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04 junho 2008

O Ensino de Jesus – Integridade e Obediência

Introdução

Hoje concluiremos a série de mensagens intitulada “O Ensino de Jesus”. No sermão do monte Ele fez afirmações que podem muito bem ser consideradas as bases do seu evangelho. Durante esses domingos nos debruçamos sobre algumas dessas importantes questões do ensino de Cristo.

Vimos que, embora a reforma protestante, de certa forma, tenha colocado a ajuda aos pobres debaixo de um nevoeiro teológico, o Senhor Jesus afirmou que devemos considerar o socorro aos necessitados tão espiritual quanto oração e Jejum. Somos salvos pela graça de Deus, mas o Senhor nos salvou com o propósito de que vivamos vidas marcadas pelas boas obras.

Depois ouvimos o Senhor Jesus dizer que nossas orações a Deus devem ser como uma conversa entre dois amigos. A oração não é uma forma de pressionar Deus ou impressionar as pessoas, mas sim o sinal de intimidade com o Senhor. Por isso, a oração deve encontrar lugar na discrição e, sobretudo, na solitude. Além disso, nas conversas entre amigos não há lugar para as frases repetidas tantas vezes que perdem o sentido.

O jejum completa o trio de disciplinas espirituais que o Senhor recomendou. Jejum e oração estão sempre juntos. Não é dieta nem greve de fome. Também não é um jeito de mostrar que é espiritual. É abster-se do alimento, que sustenta o corpo, para declarar sua confiança Naquele que dá vida ao corpo, à alma e ao espírito humano. Por isso, os efeitos do jejum não são sobre o corpo, mas sobre nossa arrogância e auto-suficiência.

Em seguida, ouvimos os conselhos do filho de Deus para que não procuremos saciar nossa necessidade de segurança acumulando tesouros. Os tesouros daqui são voláteis; podem ser roubados, destruídos ou estragados, e no final ficam aqui mesmo. Essa necessidade que temos, de tesouros que nos deixem seguros, deve nos levar a buscar abrigo em Deus. A paz e a segurança que ansiamos estão em nos relacionarmos com Ele, não em guardar bens, posições, status, realizações ou qualquer outra coisa.

Depois, vimos que a vida humana tem grande valor para Deus e que por isso não devemos encher nosso coração de ansiedade. A mente ansiosa, incapaz de confiar no Senhor, vagueia entre as palavras que vai dizer, as coisas que vai fazer ou as pessoa que vai encontrar. A mente ansiosa não encontra paz porque passa pela vida levando o mundo nas costas. Jesus nos chama a confiar no Pai, a não antecipar os problemas, mas a viver um dia de cada vez.

Integridade

Uma das grandes questões sobre o crescimento da igreja evangélica no Brasil diz respeito ao fato de que tem sido difícil enxergar os frutos desse crescimento em termos de transformações da sociedade e de suas estruturas pecaminosas.

Ainda que os evangélicos agora sejam cerca de um terço da população do Brasil, o jeito como as pessoas tratam umas às outras não parece estar mais semelhante ao jeito que Jesus faria isso.

Não parece que haja uma redução da violência doméstica, que os esposos estejam respeitando mais suas esposas e que os filhos estejam sendo mais protegidos e amados do que eram antes. É inadmissível, mas muitos homens cristãos se acham no direito de oprimir e até agredir fisicamente suas esposas.

Ainda quem as empresas estejam lotadas de crentes, não parece haver maior honestidade nos negócios. Não parece que as propinas, os desvios e as lavagens dinheiro tenham reduzido.

Os empresários crentes não parecem preocupados em aplicar o evangelho de Jesus a suas empresas (a não ser que seja para arranjar uma fórmula mágica para ganhar mercado e vencer o concorrente). Também os empregados cristãos não parecem preocupados em aplicar as palavras de Jesus não oito horas em que prestam seus serviços onde trabalham

Não parece haver um número maior de famílias que sejam um espaço seguro para o desenvolvimento do caráter e as escolas parecem receber número ainda maior de crianças sem noções básicas de respeito, amor e convivência sadia.

