16 março 2008

Discípulos de Jesus - Tome a sua cruz 1/3

Introdução

Hoje e nas próximas duas mensagens, iremos pensar sobre quais são as marcas de um discípulo de Jesus. Existem condições para que uma pessoa siga a Cristo?

O esforço de muitos pregadores (alguns bem intencionados) para alcançar mais pessoas com a mensagem do evangelho tem deslocado o centro dessa questão; em vez de apresentarem as condições para alguém ser discípulo de Jesus, eles acenam apenas com os benefícios de ser um discípulo de Cristo.

Sem perceber, muitos se tornam culpados de propaganda enganosa: a igreja tem usado letras garrafais para os benefícios e letras miúdas para as condições de ser discípulo. Parece propaganda de eletro-eletrônico.

Presas pela propaganda sobre Cristo, muitas pessoas decidem segui-lo sem compreender o que isso significa, mas apenas para ter acesso aos benefícios prometidos. Então, ao serem chamados para cumprir as condições muitos se decepcionam, se entristecem: viram consumidores enganados, reclamando por seus direitos.

Hoje vamos começar a virar a mesa dessa questão.

Se você observar os evangelhos com cuidado, verá que Jesus nunca correu atrás de discípulos. Os discípulos é que O procuravam. Jesus não fez apelos emocionais nem implorou a quem quer que fosse para que o seguisse. Pelo contrário. Ele impôs condições para os candidatos a discípulos. É sobre essas condições que vamos refletir nessas três mensagens.

Três condições e um pré-requisito

Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, (1) negue-se a si mesmo, (2) tome a sua cruz, e (3) siga-me; (Mat 16:24)

São três condições: negar-se a si mesmo, tomar a cruz e segui-lo. Mas antes delas há um pré-requisito: você precisa querer ser um discípulo de Jesus. Ninguém se torna discípulos porque a mulher, o filho, o amigo ou os parentes querem. A própria pessoa precisa querer e tomar essa decisão.

Se você não quer ser um discípulo de Cristo seja sincero consigo mesmo e com as pessoas ao seu redor. Ainda que essa não seja a melhor decisão, Deus apreciará a sua sinceridade e transparência. Saiba também que Cristo o ama profundamente e deseja alcançá-lo com esse amor.

Mas se você tem convicção de que deseja ser um discípulo de Jesus, o pré-requisito já está cumprido: se alguém quer vir após mim... Vamos agora às condições.

Veja que é o próprio Jesus Cristo que apresenta essas condições. Não é uma invenção minha, nem história de alguém que ouviu falar. Três condições: negar-se a si mesmo, tomar sua cruz e segui-lo.

Hoje vamos buscar orientação do Espírito Santo de Deus para compreender o significado de negar-se a si mesmo.

Ore comigo.

Negar-se a si mesmo

Nesse começo, precisamos desfazer de imediato dois enganos: o primeiro é que negar-se significa anular-se como pessoa; o segundo é que negar-se é significado de autopunição.

Pedir que nós nos anulássemos seria uma grande incoerência da parte de Deus, já que ele nos criou seres que têm vontade própria e consciência de si mesmos. Por que ele nos daria uma identidade para em seguida impor essa anulação?! Negar-se não é anular-se.

O segundo engano é que negar-se é flagelar-se, buscando sofrimento como uma forma de punição. Deus não se alegra com a nossa dor, quanto mais se essa dor for algum tipo de sofrimento que impomos a nós mesmos. Negar-se não é autopunir-se.

Desfeitos esses dois enganos, precisamos caminhar em busca de compreender o que Jesus quis dizer com negar-se a si mesmo.

Para isso vamos contar com a ajuda de dois trechos das Escrituras. Primeiro, vamos prestar atenção ao encontro alguns sacerdotes e levitas com João Batista, quando alguns deles foram enviados ao profeta para descobrir se Ele era o messias. Em seguida, vamos refletir sobre o contexto do momento em que Jesus falou dessas condições para alguém ser seu discípulo. O senhor falou essa frase dentro de uma situação real.

João Batista

(19) E este foi o testemunho de João, quando os judeus lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para que lhe perguntassem: Quem és tu? (20) Ele, pois, confessou e não negou; sim, confessou: Eu não sou o Cristo. (21) Ao que lhe perguntaram: Pois que? És tu Elias? Respondeu ele: Não sou. És tu o profeta? E respondeu: Não. (22) Disseram-lhe, pois: Quem és? para podermos dar resposta aos que nos enviaram; que dizes de ti mesmo? (23) Respondeu ele: Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías. (João 1:19-23)

O negar-se a si mesmo passa pelo reconhecimento de quem somos e da descoberta de quem Deus é. Nesse encontro narrado pelo apóstolo João, há pelo menos três lições preciosas sobre o negar-se a si mesmo.

