18 dezembro 2010

Simplicidade e suficiência


Em uma das convivências de que participo no Caminho temos refletido sobre a carta que o apóstolo Paulo escreveu aos irmãos de Roma, capital do grande império dos césares. Têm sido noites preciosas em que o Espírito Santo tem soprado vida sobre as letras. Logo no primeiro capítulo da carta aos romanos nos deparamos com afirmações que são capazes de delinear o bom entendimento do evangelho: simplicidade e suficiência. Em breves linhas quero compartilhar algumas coisas que ouvimos do Senhor.

Percebemos algumas coisas importantes sobre o evangelho: primeiro que se trata de um promessa feita por Deus; depois que essa promessa se cumpriu em Jesus, sua vida, morte e ressurreição; por último que ele (o evangelho) consiste basicamente na decisão de amor, tomada por Deus, de ser bondoso conosco, gente indigna dessa bondade.

É simples assim: a boa notícia é que Deus decidiu ser bondoso com gente má e rebelde. Ele está disposto a acolher mentirosos, assassinos, detratores, arrogantes, gananciosos, medrosos, dissimulados, aproveitadores, desonesto, grosseiros, desumanos, irados, perdulários, venais, invejosos, devassos, imorais e todo o tipo de gente que habita esse nosso planetinha; gente como eu e você. Sem que houvesse em nós qualquer indício de mérito, Deus decidiu amar-nos; sem que houvesse qualquer possibilidade de receber algo equivalente em troca, Deus decidiu presentear-nos com sua própria vida.

Em poucas palavras, parece que o Espírito quer nos dizer que o evangelho não é uma questão de premiação dos bons, mas diz respeito à bondade de Deus que alcança os maus com a missão de vencer o mal com o bem.

O Deus trino conspirou em nosso favor e antes da fundação do mundo decidiu que a vida eterna, jogada fora pela rebeldia de um coração desconfiado, seria devolvida mediante a nossa decisão de confiar no amor de Deus revelado na vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo.

Essa boa notícia não está restrita a poucas pessoas. Nenhuma etnia, nenhuma expressão religiosa, nenhuma tradição cultural detém em seus limites essa boa notícia. Todos podem ser alcançados por esse amor. Jesus não pertence aos cristãos, os seus seguidores é que pertencem a Ele; Jesus não pertence à igreja, a igreja é que pertence a Ele (tendo sido adquirida por alto preço).

O evangelho é a boa notícia de que você não depende de seu percentual de acertos para ser aceito por Deus. É suficiente seu reconhecimento de que é incapaz de acertar, sua desistência de continuar tentando, sua confiança em Jesus e decisão de segui-lo e a convicção de que o amor de Deus permanece enquanto você aprende a ser o que ele sonhou para você. O evangelho é a suficiência do amor de Deus. Nada mais é necessário. Ninguém mais é necessário. Jesus, a prova do amor de Deus é suficiente.

A boa notícia da bondade de Deus não precisa de complementos. A Graça de Deus, que decidiu amar pessoas indignas é suficiente para dar sentido à existência, encorajar o abatido, animar o desanimado, encher de esperança o cabisbaixo. Primeiro vem Cristo, depois vem todo o resto. Primeiro vem Cristo, depois vêm as virtudes, as bondades, as graças, a gentileza, o cuidado, o zelo, o conhecimento e as atitudes. Tudo o mais vem depois como acessórios que embeleza a vida e testemunham sobre o amor. Cristo não pode ser completado. Cristo, o evangelho é assim: simples e suficiente

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