Qual o problema? A igreja está sofrendo de falta de integridade. O dicionário Caldas Aulete fala o seguinte sobre integridade

1 Qualidade ou estado do que é inteiro, do que não está menor do que era ou do que deveria ser; INTEIREZA: Aferiu a integridade da remessa.

O mal que nos acomete é que somos menos do que deveríamos ser. Falta-nos inteireza. Falta Integridade quando estamos fingindo, quando estamos disfarçados, quando prezamos apenas pela aparência, mas não estamos dispostos a vive o evangelho de Cristo em toda a sua dimensão.

Líderes sem integridade

15 Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós disfarçados em ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores. 16 Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos? 17 Assim, toda árvore boa produz bons frutos; porém a árvore má produz frutos maus. 18 Uma árvore boa não pode dar maus frutos; nem uma árvore má dar frutos bons. 19 Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada no fogo. 20 Portanto, pelos seus frutos os conhecereis. (Mat 7:15-20)

A falta de integridade da igreja nasce na sua liderança. Líderes servem de exemplo. Líderes são imitados no seu jeito de agir. Quando eles não cultivam uma vida íntegra, seu mal exemplo se reproduz no meio da igreja e contamina todo o rebanho.

Jesus afirmou que sua igreja, isto é nós, devemos ser cautelosos com líderes que não valorizam a integridade. Na verdade, Jesus afirma que esses não dignos de serem seguidos porque são falsificações; têm voz de ovelha, aparência de ovelha, mas na verdade são lobos prontos a devorar o rebanho.

Como identificá-los? Como enxergar a falta de integridade?

Não adianta pedir para ouvir o balido, porque o balido é de ovelha; não adianta passa a mão na lã, porque é lã de ovelha; não adianta perguntar para ele se ele é uma ovelha, porque ele vai jurar dizendo que sim.

Para explicar a maneira de identificar esses líderes que são pela metade, que não são o que deveriam ser porque pensam apenas em si mesmos, Jesus muda a ilustração: eles são como árvores; é preciso observar os seus frutos. Espinheiros não produzem uvas.

Que fruto devo procurar? Há quem pense que os frutos que devemos encontrar sejam grandes realizações, sucesso ministerial e muitos seguidores. Mas, o único fruto que devemos procurar naqueles chamados pelo Senhor para liderar sua igreja é o Fruto do Espírito. A presença desse fruto é garantia de integridade, porque ele não pode ser falsificado.

22 Mas o fruto do Espírito é: o amor, alegria, a paz, a longanimidade, a bondade, a retidão, a fidelidade. 23 a mansidão, o domínio próprio; contra estas coisas não há lei. (Gal 5:22-23)

Aquele que se diz guiado por Deus para liderar o Seu povo deve ter nas mãos o fruto do Espírito de Deus. É assim que a integridade é provada.
Crentes sem integridade

21 Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. 22 Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitos milagres? 23 Então lhes direi claramente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade. (Mat 7:21-23)

A falta de integridade da liderança contamina o rebanho. Quando os líderes não se preocupam em viver vida íntegra, forma-se uma aliança de mediocridade e falta de compromisso com o Senhor e o resultado dessa aliança é devastador.

30 Coisa espantosa e horrenda tem-se feito na terra: 31 os profetas profetizam falsamente, e os sacerdotes dominam por intermédio deles; e o meu povo assim o deseja. Mas que fareis no fim disso? Jer 5:30-31

O Senhor Jesus explica que o resultado dessa aliança é a farsa e o auto-engano. Líderes sem integridade apascentam rebanhos sem integridade. Isso gera uma paz aparente sustentada pela religiosidade, mas sem compromisso de transformação.

• A mudança do caráter é substituída pelos rituais;
• O aprendizado da confiança no Senhor é trocado pela autoconfiança;
• A dependência do Senhor dá lugar a auto-suficiência;
• As práticas religiosas assumem o lugar da devoção singela;
• Os títulos se tornam mais importantes do que o serviço;
• E, por fim, Deus deixa de ser o objetivo da vida e passa a ser um coadjuvante, chamado uma vez ou outra.