A - Eu não sou Deus

(20) Ele, pois, confessou e não negou; sim, confessou: Eu não sou o Cristo.

· Não posso controlar o mundo;

· Não consigo fazer tudo dar certo;

· Não posso receber a glória que não é minha.

Muita gente sofre porque resolveu carregar o mundo nas costas. É preciso reconhecer quem somos: limitados e incapazes de lidar com todos os problemas à nossa volta.

João confessou que não era o Cristo. Ele preferiu ser quem ele era e disse não para o orgulho de ser confundido como o Cristo. Você precisa parar de agir como fosse Deus e dizer não para o orgulho que isso dá. Entregue a responsabilidade de dirigir o universo para aquele que pode fazer isso e aceite quem você realmente é!

B- Eu não sou o meu irmão

(21) Ao que lhe perguntaram: Pois que? És tu Elias? Respondeu ele: Não sou. És tu o profeta? E respondeu: Não.

· Não preciso viver do jeito que os outros vivem;

· Não devo almejar o sucesso dos outro;

· Não devo fingir ser o que eu não sou.

Deus não quer que você seja igual a ninguém nessa terra, senão que você seja semelhante ao seu filho Jesus Cristo. Ele lhe fez único e quer que você preserve sua identidade. Quanto sofrimento acontece quando queremos ser iguais a fulano ou beltrano.

Negar-se é uma jornada em busca da nossa verdadeira identidade. É dizer não para as tentativas de nos tornarem quem na verdade não somos. João não aceitou ser chamado de Elias, você também precisa rejeitar as tentativas de fazer de você uma cópia de outra pessoa. Todos nós somos originais.

C- Minha identidade está em Deus

(23) Respondeu ele: Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías.

De onde vinha essa convicção de João Batista? Algumas coisas posso garantir.

· Ele não fez curso de Ioga nem Meditação transcendental;

· Também não entrou de cabeça na psicoterapia;

· Não consultou os astrólogos e advinhadores;

· Ele também não leu o último best seller do Augusto Cury;

João encontrou sua identidade na fala de Deus sobre ele:

(13) Mas o anjo lhe disse: Não temas, Zacarias; porque a tua oração foi ouvida, e Isabel, tua mulher, te dará à luz um filho, e lhe porás o nome de João; (14) e terás alegria e regozijo, e muitos se alegrarão com o seu nascimento; (15) porque ele será grande diante do Senhor; não beberá vinho, nem bebida forte; e será cheio do Espírito Santo já desde o ventre de sua mãe; (16) converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor seu Deus; (17) irá adiante dele no espírito e poder de Elias, para converter os corações dos pais aos filhos, e os rebeldes à prudência dos justos, a fim de preparar para o Senhor um povo apercebido. (Luk 1:13-17)

Assim como aconteceu com João Batista, Deus também fez afirmações sobre você e é nessas afirmações que você deve buscar sua identidade.

· Você foi criado à imagem e semelhança dele;

· Você é alvo do seu amor através de Jesus;

· Sua presença e desejada por Deus.

Meu irmão, há muitas outras palavras de Deus sobre você! Leia as Escrituras, descubra as promessas que Ele fez sobre sua vida e viva conforme sua nova identidade em Cristo. Isso é ser uma nova criatura.

Negar-se é não desejar ser o que você na verdade não é, mas aceitar com gratidão tudo o que você realmente é em Cristo Jesus.

Negar-se é abrir mão do que eu penso que sou e do que os outros dizem que eu sou, para me tornar aquilo que Deus deseja que eu seja. Foi assim com João Batista e deve ser assim comigo e com você.

Jesus Cristo

O segundo trecho da Escrituras em que o negar-se a si mesmo se revela é no contexto da fala de Jesus em Mateus 16:24. Também nesse texto vamos encontrar três lições preciosas.

(21) Desde então começou Jesus Cristo a mostrar aos seus discípulos que era necessário que ele fosse a Jerusalém, que padecesse muitas coisas dos anciãos, dos principais sacerdotes, e dos escribas, que fosse morto, e que ao terceiro dia ressuscitasse. (22) E Pedro, tomando-o à parte, começou a repreendê-lo, dizendo: Tenha Deus compaixão de ti, Senhor; isso de modo nenhum te acontecerá. (23) Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não estás pensando nas coisas que são de Deus, mas sim nas que são dos homens. (24) Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me; (25) pois, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; mas quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á. (26) Pois que aproveita ao homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua vida? ou que dará o homem em troca da sua vida? (Mat 16:21-26)

Era necessário...

