tome a sua cruz, e (3) siga-me; (Mat 16:24)

Para sermos discípulos de Jesus, o negar-se a si mesmo precisa ser completado com o tomar a cruz. Vejamos o próprio Jesus afirma sobre isso:

Mateus 10:38 e quem não toma a sua cruz e vem após mim não é digno de mim.

• Tomar a cruz é identificar-se com Cristo. É preciso desejar ser parecido com Ele.

Mateus 16:24 Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me.
Marcos 8:34 Então, convocando a multidão e juntamente os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me.

• Se alguém quer – A cruz não será colocada sobre os seus ombros forçadamente.
• Multidão e discípulos – Tomar a cruz é para os de fora da igreja, mas é também para os de dentro

Lucas 9:23 Dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me.

• A cruz deve ser tomada dia-a-dia (todos os dias, o dia todo)

Lucas 14:27 E qualquer que não tomar a sua cruz e vier após mim não pode ser meu discípulo.

• Tomar a cruz é o ponto sem negociação. Tomar a cruz é marca de cristo que precisa ser vista em seus discípulos.
O fato

Para nós o objeto cruz é algo simbólico (alguns até levam pendurada no pescoço, de ouro, de prata ou de madeira). Ela não faz parte na nossa rotina diária nem tem qualquer utilidade prática em nossas cidades.

Quando ouvimos a palavra cruz, pode ser venha a nossa mente à imagem de uma igreja, a figura de um sacerdote ou pode ser que nos lembremos de coisas muito difíceis de fazer. Alguns até se lembram de determinadas pessoas.

No entanto, quando Jesus evocou a imagem da cruz para falar aos seus discípulos ele não estava ser referindo a uma coisa desconhecida. A cruz trazia à mente deles fatos e imagens muito reais e que faziam parte da rotina de

A cruz era o instrumento judicial usado para cumprir uma sentença de morte. No Brasil não temos a pena de morte, mas talvez a imagem de uma cadeira elétrica possa nos ajudar a sentir algo parecido com o que sentiram os discípulos.

A cruz era uma exposição pública da culpa por um crime cometido. A cruz não deixava dúvidas: o sujeito era um criminoso e agora não podia negar. A cruz expunha diante de todos a verdade que havia sido escondida.

A cruz tinha cheiro de morte. Os discípulos de Jesus não poderiam ouvir falar de cruz sem fazer essa ligação. Depois da cruz, vinha a morte. Aquele que carregava a sua cruz era um homem morto e todos sabiam disso.

A cruz arrancava do crucificado os resquícios de dignidade que ele tivesse. Era instrumento de humilhação. Rebeldes, homens sem consideração pelo próximo, violentos, assassinos, ladrões e criminosos de todos os tipos era obrigados a encarar sua própria maldade e a reconhecer que já estavam, de alguma maneira, mortos em suas almas.
A ilustração

Porque Jesus impôs uma condição, para aqueles que desejam ser seus discípulos, que está ligada à dor, à morte e à humilhação? Jesus queria dizer que todos os seus discípulos deveriam morrer crucificados? O que significa, então, essa condição inegociável de tomar a cruz?

...Tome... (A)

Nenhum condenado saía procurando a sua cruz. Aqueles que haviam sido condenados à morte por crucificação, eram obrigados a carregar (pelo menos a trave) sua cruz em uma peregrinação pelas ruas da cidade.

Mas, Jesus afirma que aqueles que desejam segui-lo não devem esperar que a cruz lhes seja imposta, mas devem tomá-la para si mesmo. Para seguir a Cristo é preciso assumir espontaneamente a condição de condenado à morte.

Não se trata de aceitar sem reclamar um sofrimento muito grande ou de viver uma vida cheia de dificuldades. Não é viver com pena de si mesmo, mas, ao contrário disso, tomar a cruz é reconhecer que não somos pessoas tão boas assim. Temos em nós todo o potencial de maldade somos capazes de ver nas outras pessoas. Reconheça isso! Disse Jesus.