O Senhor Jesus explicou que muitos só darão conta de que nunca conheceram realmente o mestre naquele último dia. Eles tentarão argumentar e apresentarão as obras de sua religiosidade, mas ouvirão do Senhor a mais terrível das palavras: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade. Mas você não precisa fazer parte daquele grupo.

Obediência

21 Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. 22 Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitos milagres? 23 Então lhes direi claramente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade. (Mat 7:21-23)

Jesus deixa claro que o critério de entrada no reino dos céus não é apenas se dizer um servo do Senhor, mas fazer a vontade de Deus. Isso tem tudo a ver com obediência.

O Senhor diz que rejeitará todos aqueles que, embora colecionem troféus religiosos (ministérios poderosos, realizações destacadas, grandes pregações, expulsões de demônios e milagres), estão cheios de iniqüidade, isto é, não tornaram a obediência ao Senhor uma prática em suas vidas.

Lucas registra um brado do Senhor a esse respeito:

E por que me chamais: Senhor, Senhor, e não fazeis o que eu vos digo? (Luk 6:46)

Jesus contou uma ilustração que nos ajuda a compreender os efeitos de nossa decisão quanto a por em prática ou não as Suas palavras.

24 Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática, será comparado a um homem prudente, que edificou a casa sobre a rocha. 25 E desceu a chuva, correram as torrentes, sopraram os ventos, e bateram com ímpeto contra aquela casa; contudo não caiu, porque estava fundada sobre a rocha. 26 Mas todo aquele que ouve estas minhas palavras, e não as põe em prática, será comparado a um homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia. 27 E desceu a chuva, correram as torrentes, sopraram os ventos, e bateram com ímpeto contra aquela casa, e ela caiu; e grande foi a sua queda. (Mat 7:24-27)

Talvez seja difícil para nós percebermos a força da ilustração de Jesus porque todos moramos em casas bem construídas ou em apartamentos bem distante da força das águas. Mas, talvez esse vídeo o ajude a compreender a força de uma enxurrada.

Sua vida é uma pequena casa no meio da enxurrada. Sua família é uma construção, ainda em andamento, que enfrentará muitos ventos e grandes tempestades. Os dias de sua vida são como os tijolos, a telha e argamassa usados na construção.

O que você tem sido até hoje: prudente ou insensato?

Os insensatos desperdiçam a vida. São como crianças que juntam com as mãos e espalham com os pés. Pensam estar construindo grandes coisas, mas se esquecem do fundamento: o ensino de Jesus.

Os prudentes aproveitam a vida. Podem até não ser os melhores construtores, mas tudo que constroem permanece, porque eles estão sempre lembrados do fundamento: o ensino de Jesus.

• O socorro aos necessitados está no coração de Deus é tão espiritual quanto a oração e o Jejum;
• Nossas orações a Deus devem ser como uma conversa entre dois amigos.
• A oração não é uma forma de pressionar Deus ou impressionar as pessoas, mas sim o sinal de intimidade com o Senhor;
• Exercitar o jejum de coisa que você considera indispensáveis para vida é uma declaração de suficiência em Deus;
• A paz e a segurança que ansiamos estão em nos relacionarmos com Deus, não em guardar bens, posições, status, realizações ou qualquer outra coisa;
• A mente ansiosa não encontra paz porque passa pela vida tentando levar o mundo nas costas. Mas Jesus nos chama a confiar no Pai, a não antecipar os problemas, e viver um dia de cada vez;
• Aqueles que chamam a Jesus de Senhor devem obedece-lo.

Você quer tornar-se prudente? Quer ver as obras de sua vida permanecerem mesmo diante de tempestades e enxurradas? Ponha os ensinos de Jesus em prática na sua vida.

25 maio 2008

O Ensino de Jesus – Segurança e Ansiedade

Introdução

Durante essa série de mensagens temos meditado sobre alguns dos ensinos de Jesus. O Senhor deixou ensinamentos claros sobre a importância da prática do auxílio aos necessitados como uma das disciplinas espirituais que devem ser praticadas pelos seus discípulos.

Também falou sobre o lugar da oração e do jejum na vida daqueles que se identificam com ele e disse que essas práticas não devem ser usadas para angariar reconhecimento das pessoas, mas que o nosso Deus, que vê em secreto, as recompensará.