(21) Desde então começou Jesus Cristo a mostrar aos seus discípulos que era necessário que ele fosse a Jerusalém, que padecesse muitas coisas dos anciãos, dos principais sacerdotes, e dos escribas, que fosse morto, e que ao terceiro dia ressuscitasse.

Jesus começou a explicar aos seus discípulos sobre negar-se a si mesmo. Ele começou pela necessidade de submeter-nos aos planos do Pai, não importando o preço a ser pago. É nessa submissão a Deus que está a essência do negar-se. Uma submissão espontânea de quem reconhece em Deus uma vontade infinitamente superior e boa.

Jesus deixa claro que a atitude de submissão é a única resposta que podemos dar depois que compreendemos quem somos e quem Deus é.

Esse era o ensino de Jesus. Ele nunca ensinou seus discípulos a barganharem com Deus o alívio de suas dores. Mesmo no jardim do getsêmani, angustiado e já sentindo o gosto da morte, ele concluiu sua oração dizendo: todavia não se faça a minha vontade, mas a tua.( Luk 22:42)

Tem compaixão de Ti...

(22) E Pedro, chamando-o a parte, começou a reprova-lo, dizendo: Tem compaixão de ti, Senhor; isso de modo algum te acontecerá.

Pedro imaginava estar cumprindo bem o papel de discípulo de Jesus. Ele não podia aceitar o sofrimento de Cristo. Mas na verdade ele fez um apelo ao sentimento de auto-piedade, presente em todos os seres humanos.

· Há pais que não suportam o mínimo sofrimento de seus filhos, mesmo quando isso é necessário; Esses educam filhos incapazes de lidar com a dureza da vida.

· Há pessoa que não conseguem deixar Deus agir nas outras pessoas. Nem toda luta ou sofrimento é uma ação maligna, mas, muitas vezes, é o agir de Deus aperfeiçoando o caráter.

Negar-se a si mesmo é não aceitar a posição de coitadinho sofredor (muitas vezes nosso sofrimento e resultado de nossos próprios erros); é não se deixar levar pelas sugestões de autocomiseração, mas reconhecer que Deus está no controle de todas as coisas e que vale a pena seguir os seus passos, mesmo com dor e sofrimento.

Não cogitas das coisas de Deus...

(23) Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não estás pensando nas coisas que são de Deus, mas sim nas que são dos homens.

A Bíblia Viva apresenta assim o verso 23: “Você está pensando apenas do ponto de vista humano, e não do ponto de vista de Deus”. Negar-se é abrir mão de nossa maneira limitada de ver as coisas e enxergar a vida sob o ponto de vista de Deus.

O discípulo é aquele que abre mão dos seus conceitos sobre a vida porque encontrou no seu mestre conceitos superiores aos seus.

O discípulo de Jesus nega-se a si mesmo, não por constrangimento, mas porque prefere o modo de viver de Cristo ao seu próprio modo de viver (que ele já sabe que não funciona)

10 fevereiro 2008

Portanto, ide e fazei discípulos



Introdução

Hoje vamos meditar juntos sobre um texto das Escrituras bastante conhecido. Muitos se referem a ele como o Ide de Jesus. É também comum que as pessoas citem o texto como a Grande Comissão ou como o Grande Mandamento.

No decorrer dos séculos, as palavras de Jesus nesse texto têm provocado no coração de várias gerações de cristãos um desejo ardente de pregar o evangelho.

(19) Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; (20) ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. (Mat 28:19,20)


Jesus não era um falastrão, um desperdiçador de palavras. Ele falava, na hora certa, as palavras certas para cada ocasião.

As palavras de Jesus são fonte permanente de graça e paz, mas também são palavras desafiadoras, capazes de nos tirar de nossa acomodação. Ele não fala por falar. Ele fala para comunicar ao nosso espírito a vida de Deus. Por isso, sempre que nos aproximamos das palavras do Senhor, podemos ter a certeza de que essa Palavra está cheia de vida.

Quem não tem a Vida de Deus em si, está morto. Sem a Vida de Deus em nós, temos apenas a aparência de vivos, mas na verdade estamos mortos.