Muita gente tenta maquiar sua condição de pecador. Mas, sabemos quem somos. Quem tenta dar uma ponta para o guarda de trânsito para se livrar da multa está praticando suborno; quem aumenta o preço de venda para ganhar por fora está superfaturando para roubar; quem cria dificuldades para vender facilidades está agindo com desonestidade; quem fala mal do colega de trabalho está difamando; quem leva e trás conversas que não lhe dizem respeito é fofoqueiro; quem aceita comprar sem nota pra reduzir o preço é sonegador. Quem não paga um salário justo está explorando; quem recebe e não trabalho é desonesto.

O que você está esperando? Tome a sua cruz! Reconheça quem você tem sido, admita os pecados que atormentam sua vida e diga não para a farsa sobre você. Assuma a sua cruz.

...Tome... (B)

O homem condenado à morte de cruz era obrigado não apenas a por a cruz sobre seus ombros, mas a carregá-la pelas ruas da cidade. Os seus crimes eram de conhecimento público, a sua condenação fora pública e a sua execução também seria pública.

Aquele que deseja seguir a Cristo não pode fazer isso às escondidas. Precisamos carregar a cruz pelas ruas da cidade. Isso não quer dizer que você vai sair por aí contando a todo mundo sobre os pecados que você tem cultivado em sua vida. Mas, quer dizer que você não os esconderá para parecer perfeito, mas lutará abertamente contra cada um deles.

Seus relacionamentos devem ser o mais limpos que você conseguir. As pessoas nem sempre se alegram com nossa sinceridade e alguns preferem que sejamos falsos e mentirosos. Outros tentarão usar nossa sinceridade e a verdade das nossas palavras contra nós mesmos. Logo, não é por causa delas que devemos carregar a cruz pelas ruas da cidade, mas por causa do nosso Senhor que se alegra quando somos sinceros.

O escritor de Hebreus diz que é assim que devemos nos aproximar dele... Com sincero coração, em plena certeza de fé, tendo o coração purificado de má consciência... (Heb 10:22 RA)

Quem tem vergonha de carregar sua cruz pelas ruas da cidade ainda não compreendeu o significado de ser discípulo de Cristo. Suas roupas são de condenado, as algemas estão em seus pulsos, os guardas estão lhe acompanhando e a cruz está sobre os seus ombros. Porque você não quer carregar a cruz? A quem você está tentando enganar?

...Tome... (C)

No evangelho escrito por Lucas há um detalhe na fala de Jesus que não foi lembrado pelos demais.

Dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me. (Lucas 9:23 RA)

Tomar a cruz não é um só ato simples e acabado. Tomar a cruz é algo que acontece em cada pequeno momento da vida.
Aqueles que querem seguir a Cristo fazem isso dia a dia, isto é, todos os dias, o dia todo.

Há muitos crentes que pensam da seguinte maneira: eu aceitei a Cristo, ele me salvou e o céu está me esperando. Então, não tem problema. É só correr para o abraço. Eles esquecem que a cruz deve ser tomada todos os dias, senão seremos crentes medíocres, atrofiados e sem fruto. Não é algo para se salvar, é algo porque fomos salvos.

Quando o amigo trai sua confiança e você se enche de ira e vontade de pagar na mesma moeda, você precisa tomar a cruz da sua vingança e pedir ao Senhor que limpe seu coração.

Quando o negócio precisa de um incentivo para fechar, você precisa tomar a cruz da sua corrupção e clamar para que lhe faça satisfeito com o que Ele lhe concede honestamente.

Quando o esposo é irresponsável e a vontade é de abandoná-lo, você precisa tomar a cruz da sua impaciência e pedir ao Senhor longanimidade no relacionamento.

Quando você poderia evitar o mal tramado contra alguém, mas se acovarda no silêncio, você precisa tomar a cruz da sua omissão e pedir ao Senhor coragem.

Quando você toca o corpo de quem não nem tem o direito de fazer, você precisa tomar a da sua sensualidade e clamar ao Senhor que o liberte dessa prisão.

A cruz precisa ser colocada sobre os ombros todo dia, o dia todo. Não é algo que acontece no domingo, não é algo que acontece apenas quando estamos bem. É um estilo de vida.