Outro dos ensinos de Jesus fala sobre o dinheiro e as posses. Jesus afirma que o coração dos seus seguidores não pode dividir-se entre servir a Deus e às riquezas. É preciso escolher a quem servir porque quem considera aquilo que possua (ou que deseje possuir) como sendo o seu tesouro (aqui na terra), não desejará o tesouro (dos céus), que é o próprio Deus.

Hoje vamos refletir sobre um assunto que está nas manchetes de jornais e no peito de muita gente: ansiedade.

O que é a ansiedade?

A ansiedade é uma sensação ou sentimento decorrente da excessiva excitação do Sistema Nervoso Central conseqüente a interpretação de uma situação de perigo.

Parente próximo do medo, (muitas vezes onde a diferenciação não é possível) é distinguida dele pelo fato de o medo ter um fator desencadeante real e palpável enquanto na ansiedade o fator de estimulo teria características mais subjetivas.

A ansiedade é o grande sintoma de características psicológicas que mostra a intersecção entre o físico e psíquico, uma vez que tem claros sintomas físicos como: taquicardia (batedeira), sudorese, tremores, tensão muscular, e cefaléia (dor de cabeça).

Quando recorrente e intensa também é chamada de Síndrome do Pânico (Crise ansiosa aguda). Toda esta excitação acontece decorrente de uma descarga de um Neurotransmissor chamada Noradrenalina que é produzida nas glândulas Supra-renais.

Como compreender a ansiedade?

O nosso Sistema Nervoso Central e a nossa mente necessitam de uma situação de conforto e de segurança para usufruir a sensação de repouso e de bem estar. Quando a nossa percepção nos alerta para uma situação de perigo, em resposta este estado configura-se um estado ansioso.

Até pouco tempo atrás os perigos de vida e a necessidade de luta física eram uma constante. A excitação do sistema nervoso central vinha como uma forma de estimular o nosso corpo para a luta ou para a fuga.

No entanto, o que interpretamos como perigo hoje, transcende e muito o perigo de vida biológico. Perda de status, de conforto, de poder econômico, de afetos, amizades, de privilégios, vantagens, são fatores mais do que suficientes em muitos casos para disparar o estado ansioso.

Em estados de desequilíbrio emocional, o simples contacto com o novo, com situações inesperadas e desconhecidas são o suficiente para disparar estados ansiosos.

A principal característica psíquica do estado ansioso é uma excitação, uma aceleração do pensamento, como se estivéssemos elaborando, planejando uma maneira de nos livrar do perigo e da maneira mais rápida possível.

Este movimento mental, na maioria das vezes acaba causando certa confusão, uma ineficiência da ação, um aumento da sensação de perigo e de incapacidade de se livrar do perigo o que configura um círculo vicioso, pois esta sensação só faz aumentar ainda mais o estado ansioso. “Mente acelerada é mente desequilibrada”.

Este movimento impulsivo de a mente se acelerar, de precisar ter tudo sob controle, para poder usufruir a sensação de repouso e conforto faz com que ela se excite e se o problema não tiver uma solução mental imediata como o que acontece na maioria dos casos teremos a chamada ansiedade patológica, que tende tornar-se crônica e piorar com os anos.

Três possíveis origens

A primeira é que a ansiedade poderia ter uma origem genética, ou seja, a pessoa herda de seus ancestrais uma pré-disposição para ter estes sintomas. Nestes casos as manifestações podem ser bastante precoces, sendo a pessoa desde cedo uma criança agitada, as vezes hiperativa, que chora com facilidade e as vezes até com dificuldade de dormir. A ansiedade precoce também pode se manifestar através da avidez de mamar e numa postura mais teimosa e possessiva ainda como criança.

A segunda é uma infância carente e problemática onde as dificuldades dos pais, mas principalmente da mãe de passar afeto e suprir as carências afetivas da criança, vão fazendo com que ela vá se sentindo insegura e exposta e vá gravando e condicionando um sentimento de que coisas ruins e sensações negativas podem acontecer a qualquer momento.

A terceira é a dificuldade de incorporar fatos e intercorrências novas ou desconhecidas. O velho ou conhecido sempre traz a sensação de segurança e controle. O novo por sua vez tem a capacidade de potencializar a sensação de medo no sentido de que algo ruim ou perigoso pode vir á acontecer.