O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida. (Joh 6:63)
Ao anjo da igreja em Sardes escreve: Isto diz aquele que tem os sete espíritos de Deus, e as estrelas: Conheço as tuas obras; tens nome de que vives, e estás morto. (Rev 3:1)
A – Qual é o mandamento?

Jesus estava prestes a ser conduzido de volta ao Pai. As últimas palavras dele aos discípulos foram ouvidas com bastante atenção. Uma orientação firme e direta. Aqueles que ouviram Jesus falar não tiveram dúvida: Jesus queria que eles cumprissem aquela orientação. Há apenas uma ordem nas orientações de Jesus. Qual é a ordem?

(19) ...fazei discípulos

Fazer discípulos é o centro da última orientação de Jesus. Ir é o jeito de fazer, batizar é o jeito de fazer, ensinar é o jeito de fazer, mas o mandamento é fazer discípulos. Estou destacando esse ponto porque muitas vezes perdemos a essência da missão.

Muitas pessoas se apegam ao ide e vão pela cidade afora, e até pelo mundo afora, mas sem compreender que Jesus os chamou para que eles mesmos façam discípulos.

Não fomos chamados para nos tornar meninos de recado, que apenas entregam a mensagem, mas não cumprem eles mesmos a missão. Jesus não queria um batalhão de motoboys, do evangelho, prontos para entregar a encomenda, mas sem compromisso como o que vai dentro do pacote. Não fomos chamados apenas para ir, mas para fazer discípulos enquanto vamos.

Algo triste sobre os motoboys do evangelho é que alguns deles são tão entusiasmados que acabam convencendo outros a também se tornarem como eles. Uma igreja cheia de motoboys do evangelho alcança muitos lugares, mas não consegue cumprir a missão. Porque a missão é fazer discípulos, não entregar os pacotes.


B – Antes de fazer discípulos

Antes de começarmos a refletir sobre os elementos que fazem parte dessa ordem de Jesus, precisamos estabelecer alguns pré-requisitos. Nem todas as pessoas podem fazer discípulos de Jesus. Há uma situação que antecede o fazer: ser.

Aqueles que ouviram as últimas orientações de Jesus naquele momento já eram seus discípulos. Alguém que não é discípulo não consegue fazer discípulos. A ordem precisa ser essa: primeiro ser discípulo, depois fazer discípulos.

Há pelo menos duas marcas na vida daqueles que são discípulos de Jesus. Antes de fazer discípulos, você precisa passar sua vida pelo crivo dessas duas marcas a atestar sua própria condição de discípulo.

Primeira Marca: Obediência
Muitos que o ouviram declarar estas coisas começaram a acreditar que era ele o Messias. Jesus dizia a estes: Serão verdadeiramente meus discípulos se viverem obedecendo aos meus ensinos. E conhecerão a verdade, e a verdade vos tornará livres. (Jo 8:30-32)
• Os discípulos de Jesus procuram viver conforme os seus ensinos. Discípulos não ficam procurando brechas na lei para justificar suas inclinações pecaminosas.

• Discípulos não consideram sua visão pessoal do mundo como uma resposta para a vida.

• Discípulos são capazes de obedecer ao Mestre, porque aprenderam a confiar Nele através da experimentação do Seu ensino.

Segunda Marca: Amor
(34) Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis. (35) Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros. (Jo 13:34,35)

• Discípulos amam os outros do jeito que Jesus nos amou: sabendo que seu amor nunca será plenamente correspondido. Não esperam nada em troca.

• Discípulos amam em obediência. Esse amor não depende de sentimento, mas é real mesmo quando o sentimento não está presente.

• Discípulos desenvolvem esse amor, parecido com o amor de Cristo, porque eles aprendem a depender do amor de Deus, que nunca falha.

Se faltarem essas marcas em sua vida, você pode agora mesmo pedir ao Senhor que transforme o seu coração. Baixe sua cabeça em oração e diga a Ele o quando você quer ser um discípulo de Cristo. Diga que você entrega sua vida a Jesus e o aceita como seu Senhor e Salvador.

Em oração diga ao Senhor que você deseja nascer de novo, nascer para uma vida diferente. Peça a ele um novo coração, sensível à Palavra dele. Peça a Ele que o liberte do pecado e faça de você uma nova pessoa: um discípulo de Cristo. Declare que você entrega sua vida para que o Espírito de Deus faça isso.

Apenas aqueles que são discípulos são chamados por Cristo a fazer discípulos.