...sua... (A)

Tomaram eles, pois, a Jesus; e ele próprio, carregando a sua cruz, saiu para o lugar chamado Calvário, Gólgota em hebraico, (João 19:17 RA)

Ao descrever o final do julgamento de Jesus, o apóstolo João foi lembrado pelo Espírito Santo de um detalhe omitido pelos demais evangelistas: que Jesus, ele próprio, carregou a sua cruz até o monte chamado calvário.

Alguns estudiosos afirmam que a cruz usada pelos romanos pesava em torno de 100 kg. O condenado levava pelas ruas da cidade apenas o travessão que se estima pesaria 30 kg. João falava dessa cruz.

Jesus tinha sido tão massacrado, que provavelmente não suportou levara aquele peso sozinho. Por isso os soldados romanos obrigaram um homem chamado de Simão, o Cireneu, a carregar a cruz de madeira no lugar de Jesus. Mas, se Jesus foi ajudado a levar a cruz de madeira, a cruz da condenação pelos nossos pecados ele levou sozinho. Ele não evitou a sua verdadeira cruz.

No deserto, o diabo queria que ele fugisse da cruz.
Pedro disse que isso jamais poderia acontecer com Ele.
O ladrão, crucificado ao seu lado o chamou para fugir da cruz
Os religiosos judeus o provocaram para que saísse da cruz

Mas ele tomou a cruz, porque era a sua cruz.

(38) Então, lhes disse: A minha alma está profundamente triste até à morte; ficai aqui e vigiai comigo. (39) Adiantando-se um pouco, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e sim como tu queres. (40) E, voltando para os discípulos, achou-os dormindo; e disse a Pedro: Então, nem uma hora pudestes vós vigiar comigo?
(41) Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca. (42) Tornando a retirar-se, orou de novo, dizendo: Meu Pai, se não é possível passar de mim este cálice sem que eu o beba, faça-se a tua vontade. (Mat 26:38-42)
...sua... (B)

As cruzes que cada um de nós precisa tomar podem até ser parecidas (todos somos pecadores), mas a nossa tem o nosso nome gravado. Na minha está gravado Aristarco.

Porque temos tanto interesse nos problemas dos outros, mas fazemos vista grossa e até desconhecemos nossas próprias lutas? Às vezes somos invisíveis para os nossos próprios olhos.

O profeta Jeremias ficou conhecido como o profeta chorão por causa de suas lamentações ao Senhor. Mas é exatamente ele que nos trás uma exortação adequada para esse ponto.

Por que, pois, se queixa o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus próprios pecados. (Lamentações 3:39)

Não dá pra seguir a Jesus e ficar dando conta da vida de todo mundo. Não dá pra seguir a Jesus e ficar apontando para o erro de um pecado do outro e não enxergar a si mesmo. Não dá pra seguir a Jesus se o prato de cada dia, devorado avidamente é a vida do meu irmão.

O Senhor tem palavras muito duras para essa atitude.

(3) Por que vês tu o argueiro no olho de teu irmão, porém não reparas na trave que está no teu próprio? (4) Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, quando tens a trave no teu? (5) Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho e, então, verás claramente para tirar o argueiro do olho de teu irmão. (Mateus 7:3-5)

Seguir a Jesus é uma coisa primeiramente entre você e Ele. É sua cruz que você precisa tomar.


Trocando de fardo

Para seguir a Cristo, você precisa tomar a sua cruz sobre os ombros. Mas, todo aquele que tomar sua cruz, jamais suportará o peso de seus próprios pecados. O que fazemos então? Continuamos mentindo para nós mesmos ou afundamos como o peso de nossos pecados? Nem uma coisa, nem outra!

A missão de Cristo, da qual ele não abriu mão, é libertar aqueles que tomam sua cruz sobre ombros do peso insuportável do pecado. Ele fez isso levando ele mesmo sobre si pecado de todos nós.

Isaías 53:4 Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido.

Isaías 53:5 Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.


Por isso o Senhor pode dizer assim:

Mateus 11:28 Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei.
Mateus 11:29 Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma.
Mateus 11:30 Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.