É mais ou menos assim, “Tudo que vem de mim é seguro e tudo que vem de fora e não está sob controle é perigoso". É a clássica postura do pessimista, como aquele personagem dos desenhos antigos de TV, a hiena Hardy, amiga do leão Lippy, que sempre dizia “Oh céus, oh vida, oh azar, não vai dar certo!"

Traumas de infância, grandes sustos, perdas afetivas ou mesmo materiais também podem desencadear quadros ansiosos importantes, mas não chegariam a ser causas específicas

O Ensino de Jesus sobre segurança e ansiedade

Embora o filho de Deus não tenha obtido diplomas de medicina ou psicologia nas universidades de Jerusalém, ele conhece muito bem a alma humana e seus lugares mais escondidos e escuros. Veja as palavras do mestre:

25 Portanto, meu conselho é: não fiquem preocupados a respeito de coisas: o que comer, o que beber e o que vestir. Porque vocês já têm a vida e o corpo – e eles são muito mais importantes do que o que comer ou o que vestir. 26 Olhem os passarinhos! Eles não se preocupam com a comida – eles não precisam semear, colher, ou guardar comida – pois o Pai celeste de vocês os alimenta. E para Deus, vocês valem mais do que os passarinhos. 27 Será que com todas as preocupações juntas poderão acrescentar um único momento à vida de vocês?

28 E por quer ficar preocupados com a roupa? Olhem os lírios do campo! Eles não se preocupam com isso. 29 Até o rei Salomão, em toda a sua glória, não se vestiu tão bem como qualquer deles. 30 E se Deus cuida tão maravilhosamente das flores, que hoje estão aqui e amanhã já desaparecera, será que Ele não vai, com toda a certeza, cuidar de vocês? Vocês têm uma fé muito fraca.

31, 32 Portanto, não se preocupem de forma alguma com as necessidades de comida e roupas suficientes. Não sejam como os pagãos! Pois eles se orgulham dessas coisas, e estão muitíssimo interessados nelas. Mas o Pai celeste, que vocês têm, já sabe muito bem que vocês precisam delas, e Ele as dará a vocês, se o colocarem no primeiro lugar de suas vidas.

34 Portanto não fiquem preocupados com o dia de amanhã. Deus cuidará do dia de amanhã para vocês também. Já é suficiente a preocupação de cada dia. (Mat 6:25-34 - OL)

(A) Não ocupe toda sua mente com suas necessidades

25 Portanto, meu conselho é: não fiquem preocupados a respeito de coisas: o que comer, o que beber e o que vestir. Porque vocês já têm a vida e o corpo – e eles são muito mais importantes do que o que comer ou o que vestir.

Quando os pensamentos se afunilam em direção aos mesmos assuntos, e a mente é consumida em tentar resolver todos os problemas que o deixam inseguro e desconfortável, a ansiedade é quase inevitável. Por isso, não permita que seus pensamentos fiquem completamente ocupados na solução desses problemas. Mas como fazer isso?

Já vimos nesta série que o Senhor sabe o quanto precisamos nos sentir protegidos. Ele sabe que fora do Jardim, toda a raça humana carece de um tesouro que dê segurança. Ele até disse que devemos optar por buscar essa segurança nos céus.

É verdade que Jesus não desdenha de nossa necessidade de segurança, como se ela fosse irreal, mas é verdade também que Ele nos ensina que precisamos corrigir a escala de valores que usamos para encontrar essa segurança.

Ele afirma que a vida em si é mais importante que comer, beber, vestir-se, ser promovido, comprar um carro, abrir uma empresa, ser reconhecido nas ruas, casar-se, entrar na universidade ou qualquer outra coisa da qual você tenta extrair uma sensação de paz e segurança. Isso pode soar estranho para aqueles que acham que a vida é feita exatamente dessas coisas.

Mas não é bem assim. Essas coisas fazem parte do mundo em que você vive, mas não precisam ser a sua vida. A vida é muito mais; é algo especial, um presente inexplicável de Deus, que tem origem nele mesmo. Por isso, Deus se alegra em sustentar a vida.