C – Fazei discípulos

Fazer discípulos não é papel da igreja institucional. Também não é atribuição de algum agrupamento religioso para-eclesiástica como conselhos, juntas, seminários, missões, comissões ou qualquer coisa do gênero. Fazer discípulos e uma missão para pessoas.

O desafio de fazer discípulos e para mim e para você. Não podemos terceirizar o chamado de Cristo para qualquer organização missionária, por mais bem intencionada que ela seja.

Cada discípulo é chamado pessoalmente para fazer novos discípulos. Ninguém pode cumprir a missão do outro. Não podemos transferir nossa responsabilidade para outros (Pastor, evangelista, líder do ministério, missionário, etc).

Como podemos cumprir a missão? Seremos obrigados a inventar, dar o nosso próprio jeito? Ou o Senhor deixou orientação clara e suficiente para sermos bem sucedidos em nossa missão? Claro que temos orientação. São pelos menos três os passos que devemos seguir: ir, batizar e ensinar.

Ide

Uma tradução possível para o nosso texto poderia ser: Indo, fazei discípulos. A idéia é de movimento. O texto grego, ao pé da letra, quer dizer: Tendo ido, discipulai. Essa tradução pode nos ajudar a compreender algo muito importante: Devemos deixar o comodismo de lado para fazer discípulos. Precisamos ir para fora da zona de conforto.

A missão que o Senhor nos entregou é gratificante, mas também é árdua. Enche o coração de alegria, mas não é um passeio no parque. É preciso estar disposto a pagar o preço para ver Cristo sendo formado na vida de outros irmãos.

Para fazer discípulos é preciso investir tempo. Discipular é gastar um pouco da própria vida em prol do irmão. Essa é uma barreira que precisa ser derrubada: a barreira do egoísmo.

Eu de boa vontade me gastarei e ainda me deixarei gastar em prol da vossa alma. Se mais vos amo, serei menos amado? (2Co 12:15)

Paulo não está escrevendo da própria cabeça. O Espírito estava lembrando a ele o sentido das palavras de Jesus. Cristo nos deixou um paradoxo, um verdadeiro nocaute para aqueles que são incapazes de se gastarem em prol de outras pessoas. Seis vezes Ele disse:

Pois quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas quem perder a sua vida por amor de mim e do evangelho, salvá-la-á. (Mar 8:35)

Fazer discípulos é ser usado por Deus para fazer crescer uma nova vida em Cristo. Não somos nós que geramos a nova vida, mas a empatia é tão grande que se pode sentir as dores de parto. Às vezes é preciso até mudar tom da voz para alertar dos perigos.

(19) Meus filhinhos, por quem de novo sinto as dores de parto, até que Cristo seja formado em vós; (20) Eu bem quisera agora estar presente convosco, e mudar a minha voz; porque estou perplexo a vosso respeito. (Gal 4:19,20)

Fazer discípulos é travar uma grande batalha por aqueles a quem o Senhor nos confiou. É interceder em oração pelos irmãos e ficar ao lado, como exemplo, até que o caráter de Cristo faça parte da vida do outro. Fazer discípulos é animar o coração do cansado e ensiná-lo a encontrar descanso aos pés da cruz de Cristo.

(1) Pois quero que saibais quão grande luta tenho por vós, e pelos que estão em Laodicéia, e por quantos não viram a minha pessoa; (2) para que os seus corações sejam animados, estando unidos em amor, e enriquecidos da plenitude do entendimento para o pleno conhecimento do mistério de Deus - Cristo, (Col 2:1,2)
• Não é possível fazer discípulos sentado relaxadamente na poltrona de casa, quatro horas por dia, assistindo o big brother. É preciso ir além do comodismo!

• Não é possível fazer discípulos quando o trabalho é o seu Deus e não resta tempo para mais nada. É preciso ir além do ativismo!

• Não é possível fazer discípulos sem sofrer um pouco a dor do outro. É preciso ir além da falta de sensibilidade!

• Não é possível fazer discípulos sem se deixar gastar e desgastar. É preciso ir além do egoísmo!

• Não é possível fazer discípulos sem amar a outra pessoa.

Você está pensando o seguinte: Tenho que fazer tudo isso para ser discípulo? Não esqueça de que fazemos tudo isso porque somos discípulos. Primeiro você é discípulo; depois você faz discípulos.

Você não está só

Talvez você se sinta incapaz diante do desafio. Talvez você olhe para si mesmo e se sinta inadequado, o retrato não se parece com você. Talvez tenha surgido a sensação de que esse negócio de fazer discípulos não é para você. Em nome de Jesus, rejeite esses pensamentos. Esses e muitos outros também passaram pela mente dos discípulos de Jesus naqueles últimos dias.