Se você deseja trocar o peso de sua cruz, pelo fardo leve de Cristo, eu quero dar oportunidade para você permitir que essa obra feita em sua vida aceitando hoje a Jesus como seu Senhor e Salvador.

Discípulos de Jesus - Tome a sua cruz 1/3

Introdução

Hoje e nas próximas duas mensagens, iremos pensar sobre quais são as marcas de um discípulo de Jesus. Existem condições para que uma pessoa siga a Cristo?

O esforço de muitos pregadores (alguns bem intencionados) para alcançar mais pessoas com a mensagem do evangelho tem deslocado o centro dessa questão; em vez de apresentarem as condições para alguém ser discípulo de Jesus, eles acenam apenas com os benefícios de ser um discípulo de Cristo.

Sem perceber, muitos se tornam culpados de propaganda enganosa: a igreja tem usado letras garrafais para os benefícios e letras miúdas para as condições de ser discípulo. Parece propaganda de eletro-eletrônico.

Presas pela propaganda sobre Cristo, muitas pessoas decidem segui-lo sem compreender o que isso significa, mas apenas para ter acesso aos benefícios prometidos. Então, ao serem chamados para cumprir as condições muitos se decepcionam, se entristecem: viram consumidores enganados, reclamando por seus direitos.

Hoje vamos começar a virar a mesa dessa questão.

Se você observar os evangelhos com cuidado, verá que Jesus nunca correu atrás de discípulos. Os discípulos é que O procuravam. Jesus não fez apelos emocionais nem implorou a quem quer que fosse para que o seguisse. Pelo contrário. Ele impôs condições para os candidatos a discípulos. É sobre essas condições que vamos refletir nessas três mensagens.

Três condições e um pré-requisito

Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, (1) negue-se a si mesmo, (2) tome a sua cruz, e (3) siga-me; (Mat 16:24)

São três condições: negar-se a si mesmo, tomar a cruz e segui-lo. Mas antes delas há um pré-requisito: você precisa querer ser um discípulo de Jesus. Ninguém se torna discípulos porque a mulher, o filho, o amigo ou os parentes querem. A própria pessoa precisa querer e tomar essa decisão.

Se você não quer ser um discípulo de Cristo seja sincero consigo mesmo e com as pessoas ao seu redor. Ainda que essa não seja a melhor decisão, Deus apreciará a sua sinceridade e transparência. Saiba também que Cristo o ama profundamente e deseja alcançá-lo com esse amor.

Mas se você tem convicção de que deseja ser um discípulo de Jesus, o pré-requisito já está cumprido: se alguém quer vir após mim... Vamos agora às condições.

Veja que é o próprio Jesus Cristo que apresenta essas condições. Não é uma invenção minha, nem história de alguém que ouviu falar. Três condições: negar-se a si mesmo, tomar sua cruz e segui-lo.

Hoje vamos buscar orientação do Espírito Santo de Deus para compreender o significado de negar-se a si mesmo.

Ore comigo.

Negar-se a si mesmo

Nesse começo, precisamos desfazer de imediato dois enganos: o primeiro é que negar-se significa anular-se como pessoa; o segundo é que negar-se é significado de autopunição.

Pedir que nós nos anulássemos seria uma grande incoerência da parte de Deus, já que ele nos criou seres que têm vontade própria e consciência de si mesmos. Por que ele nos daria uma identidade para em seguida impor essa anulação?! Negar-se não é anular-se.

O segundo engano é que negar-se é flagelar-se, buscando sofrimento como uma forma de punição. Deus não se alegra com a nossa dor, quanto mais se essa dor for algum tipo de sofrimento que impomos a nós mesmos. Negar-se não é autopunir-se.

Desfeitos esses dois enganos, precisamos caminhar em busca de compreender o que Jesus quis dizer com negar-se a si mesmo.

Para isso vamos contar com a ajuda de dois trechos das Escrituras. Primeiro, vamos prestar atenção ao encontro alguns sacerdotes e levitas com João Batista, quando alguns deles foram enviados ao profeta para descobrir se Ele era o messias. Em seguida, vamos refletir sobre o contexto do momento em que Jesus falou dessas condições para alguém ser seu discípulo. O senhor falou essa frase dentro de uma situação real.