Quando um passarinho desempenha o papel que Deus deixou para ele, a pequena ave encontra sustento para a vida; quando o as flores desempenham o papel que Deus deixou para elas, tornam-se esplendidamente lindas; Dentro da arquitetura que Deus planejou para o mundo, a vida é sustentada e a segurança é garantida até para os pequenos seres.

26... E para Deus, vocês valem mais do que os passarinhos.
30... E se Deus cuida tão maravilhosamente das flores, que hoje estão aqui e amanhã já desaparecera, será que Ele não vai, com toda a certeza, cuidar de vocês? Vocês têm uma fé muito fraca.

A fé em Deus como aquele que sustenta e mantém a vida é um santo remédio para a ansiedade. Confiar no diz a Bíblia, que Deus é o sustentador e mantenedor do universo tira de sobre os nossos ombros cuidados e responsabilidades que estão além daquilo que podemos fazer: não somos nós os sustentadores da vida.

Você confia que o Senhor está no controle de todas as coisas? Você está disposto a confiar tudo a Ele? Quais são as áreas da sua vida que Deus não pode cuidar porque você mesmo é quem cuida? Por quanto tempo você continuará levando esse fardo sobre os seus ombros? Não e hora de encontrar descanso para sua alma?

O convite do Senhor, hoje, é para que você passe ocupar sua mente com Ele, não com os problemas insolúveis da vida. O chamado do Pai é para que você desista de tentar ser o sustentador do universo, o mantenedor da sua própria vida e confie a Deus todas as preocupações que tem afligido a sua alma.

Se você compreendeu que a atitude de tentar controlar o mundo tem afligido sua alma com ansiedade, mas hoje você deseja entregar essas ansiedades aos pés de Cristo e confiar nele como aquele vai tomar conta de você, venha à frente.






(B) Desempenhe seu papel no Reino de Deus

Vimos que quando o passarinho desempenha o seu papel no reino de Deus, suas necessidades são supridas. Da mesma forma quando as flores cumprem seu papel no reino de Deus, o Senhor as protege e as faz belas. A linguagem poética usada pelo Senhor Jesus é de encher os olhos e o coração.

Há um detalhe interessante nessa questão: pássaros e flores não têm como tomar decisões próprias. Eles sempre cumprirão o papel que Deus traçou para eles. Pela maneira como foram criados, eles jamais sofreriam de ansiedade. (é terrível pensar que os homens são capazes de causar ansiedade até na natureza criada por Deus: pássaros engaiolados com certezas sofrem de ansiedade)

No entanto, a capacidade do ser humano de tomar decisões por conta própria torna possível que nós não desempenhemos o papel que nos está reservado no Reino. Isso é muito importante, porque o ensino de Jesus sobre a ansiedade vai além de entregar a Deus aquilo que é responsabilidade dele: precisamos tomar em nossas mãos aquilo que é da nossa responsabilidade.

Qual é sua responsabilidade? Qual é o papel que você deve desempenhar no Reino para que suas necessidades sejam supridas? Vejamos o que Jesus afirma:

a) Fique quieto

31 Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos? 32 (Porque todas estas coisas os gentios procuram). De certo vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas;

Fique quieto! Essa é uma das suas grandes participações. Esse é um papel que você pode desempenhar. Fique quieto. Não se movimente muito, não fale sobre tudo, não faça muito barulho. Fique quieto. Talvez seja difícil no começo, mas será recompensador no final.

Davi
No salmo 39, o salmista fez afirmações reveladoras sobre a natureza humana.

5Eis que mediste os meus dias a palmos; o tempo da minha vida é como que nada diante de ti. Na verdade, todo homem, por mais firme que esteja, é totalmente vaidade. 6Na verdade, todo homem anda qual uma sombra; na verdade, em vão se inquieta, amontoa riquezas, e não sabe quem as levará. 7Agora, pois, Senhor, que espero eu? a minha esperança está em ti. (Psa 39:5-7)

Somos inquietos, mas precisamos abrir mão das inquietações que nos consomem e colocar nossas esperanças em Deus.