Mas a verdade é que você não está só. Antes de apresentar a missão, Jesus fez duas coisas: tomou uma atitude e disse algo. Tanto a atitude quanto a palavra levaram paz ao coração dos discípulos e trarão paz ao seu coração também.

Atitude

E, aproximando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra. (Mat 28:18)
Ele aproximou-se dos seus discípulos. Também hoje ele se aproxima de você. Não se afaste dele. Permita a Sua presença santa ocupe sua vida e encha o seu coração de Paz. Longe dele, o desassossego toma conta, mas perto dele podemos descansar.

Encontre o Senhor em oração. Encontre o Senhor na Sua palavra. Ouça a voz do Senhor na meditação tranqüila. Aí, fazer discípulos se torna apenas uma expressão de quem você é: discípulo de Jesus.

Palavra

E, aproximando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra. (Mat 28:18)

A palavra dita tem poder. Pela palavra apenas Deus trouxe a existência o que não existia. Palavras podem construir e destruir. A palavra de Jesus aos seus discípulos foi uma garantia de sucesso para a missão: toda autoridade no céu e na terra.

Se depender de nós, o fracasso é eminente; se depender de Cristo, a vitória é certa. Aproprie-se da autoridade de Cristo. Aí, fazer discípulos se torna apenas uma expressão de quem Jesus é: soberano sobre terra e céus.
Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida, que está no paraíso de Deus. (Rev 2:7)

25 janeiro 2008

Jesus, nosso advogado





Introdução

Esta é uma noite de festa, alegria e gratidão. Hoje nós nos juntamos aos formandos da turma de direito da Universidade Farias Brito e agradecemos a Deus pela vitória alcançada com esforço e dedicação.

No passado eram poucos aqueles que tinham um bacharel em direito na família ou no seu círculo de amizades. Hoje essa é uma situação menos rara, mas não menos importante. Por isso, todos estamos muito alegres nesta noite.

Em sua origem latina (advocátus) o advogado é alguém chamado para se colocar ao lado de uma pessoa. Existem advogados para defender o réu e para acusá-lo. Existem advogados que exercem suas atividades pro bono e outros cuja uma simples consulta alcança cifras inimagináveis. Há aqueles contratados pelos réus e outros oferecidos pelo Estado. E, como em toda profissão, existem bons e maus advogados.

Hoje quero apresentar aos novos bacharéis em direito e a todos os demais presentes o maior de todos os advogados que já existiram: Jesus Cristo.

Jesus já foi aclamado como um grande líder, considerado o professor dos professores e apontado como o maior psicólogo de que se tem notícia – Embora a bíblia não lhe dê nenhum desses títulos. Por outro lado, pouco se fala de Jesus como o maior advogado que já pisou esse chão – essa sim é uma função que lhe é atribuída pelas Escrituras.

Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo; (1 João 2:1)

Em sua epístola, o apóstolo João usou a palavra grega parakletos (chamado para o lado) para descrever uma da funções de Cristo: Ele é nosso advogado.

A – O Advogado entra em cena

Há situações em que os advogados parecem surgir do nada. O sujeito é lesado pelo empregado e rapidamente aparece um advogado disposto a assumir a causa. Mas, é claro que os advogado não surgem sem um propósito. Quando ele entra em cena é porque o cenário já foi configurado para a sua atuação. Quais são os elementos desse cenário? Essas serão nossas primeiras considerações.

1º Elemento

Advogados entram em cena quando uma lei é quebrada. Se não houve a quebra da lei, não porque se falar em advogados.

Esse também era o pensamento do apóstolo João. Para ele a quebra da lei, que justificava a entrada em cena de Jesus como um advogado, era o pecado.

Falar de pecado hoje, para alguns, pode soar antiquado e politicamente incorreto. Mas não há nada que tenha acompanhado a raça humana tão de perto quanto o pecado. Desde os tempos antigos até os nossos dias o pecado faz parte de nossas vidas e de nossa sociedade.

Antes que você se aborreça com essa história de pecado e comece a achar que eu estou falando de beber, fumar, matar, roubar, adulterar e outras coisas do gênero, vou esclarecer que o pecado sobre o qual eu estou falando é mais amplo e precede nossas atitudes pecaminosas.