João Batista

(19) E este foi o testemunho de João, quando os judeus lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para que lhe perguntassem: Quem és tu? (20) Ele, pois, confessou e não negou; sim, confessou: Eu não sou o Cristo. (21) Ao que lhe perguntaram: Pois que? És tu Elias? Respondeu ele: Não sou. És tu o profeta? E respondeu: Não. (22) Disseram-lhe, pois: Quem és? para podermos dar resposta aos que nos enviaram; que dizes de ti mesmo? (23) Respondeu ele: Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías. (João 1:19-23)

O negar-se a si mesmo passa pelo reconhecimento de quem somos e da descoberta de quem Deus é. Nesse encontro narrado pelo apóstolo João, há pelo menos três lições preciosas sobre o negar-se a si mesmo.

A - Eu não sou Deus

(20) Ele, pois, confessou e não negou; sim, confessou: Eu não sou o Cristo.

· Não posso controlar o mundo;

· Não consigo fazer tudo dar certo;

· Não posso receber a glória que não é minha.

Muita gente sofre porque resolveu carregar o mundo nas costas. É preciso reconhecer quem somos: limitados e incapazes de lidar com todos os problemas à nossa volta.

João confessou que não era o Cristo. Ele preferiu ser quem ele era e disse não para o orgulho de ser confundido como o Cristo. Você precisa parar de agir como fosse Deus e dizer não para o orgulho que isso dá. Entregue a responsabilidade de dirigir o universo para aquele que pode fazer isso e aceite quem você realmente é!

B- Eu não sou o meu irmão

(21) Ao que lhe perguntaram: Pois que? És tu Elias? Respondeu ele: Não sou. És tu o profeta? E respondeu: Não.

· Não preciso viver do jeito que os outros vivem;

· Não devo almejar o sucesso dos outro;

· Não devo fingir ser o que eu não sou.

Deus não quer que você seja igual a ninguém nessa terra, senão que você seja semelhante ao seu filho Jesus Cristo. Ele lhe fez único e quer que você preserve sua identidade. Quanto sofrimento acontece quando queremos ser iguais a fulano ou beltrano.

Negar-se é uma jornada em busca da nossa verdadeira identidade. É dizer não para as tentativas de nos tornarem quem na verdade não somos. João não aceitou ser chamado de Elias, você também precisa rejeitar as tentativas de fazer de você uma cópia de outra pessoa. Todos nós somos originais.

C- Minha identidade está em Deus

(23) Respondeu ele: Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías.

De onde vinha essa convicção de João Batista? Algumas coisas posso garantir.

· Ele não fez curso de Ioga nem Meditação transcendental;

· Também não entrou de cabeça na psicoterapia;

· Não consultou os astrólogos e advinhadores;

· Ele também não leu o último best seller do Augusto Cury;

João encontrou sua identidade na fala de Deus sobre ele:

(13) Mas o anjo lhe disse: Não temas, Zacarias; porque a tua oração foi ouvida, e Isabel, tua mulher, te dará à luz um filho, e lhe porás o nome de João; (14) e terás alegria e regozijo, e muitos se alegrarão com o seu nascimento; (15) porque ele será grande diante do Senhor; não beberá vinho, nem bebida forte; e será cheio do Espírito Santo já desde o ventre de sua mãe; (16) converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor seu Deus; (17) irá adiante dele no espírito e poder de Elias, para converter os corações dos pais aos filhos, e os rebeldes à prudência dos justos, a fim de preparar para o Senhor um povo apercebido. (Luk 1:13-17)

Assim como aconteceu com João Batista, Deus também fez afirmações sobre você e é nessas afirmações que você deve buscar sua identidade.

· Você foi criado à imagem e semelhança dele;

· Você é alvo do seu amor através de Jesus;

· Sua presença e desejada por Deus.

Meu irmão, há muitas outras palavras de Deus sobre você! Leia as Escrituras, descubra as promessas que Ele fez sobre sua vida e viva conforme sua nova identidade em Cristo. Isso é ser uma nova criatura.

Negar-se é não desejar ser o que você na verdade não é, mas aceitar com gratidão tudo o que você realmente é em Cristo Jesus.