Moisés
Diante da ansiedade da multidão, entre o exército egípcio e o mar vermelho, Moisés convidou o povo a desempenhou o seu melhor papel: abrir mão da ansiedade, confiar em Deus e ver o livramento do Senhor.

Moisés, porém, disse ao povo: Não temais; estai quietos, e vede o livramento do Senhor, que ele hoje vos fará; (Exo 14:13)

Há um belo salmo que fala sobre isso e eu gostaria de convidá-lo a ler comigo. É o salmo 46. Apenas quando nos aquietamos é que a ansiedade se desfaz como fumaça diante da presença de Deus.

1Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia. 2Pelo que não temeremos, ainda que a terra se mude, e ainda que os montes se projetem para o meio dos mares; 3ainda que as águas rujam e espumem, ainda que os montes se abalem pela sua braveza. 4Há um rio cujas correntes alegram a cidade de Deus, o lugar santo das moradas do Altíssimo. 5Deus está no meio dela; não será abalada; Deus a ajudará desde o raiar da alva. 6Bramam nações, reinos se abalam; ele levanta a sua voz, e a terra se derrete. 7O Senhor dos exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio. 8Vinde contemplai as obras do Senhor, as desolações que tem feito na terra. 9Ele faz cessar as guerras até os confins da terra; quebra o arco e corta a lança; queima os carros no fogo. 10Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus; sou exaltado entre as nações, sou exaltado na terra. 11O Senhor dos exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio. (Psa 46:1-11 ARA)






b) Coloque o Reino de Deus em primeiro lugar

33 Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. (Mat 6:33 – ARA)

Talvez seja difícil para você compreender a relação que pode existir entre buscar primeiro o reino de Deus e livrar-se da ansiedade, mas deixe-me tentar ajudá-lo.

Eu gosto muito de ler. E durante muitos anos, eu fui um freqüentador assíduo de livrarias. Um belo dia, de tanto freqüentar as livrarias e vê-las funcionando, eu achei que poderia abrir minha própria livraria. Era o melhor dos mundos: eu gostava de ler e teria uma livraria a minha disposição.

Só que as coisas não funcionam bem assim. Quando se é o cliente você não sabe quase nada sobre o funcionamento de um negócio. A livraria começou e começaram também os meus lamentos: compras, vendas, marketing, finanças, clientes, equipamentos, móveis e livros, muitos livros que precisavam ser vendidos.

Descobri de um modo bem difícil que nem todos os leitores estão aptos a se tornarem livreiros. Antes, quando eu era apenas um leitor, passar a manhã em uma livraria era um grande prazer. Depois, por um tempo eu não conseguia nem mesmo entrar em uma livraria sem certo mal estar.

Buscar primeiro o Reino de Deus é não tentar construir um reino para si mesmo. Quem tenta construir o próprio Reino, vai tentar, sem sucesso, administrar e controlar tudo o que acontece no seu mundo. O que você vai ganhar? Grandes doses de ansiedade.

Em vez disso, anseie ser um cidadão do Reino de Deus! Deixe que o Senhor Jesus seja o governante de sua vida. Ele mesmo, então, acrescentará tudo o que você precisa.
c) Viva um dia de cada vez

34 Portanto não fiquem preocupados com o dia de amanhã. Deus cuidará do dia de amanhã para vocês também. Já é suficiente a preocupação de cada dia. (Mat 6:33 – OL)

Uma grande dose de ansiedade invade nossas vidas quando desenvolvemos o hábito de antecipar os problemas. Na verdade é um ciclo destruidor: a ansiedade nos faz antecipar os problemas e a antecipação dos problemas nos enche de mais ansiedade.

O Senhor ensina que não devemos ocupara nossas mentes com os problemas que ainda não são. O dia de amanhã ainda não é. Deixe que o dia venha e os problemas apareçam de verdade. Em cada dia, bastam os problemas daquele dia.

Além dessa disciplina é preciso ter mente que você não está só hoje e também não estará só amanhã. Deus cuidará do dia de amanhã junto como vocês, assim como ele quer cuidar do dia de hoje. Convide-o para fazer parte de sua vida. Ele está pronto para dissipar as nuvens de ansiedade que estão sobre a sua cabeça.