Pecar é errar o alvo. Pecar é não alcançar o padrão que Deus planejou para nós. Pecar é não manter o coração reto e o espírito descansado em Deus. Pecar é rejeitar a autoridade de Deus sobre você. Pecar é abri mão de ser amado e guiado por aquele que o criou. Pecar é encher-se de arrogância e achar-se capaz de dar sentido à própria existência. Pecar é deixar de reconhecer quem Deus é e afirmar mentiras sobre Ele. O pecado é um crime de dano moral contra Deus.

Se o pecado está presente em sua vida, você precisa de um advogado. Se você tem ofendido a deus com sua maneira de viver, você precisa de um advogado. Se as suas palavras, o seu jeitos de tratar as pessoas, a forma como você usa seu dinheiro, a maneira como você gasta seus dias, são ofensas a Deus, você precisa de um advogado.
Na verdade, esse “se” é retórico. Porque a Bíblia nos adverte que todos nós somos culpados de pecado e precisamos de um advogado.

Tal como as escrituras afirma: ninguém é bom – ninguém no mundo inteiro é inocente. Ninguém jamais seguiu realmente as veredas de deus, nem mesmo desejou verdadeiramente fazê-lo. Todos se desviaram; todos caíram no erro. Ninguém, em parte alguma, fez só o que é direito durante toda a sua vida – nem uma só pessoa... estão prontos para matar, odiando qualquer um que não concorde como eles. Por onde quer que vão deixam a miséria e o transtorno atrás de si. Nunca chegaram a saber o que é sentir-se seguro e desfrutar as bênçãos de Deus. Não se importam com Deus, nem tão pouco com o que Ele pensa deles (Romanos 3:10-18 BV)

Eis o retrato da raça humano nesta e nas gerações passadas. Somos culpados e precisamos de um advogado.

2º Elemento

Advogados entram em cena quando há uma acusação a ser feita ou uma defesa a ser sustentada.

Jesus não é um advogado de acusação. Ele não foi designado para acusar a mim ou a você dos nossos pecados. Nossos próprios pecados já nos acusam.

Certa vez ele foi chamado para opinar em um julgamento. Uma mulher havia sido flagrada em adultério e a lei dizia que ela deveria ser apedrejada. Os homens que levaram esse caso a Jesus armaram uma cilada. Se Jesus concordasse com a execução da mulher poderia ser acusado de rebeldia contra Roma, a quem pertencia o direito de tirar a vida; Se Ele discordasse da execução poderia se acusado de herege, pois teria rejeitado a lei de Moisés.

Aqueles homens estavam se utilizando da lei e brincando com a vida de uma pessoa apenas para provar uma tese. Não havia amor no coração deles.

(3) Os escribas e fariseus trouxeram à sua presença uma mulher surpreendida em adultério e, fazendo-a ficar de pé no meio de todos, (4)disseram a Jesus: Mestre, esta mulher foi apanhada em flagrante adultério. (5) E na lei nos mandou Moisés que tais mulheres sejam apedrejadas; tu, pois, que dizes? (6) Isto diziam eles tentando-o, para terem de que o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, escrevia na terra com o dedo. (7) Como insistissem na pergunta, Jesus se levantou e lhes disse: Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra. (8) E, tornando a inclinar-se, continuou a escrever no chão. (9) Mas, ouvindo eles esta resposta e acusados pela própria consciência, foram-se retirando um por um, a começar pelos mais velhos até aos últimos, ficando só Jesus e a mulher no meio onde estava. (10) Erguendo-se Jesus e não vendo a ninguém mais além da mulher, perguntou-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? (11) Respondeu ela: Ninguém, Senhor! Então, lhe disse Jesus: Nem eu tampouco te condeno; vai e não peques mais.] (João 8:3-11)

Você não precisa temer as palavras de Jesus. Ele não veio para acusar ninguém. Você não precisa fugir ou virar as costas quando a Palavra de Deus for pregada. Porque a legítima Palavra de Deus não pretende condenar ninguém. Ao contrário, a missão de Cristo é buscar e salvar o que se havia perdido.

Vos escrevo para que não pequeis. Se toda via alguém pecar, temos advogado...

Jesus entra em cena como um advogado de defesa. Ele foi incumbido da missão de sustentar nossa defesa perante as acusações que pesam contra mim e contra você. Acusações verdadeiras de que ofendemos a honra de Deus: deixamos de reconhecer quem Ele é afirmamos mentiras sobre Ele. Somos culpados, mas nem tudo está perdido – temos um advogado para nos defender.