Negar-se é abrir mão do que eu penso que sou e do que os outros dizem que eu sou, para me tornar aquilo que Deus deseja que eu seja. Foi assim com João Batista e deve ser assim comigo e com você.

Jesus Cristo

O segundo trecho da Escrituras em que o negar-se a si mesmo se revela é no contexto da fala de Jesus em Mateus 16:24. Também nesse texto vamos encontrar três lições preciosas.

(21) Desde então começou Jesus Cristo a mostrar aos seus discípulos que era necessário que ele fosse a Jerusalém, que padecesse muitas coisas dos anciãos, dos principais sacerdotes, e dos escribas, que fosse morto, e que ao terceiro dia ressuscitasse. (22) E Pedro, tomando-o à parte, começou a repreendê-lo, dizendo: Tenha Deus compaixão de ti, Senhor; isso de modo nenhum te acontecerá. (23) Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não estás pensando nas coisas que são de Deus, mas sim nas que são dos homens. (24) Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me; (25) pois, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; mas quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á. (26) Pois que aproveita ao homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua vida? ou que dará o homem em troca da sua vida? (Mat 16:21-26)

Era necessário...

(21) Desde então começou Jesus Cristo a mostrar aos seus discípulos que era necessário que ele fosse a Jerusalém, que padecesse muitas coisas dos anciãos, dos principais sacerdotes, e dos escribas, que fosse morto, e que ao terceiro dia ressuscitasse.

Jesus começou a explicar aos seus discípulos sobre negar-se a si mesmo. Ele começou pela necessidade de submeter-nos aos planos do Pai, não importando o preço a ser pago. É nessa submissão a Deus que está a essência do negar-se. Uma submissão espontânea de quem reconhece em Deus uma vontade infinitamente superior e boa.

Jesus deixa claro que a atitude de submissão é a única resposta que podemos dar depois que compreendemos quem somos e quem Deus é.

Esse era o ensino de Jesus. Ele nunca ensinou seus discípulos a barganharem com Deus o alívio de suas dores. Mesmo no jardim do getsêmani, angustiado e já sentindo o gosto da morte, ele concluiu sua oração dizendo: todavia não se faça a minha vontade, mas a tua.( Luk 22:42)

Tem compaixão de Ti...

(22) E Pedro, chamando-o a parte, começou a reprova-lo, dizendo: Tem compaixão de ti, Senhor; isso de modo algum te acontecerá.

Pedro imaginava estar cumprindo bem o papel de discípulo de Jesus. Ele não podia aceitar o sofrimento de Cristo. Mas na verdade ele fez um apelo ao sentimento de auto-piedade, presente em todos os seres humanos.

· Há pais que não suportam o mínimo sofrimento de seus filhos, mesmo quando isso é necessário; Esses educam filhos incapazes de lidar com a dureza da vida.

· Há pessoa que não conseguem deixar Deus agir nas outras pessoas. Nem toda luta ou sofrimento é uma ação maligna, mas, muitas vezes, é o agir de Deus aperfeiçoando o caráter.

Negar-se a si mesmo é não aceitar a posição de coitadinho sofredor (muitas vezes nosso sofrimento e resultado de nossos próprios erros); é não se deixar levar pelas sugestões de autocomiseração, mas reconhecer que Deus está no controle de todas as coisas e que vale a pena seguir os seus passos, mesmo com dor e sofrimento.

Não cogitas das coisas de Deus...

(23) Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não estás pensando nas coisas que são de Deus, mas sim nas que são dos homens.

A Bíblia Viva apresenta assim o verso 23: “Você está pensando apenas do ponto de vista humano, e não do ponto de vista de Deus”. Negar-se é abrir mão de nossa maneira limitada de ver as coisas e enxergar a vida sob o ponto de vista de Deus.

O discípulo é aquele que abre mão dos seus conceitos sobre a vida porque encontrou no seu mestre conceitos superiores aos seus.

O discípulo de Jesus nega-se a si mesmo, não por constrangimento, mas porque prefere o modo de viver de Cristo ao seu próprio modo de viver (que ele já sabe que não funciona)