3º Elemento

Advogados entram em cena quando são contratados. Alguém precisa requerer os seus serviços.

Esse é um ponto surpreendente sobre Jesus. O seu ministério como nosso advogado foi algo concebido por Deus. Jesus é o advogado constituído por aquele que foi ofendido (Deus), não para defesa própria, mas para defender os réus (eu e você).

Se nós estivéssemos falando de gente sem moral e sem ética, pairaria uma dúvida quanto ao empenho desse advogado. Mas basta lembrar-se da cruz para que a dúvida desapareça. Ele empenhou-se até a morte! Estamos falando da maior expressão de amor que já existiu: um acordo entre o Pai e o Filho para livrar a humanidade de sua justa condenação

E nós temos visto e testemunhamos que o Pai enviou o seu Filho como Salvador do mundo. (1 João 4:14)

(33) Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. (34) Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós. (Rom 8:33,34)

(16) Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. (17) Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. (João 3:16-17)

B – Uma causa perdida

Há causas que são mais difíceis do que outras. Alguns advogados quando percebem que se trata de um caso muito difícil prefere não aceitar; outros se sentem desafiados e enfrenta a situação com coragem. Jesus recebeu mais que uma causa difícil. Ele recebeu uma causa impossível: a nossa defesa.

Não há argumento capaz de nos inocentar diante de Deus. A verdade é que somos realmente culpados. Não há palavra capaz de sensibilizar o juiz ou mesmo amenizar a pena à qual estamos sujeitos. Não há nada de bom a dizer em nosso favor. Ainda assim, Jesus assumiu nosso caso.

É nesse ponto que se revela a grandeza do amor de Deus e superioridade de Cristo como o maior advogado de toda a história humana.

Tendo nas mãos uma causa perdida, Jesus, em concordância com Deus pai, decidiu assumir para si mesmo a pena que deveria ser cumprida pelos réus (eu e você).

Quando estávamos totalmente desamparados, sem nenhuma possibilidade de escapar, Cristo veio justamente na hora certa e morreu por nós, os pecadores, que não tínhamos nenhum interesse nele. Mesmo que fôssemos bons, realmente não esperaríamos que alguém moresse por nós... Deus, no entanto, mostrou o seu grande amor por nós enquanto ainda éramos pecadores. (Romanos 5:6-8)

Jesus é um advogado incomparavelmente superior ao melhor de todos os advogados que já existiram. Por quê? Porque diante da causa perdida, ele cumpriu a pena no lugar dos réus que defendia. Era esse o único caminho para nos salvar e Ele não hesitou.

Você precisa de um advogado como esse. Você não precisa de alguém que apenas fale bem de você ou elogie seus pontos fortes diante do juiz. Não adianta nada um advogado que apenas tente influenciar a decisão do júri, não é suficiente! Você precisa de um advogado que ame você ao ponto de assumir sua pena ele mesmo. Você precisa de um advogado perfeito, e o nome dele é Jesus.

Ele é o advogado das causas perdidas. Ele não tem qualquer preconceito contra os seus crimes e pecados, porque Ele não irá defendê-lo com argumentos jurídicos. Simplesmente, ele se ofereceu para cumprir a pena em seu lugar. Então, nenhuma condenação restará para aqueles que têm a Jesus como seu advogado.

C – Como isso acontece?

Hoje você ainda se encontra sentado no banco dos réus. As algemas ainda estão presas aos seus pulsos: algemas do rancor, algemas da ira, algemas da desconfiança, algemas do medo, algemas da angústia, algemas da obsessão, algemas do ciúme doentio, algemas da tristeza profunda, algemas da falta de sentido para a vida - você até já se acostumou com elas.

Mas, cedo ou tarde, você será chamado a pagar pelo crime cometido. Você precisa do advogado Jesus! Ele é capaz de livrá-lo tanto das algemas quanto da condenação que pesa sobre você. Como isso é possível?

É preciso aceitar que Jesus se torne seu advogado pessoal. Não importa se ele é o advogado do seu irmão, da sua filha ou dos seus pais. É preciso que você o aceite como seu advogado pessoal. Só dessa maneira suas algemas serão quebradas e sua condenação anulada.

Não é nenhum rito mágico, nem um mistério esotérico para os iluminados. É a boa notícia que Jesus veio trazer. É preciso confiar em Cristo e entregar sua vida nas mãos dele. É preciso crer que Ele é capaz de defendê-lo e confessar isso com sua boca.

Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. (Romanos 10:9)

Hoje é o dia da sua libertação!